Bovinos / Grãos / Máquinas
Programa Fazenda Nota 10 impulsiona bem-estar animal e moderniza a pecuária brasileira
Iniciativa da Friboi e do Inttegra amplia educação, tecnologia e boas práticas, alcançando mais de mil fazendas e elevando a eficiência, a qualidade das carcaças e a sustentabilidade do setor.

Melhorar a gestão e a produtividade de fazendas de gado de corte é sempre um desafio para o produtor, que busca, cada vez mais, investir em bem-estar animal (BEA). Essa agenda tem impacto direto na saúde no rebanho, na rentabilidade da fazenda e na sustentabilidade da pecuária. Unindo esses objetivos, a Friboi e o Inttegra criaram o Programa Fazenda Nota 10 (FN10), que oferece aos pecuaristas participantes referências produtivas e financeiras essenciais para aprimorar a administração de suas propriedades.
Lançada em abril de 2020 no formato digital, a iniciativa fornece educação, tecnologia e orientação especializada. Desde então, o programa direciona os participantes para os fatores que realmente influenciam seus resultados e os apoia na construção de uma pecuária mais moderna e eficiente.
Com a evolução do programa, foi implementado um novo módulo focado no tema de bem-estar animal promovendo conhecimento, avaliações e disseminando boas práticas no manejo, conforto e saúde dos animais. Com as novas práticas, o programa contribui com a educação continuada junto aos produtores, agregação de valor à cadeia de fornecimento da Friboi, além de impactar a qualidade dos produtos.
Estas ações estão alinhadas aos princípios da Colaboração Brasileira de Bem-Estar Animal (COBEA), da qual a JBS Brasil é membro desde a sua fundação, em junho de 2024. “Bem-estar animal está entre as prioridades da agenda global da JBS, e a parceria com a COBEA é muito relevante para este propósito. Temos alcançado maior interação entre as partes interessadas, de maneira a acelerar o avanço científico, tecnológico e normativo”, destaca da diretora de Sustentabilidade da JBS, Liège Correia e Silva.
A partir do estudo de protocolos de clientes e certificações, somado à experiência prática da empresa e à inspiração no conceito dos cinco domínios do bem-estar animal (nutrição, ambiente, saúde, comportamento e estados mentais), foi criado um módulo dentro do programa Fazenda Nota 10 sobre o tema na linguagem do produtor, estruturado nas seções Aspectos gerais, Nutrição, Ambiente, Saúde e Manejo. O questionário do módulo foi inserido a partir da safra 2020/2021 para ser preenchido pelos pecuaristas com diferentes realidades, no início e no final de cada safra, em uma plataforma online. Após concluir o preenchimento, cada fazenda recebe um relatório de diagnóstico detalhado com seu status por seção.
Para estimular o engajamento, a cada safra são realizadas promovidas aulas específicas (masterclass); minicursos (jornada do conhecimento); suporte técnico e visitas presenciais que permitem vivenciar a realidade das fazendas, orientar melhorias e fortalecer o relacionamento com o pecuarista.
Para participar do Fazendo Nota 10 o pecuarista precisa ser cadastrado na Friboi, ter balança na fazenda e ter um colaborador dedicado para lançar dados na plataforma mensalmente. Cada ciclo do Programa tem duração de 12 meses, mas a fazenda pode optar por continuar participando dos ciclos seguintes. Ao longo das quatro primeiras safras, concluídas na edição 24/25, o FN10 contabilizou os resultados da implantação do módulo de saúde e bem-estar animal em mais de 1.000 fazendas.
Os resultados alcançados não apenas promovem saúde e bem-estar animal, como também contribuem para carcaças de melhor qualidade, com redução de abscessos, contusões, desvios de pH e menor stress no pré-abate.
“Por meio do Fazenda Nota 10 e a parceria com a COBEA, reforçamos nossa visão de que uma pecuária mais eficiente é parte da solução dos desafios climáticos e da insegurança alimentar. Quando geramos conhecimento que possibilitam um produtor evoluir com a sua produção, toda a cadeia evolui junto, e isso se reflete em benefícios concretos para os animais, para a cadeia produtiva e para o setor como um todo”, completa Liège.

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Pecuária sustentável ganha reforço com novo curso virtual da Embrapa
Com carga horária estimada em 16 horas, o treinamento é gratuito e coordenado pela pesquisadora Sandra Aparecida Santos.

