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Notícias Conflito agrário

Produtores rurais reagem a invasões e ataques indígenas com manifestação no dia 26 de outubro

Em entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural, o presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabott, pede união e ações concretas para estancar ataques e invasões no Oeste do Paraná

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Foto: Reprodução/Preto no Branco

No próximo sábado (26), uma grande manifestação pacífica está marcada para ocorrer em Guaíra, no Oeste do Paraná. Os produtores rurais da região, vestindo preto em luto, irão protestar contra as invasões de terras e chamar a atenção das autoridades e da sociedade para a grave situação que enfrentam. Na semana passada, produtores que tentavam plantar em áreas não invadidas foram atacados (veja vídeo 1).

Vídeo 1 – Produtores que tentavam plantar em áreas não invadidas em Guaíra (PR), na semana passada, foram atacados por indígenas.

Maquinários agrícolas foram destruídos e até um animal de estimação foi morto pelos invasores. Essas ações, que geraram imagens e vídeos chocantes, são um reflexo da escalada de violência. Atualmente, há entre 16 e 17 invasões registradas na região de Guaíra e Terra Roxa, em pontos estratégicos que, segundo os produtores, têm o objetivo de desestabilizar a produção agrícola.

Edmilson Zabott, presidente do Sindicato Rural de Palotina, tem sido uma das vozes mais ativas em defesa dos produtores. Em vídeo publicado na internet, ele convoca todos os sindicatos rurais do Paraná a aderir à manifestação (veja vídeo 2).

Vídeo 2 – Presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabott, convoca todos os sindicatos rurais do Paraná a aderir à manifestação.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural, ele cita inúmeras situações e preocupações dos produtores. “Nossa preocupação já vem de muito tempo. Primeiro com as invasões, a forma das invasões e a falta de uma ação direta. Quando iniciaram-se as invasões, nosso governo do Estado não permitiu que as forças de segurança tomassem providências e aí as coisas vieram crescendo, chegando ao ponto do governo federal tomar conta, através das forças de segurança, dessa região de Guaíra e Terra Roxa, nas questões de invasões de terras. E conforme já as mídias noticiaram, documentos já levantados por sindicatos, prefeitura, por órgãos dos municípios de Toledo, de Terra Roxa e de Guaíra, as invasões são feitas por pessoas que não são indígenas, mas que se autodeclararam indígenas, que vieram do país vizinho. E isso foi tornando-se um problema gravíssimo. Hoje nós temos em Guaíra e Terra Roxa entre 16 e 17 invasões, em pontos em pontos separados, que para nós são estratégias de quem coordena essas invasões para causar o caos e provocar as demarcações”, relata Zabott.

Presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabott: “É um movimento pacífico, aonde cada um vai com uma camisa preta e leve sua bandeira do Brasil” – Foto: Divulgação

Os ataques diretos aos produtores rurais e suas propriedades têm se intensificado. “E agora, com esse enfrentamento que houve na semana passada, chegando ao cúmulo do produtor rural não poder plantar a sua área que sobrou, que não foi invadida, um ataque daquela forma covarde, cruel, atacando o equipamento, matando o seu cachorro de estimação”, relata.

Para ele, a situação chegou a um ponto crítico, em que os agricultores vivem sob constante ameaça.

Zabott também relatou o impacto psicológico e financeiro que os ataques estão gerando na comunidade. “Hoje eu recebi uma ligação de um empresário de Guaíra pedindo ajuda. Ele não consegue mais vender nada, o comércio está paralisado. Os funcionários estão desesperados”, disse ele, ressaltando que o impacto vai muito além do setor agrícola, afetando também o comércio e os serviços locais.

Insegurança e caos econômico
A cada novo dia, a preocupação com o futuro econômico da região aumenta. Segundo Zabott, o Oeste do Paraná concentra um dos maiores polos de produção de proteínas animais do Brasil, com destaque para frango, peixe, leite e suíno, além da produção de grãos. “Nós empregamos nessa microrregião mais de 100 mil pessoas. Temos 35 municípios do Paraná, que são os municípios que mais faturam no Valor Bruto da Produção. Esses 35 municípios somam R$ 55 bilhões, e desses, R$ 24,8 bilhões saem de 12 municípios do Oeste do Paraná”, frisou, ressaltando ainda o impacto devastador que as invasões podem trazer para a economia local.

