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Produtores já recebem duas vezes mais pela carne de cordeiro

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Em parceria com seus representantes regionais, a Associação Brasileira de Criadores de Dorper (ABCDorper) quer mostrar para todo o País as peculiaridades e exemplos que estão dando certo na ovinocultura nacional. Sua proposta é estimular a organização da cadeia produtiva e atrair investidores para um segmento em franca expansão no agronegócio brasileiro. Depois do Mato Grosso do Sul, onde uma iniciativa inédita ajuda na formação de escalas para abate, e do Pernambuco, que comemora a queda das barreiras sanitárias, chegou a vez do Ceará demostrar que tem tradição na criação de ovinos e pode vir a ser um grande fornecedor nacional de carne de cordeiro.
 
Na verdade, é neste cantinho do Brasil onde está o terceiro maior rebanho de ovinos. Com pouco mais de 2,3 milhões de cabeças, perde apenas para os estados do Rio Grande do Sul e Bahia em volume de cabeças. “Mas não se enganem. Se o clima permanecesse regular, poderíamos aumentar nosso rebanho cinco vezes ou mais”, exalta o criador Manoel Carlos Fontenele, dono da Dorper Cauipe, no município de Caucaia (CE) e representante da ABCDorper.
 
Conhecida popularmente por “miúnça”, a ovinocultura regional caracteriza-se pelo sertanejo, que não tem grandes dimensões de terras para criar gado e mantém alguns ovinos para o sustento da família. Boa parte do rebanho está pulverizado em pequenas propriedades rurais. Os volumes mais significativos se concentram no Sertão de Inhamuns, em cidades como Tauá e Santa Quitéria, e no Sertão Central, com destaque a Quixadá e Quixeramobim. O manejo do plantel ocorre em regime extensivo de caatinga, mas é comum produtores administrarem ração para promover um acabamento de carcaça antes do abate.
 
Mesmo em meio a uma seca atípica que já dura cinco anos, os produtores ressentem menos as dificuldades, especialmente quem trabalha com raças mais rústicas e adaptadas, como é o caso do Dorper e do White Dorper, de origem sul-africana. Fontenele enxerga como erro grave a falta de interesse por parte dos produtores em usar carneiros registrados nas ovelhas comerciais. Preferem usar mestiços, que são mais baratos, mas de produtividade duvidosa. “Muitos me procuram querendo comprar meio-sangue Dorper ou White Dorper, mas não vendo. Entendo que a missão destas raças é servir o consumidor com uma carne de cordeiro de primeiríssima qualidade, nada mais que isso”, defende.
 
Uma cultura que pode mudar, quando mais desses produtores perceberem que os custos adicionais com reprodutores puros são amortizados facilmente pelos ganhos gerados na heterose e pelo rendimento extra de carcaça do rebanho. E isso ocorre de forma quase imperceptível. “Mesmo assim, relutam um pouco em pagar cerca de R$ 2 .000,00 num bom reprodutor”, brinca Fontenele.
 
Os abates de ovinos costumam ser realizados em um frigorífico credenciado no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), que pertence a um grande grupo empresarial. Os produtores recebem, em média, entre R$ 7,00 e R$ 8,00 por quilo vivo, nada menos que o dobro do que recebiam em um passado não muito distante. A explicação está na qualidade conferida na produção nacional e no sabor da carne que surpreende cada vez mais o paladar dos brasileiros. Até mesmo aquelas donas de casa que resistiam ao consumo dessa carne por experiências negativas no passado. Algo que acontecia porque os animais eram abatidos velhos e por isso tinham gosto e cheiro fortes, o que não ocorre quando ainda cordeiros. “Se carneiros registrados são fundamentais nesse processo, melhor seria se os produtores unissem forças para comprar animais suficientes para fazer repasse em todas as cabanhas envolvidas”, sugere Fontenele.
 
Enquanto a cadeia não se organizar e promover um envolvimento mais atuante por parte dos frigoríficos e abatedouros, a “carne de moita” (clandestina) continuará imperando. “Isso acontece porque aqui no Ceará é comum famílias manterem três ou quatro animais no fundo no quintal para vender nas feiras quando precisam de dinheiro”, explica o empresário Victor Sampaio, proprietário da Campomar, empreendimento que envolve a criação de ovinos Dorper e White Dorper, além de um empório de cortes especiais de cordeiro e um restaurante no sul de Fortaleza.
 
Para suprir a carência de bons produtos, o empresário formalizou parcerias com outros produtores. A preferência é por cordeiros de cruzamento industrial entre o Dorper ou White Dorper com Santa Inês. “Em troca, remunero acima dos preços de mercado e estou disposto a negociar com novos fornecedores, desde que sigam nosso modelo. Dentro do programa, os cordeiros obrigatoriamente são abatidos aos seis meses de vida ou até menos” esclarece o empresário. 
 
Produção – No Ceará, a carne de origem conhecida tem destino certo: a Capital, onde a matéria-prima é a vedete de restaurantes e chega a custar mais que a lagosta. A preferência é por cordeiros com menos de cinco meses. “A carne do carré de um cordeiro com idade superior é mole demais e não se sustenta na costela”, informa Fontenele.
 
Uma grande fornecedora é a CIALNE (Companhia de Alimentos do Nordeste), que detém nada menos que 8.000 fêmeas, entre matrizes e ovelhas que ainda não atingiram idade reprodutiva. Para fornecer alimentos de eximia qualidade e reduzir custos, trabalham apenas com inseminação artificial, alcançando taxas de fertilidade acima de 75%. As doses de sêmen são das raças Dorper e White Dorper, que resultam em índices de mortalidade menores, mais peso ao desmame e melhor conversão alimentar. “Os cordeiros são abatidos aos 4,5 meses para satisfazer os consumidores mais exigentes. Produzimos aproximadamente 200 toneladas de carne por ano.Nossos produtos abastecem restaurantes em todo o Estado”, afirma Rafael Carneiro, Diretor de Operações Logísticas e Agropecuária da CIALNE, ressaltando que apenas o abate é terceirizado.
 

