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Programa de Vigilância Estratégica é uma poderosa ferramenta contra Escherichia coli patogênica aviária

Monitoramento da E. coli na avicultura industrial é feito por meio de coletas de amostras das aves, do ambiente e de vetores como o Alphitobius diaperinus. Esse trabalho é importante para os profissionais da avicultura entenderem melhor as fontes de infecção e dinâmicas de transmissão, e assim, organizar intervenções que minimizem o desenvolvimento e a disseminação da resistência antimicrobiana, mitigando seu impacto.

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A colibacilose aviária refere-se a qualquer infecção localizada ou sistêmica causada por uma cepa de Escherichia coli patogênica aviária (APEC). Apesar de ser considerado um importante membro da microbiota intestinal de aves e mamíferos, algumas cepas adquiriram fatores de virulência que as tornaram patogênicas para o homem e outros animais.

As APECs causam infecções extra-intestinais em aves, denominadas colibacilose, o que acarreta perdas econômicas significativas na avicultura. Entre os genes associados à virulência das APECs estão os genes iroN, iutA, iss, ompT e hlyF, propostos como marcadores de virulência dessas cepas.

A colibacilose é caracterizada como uma síndrome (Figura 1), que pode incluir doença respiratória, septicemia, síndrome da cabeça inchada, infecção do saco vitelino, onfalite e celulite. É também uma doença economicamente importante que ameaça a segurança alimentar e o bem-estar das aves em todo o mundo.

Figura 1 – Colibacilose é caracterizada como uma síndrome, que pode incluir doença respiratória, septicemia, síndrome da cabeça inchada, infecção do saco vitelino, onfalite e celulite.

As perdas econômicas resultam da mortalidade e da produtividade reduzida nas aves afetadas, incluindo taxas de incubação e produção de ovos diminuídas, aumento da condenação de carcaças no abate e custos significativos associados ao tratamento e profilaxia. A Escherichia coli (E.coli) também pode atuar como um patógeno oportunista ou secundário quando em associação com outros agentes infecciosos. No Brasil, as lesões associadas à colibacilose estão entre as principais causas de condenação de aves durante o processo de abate.

Escherichia coli multirresistentes

O número de cepas de E.coli multirresistentes tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas, limitando as opções de tratamento com antimicrobianos em humanos e animais (Figura 2).

Figura 2 – Antibiograma com cepas sensíveis e multirresistentes

A resistência antimicrobiana é um dos problemas de saúde pública mais alarmantes dos últimos anos, um problema global que envolve a saúde humana, animal e ambiental. Estima-se que a cada ano 700 mil pessoas morrem por infecções causadas por superbactérias, e até o ano de 2050, a resistência bacteriana poderá causar a morte de aproximadamente 10 milhões de pessoas por ano. O uso generalizado de antimicrobianos, tanto em humanos quanto em animais, têm favorecido a seleção e disseminação da resistência bacteriana em todo o mundo.

O uso indiscriminado de antimicrobianos, não só com finalidade terapêutica, mas também com fim preventivo (melhoradores de desempenho) é atribuído como um dos principais responsáveis pelo aumento na quantidade e distribuição dos genes de resistência.

Nesse contexto, conforme a Instrução Normativa nº 01 de 13 de janeiro de 2020 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) outorga-se a restrição em território nacional tanto para importação, fabricação, comercialização e uso de aditivos considerados melhoradores de desempenho que contenham antimicrobianos tilosina, lincomicina e tiamulina. No entanto, substâncias como a virginiamicina e bacitracina ainda são utilizadas de forma rotineira em criações comerciais de frangos de corte, visto que, sua ação inibe a proliferação de determinadas populações intestinais, como as bactérias do gênero Clostridium.

