Notícias
Produtores rurais concluem Programa ATeG em Santa Catarina
Entre os grupos que concluíram a ATeG estão o de Lages, de Videira e de Santa Terezinha.

Enquanto novos produtores rurais ingressam no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Santa Catarina outros celebram a conclusão das atividades. A iniciativa é do Sistema Faesc/Senar em parceria com os Sindicatos Rurais do Estado de Santa Catarina. O objetivo é estabelecer e implantar um modelo de gestão e operação que possibilite a realização de ações efetivas nas áreas econômica, social e ambiental das propriedades.
No mês de julho algumas turmas encerraram as atividades e puderam conferir os resultados que obtiveram ao longo da participação no programa, durante eventos que marcaram a entrega dos certificados e avaliação das atividades. Entre os grupos que concluíram a ATeG estão o de Lages, de Videira e de Santa Terezinha.
Bovinocultura de corte Lages
No município de Lages, a ATeG Bovinocultura de Corte foi destaque durante evento que reuniu 26 produtores para receber os certificados e conhecer os resultados após participação no programa. Estiveram presentes o presidente do Sindicato, Márcio Cícero Neves Pamplona, a supervisora regional do Senar/SC, Stephanye Fanton, o supervisor técnico da ATeG, Célio Castello de Souza, e o técnico de campo ATeG, Henrique Koerichi Ramos.
“Grupo estável, com quase todas as propriedades apresentando médias parecidas, resultados muito positivos como, por exemplo, os dados reprodutivos (DG) acima de 80%. Esses indicadores representam a soma da tecnologia de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) mais monta natural. De modo geral, todo o grupo trabalha com reprodução e todas as propriedades tiveram evolução financeira com rentabilidade significativa”, avaliou o supervisor técnico da ATeG.
Bovinocultura de leite em Videira
Com a participação de mais de 60 pessoas ocorreu em julho, no município de Videira, o encerramento e a renovação de turma da ATeG Bovinocultura de Leite via Sindicato Rural do município. O evento possibilitou entregar os certificados de Propriedades Livres de Brucelose e Tuberculose, além de marcar a terceira etapa do Circuito Agro no Meio-Oeste.
“Grandes resultados e indicadores foram apresentados após trabalho quatro anos com a Assistência Técnica e Gerencial na região. Os produtores relataram a satisfação com o programa, demonstrando interesse em permanecer mais tempo ou ingressar novamente em uma nova oportunidade”, enfatizou o supervisor técnico da ATeG, Guilherme Romani de Mello.
Também estiveram presentes o supervisor regional, Jeam Carlos Palavro, a técnica de campo da ATeG, Suiane Pittol, o presidente do Sindicato Rural de Videira, Ivandro Caregnato, o assessor de agronegócios do Banco do Brasil no Meio-Oeste catarinense, Sérgio Luiz Correa de Sousa, entre outras lideranças e parceiros.
AteG Corte Santa Terezinha
Uma turma da ATeG Bovinocultura de Corte encerrou as atividades recentemente em Santa Terezinha, no Vale do Itajaí. A iniciativa contou com a parceria do Sindicato Rural do município e reuniu 34 pessoas entre produtores rurais e familiares. As atividades foram conduzidas pelo supervisor técnico da ATeG, Gerson Cunha, pelo técnico de campo Pablo Henrique Ambrósio, pelo supervisor regional do Senar/SC, Ricardo Costa, e pelo presidente do Sindicato Rural de Santa Terezinha, Nelson Felipp.
Durante o evento, o técnico destacou as evoluções nas propriedades como, por exemplo, a melhoria da qualidade dos animais, pastos, manejo e melhoria genética. Demonstrou que após dois anos de acompanhamento pela ATeG, a régua da qualidade na criação de animais subiu em toda a região e isso reflete na melhoria da renda com a atividade.
Dionísio Cerqueira
O Dia de Campo com o encerramento dos primeiros dois anos da ATeG Bovinocultura de Corte pelo Sindicato de Dionísio Cerqueira e Sistema Faesc/Senar foi um sucesso. O evento, realizado na empresa rural Irmãos Muller, oportunizou apresentar os resultados do programa.
As atividades foram conduzidas pelo técnico de campo Gustavo Biondo Boff e a programação contou com apresentação da propriedade feita pelo produtor Alexandre Müller. Em seguida foram abordados temas como Creep-feeding; manejo de primíparas; novilhas de reposição; e manejo de pastagens. Também estiveram presentes representantes do Sindicato Rural de Dionísio Cerqueira, o supervisor técnico da ATeG Fernando Schneider e a supervisora regional do Senar/SC, Grasiane Viêra.
Nova turma Apicultura em Ituporanga
Trinta e cinco apicultores participaram de reunião de mobilização da ATeG Apicultura no mês de julho, em Ituporanga. Durante o encontro, eles conheceram a metodologia da ATeG e puderam trocar informações sobre a atividade. Com isso, foi possível constatar que a iniciativa será essencial para desenvolver os potenciais existentes no município.
O grupo é organizado pelo Sindicato Rural de Ituporanga em parceria com o Sistema Faesc/Senar. Estiveram presentes o presidente do Sindicato Rural, Arny Mohr, acompanhado pela sua equipe e o supervisor técnico da ATeG, Gerson Cunha. A técnica da ATeG Leite na região, Ane Fernanda Hoffmann, também marcou presença para prestigiar o evento.
Assistência técnica e gerencial
O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressaltou que a ATeG é um dos mais expressivos programas de fortalecimento do setor produtivo. Frisou que em Santa Catarina, desde 2016 quando foi implementada, a ação capacitou mais de 13.100 produtores rurais de vários segmentos em 284 municípios catarinenses.
Disponibilizado gratuitamente, o programa tem duração de 2 a 4 anos e oferece acompanhamento para aprimorar as técnicas e o gerenciamento, o que torna a produção mais eficiente e lucrativa. De acordo com o superintendente do Senar/SC, Gilmar Zanluchi, as atividades são realizadas com grupos de 25 a 30 produtores e são organizadas de acordo com a cadeia produtiva. Os produtores assistidos recebem a visita do técnico uma vez por mês, além de acompanhamento contínuo a distância.
A coordenadora da ATeG em SC, Paula Coimbra Nunes, realçou que a ATeG oferece ao produtor um modelo de adequação tecnológica associada à consultoria gerencial, que prioriza a gestão de forma eficiente e permite alcançar mudanças no ambiente das empresas rurais. “Os resultados são expressivos tanto na gestão quanto na inovação dos negócios rurais”.

Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
Notícias
Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
Notícias
Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.



