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Programa Agrinho ultrapassa fronteiras do Paraná e ganha outros Estados

Programa do Sistema Faep impacta mais de 3,7 milhões de jovens em outros cinco Estados, demonstrando o poder da educação transformadora nas comunidades

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Premiação do Agrinho 2023 no Mato Grosso do Sul condecorou projetos com o tema “Alimentar é construir o futuro” - Fotos: Divulgação/Sistema Faep

Programa Agrinho, iniciativa do Sistema Faep, está consolidado como um dos principais programas de responsabilidade social do Paraná e do Brasil, envolvendo milhões de estudantes e professores. Focado na educação e cidadania, o Agrinho prepara as gerações para enfrentar os desafios do mundo. Seu sucesso significativo fez com que o programa expandisse sua atuação para outros Estados, ampliando a formação de jovens mais conscientes, críticos e engajados.

Atualmente, o Sistema FAEP possui cinco termos de cooperação do Agrinho com Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rondônia e Ceará. Somando todos esses Estados, incluindo o Paraná, estima-se que mais de 3,7 milhões de jovens sejam impactados todos os anos pelas ações do Agrinho.

“O Agrinho é um exemplo de como a educação pode transformar vidas e comunidades. O sucesso do programa no Paraná e sua expansão pelo país demonstram o poder de uma abordagem que alia cidadania, sustentabilidade e conhecimento, formando jovens mais conscientes e preparados para o futuro” – Presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette

O Programa Agrinho promove atuação para além da estrutura da sala de aula, levando uma proposta pedagógica inovadora para as escolas, pautada em princípios como colaboração, interdisciplinaridade, transversalidade e pesquisa. De acordo com a idealizadora do Agrinho, Patrícia Lupion Torres, um dos objetivos é romper com a abordagem tradicional da educação, que separa os conteúdos em disciplinas isoladas, promovendo, em vez disso, uma visão integrada do conhecimento.

“Na área educacional, não existem outros programas com a longevidade do Agrinho. Um dos fatores que garantem sua permanência é o constante processo de atualização e contextualização dos materiais didáticos, baseado em pesquisas realizadas com diversos públicos da comunidade escolar. Isso permite que o Agrinho continue uma referência contínua nas escolas”, resume Patrícia.

Ceará

O caso mais antigo de implementação do Agrinho fora do Paraná vem do Ceará, na região Nordeste. Em 2003, o programa foi lançado em formato-piloto em nove municípios da Serra da Ibiapaba, com foco na conscientização ambiental. A região, que se destaca como o maior polo cearense de produção de hortifrutigranjeiros, é também uma Área de Proteção Ambiental (APA), abrangendo três importantes biomas: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.

No ano seguinte, o Agrinho foi expandido para 14 municípios da região do Baixo e Médio Jaguaribe, conhecida pela expressiva produção de frutas e por abrigar a principal bacia leiteira do Ceará. Com o sucesso da iniciativa, em 2005, o programa chegou às regiões de Serra e Sertão, envolvendo mais 15 municípios. Nessa expansão, novos temas foram incorporados às ações desenvolvidas com professores e estudantes. Hoje, o Agrinho está em 72 dos 184 municípios cearenses, abrangendo 705 escolas rurais, quase 10 mil profissionais da educação (professores, diretores e coordenadores pedagógicos) e mais de 86 mil alunos. Em 2025, a meta é ampliar para 100 municípios, mantendo o foco nas escolas públicas das zonas rurais.

A diretora técnica do Senar-CE, Ana Kelly Cláudio Gonçalves, acompanhou de perto a implementação do Agrinho no Ceará e, por 14 anos, foi a principal responsável pelo programa na entidade. Embora tenha assumido outro cargo há seis anos, ela revela que o Agrinho é sua “guarda compartilhada”, destacando seu vínculo pessoal e profissional com o programa.

“O Agrinho é uma iniciativa que realmente tem um poder transformador por onde passa. Temos ex-alunos que se tornaram secretários de educação, professores, médicos, técnicos de campo da ATeG [Assistência Técnica e Gerencial]. Temos até um embaixador da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura]”, relata Ana Kelly.