Casos de E.coli multirresistentes em animais de produção, animais domésticos e inclusive humanos têm sido registrados. Estas cepas se distribuem na população humana não só pelo contato direto com os animais, mas também pelo consumo de carne com a presença dessas bactérias. A β-lactamase de espectro estendido (ESBL) e as enzimas AmpC-like estão entre os mecanismos mais conhecidos de resistência bacteriana, ambos mediados por genes plasmidiais.

Em estudo conduzido em 2021, avaliando o uso de antimicrobianos no sistema de produção de frangos de corte, concluiu-se que o Alphitobius diaperinus é um dos fatores que influenciam na presença de linhagens de E.coli produtoras de β-lactamase de espectro estendido (ESBL) e resistentes a fosfomicina no sistema de produção do Brasil. Testes fenotípicos e genotípicos foram realizados em um total de 117 cepas isoladas de campo, e encontradas 78 cepas positivas para produção de ESBL.

Em relação à resistência frente à fosfomicina foram encontradas 26 cepas. Neste estudo, a cama dos aviários e os Alphitobius diaperinus se caracterizam como importantes pontos críticos na manutenção da prevalência das E.coli resistentes aos antimicrobianos na produção de frangos de corte. Além do mais, os determinantes genéticos que codificam as enzimas que propiciam a resistência bacteriana podem ser transferidos para cepas de E.coli da microbiota comensal das aves, podendo acarretar problemas futuros.

Avaliando a microbiota do sistema respiratório de frangos de corte pesquisadores identificaram cepas de E.coli multirresistentes nos sacos aéreos e pulmões de aves saudáveis. As categorias de antimicrobianos com maior resistência foram os β-lactâmicos, sulfonamidas, aminoglicosídeos e quinolonas. Sendo os anfenicóis a categoria de antimicrobianos que as cepas apresentaram maior suscetibilidade (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Cepas de Escherichia coli resistentes a diferentes categorias de antimicrobianos

Esse resultado sugere que as aves saudáveis podem abrigar bactérias multirresistentes nas vias aéreas e atuar como reservatórios desses microrganismos. A presença de bactérias multirresistentes, mesmo que em menor proporção, deve ser avaliada sob a ótica da disseminação de microrganismos resistentes a antibióticos, o que pode comprometer os tratamentos antimicrobianos em granjas avícolas no futuro.

Ações nacionais e internacionais contra a RAM

Entidades internacionais já estão trabalhando há anos para melhorar a consciência e compreensão sobre a RAM (Resistência bacteriana aos antimicrobianos), incentivando implementação de padrões internacionais e fortalecendo o conhecimento por meio da vigilância e pesquisa.

O Brasil publicou, em 2018, o seu “Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Saúde Única” (PAN-BR), em convergência com os objetivos definidos pela Aliança Tripartite formada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), apresentados no Plano de Ação Global sobre Resistência aos Antimicrobianos. O PAN-BR define objetivos, intervenções estratégicas e atividades a serem executadas, de forma multidisciplinar, para o combate à RAM no país.

Além disso, o Brasil conta também com o “Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos, no Âmbito da Agropecuária”, o PAN-BR Agro, que descreve as ações específicas a serem desenvolvidas pelo setor agropecuário, relacionadas ao tema da RAM. Entre as atividades de responsabilidade do Mapa, detalhadas no PAN-BR Agro, destaca-se o compromisso assumido com a implementação de um programa de vigilância e monitoramento da resistência aos antimicrobianos no âmbito da agropecuária.

Programa de Vigilância Estratégica 

Dentre as principais medidas recomendadas pela OMS, FAO e OIE em total sintonia com o Programa de Saúde Única (One Health) estão o uso racional dos antimicrobianos e o desenvolvimento de programas de vigilância integrada da RAM na produção animal.

Diante disto, o monitoramento da presença de E.coli (APECs multirresistentes) é importante para os profissionais da avicultura entenderem melhor as fontes de infecção e dinâmicas de transmissão, e assim, organizar intervenções que minimizem o desenvolvimento e a disseminação da resistência antimicrobiana, mitigando seu impacto.