A região possui incubatórios, frigoríficos e cooperativas que dependem de certificação sanitária. Se houver contaminação de doenças vindas de fora, toda a produção pode ser comprometida. “Vocês imaginam se entrar uma doença dentro dessa região e que essas plantas frigoríficas tenham que ser interditadas, paradas por 60 dias, apenas 60 dias? O caos social que essa região Oeste do Paraná vai ter. As pessoas não estão avaliando o tamanho do risco”,enfatiza.

Zabott mencionou um episódio em que contrabandistas trouxeram galinhas caipiras do Paraguai, que foram apreendidas pela Adapar. “Você já pensou 10 mil hectares de terras sendo tomadas pelos indígenas, onde nós produzimos frango, que depende exclusivamente de um certificado de qualidade sanitária para poder vender para o mundo?”, reforça. Segundo ele, a intenção do governo federal é adquirir 10 mil hectares na região.

Foto: Divulgação

A falta de ação por parte das autoridades também é fortemente criticada por Zabott. “A nossa preocupação é como o governo federal quer fazer as aquisições de terras, já pressionando os produtores que têm áreas invadidas”, menciona. Ele também destaca que, enquanto a discussão sobre uma dívida histórica da Itaipu com os povos indígenas continua, a região está à beira de um colapso sem ação das autoridades.

“Diretores da Itaipu falaram que a Itaipu possui uma dívida histórica com esses povos. Ok, se existe uma dívida histórica que seja comprovada, realmente, e que tenha que ser paga essa dívida histórica, mas nós precisamos discutir como pagar essa dívida, quem vai pagar essa dívida e onde vai ser pago essa dívida. Nós não podemos transformar essa região, que é extremamente produtora, numa aldeia indígena sem controle. Um exemplo disso nós temos a Raposa Serra do Sol, lá em Roraima. De uma área produtiva de grãos de arroz, se transformou no maior centro da miséria de tribos indígenas. Então esse assunto precisa ser melhor discutido. E o pior disso tudo, esse clima de invasão, de ataques, de inércia do governo, do Estado, dos municípios e do governo federal está destruindo as famílias que moram nessas cidades”, ressalta Zabot.

Foto: Reprodução/Catve

Invasões e conflitos podem se espalhar
Ele alertou que a situação de Guaíra e Terra Roxa pode se espalhar para outras cidades da região. “Se os municípios vizinhos de Mercedes, Marechal Cândido Rondon, Palotina, Nova Santa Rosa, Palotina, Toledo estão achando que esse problema não virá, engana-se todo mundo. Esses municípios terão os mesmos problemas que Guaíra e Terra hoje estão tendo. Portanto, é preciso discutir, e o meu pedido é que todos os presidentes de sindicatos do Paraná entendam essa grande dificuldade e venham apoiar os produtores de Terra Roxa e da região”, menciona.

O apelo por união
Ele convoca a sociedade civil a se unir pela causa. “É importante e acima de tudo, que os empresários, associações comerciais, bancos, concessionárias de automóveis, concessionárias de máquinas agrícolas, todos estejam envolvidos nesse movimento. Um movimento pacífico, aonde cada um vai com uma camisa preta e leve sua bandeira do Brasil. Nós não queremos enfrentamento com ninguém, nós queremos é o diálogo para discutir se essa dívida histórica existe. Nós precisamos identificar e precisa avaliar aonde e quando, qual é o melhor momento e qual é o melhor local para se pagar essa dívida histórica. Não são ONGs, não são pessoas com ideologias que vão definir uma história de colonização que nós tivemos há mais de 60 anos nesse Oeste do Paraná, que se transformou na maior indústria de alimentos para o Brasil e para o mundo”, defende o presidente do Sindicato Rural de Palotina.

Fonte: O Presente Rural

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Valor Bruto da Produção atingirá R$1,31 trilhão na safra 24/25

São abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.

