Conectado com

Avicultura

Profissionais orientam para oportunidades que o agro está perdendo

Discussões durante o 2° Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio apontaram para as diversas oportunidades que o agronegócio tem e precisam ser aproveitadas

Publicado em

em

Tecnologia, novos projetos, liderança e agregação de valor aos produtos foram alguns dos temas discutidos durante o 2° Encontro Nacional das Mulheres do Agronegócio, que aconteceu em outubro, em São Paulo, SP. Com diversas palestras e mesas redondas, os participantes puderam discutir diferentes pontos de vista sobre variados assuntos que são de interesse não somente das mulheres, mas de todo o agronegócio nacional.

Na mesa redonda “Liderança Empreendedora” estavam presentes o presidente da John Deere Brasil, Paulo Hermann; o sócio na Área de Negócios Imobiliários da TozziniFreire, advogado Vladimir Miranda; a diretora de RH da Syngenta, Teresa Merino; e a diretora executiva e sócia proprietária da AgroMarketing Mix, Mariangela Albuquerque. Falando sobre o futuro do agro e as novidades de mercado, eles conversaram com os participantes sobre quais as expectativas e tendências.

E as modernidades, principalmente na tecnologia, foram a pauta de Hermann. De acordo com ele, o mundo está mudando de forma rápida. “Antigamente, entregávamos uma máquina e ela rodava por 30 anos. Mas hoje, quando lançamos algo novo, em três anos este equipamento estará superado, porque outra tecnologia está vindo para tornar mais eficiente, reduzir o custo e aumentar a capacidade produtiva do produtor”, comenta. Outro ponto destacado pelo presidente foi sobre a utilização da expressão “no meu tempo era assim, agora tudo mudou”. “Não digam isso. Digam o meu tempo é assim. Todos estamos vivendo um tempo de descontinuidade, procurem aprender com ele”, afirma.

Hermann conta que para o desenvolvimento dos novos maquinários a empresa contrata adolescentes de 15/16 anos para que eles auxiliem a desenhar o joystick das máquinas. “Porque a nossa ideia é que a tecnologia caminhe sempre para ser intuitiva, elas estão sendo desenhadas dessa forma para podermos usá-las, com piloto automático e outras tecnologias mais”, diz. De acordo com ele, o trabalho que vem sendo desenvolvido é para que todos consigam trabalhar de forma que sejam mais inteligentes, já que existem menos máquinas que fazem mais coisas.

Capitais Subsidiados

Um assunto bastante interessante, mas ainda um pouco conhecido pelos agentes no agro brasileiro, é o acesso a capitais subsidiados interessantes. Foi sobre isto que o advogado Vladimir Miranda falou. Ele citou sobre a possibilidade da estruturação de projetos na linha de crédito de carbono, mais conhecido como redução de emissão de gases de efeito estufa. A partir destes projetos é possível, de acordo com ele, conseguir financiamentos de fundos mundiais para que sejam realizados.

Miranda explica que existe um fundo mundial chamado Green Climate Fund que tem mandado para gastar, a partir de 2020, US$ 100 bilhões por ano em países em desenvolvimento para contribuir com o atingimento das metas propostas no Protocolo de Paris, desenvolvido em 2005. “Este fundo já vem sendo estruturado e funciona como um bando mundial, que está sediado na Coreia do Sul, e já procura por projetos. Nós aqui no Brasil ainda não temos projetos suficientes para poder receber recursos desse fundo, ou seja, já há recursos disponíveis e não há projetos preparados para poder capitalizar e receber estes recursos”, conta.

O Protocolo de Paris estabeleceu o objetivo de limitar o aumento da temperatura da terra recorrente da iniciativa humana a 2° Celsius no máximo dentro dos próximos 100 anos, explica Miranda. “Para atingir esta meta muitas coisas precisam ser feitas, e o setor agrícola pode contribuir muito para que isto aconteça e as metas sejam cumpridas. O Brasil tem, sem dúvida, uma grande oportunidade do que fazer neste aspecto”, afirma.

A sugestão dele é que as pessoas envolvidas no agro comecem a pensar a respeito deste Fundo e dos projetos que podem ser beneficiados. Sugere que os produtores conversem com as cooperativas ou estruturadores financeiros para fazer isso acontecer. “Existe um mar de oportunidades que vai surgir daqui para frente. Já existe hoje no Brasil um programa de agricultura de baixo carbono, e esse programa, sem dúvida, vai ser um dos pilares do governo brasileiro para colocar em marcha a política brasileira para cumprir com as metas do Protocolo de Paris, e, portanto, as várias iniciativas nesse setor”, diz.

Liderança

A diretora de RH da Syngenta, Teresa Merino, falou sobre “Como liderar pessoas”, um assunto importante tanto para produtores quanto outros envolvidos na cadeia do agro. De acordo com ela, um diferencial de liderança é quando uma pessoa sabe buscar talento onde ele está. Para ela, é importante que quando se fala do mundo do agronegócio é preciso perceber que a polarização entre homens e mulheres somente fomenta a discriminação. “A padronização do que homens e mulheres precisam é passado. Agora, é preciso identificar o líder do futuro, um líder atento com as oportunidades. Aquele líder que sabe identificar o que cada indivíduo que está ali tem de necessidade, o que tem de diferencial; saber criar condições para que esse potencial aflore”, afirma.

Teresa diz que é preciso trabalhar muito ainda na inclusão, sendo que somente ter diversidade não basta. “Tendo diversidade não significa que eu estou extraindo o potencial daquela pessoa. É preciso criar uma cultura que gere inclusão. Não adianta eu recrutar se ignoro por completo as necessidades que cada um tem, não crio condições para que cada um dê o melhor de si”, entende. Agindo desta forma, a diretora afirma que a pessoa está excluindo o potencial que o outro pode oferecer. “O diferencial para o líder ter sucesso é não somente criar a diversidade, mas, principalmente, criar um espaço para a diversidade se manifestar”, completa.

Agregação de valor ao produto

Um assunto que é de bastante interesse de muitos produtores, principalmente os pequenos, é sobre a agregação de valor ao produto dele. A diretora executiva e sócia proprietária da AgroMarketing Mix, Mariangela Albuquerque, informou que em maio de 2017 foram divulgados alguns dados pelo Cepea/USP e da CNA sobre o PIB do agro brasileiro. “Se pegarmos este PIB, 5% é gerado antes da porteira, ou seja, tudo aquilo que é vendido, como semente, máquina, insumo e suplemento animal. 30% é o que se produz dentro da fazenda, as commodities, como grãos, carne e leite. E 65% é produzido depois da porteira, quando transformamos o produto e agregamos valor a ele”, informa.

Ela afirma que se o produtor transformar ainda mais o que ele produz, agrega ainda mais valor dentro da porteira. “Claro que existe muito custo e trabalho neste processo. Mas a grande dimensão que pode chegar se verticalizar parte da produção é grande. Precisamos abrir a porteira, avançar e agregar valor às coisas que fazemos”, diz. Para ela, é preciso que o produtor crie suas marcas e produtos. “O Brasil tem 49 registros de indicação geográfica. Isso ajuda a valorizar regionalmente o produto. Na Itália, por exemplo, são 390 produtos com indicação geográfica. Olhe o potencial que o Brasil ainda tem. Precisamos despertar em nós essa liderança que temos e agregar ainda mais valor à nossa produção”, afirma.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
Continue Lendo

Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
Continue Lendo

Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.