Este programa propõe o monitoramento da E.coli na avicultura industrial, por meio de coletas de amostras das aves, do ambiente e de vetores como o Alphitobius diaperinus. Uma investigação epidemiológica, onde as amostras isoladas serão pesquisadas por técnicas fenotípicas e genotípicas.

Como primeira etapa do trabalho é realizado as coletas no campo nos diferentes segmentos da criação de aves (matrizeiros, incubatórios e frangos de corte) com o isolamento e identificação das cepas a nível laboratorial. Com as cepas isoladas são desenvolvidos seis passos em busca de informações importantes para tomadas de decisões:

  • Step 1 – A pesquisa dos genes de virulência é o primeiro passo para o diagnóstico correto! Uma poderosa ferramenta utilizada para distinguir os isolados APEC (Escherichia coli Patogênica Aviária) dos isolados AFEC (Escherichia coli comensal/fecal Aviária) presentes nos diferentes segmentos da avicultura industrial.
  • Step 2 – Pesquisa de sensibilidade aos antimicrobianos (antibiograma), e pesquisa dos genes de resistência a ESBL (Beta-lactamases de espectro estendido). Quando as bactérias se tornam resistentes, elas são mais perigosas devido à possível falha do tratamento, perda de opções de tratamento e aumento da gravidade da doença. O teste RAM, através do antibiograma e testes genotípicos, é a forma correta e fundamentada para a escolha das melhores soluções.
  • Step 3 – Avaliação do índice MAR. O índice MAR (Multiple Antibiotic Resistance Index) é um método eficaz, válido e econômico que é usado no rastreamento de origem de organismos resistentes a antibióticos. A avaliação do MAR é fundamental para identificar isolados de alto risco.
  • Step 4 – ERIC – PCR  (Enterobacterial Repetitive Intergenic Consensus)  análise usada para identificar similaridades genéticas entre as cepas encontradas nos diferentes segmentos da produção.

Figura 3 – Halo de inibição (mm) produzido por Lactobacillus spp frente a E. coli

Spet 5 – Antagonismo, após a definição do perfil das cepas, as APECs multirresistentes são direcionadas para avaliação do antagonismo frente a 11 cepas de Lactobacillus provenientes de um probiótico comercial (Figura 3). Alguns probióticos estão sendo considerados uma alternativa promissora aos antibióticos contra infecções por enteropatógenos. No entanto, há um limite de informações sobre a diversidade e os potenciais probióticos anti-E. coli. Através do teste de antagonismo é possível oferecer aos clientes um programa estratégico personalizado aos desafios atuais de cada integração.

Step 6 – Plano de ação. Com a experiência acumulada no controle das APECs multirresistentes e as informações captadas no campo, é possível elaborar estratégias individualizadas para cada situação.

Além dos passos acima descritos, quando necessário pode ser realizada a determinação do CIM – concentração inibitória mínima, para alguns antimicrobianos pré-definidos, de uso rotineiro no sistema de produção avaliado.

Prevenção e controle 

O Programa de Vigilância Estratégica é uma ferramenta que busca entender o agente, suas fontes de infecção e dinâmicas de transmissão. Através das informações levantadas é possível organizar estratégias que visam diminuir o desenvolvimento e disseminação da resistência bacteriana e amenizar os prejuízos financeiros provocados pelas APECs multirresistentes dentro da cadeia produtiva de aves, além de contribuir com as políticas públicas que visam a promoção do uso racional de antimicrobianos na produção animal.

Desta forma, entendendo os desafios no campo, podemos elaborar programas de contenção e prevenção com produtos naturais, contribuindo na redução ou retirada dos antimicrobianos, e quando necessário o uso de antimicrobianos, é possível usá-los de forma correta e fundamentada em laudos laboratoriais.

As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: fabrizio@vetanco.com.br.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura. Boa leitura!

Fonte: Por equipe técnica da Vetanco

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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