Conectado com

Avicultura

Profissional aponta meios para elevar eficiência alimentar

Engenheiro agrônomo doutorando em Ciências Veterinárias Rafael Sens explica sobre o assunto e aponta alguns fatores essenciais para melhora de desempenho

Publicado em

em

Com os avanços genéticos, atualmente o frango de corte está cada vez maior e mais pesado. Isso também é consequência de uma boa nutrição. Oferecer uma boa dieta aos animais, permitindo que eles desenvolvam seu máximo potencial e desenvolvimento é uma tarefa que nutricionistas e produtores devem cumprir. Para falar um pouco sobre o assunto e no que pode ser acrescentado para melhores rendimentos, o engenheiro agrônomo doutorando em Ciências Veterinárias Rafael Sens falou sobre “Eficiência alimentar em frangos de corte: o que podemos melhorar?”, durante o Simpósio Brasil Sul de Avicultura, que aconteceu de 10 a 12 de abril em Chapecó, SC. Ele defende um rigoroso controle da matéria-prima das dietas, sugere planos individuais de nutrição levando em conta aspectos regionais e aposta nos aditivos para melhorar a eficiência das aves.

De acordo com o Sens, é muito importante e impactante o papel da nutrição animal na produção de frangos de corte, seja do ponto de vista técnico ou econômico, já que influencia diretamente na eficiência alimentar e demais parâmetro produtivos. “A nutrição animal, assim como as demais áreas da produção, corre atrás dos avanços zootécnicos promovidos pelas casas genéticas. Por isso, vários fatores devem ser levados em consideração na hora da definição da estratégia nutricional mais adequada para a empresa”, conta.

Ele afirma que para isso a realidade da integração tem de ser bem conhecida, como peso de abate, genética, nível tecnológico dos aviários, região, fábrica de ração, entre outros, e quais são os objetivos da empresa – zootécnicos, comerciais, etc. “Quando falamos em nutrição animal, temos de lembrar de como ela se divide. Não se resume apenas à definição dos níveis nutricionais. Há outros processos tão importantes quanto esse, como a escolha de quais ingredientes serão utilizados e o controle de qualidade de rotina deles, a formulação ótima da ração e o processamento do alimento por meio da fábrica de ração”, informa. Sens acrescenta que todos estes processos contribuem diretamente na melhoria da eficiência alimentar.

Para alcançar esta melhoria, o profissional recomenda que o que vale para qualquer situação é fazer o básico. “Ou seja, reconhecer bem a sua matéria-prima. Não se pode trabalhar sem monitorar a qualidade do milho e do farelo de soja diariamente. Hoje essa tarefa é muito mais fácil, pois, em geral, a classificação de grãos é mais profissional e efetiva, além de termos cada vez mais acessível o equipamento NIRs, uma ferramenta indispensável para o controle de qualidade e equipe de formulação”, diz. Sens afirma que, além disso, é importante também monitorar o calcário, matéria-prima bastante esquecida devido ao baixo custo. “Isso são apenas pequenos exemplos para levarmos em consideração”, assegura.

Mas, para realmente aumentar a eficiência alimentar, Sens relata que não há uma resposta genérica. “O nutricionista tem de conhecer bem os objetivos produtivos da empresa, decidir os níveis para alcançá-los e garantir, junto com a equipe de controle de qualidade, que esses níveis serão atendidos”, comenta.

Nutrientes essenciais

Sens informa que é possível que em breve seja necessário considerar como essenciais alguns nutrientes que antes não eram tidos como tais. “É o caso de alguns aminoácidos, como a glicina em rações iniciais, por exemplo. Também será necessário melhorar ainda mais a digestibilidade dos alimentos e isso será possível por meio da utilização das enzimas exógenas”, orienta. Ele conta que, assim, a utilização de aditivos nutricionais poderá, cada vez mais, influenciar positivamente a melhoria da eficiência alimentar. “Os aditivos têm como característica uma inclusão pequena em fórmula, mas com grande impacto no resultado zootécnico do animal. Apesar da baixa inclusão, o impacto no resultado zootécnico é muito alto”, garante.

O profissional expõe que geralmente o preço por quilo de produto é alto, mas a participação no custo da ração é pequena. “Em alguns casos, como o dos aminoácidos e das enzimas, há redução direta no custo da formulação. Devemos, então, escolher bons fornecedores de aditivos para garantir os resultados. Está aqui mais um papel fundamental da equipe de controle de qualidade”, aponta. Sens acrescenta que um bom aditivo deve ser termostável – sendo que há a necessidade de um acompanhamento de rotina desse indicador –, um padrão de granulometria – devendo se dar prioridade a produtos em grânulos, deve ser evitado pó, até por questões de segurança para os colaboradores –, possuir boa fluidez, ter um número de partículas por grama adequado para a inclusão na ração e atuar em pH específico para o tipo de produto.

Sens ainda explica que os animais possuem uma exigência diária por nutrientes. “Normalmente, as agroindústrias trabalham entre três a cinco fases de ração para atender a produção. Como a necessidade nutricional das aves é alterada dia após dia, em alguns momentos a ração vai estar com “sobra” de nutrientes, e em outros momentos com “falta””, explica. Ele cita que uma das chaves do sucesso da produção, não somente do ponto de vista técnico, mas também econômico, é desenhar uma boa curva de consumo. “Deve ser levado em consideração a capacidade da fábrica de ração, logística, capacidade média de alojamento e silos da integração, além dos parâmetros nutricionais de cada fase”, afirma. O profissional diz que o consumo por fase deve ser respeitado, já que grandes alterações vão afetar o resultado técnico e econômico. “Esse indicador deve ser monitorado diariamente em uma integração”, declara.

Do ponto de vista nutricional, sempre se espera que exista uma solução para um problema ou uma possibilidade de melhoria, afirma Sens. “Muitas vezes se espera que, aumentando os níveis nutricionais, simplesmente se resolvam os problemas de desempenho. Será que em algumas situações o melhor não é reduzir os níveis? O importante é trabalhar bem a rotina, garantindo a qualidade dos ingredientes e um bom processamento da ração”, cita, afirmando que não é preciso inventar nada de novo todos os dias para se obter os melhores indicadores. “Garanta o básico que o resultado aparece”, aposta.

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
Continue Lendo

Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
Continue Lendo

Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.