Em 2024, a festa de premiação do Agrinho no Ceará tem ainda mais um motivo para comemoração: a marca de 20 edições. Apesar de o piloto ter ocorrido em 2003, por causa da pandemia do novo coronavírus, o programa não foi realizado em 2020. Por isso, neste ano, o concurso vai premiar o dobro de alunos e professores, com expectativa de mil participantes no evento e comitivas vindas de todos os cantos do Ceará.

“É um momento especial para as crianças. Teve um ano que premiamos com televisão e uma das crianças saiu emocionada porque era a primeira vez que teria TV em casa. Teve outro caso do aluno que queria ficar em 3º lugar porque o prêmio era uma bicicleta, o sonho dele. Eles se sentem vencedores só de participarem”, diz.

Ana Kelly também destaca o impacto dos projetos pedagógicos do Agrinho na comunidade escolar, especialmente na participação das famílias dos estudantes. Em 2021, ainda em meio à pandemia, o programa focou na saúde, com ênfase nas questões socioemocionais e de saúde mental. “Foi um ano em que os pais se envolveram bastante, e percebemos a importância de promover o bem-estar de toda a família. Diante de uma situação tão atípica, para as crianças estarem tranquilas, os pais também precisavam estar”, complementa.

Rondônia

A pandemia também alterou o curso do Agrinho em Rondônia, que havia começado um projeto-piloto em 2019. Apesar do sucesso da primeira edição, o programa precisou ser suspenso. Em 2023, Wellington Moura Leão assumiu o cargo de supervisor pedagógico no Senar-RO com a missão de retomar o Agrinho. Neste ano, a entidade lançou novamente o programa em fase piloto em uma escola do município de Cerejeiras, cuja população é majoritariamente formada por paranaenses ou de famílias descendentes.

“É um município pequeno, mas forte na produção de soja e milho, e a escola atende filhos de pequenos produtores, com um bom índice de educação básica”, destaca Leão. “Atendemos apenas o Ensino Fundamental I a pedido da Secretaria Municipal de Educação. Com o programa se firmando, vamos fazer a expansão para os outros anos escolares e para os demais colégios do município”, explica.

Os materiais didáticos utilizados vêm do Paraná, mas estão sendo adaptados de acordo com as características de Rondônia e da região Norte do país. Para 2025, o Senar-RO já está preparando a expansão para mais dois municípios, incluindo a capital, Porto Velho. “Os sindicatos rurais são parceiros. Como o Estado é extenso em território, o sindicato rural é quem faz essa ligação”, observa.

A expectativa para o próximo ano é atender cerca de 1,5 mil alunos, com foco nas escolas rurais da rede pública de Rondônia. “Nossa prioridade será atender os filhos de produtores rurais. Na sequência, planejamos expandir para as escolas urbanas e da rede privada”, pontua.

Mato Grosso do Sul

A região Centro-Oeste se destaca como a principal representante do Agrinho fora do Paraná, com o programa em vigor em Goiás desde 2008 e em Mato Grosso do Sul desde 2014. Em seu 10º aniversário em 2024, o Agrinho do Senar-MS bateu recorde de adesão de escolas, alcançando todos os 79 municípios do Estado. Em uma década, a metodologia do programa já foi apresentada para 875 mil alunos, 36 mil professores e 2,1 mil escolas das redes pública e privada, incluindo Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) e escolas indígenas.

“Nós usamos a base dos materiais didáticos do Paraná, mas adaptamos de forma regionalizada, mostrando a realidade da vida do campo, as transformações das cadeias produtivas da agropecuária e reforçando essa conexão com a cidade. As questões sobre meio ambiente e sustentabilidade são sempre trabalhadas, para despertar a consciência dos alunos, família e comunidade escolar”, afirma Andréia Patrícia Rodrigueiro, analista educacional do Senar-MS e responsável pelo programa.

De acordo com Andréia, o Agrinho acumula centenas de histórias inspiradoras, com iniciativas que transformaram hábitos e impactaram positivamente a vida das famílias sul-mato-grossenses. Uma delas aconteceu no município de Guia Lopes da Laguna, onde uma escola desenvolveu um projeto sobre alimentação saudável que envolveu mais de 2 mil alunos, incentivando até a implantação de hortas nas residências dos estudantes.