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Foto: ANPC

O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou a primeira estimativa do Valor Bruto da Produção para a safra 2024/2025. O valor atingirá R$1,31 trilhão, um aumento de 7,6%. Desse montante, R$ 874,80 bilhões correspondem às lavouras (67,7% do total) e R$ 435,05 bilhões à pecuária (32,6%).

Em relação à safra 2023/2024, as lavouras tiveram aumento de 6,7%, e a pecuária avançou 9,5%.

Principais culturas

Para as culturas de laranja e café a evolução dos preços foram fatores mais relevantes nestes resultados e, para a soja e arroz foi o crescimento da produção a maior influência. Nos rebanhos pecuários foi a melhoria dos preços o mais significativo no resultado.

Considerando a participação relativas das principais culturas e rebanhos pecuários no resultado total (em R$ bilhão):

Participação relativas

O Valor Bruto da Produção é uma publicação mensal do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base nas informações de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e nos preços coletados nas principais fontes oficiais.

No estudo, são abrangidos 19 relevantes produtos da pauta da agricultura e cinco das atividades de pecuária.

A publicação integral pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: Assessoria Mapa
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Com apoio do Estado, produtores discutem melhorias na qualidade do queijo artesanal

Evento em Itapejara d´Oeste reúne produtores de leite e queijo, com objetivo de colocar o leite paranaense e subprodutos da cadeia no mercado mundial.

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Fotos: SEAB

A busca pela excelência de qualidade do queijo paranaense, desde a produção do leite até o consumidor final, foi discutida nesta quinta-feira (21) em Itapejara d’Oeste, no Sudoeste do Estado, durante o Inova Queijo. O evento reúne produtores e queijeiros da agricultura familiar da região Sudoeste e conta com apoio do Governo do Estado.

“Nossos queijos estão entre os melhores do Brasil e até do mundo, com premiações que enchem de alegria e orgulho todos nós que estamos nesta caminhada”, disse Leunira Viganó Tesser, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento em Pato Branco.

“O Paraná é grande na produção de leite, abrigando em seu território a segunda maior bacia do País e caminhamos para ser também um dos principais produtores de queijo e derivados tanto em ambiente industrial quanto artesanal”, afirmou.

Segundo ela, o Estado tem contribuído com programas de apoio à produção leiteira e à transformação em agroindústrias, como o Banco do Agricultor Paranaense, com equalização integral de juros para financiamentos à agricultura familiar. E também ajuda na comercialização, com a regulamentação do programa Susaf, que possibilita ampliar o mercado estadual para agroindústrias familiares que demonstrarem excelência no cuidado higiênico-sanitário.

“Temos que ter em vista o mercado mundial. Ninguém vai dizer que isso é fácil. Mas todos vão concordar que é um caminho a traçar, de preferência olhando sempre em frente, que não tenha volta”, disse Leunira.

Segundo dados da Aprosud, o Sudoeste conta com 20 agroindústrias vinculadas à associação, que comercializam por mês mais de 17 toneladas do produto. Além disso, a notoriedade do Queijo Colonial do Sudoeste também está atrelada a existência de produtores em todos os 42 municípios da região.

A gerente-regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Rosane Dal Piva Bragato, destacou que o setor não é apenas fonte de emprego e renda para a região Sudoeste. “É também um símbolo da nossa identidade e tradição”, afirmou. “O trabalho em parceria e a troca de conhecimentos são fundamentais para fortalecer o setor e para abrir novas oportunidades de mercado”.

Além da prefeitura de Itapejara d’Oeste, que sediou o evento deste ano, e dos órgãos estaduais, o Inova Queijo tem em 2024 o apoio da Associação de Produtores de Queijos Artesanais do Sudoeste (Aprosud), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Sebrae/PR, Vinopar e Cresol.

Indicação geográfica

Em 2023, o queijo colonial do Sudoeste do Paraná teve pedido de reconhecimento para Indicação Geográfica (IG) protocolado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com tradição e notoriedade devido a produção do Queijo Colonial, a expectativa é que o Sudoeste do Paraná em breve obtenha o reconhecimento na forma de registro com Indicação de Procedência (IP)

Fonte: AEN-PR
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Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná

Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.

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Foto: Shutterstock

De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!

A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.

Foto: Hb audiovisual

Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.

Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!

Fonte: Assessoria ABCS
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