Fonte: Assessoria

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Comércio exterior e logística no setor agropecuário: desafios e oportunidades para o transporte e escoamento

Exportações de soja em outubro, caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro.

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Fotos: Claudio Neves

O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país. A análise consta na nova edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (22).

A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.

Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.

A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.

Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.

Em suma, a logística no setor agropecuário brasileiro se apresenta como um elo crucial para garantir o sucesso das exportações de grãos. A integração entre os diferentes modais de transporte, o aprimoramento da infraestrutura portuária e a adaptação às demandas de escoamento serão decisivos para que o Brasil continue sendo um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo.

Fretes

Em outubro de 2024, os preços do frete apresentaram variações significativas entre os estados brasileiros. Os preços subiram em estados como Bahia, Goiás e Minas Gerais e Distrito Federal, principalmente devido ao aumento na demanda, impulsionado pela exportação de grãos e a importação de fertilizantes. Em Goiás, a melhora nos preços do milho também gerou aumento na demanda por fretes. Já em estados como Paraná, Piauí e São Paulo, os preços ficaram mais baratos, com o Paraná registrando uma redução de 16,67% na região de Cascavel, refletindo a baixa demanda por grãos. No Piauí, a diminuição nas exportações de soja resultou em uma queda de 4,10% no mercado de fretes. Por outro lado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram estabilidade nos preços, com pouca variação nas cotações, devido a um equilíbrio entre a demanda e a oferta de fretes.

O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Novembro/2024, disponível no site da Companhia.

Fonte: Assessoria Conab
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Clima favorável impulsiona cultivos da primeira safra, aponta boletim de monitoramento

Precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

As condições climáticas favoráveis nas primeiras semanas de novembro impactaram positivamente o cenário agrícola brasileiro. Na região Central do país, precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

O Norte-Nordeste experimentou uma expansão das áreas beneficiadas por chuvas, incluindo regiões do Matopiba que anteriormente enfrentavam déficit hídrico. Esse cenário impulsionou o processo de semeadura na maior parte dessa região.

Foto: Gilson Abreu

Em contraste, o Sul do país registrou uma redução nas precipitações, o que facilitou o avanço da colheita do trigo e a semeadura dos cultivos de primeira safra. De modo geral, as condições agroclimáticas se mostraram favoráveis, proporcionando umidade adequada para o desenvolvimento das lavouras.

No Rio Grande do Sul, a semeadura do arroz progrediu significativamente, com a maior parte concluída dentro do período considerado ideal. A maioria das lavouras encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiando-se das condições climáticas que favoreceram a germinação e o estabelecimento das plantas. Em Santa Catarina, temperaturas médias e incidência solar adequadas contribuíram para o bom desenvolvimento das culturas.

Estas informações estão presentes no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).

A versão completa do Boletim está disponível para consulta no site oficial da Conab, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Conab
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Show Rural investe em obras para melhorar experiência de visitantes

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

Avançam os preparativos para a 37ª edição do Show Rural Coopavel, evento que reafirma o Oeste do Paraná como um dos principais polos do agronegócio mundial. De 10 a 14 de fevereiro de 2025, visitantes do Brasil e do exterior terão acesso a um espaço renovado, com melhorias que reforçam o compromisso da Coopavel com a inovação, a sustentabilidade e a excelência em infraestrutura. “Melhorar continuamente é uma das regras que fazem o sucesso do Show Rural, referência em inovações e tendências para o agronegócio”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição. O restaurante do parque está em ampliação em 500 metros quadrados, permitindo o atendimento de mais mil pessoas por refeição. A área de entrega de bebidas é reformulada para otimizar o fluxo, enquanto novos buffets, mesas e utensílios foram adquiridos para manter o alto padrão de qualidade em uma estrutura com capacidade para servir mais de 40 mil refeições diariamente.

A mobilidade no parque também recebe melhorias. São mais de seis mil metros quadrados de ruas asfaltadas. Uma das novidades mais aguardadas é a cobertura da Rua 10, que conecta o Portal 4 ao Pavilhão da Agricultura Familiar. Com 400 metros lineares, essa obra, viabilizada em parceria com a Barigui/Volkswagen, eleva para mais de 6,2 mil metros quadrados a área coberta do parque, garantindo conforto aos visitantes em qualquer condição climática, observa o coordenador geral Rogério Rizzardi.

Para ônibus

Para receber caravanas de todo o Brasil e de outros países será criado um estacionamento exclusivo para ônibus com capacidade para 400 veículos. Estrategicamente localizada, a nova estrutura promete praticidade e organização para os grupos que participam da maior mostra de tecnologia para o campo da América Latina.

Outro destaque é o barracão de 1,2 mil metros quadrados dedicado à gestão de resíduos. Essa estrutura permitirá separação e correta destinação de materiais antes, durante e depois do evento, reforçando o compromisso da cooperativa e do evento técnico com práticas ambientalmente responsáveis.

Evolução

Com essas inovações e investimentos, o Show Rural Coopavel segue como referência global, combinando hospitalidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente, reforça o presidente Dilvo Grolli. O tema da 37ª edição será Nossa natureza fala mais alto.

Fonte: Assessoria Coopavel
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