A sustentabilidade dos sistemas pecuários é essencial para uma produção animal responsável e em equilíbrio com o meio ambiente. Para ajudar produtores e técnicos a desenvolverem modelos agropecuários com foco em princípios de agroecologia, agricultura sustentável, orgânica e regenerativa, a Embrapa Pecuária Sudeste lançou o curso virtual “Produção animal em pastagens e sustentabilidade”.
A capacitação está disponível pela plataforma da Embrapa, o E-Campo, acesse clicando aqui.
Com carga horária estimada em 16 horas, o treinamento é gratuito e coordenado pela pesquisadora Sandra Aparecida Santos.
No total, são dois módulos compostos por várias aulas. No primeiro, intitulado “Conceitos e princípios de sustentabilidade aplicados em sistemas de produção animal em pastagens”, o participante terá acesso aos conceitos e princípios de agroecologia, agricultura sustentável, orgânica e regenerativa e suas aplicações em modelos de produção animal em pastagens e a importância dos bovinos no sistema. O segundo módulo “Sistemas de produção e práticas sustentáveis e regenerativas na pecuária a pasto”, os alunos vão conhecer as principais etapas do planejamento de sistemas de produção animal em pastagem, alguns modelos e práticas de manejo da pecuária que proporcionem eficiência produtiva e incremento dos serviços ambientais.
No curso, serão tratados assuntos como, por exemplo, práticas ESG na atividade pecuária; Serviços ecossistêmicos e ambientais, tecnologias de precisão para manejo das pastagens, manejo e conservação do solo, alguns modelos de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), uso racional da água, práticas de mitigação da emissão de gases de efeito estufa, protocolos de baixo carbono.
Segundo a pesquisadora Sandra Santos, o curso visa capacitar profissionais e demais interessados nos conceitos e práticas de manejo sustentável de animais no pasto. O foco é apresentar diferentes formas de uso da terra que promovem eficiência produtiva e incrementem os serviços ambientais. Serão abordadas diversas práticas de manejo de pastagens, com destaque para sistemas integrados, ministradas por pesquisadores da Embrapa.
A capacitação contribui ainda para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, 12 e 13, promovendo uma pecuária mais eficiente, responsável e em harmonia com o meio ambiente.
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Pecuária de corte caminha para recorde em 2025 e virada no mercado em 2026
Tecnologia, confinamento e demanda externa sustentam abates e exportações enquanto a próxima safra deve ter menor oferta e preços mais firmes.

A pecuária de corte deve fechar 2025 com novos recordes de abates e exportações, segundo análise da Consultoria Agro Itaú BBA. O resultado vem mesmo após a virada nos preços do bezerro, que apertou a margem da cria desde o ano passado. Para 2026, a expectativa é de um cenário um pouco diferente: menos fêmeas indo para o abate e um volume ligeiramente menor de animais terminados em comparação a 2025.
De acordo com a Consultoria Agro Itaú BBA , a evolução tecnológica da pecuária tem prolongado a fase de maior oferta de fêmeas no mercado, movimento que antes se acreditava que perderia força ainda em 2025. O custo da ração mais baixo em relação ao boi gordo e a boa rentabilidade dos confinamentos também estimularam muitos produtores a engordar as fêmeas, e não segurá-las no rebanho, aproveitando a janela favorável. Do outro lado, as exportações seguiram firmes e absorveram essa oferta maior, colaborando para manter os preços equilibrados.

Mesmo assim, ao longo de 2025, a relação de troca continuou desfavorável para quem termina o boi. O preço do boi gordo ficou para trás em relação ao bezerro, pressionando a margem desse elo da cadeia. Caso as previsões se confirmem e a oferta de gado realmente comece a cair em 2026, a menor disponibilidade de animais deve puxar os preços do boi gordo para cima.
Do lado da cria, a tendência é de valorização contínua. Após anos de descarte elevado de fêmeas, a taxa de nascimentos caiu, e a oferta mais curta tende a sustentar preços mais altos. Já o boi gordo dependerá não apenas de uma queda real nos abates, mas também da manutenção do apetite internacional pela carne brasileira.
E esse fator externo deve seguir favorável. Os principais concorrentes do Brasil, como Estados Unidos, Austrália e Argentina, vivem um momento de menor oferta de gado para abate, abrindo espaço para o produto brasileiro. Com menos carne disponível no mercado global, os preços internacionais tendem a continuar em trajetória de alta, reforçando o bom momento das exportações.
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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações
Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.
As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso
Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.
Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.
Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.