Outro exemplo vem da capital Campo Grande, onde os alunos de uma escola desenvolveram um projeto sobre os impactos dos eventos climáticos. Assim como o Paraná, o Mato Grosso do Sul registrou milhares de casos de incêndios neste ano, principalmente na região do Pantanal, tornando o tema ainda mais relevante para a conscientização e ação da comunidade escolar.

Goiás

Em Goiás, o Agrinho também vem registrando recordes de participação. Neste ano, o concurso recebeu mais de 21,8 mil trabalhos. Desde sua implantação no Estado, o programa já envolveu mais de 2 milhões de estudantes, 82 mil professores e gestores, além de 9 mil instituições de ensino. Embora os municípios participantes variem a cada edição, ao longo desses 16 anos, o Agrinho já esteve presente em todos os 246 municípios goianos, consolidando sua abrangência e impacto.

“O Agrinho é um programa amplamente reconhecido no Estado. Nós seguimos a metodologia do Paraná, mas adaptamos os conteúdos à nossa realidade, ao tema do ano e às nossas ações”, afirma Rafael Antônio Rosa, gerente de Educação Formal do Senar-GO.

Em 2016, por exemplo, com o tema “Água: preservação e uso no campo e na cidade”, o Agrinho goiano impulsionou a continuidade do Programa Proteção de Nascentes, unindo a prática pedagógica à conscientização sobre a preservação ambiental. Um dos projetos premiados naquele ano resultou em uma parceria com as secretarias municipais de Meio Ambiente e de Agricultura para proteger uma nascente que circunda o município da escola.

“Além dos projetos desenvolvidos nas escolas, também recebemos diversas histórias inspiradoras dos jovens que participam do programa. Já ouvi relato de aluno que pensava em abandonar os estudos e, depois de ganhar um prêmio do Agrinho, mudou de ideia e decidiu continuar até cursar uma faculdade”, compartilha Rosa.

Espírito Santo

No Espírito Santo, o Agrinho tem impactado não só a vida dos estudantes, mas também de suas famílias. Uma das histórias mais marcantes, segundo Thaís Medeia Tonani, analista técnica de Formação Profissional Rural (FPR) e Promoção Social (PS) do Senar-ES e coordenadora do programa, envolveu uma família que havia perdido o pai.

“A família ficou totalmente desestruturada. Nesse período, a escola do filho começou a trabalhar um projeto sobre alimentação saudável, e ele passou a levar esse assunto para casa e envolver a mãe nas atividades, que se sentia sozinha. No dia da premiação, ela nos procurou para agradecer, dizendo que o programa a salvou da depressão. O Agrinho não é só um programa de educação. Ele realmente transforma vidas”, conta Thaís, emocionada.

Outro exemplo, dessa vez de impacto socioambiental, ocorreu em uma escola que, motivada pelo Agrinho, organizou uma reunião com o prefeito para denunciar a poluição de um córrego que passava próximo às casas da comunidade, representando um risco à saúde dos moradores. Como resultado, não apenas conseguiram a limpeza do córrego, mas também transformaram a mentalidade das famílias, que passaram a se engajar na preservação do local.

“O Agrinho não fica só na escola. Ele muda pensamentos, culturas, hábitos, e os resultados permeiam por vários anos”, observa. “Às vezes o aluno que trabalha com o Agrinho na escola é responsável por levar a importância do Senar para dentro de casa, incentivando os pais a procurarem nossos cursos. Também temos histórias de alunos premiados que viraram líderes nas propriedades da família”, acrescenta.

Hoje, o Agrinho capixaba abrange 62 municípios e 612 instituições de ensino, somando mais de 90 mil alunos e 7 mil professores envolvidos. O foco do programa no Estado são as escolas do meio rural, que dispõem de menos recursos educacionais e enfrentam maiores desafios no processo de ensino. Assim como acontece em Goiás, o Senar-ES também aproveita a oportunidade que o Agrinho abre nas escolas para integrar outras frentes de trabalho da instituição, como a ATeG e o Programa Herdeiros do Campo, outra iniciativa do Paraná. Neste ano, por exemplo, o tema central do Agrinho é o planejamento sucessório. Dessa forma, o programa introduz essa discussão nas escolas, em que a maioria dos alunos é filhos de produtores rurais, fomentando a mentalidade da sucessão e promovendo um diálogo intergeracional sobre a continuidade dos negócios familiares.

Fonte: Assessoria Sistema Faep

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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