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Profissionais discutem marketing, varejo e tecnologias no primeiro dia do SNDS
Lideranças políticas da suinocultura, além de especialistas em marketing, tecnologia e vendas participaram do primeiro dia do evento

Lideranças políticas e da suinocultura nacional deram início ao circuito de palestras da programação do XVIII Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (SNDS). As atividades iniciaram na tarde de ontem (01) e seguem até o final desta sexta-feira (02). A organização é da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). Já tradicional, nesta edição o tema do evento é “O poder da evolução está nas novas maneiras de ver o mundo”. Aproximadamente 300 pessoas estão participando da atividade.
O presidente da Frente Parlamentar Mista da Suinocultura, deputado federal José Carlos Schiavinato, esteve presente na abertura e comentou sobre a importância do setor não somente para os envolvidos na cadeia, como para todos os brasileiros. “Este é um setor que ajudou a desenvolver regiões. A suinocultura tem muita importância em vários locais e precisa ser tratada com diferencial para continuar gerando desenvolvimento”, afirmou.
Outra liderança política presente no evento foi o deputado federal Alceu Moreira, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. “Existem muitos desafios para produzir no nosso país, e a política brasileira precisa ajudar a diminuir esses desafios para o produtor rural produzir com mais qualidade e segurança”, disse. Para ele, a cadeia suinícola precisa de uma política permanente, que dá condições e oportunidades de produzir com competitividade e para isso a política precisa auxiliar.
Representando a ministra Tereza Cristina, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Tollstadius Leal, falou sobre os desafios que estão sendo enfrentados pela pasta e como estão buscando as melhores condições para a agricultura. Segundo ele, o Mapa está defendendo o produtor rural e fazendo sua parte, trabalhando em projetos de erradicação de doenças como a Peste Suína Clássica em todo o país, especialmente no Nordeste. “Estamos montando, em parceria com as associações estaduais, programas para erradicar a doença também nesta região”, contou. Além disso, Leal ainda destacou a importância de a cadeia suinícola aproveitar as opções que o mercado está dando, como as oportunidades de crescimento. “Porém, devemos tomar cuidado para continuar produzindo com qualidade, aproveitar esta onda do mercado que está em alta, sem se deixar levar pela euforia e atrapalhar o mercado e o setor lá na frente”, alertou.
Tecnologia, varejo e marketing
No primeiro dia do evento, os participantes puderam já conferir as palestras com profissionais renomados no setor.
Entre os assuntos discutidos estiveram a utilização de tecnologias na suinocultura, as estratégias do varejo e como o setor pode usar isso para melhorar e a importância de campanhas de marketing para a carne suína.
O primeiro a falar foi o especialista em inovação, Luis Rasquilha. Segundo ele, as novas tecnologias estão sendo usadas por todas as pessoas de todas as idades e a suinocultura precisa aproveitar isso e, assim, saber qual a melhor maneira de se comunicar com o mercado. “É preciso tomar cuidado agora, porque a onda da suinocultura está indo muito bem. Porém, o setor não pode se acomodar, mas sim ficar de olho nas oportunidades lá na frente”, avisou.
Já a diretora Comercial In Natura do Grupo Pão de Açúcar, Patricia Paula Mendes, contou um pouco sobre como eles estão investindo para oferecer aos consumidores um produto de qualidade. “Estamos fazendo algo inédito, que é ir para dentro das granjas e agroindústrias para poder entender como é a produção da cadeia e oferecer uma carne com maior qualidade para o nosso consumidor e alavancar as vendas”, contou. De acordo com Patrícia, o GPA contratou especialistas para realizar este serviço e entender o processo de produção de carnes. “Estamos indo junto ao produtor para oferecermos um produto de qualidade e com segurança”, disse. Além disso, o grupo ainda lançou o Plano de Desenvolvimento de Suínos (PDS) para focar especialmente nisso e dobrar as vendas até 2021. 
Por último, o expert em neuromarketing, Fernando Kimura, comentou sobre a força que as campanhas de publicidade bem-feitas têm sobre o consumidor. “É preciso identificar a melhor maneira de comunicar. É preciso desenvolver campanhas que fiquem na cabeça do consumidor”, sugeriu.
Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, é preciso dividir os desafios entre toda a cadeia. “Não é somente o suinocultor ou somente a agroindústria. Precisamos dividir os desafios para continuarmos crescendo com seriedade sem atrapalhar o mercado lá na frente”, concluiu. Para finalizar a noite, foi dado o tradicional grito da carne suína.

Notícias
Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional
Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.
Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves
A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.
A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.
Fatores que influenciam mercado
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.
1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves
Fatores de alta:
- Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
- Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.
Fatores de baixa:
- Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
- Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
- Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
- Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.
2. Oferta e mercado interno
Fatores de alta:
- Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
- Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.
Fatores de baixa:
- Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.
3. Safra e clima
Fatores de baixa:
- Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

Foto: Claudio Neves
ciclo 2025/26;
- Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.
Acordo China-EUA
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.
Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra
Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.
No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.
Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.
No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon
lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.
O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.
No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.
A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro
Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).
Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.
No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.
Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.
A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil
Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.
Planilha de Custos
Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS



