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Notícias Boas Práticas Hídricas

Programa ajuda a economizar mais de 56 milhões de litros de água na produção leiteira em 2021

Monitoramento também demonstrou que houve redução na quantidade de água utilizada na produção por litro de leite, um indicador de eficiência muito importante.

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Fotos: Sergio Santorio

O programa Boas Práticas Hídricas, desenvolvido em parceria entre a Nestlé e a Embrapa, motivou a economia de 56.841 milhões de litros de água na produção de leite. Esse foi o volume que as mais de 1,4 mil propriedades leiteiras que participam da iniciativa deixaram de consumir em 2021, comparando-se ao ano de 2020. A estimativa foi calculada por meio de indicadores de eficiência hídrica medidos em uma amostra das unidades participantes.

As fazendas avaliadas estão localizadas no Paraná, Goiás, São Paulo e Minas Gerais. O monitoramento foi realizado mensalmente por meio de hidrômetros instalados em vários pontos de consumo. Com ajuda dos técnicos, os dados coletados nos hidrômetros foram lançados em planilhas ou diretamente no aplicativo Leiteria, desenvolvido pela Nestlé para auxiliar na gestão das propriedades leiteiras.

O monitoramento também demonstrou que houve redução na quantidade de água utilizada na produção por litro de leite, um indicador de eficiência muito importante. Em 2021, nas fazendas monitoradas na amostra, foram ordenhadas 2.742.384 vacas, sendo produzidos pouco mais de 53 milhões de litros de leite. Em relação a 2020, houve um aumento de 5% no número de animais e, ainda assim, diminuição de dois litros de água por vaca em lactação, e de um litro de água por litro de leite.

“Essas iniciativas de apoio à redução de uso de água na produção leiteira são essenciais para evoluirmos em nossa jornada de sustentabilidade no campo,” declara Barbara Sollero, gerente de Milk Sourcing da Nestlé Brasil. “O Programa traz uma visão integral em temas como gestão de água e resíduos, qualidade, bem-estar animal e cuidado com o meio ambiente, olhando para todos os diferentes aspectos que contribuem para a jornada do desenvolvimento rural”, informa.

“Quando falamos em eficiência hídrica na produção leiteira, almejamos produzir o mesmo litro de leite com menos litros de água. Conseguimos fazer isso de forma significativa no período avaliado, passando de 5,5 litros de água por litro de leite em 2020 para 4,5 litros em 2021, redução de 18%”, explica o pesquisador da Embrapa Julio Palhares.

 

Evolução das Boas Práticas Hídricas

Desde 2018, a Nestlé mantém o programa Boas Práticas Hídricas, com apoio às fazendas leiteiras e instalação de hidrômetros para ajudar a mensurar o uso de água na produção. Em 2019, 20 fazendas eram monitoradas com o equipamento; esse número passou para 60 em 2020 e para mais de 1.400 em 2021. Para o pesquisador, quantificar o uso de água é a primeira etapa para entender onde e como esse recurso é utilizado na propriedade. “Não tem como manejar o que não conhecemos. Para realizar o manejo hídrico da propriedade, saber o quanto consumimos de água é fundamental”, destaca Palhares.

O resultado da avaliação do programa demonstrou que apenas o monitoramento do consumo já foi suficiente para proporcionar ganhos de eficiência hídrica nessas propriedades. No entanto, a ideia do programa é ir além e fazer com que os produtores internalizem as boas práticas hídricas no dia a dia. Por isso, em 2022, 20 fazendas foram selecionadas para a implantação das ações e monitoramento dos impactos nesse primeiro momento.  Para cada uma dessas fazendas, a Embrapa desenvolveu um plano de manejo ambiental – ações para redução do consumo de água e manejo de resíduos – adaptado de acordo com a realidade de cada uma, por prioridades, e com determinação de tempo para cumprimento das metas.

As fazendas vão servir de vitrine de manejo da água e resíduos com ganhos ambientais, econômicos e sociais.

 

Fazendas são exemplos em práticas de redução

Em uma propriedade, em Silvânia (GO), entre 2020 e 2021, ocorreu uma redução de 10% no consumo de água, mesmo com aumento significativo da produção de leite (crescimento de 19%) e da média diária de vacas em lactação (aumento de 15%). Segundo Palhares, há uma relação direta entre o número de vacas em lactação, a produção de leite e o consumo de água. Conforme esses índices variam, o consumo de água também deve alterar.

Nessa propriedade verificou-se o que seria a condição ideal: aumento da quantidade de leite e redução do consumo do recurso natural.  Houve uma redução de 21% no consumo de água por vacas em lactação: de 326 litros de água por animal ao dia em 2020 para 255 litros em 2021. Também houve queda no consumo do uso de água por litro de leite: de 14 litros de água por litro de leite ao dia em 2020 para 12 litros em 2021.

Para o pesquisador, esse caso demonstra que é possível manejar a água de forma mais eficiente sem comprometer os índices produtivos da atividade. Isso representa vantagens econômicas e ambientais para o produtor.

Em outra propriedade, em Araxá (MG), onde o produtor realiza três ordenhas ao dia e eram necessárias três lavagens do piso da sala de espera e da ordenha, o plano propôs a redução para apenas duas lavagens. Após a ordenha da noite, a recomendação foi fazer somente a raspagem do piso, o que já foi implementado. A prática de apenas raspar pode ser realizada sem afetar a biosseguridade do rebanho e a segurança física dos animais. A redução do número de lavagens, além de proporcionar a economia de água, também promove economia de energia e otimiza a mão de obra.

Outras ações previstas para a fazenda de Araxá são a instalação de hidrômetros individualizados para medir consumos dos bebedouros e da lavagem dos pisos e as alterações na rotina de aplicação dos dejetos na lavoura de milho como fertilizante, para dar maior segurança ambiental à propriedade.

Até a alimentação dos animais tem influência no consumo de água. Assim, o plano prevê que o produtor ajuste as dietas de acordo com as características produtivas dos bovinos. Dietas mal formuladas, por exemplo, com excesso de proteína ou de minerais, podem significar maior consumo de água. Os bebedouros também devem ser sempre checados para identificar e corrigir os vazamentos como os ocasionados por quebra de boias. Na hora da limpeza, quando possível, reutilizar a água para outros usos, como a lavagem dos pisos.

A propriedade de Araxá não possui sistema de captação e armazenamento da água da chuva. O uso da cisterna significa menor consumo da água do poço e, consequentemente, menor consumo de energia elétrica para movimentar a água. A cisterna, de acordo com Palhares, não significa economia de água, mas substituição da fonte subterrânea pela da chuva, o que é ambientalmente recomendável. O plano ainda conta com ações para reduzir o consumo na residência do produtor.

O resultado do impacto dessas ações será avaliado em 2023. De acordo com o pesquisador, espera-se reduzir o consumo total de água das propriedades, dar maior eficiência hídrica e otimizar os aspectos agronômicos, ambientais e econômicos do uso de resíduos como fertilizante.

Fonte: Assessoria

Colunistas

Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.

O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.

Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.

Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.

Fonte: Por Bruno Sampaio, gestor do Bmg Agro e do Guima Café
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Notícias

A importância da pesquisa agropecuária

A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

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Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Vanir Zanatta - Foto: Divulgação/MB Comunicação

O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.

Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.

Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.

A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.

A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.

Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade  Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).

As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de  pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.

Fonte: Por Vanir Zanatta, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
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Notícias Atenção produtor rural

Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc

Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.

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Foto: José Fernando Ogura

O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.

A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.

O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.

A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).

O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).

No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.

A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.

O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.

Fonte: Assessoria Faesc
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IFC

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