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Produtores Rurais Brasileiros em fuga para os EUA

A guerra por espaço aos produtos agrícolas no mundo inteiro deverá se intensificar nos próximos anos

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Foto: Divulgação

 Artigo escrito por Carlo Barbieri, analista político e economista. Presidente do Grupo Oxford. Consultor, jornalista, analista político, palestrante e educador. Formado em Economia e Direito com mais de 60 cursos de especialização no Brasil e no exterior

Os produtores Rurais do Brasil estão cada vez mais ávidos pelo sonhado Green Card – documento que autoriza residência permanente nos Estados Unidos, mas por que? Os produtores rurais brasileiros, sem alarde, mas com muita determinação estão buscando cada vez mais se informar em como obter o Green Card via EB-5 – visto de investimento – nos EUA.

Levantamento realizado pela consultoria que presido nos EUA há mais de 30 anos – a Oxford Group – revela aumento da procura por informações sobre o processo por produtores rurais do Brasil. Segundo relato dos próprios interessados, o aumento da pressão do novo governo americano ao Brasil, relacionada a temas ecológicos, mas totalmente protecionista aos produtores americanos, deverá gerar, nos próximos anos, uma maior dificuldade para exportação de carne, soja e até mesmo açúcar do Brasil para os EUA.

Uma possível mudança no prazo de espera para obtenção do green card via EB-5 – elevando o prazo atual de meses para 10 anos – além da chance de não renovação do projeto pelo Congresso americano, tem sido algumas das razões que motivam um número cada vez maior de produtores rurais do Brasil a buscar o green card. E a hora não poderia ser mais oportuna. Somente na Oxford o aumento da procura entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 foi de 30% por parte desta categoria.

Seguros para si e suas famílias, quando de posse do documento de residência nos EUA, há uma chance maior de articular a entrada dos produtos no território americano. O cenário econômico mundial estimula ainda mais esse comportamento. A China, por exemplo, deve diminuir possivelmente a taxação contra os produtos agrícolas, o que deverá representar uma queda de preços das comodities que o Brasil exporta para o país.

A guerra por espaço aos produtos agrícolas no mundo inteiro deverá se intensificar nos próximos anos. A França, por exemplo, boicota a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia há muito tempo. Assim, forçam que os produtos agrícolas da américa latina não entrem no mercado europeu e preservam a sobrevivência de seus minifúndios. O tesouro francês sabe que não terá capacidade de cobrir os valores que seriam necessários se os produtos brasileiros, por exemplo, entrarem na Europa.

Independente do cenário, o que os produtores rurais do Brasil estão vendo e procurando é a possibilidade de gerenciar esse fluxo diretamente dos Estados Unidos. A recuperação econômica dos EUA já é constante desde o último trimestre de 2020. Em janeiro, o setor privado americano agregou 174 mil novos empregos, contrariando os 50.000 previstos pelos “experts” no segundo semestre do ano.

A recuperação nos EUA chamou atenção até mesmo no segmento de hospitalidade, que contabilizou geração de mais 35.000 empregos que, mesmo estando muito abaixo dos níveis pré-pandemia, mostraram uma reação forte no setor, ainda antes da vacinação, em janeiro. Outro dado relevante é que o ISM, índice que representa o setor industrial, aumentou para o melhor índice dos últimos 2 anos e meio, mantendo uma expansão nos últimos 7 meses, após o início da pandemia.

Os pedidos de acesso ao seguro desemprego caíram nos EUA pela terceira semana em seguida para o menor nível desde novembro, mostrando que o corte de empregos tem baixado desde o início do Covid 19. Enquanto isso, investimentos em construção atingiram novo recorde em Dezembro de 2020. Uma consequência da baixa nos juros do mortgage (financiamento hipotecário), facilitando a compra de casas.

Aliás, estes juros estão tão baixos que aplicações para refinanciamentos cresceram em 59% e para novas aquisições 16%. Um cenário de esperança que está motivando não apenas os produtores rurais brasileiros, mas investidores que sabem e confiam na força do dólar e dos EUA para recuperação rápida. 

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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