Notícias Orgulho da Terra
Produtores paranaense são premiados por boas práticas no agronegócio
Na edição 2022 foram contempladas 16 categorias. A entrega reuniu produtores de todo Estado em Curitiba, além de autoridades e lideranças rurais.

Os produtores paranaenses agraciados com o prêmio Orgulho da Terra foram conhecidos na quarta-feira (30). Pelo segundo ano consecutivo, a iniciativa do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), RIC TV e Sistema Ocepar premiou e homenageou as melhores práticas da agropecuária do Estado. A entrega reuniu produtores de todo o Paraná em Curitiba, na sede do IDR, além de autoridades e lideranças rurais.
Na edição deste ano foram contempladas 16 categorias. Os produtores foram indicados por técnicos do IDR-Paraná e das cooperativas. Os trabalhos passaram por análise do comitê formado por técnicos da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Paraná (Fetaep).
Para Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, o prêmio é um incentivo para os produtores do Estado. Segundo ele, o Estado quer que o produtor consiga produzir mais e diminuir seus custos, buscando uma agricultura ainda mais competente. “Nós temos orgulho do agro paranaense. Precisamos cada vez mais caprichar para ter resultados: bem-estar, conforto, vida digna, boa educação, boa saúde para os filhos a partir do trabalho, do conhecimento, da ciência e tecnologia. A gente quer continuar forte, com estímulos como este prêmio, um reconhecimento público de pessoas que se destacaram em sua atividade”, afirmou. Ele também foi homenageado com o prêmio Personalidade do Ano do Agronegócio.
O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, ressaltou a importância da parceria entre diferentes instituições na concretização do prêmio. “O Orgulho da Terra é mais um destes trabalhos feitos em parceria que mostram um jeito diferente de fazer as coisas no Paraná. Um esforço integrado que historicamente torna o Estado diferente, competente na arte de produzir alimentos”, observou.
Souza disse ainda que o reconhecimento das boas práticas agrícolas é um caminho para o aperfeiçoamento da agricultura. O diretor lembrou que neste ano a instituição assistiu mais de 103 mil agricultores no Estado. Ele ressaltou ainda algumas conquistas do IDR-PR, como o lançamento da raça Purunã de bovino de corte, a primeira desenvolvida por uma instituição estadual de pesquisa do Brasil.
Outros destaques mencionados por ele foram as 220 cultivares registradas no Ministério da Agricultura em 50 anos de pesquisa e a viabilização de 5.241 projetos de instalação de energia renovável pelo programa Renova Paraná, cerca de R$ 1 bilhão aplicados nas propriedades rurais. “Trazemos um forte olhar sobre os produtores paranaenses que estão cada vez mais engajados em boas práticas ambientais, sociais e econômicas, e merecem ser reconhecidos fora de suas porteiras, o que só é possível com um trabalho jornalístico feito com carinho e competência, como estamos promovendo na RICTV e em todos os outros veículos de comunicação do nosso grupo”, observou Leonardo Petrelli, presidente do Grupo RIC.
Para ele, a divulgação do trabalho desses produtores é uma forma de disseminar o que acontece no campo, levando para o todo o Estado, e o mundo, boas práticas agrícolas, proporcionando desenvolvimento econômico para os meios urbano e rural.
Alexandre Amorim Monteiro, representante do Sistema Ocepar, afirmou que o prêmio é o reconhecimento de um trabalho importante para a sociedade. “No seu dia a dia essas pessoas batalham para produzir alimentos para a população e também para a exportação, trazendo crescimento e desenvolvimento para o Estado”, disse.
As propriedades que receberam o prêmio Orgulho da Terra foram visitadas pela equipe de jornalistas do programa RIC Rural, que passará a exibir as reportagens todos os domingos, às 09 horas, a partir do dia 04 de dezembro. O conteúdo ainda poderá ser visto pelo canal da RICTV no YouTube. Além dos produtores, os técnicos que acompanham cada uma das propriedades foram premiados.
Confira os vencedores do prêmio Orgulho da Terra em cada categoria:
Aves – Euzébio Emygdio Ferreira (Assis Chateaubriand)
Agroecologia – Jovana Aparecida Cestille (Londrina)
Agroindústria – Marcio Gomes de Oliveira (Guarapuava)
Bovinocultura de Corte – Sílvio Antonio Pires (Nova Londrina)
Bovinocultura de Leite/Pequeno Porte – Edilce da Silva Duarte (Sulina)
Bovinocultura de Leite/Grande Porte – Gilvonei Fontanela (Capitão Leonidas Marques)
Feijão – Amilton Viniski (Ipiranga)
Inclusão Social – Eli Fátima Godinho da Pont (Marmeleiro)
Mulheres no Agro – Andressa Seliger Barbosa (Ponta Grossa)
Piscicultura/Pequeno Porte – Flávio César Urizzi (Apucarana)
Piscicultura/Grande Porte – Edemar José Burin/Renato Burin (Palotina)
Sericicultura – Paulo Pereira de Oliveira (Astorga)
Soja e Milho – Ilseu Peretti (Chopinzinho)
Suínos – Dirce Arenhart Zanatta (Cascavel)
Turismo Rural – Jilo Yamazaki (Londrina)
Sucessão Familiar – Paulo Los (Carambeí)
Tecnologia – João Roberto Zielinski (São José dos Pinhais)
Café – Edson Messias de Carvalho (Joaquim Távora)

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.




