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Suínos / Peixes

Profissional dá dicas para evitar perdas na fase de creche

Questões simples de ambiência na fase de creche podem comprometer todo no desempenho da granja, repercutindo na saúde dos suínos

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Questões simples de ambiência na fase de creche podem comprometer todo no desempenho da granja, repercutindo na saúde dos suínos. Dia 02 de agosto, durante o 10ª Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, a palestra de Augusto Heck, da Gerência de Sanidade Animal da BRF, teve como principal objetivo abordar componentes ambientais capazes de interferir na sanidade dos suínos no período de creche.

Heck alertou para os aspectos ambientais num cenário de aumento de escala nos plantéis, suprimento de água, ração e climatização automatizados. “Com isso, a dependência de mão de obra direta e a atenção dispensada aos animais reduzem”. O Simpósio Brasil Sul de Suinocultura foi realizado de 01 a 03 de agosto, em Chapecó, SC.

Na palestra intitulada “Como os fatores ambientais interferem na sanidade dos leitões na fase de creche”, Heck destacou que “muitas patologias têm associação positiva ou negativa com itens como temperatura, umidade, poeira, gases, ruídos, espaço disponível, disponibilidade de comedouros, tipos de bebedouros, higiene, desinfecção e uso da baia hospital”, explicou.

Estresse leva a patologias

O ambiente em que o suíno vive pode ser dividido em duas categorias: físico e biológico. “Ambientes estressantes para o animal podem levá-lo a uma patologia”, alerta. Quando ocorre a queda na produção ou se instala uma doença, vários fatores ambientais podem estar envolvidos. “É preciso entender cada um deles adequadamente para corrigi-los”.

Temperatura e sanidade são dois aspectos muito sensíveis na fase de creche. “A faixa de temperatura desejada para os suínos de creche varia em função do desenvolvimento do animal”, ressalta. Desta forma, a temperatura recomendada corresponde à zona de termoneutralidade. “Até um ponto, o suíno ainda consegue manter a homeotermia sem aumentar o metabolismo para manter a temperatura corporal”. O ponto crítico ocorre quando os suínos começam a ofegar ou demonstrar outros comportamentos para dissipar calor visando manter a temperatura corporal.

O frio, por si só, não acarreta problemas de saúde. Porém, sua associação com agentes infecciosos tende a tornar a situação mais crítica. “Por outro lado, a flutuação brusca da temperatura pode desencadear um surto de doença por modificar o suprimento de patógenos ou a resistência dos animais”. Doenças como colibacilose, pneumonia enzoótica e meningite estreptocócica podem ser desencadeadas pelo desajuste de temperaturas.

Umidade e sanidade

O controle dos patógenos é mais efetivo quando a umidade está entre 60 e 80%. “Níveis mais altos ou mais baixos resultam em alta carga de agentes infecciosos”, ressalta. Problemas respiratórios são comuns em condições de alta umidade, pelo estresse acarretado. “Os problemas com a umidade podem ser mais graves no inverno, quando as instalações permanecem mais fechadas para tentar manter a temperatura”.

Bebedouros mais eficientes e pisos com bom caimento minimizam o impacto da umidade gerada pelo desperdício de água e a urina, por exemplo. “Um estudo conduzido na região Sul mostrou que a umidade relativa média do ar aos 21 dias pós desmame superior a 82% é um importante fator de risco para a ocorrência de diarreia”.

Dicas, segundo Heck

– Problemas respiratórios nos suínos tais como bronquite, tosse e lesões pulmonares podem ser causados pela alta concentração de poeira.

– O ruído pode ser danoso para a saúde dos suínos. O canibalismo de cauda ocorre mais frequentemente próximo a exaustores ou ventiladores devido ao ruído persistente que acarreta um desconforto nos suínos. A manutenção periódica desses equipamentos é fundamental.

– O espaço disponível pode ser fundamental para uma melhor condição de vida dos suínos, visando manter a produtividade e o conforto. Lotações na fase de creche superiores a 3,5 leitões/m2 ou baias com mais de 20 leitões são apontados como fatores de risco para a ocorrência de diarreia pós-desmame.

– Divisórias separando os espaços de alimentação evitam o atrito com o comedouro e disputas por ração. No entanto, o excesso de espaço de comedouro pode levar a um sobreconsumo de ração, provocando diarreia pós-desmame.

– Granjas que utilizam bebedouros tipo chupeta específicos para a fase de creche têm baixa tendência a apresentar problemas entéricos.

– A higiene é necessária para o controle dos patógenos. A limpeza frequente das superfícies é uma das formas mais efetivas de reduzir a carga de microorganismos do ambiente.

– Molhar as instalações imediatamente após a saída dos suínos previne que o material fecal seque e aumenta a facilidade e rigor da limpeza. Da mesma forma a utilização de detergentes também está associada à diminuição da contaminação residual.

– Práticas de biosseguridade como banho e trocas de roupa das pessoas envolvidas no manejo dos suínos são medidas capazes de evitar a passagem da Escherichia coli enterotoxigênica entre lotes distintos de suínos.

– A desinfecção tem um efeito importante na redução da quantidade de bactérias e vírus causadores de doenças. “A escolha depende do alvo viral que pretendo atacar ao invés de considerar apenas o custo da desinfecção”.

– Uma boa desinfecção está relacionada a aspectos como o vazio sanitário, por exemplo. “Ciclos contínuos são grande fator de risco para a ocorrência de diarreia pós-desmame”.

– As baias de recuperação representam outro gargalo frequente nas granjas. “Do ponto de vista de infraestrutura não tem nada de diferente das baias normais. Geralmente estão localizadas perto de vãos da cortina, aumentando a infecção”, alerta. Outro erro é não retirar dessas baias os animais já recuperados. “A baia de recuperação deve estar na área mais confortável da granja, com excelente higiene e fácil acesso ao alimento e água. Nunca esquecer que animais com dificuldades de locomoção, por exemplo, também tomam água. Deve facilitar ainda a inspeção dos animais”.

– É importante utilizar utensílios exclusivos para as baias de recuperação. “Os utensílios podem ser vetores mecânicos de contaminação dos animais saudáveis”.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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