Suínos
Produtores iniciam despesca de camarão com bons resultados
Os carnicicultores têm produzido camarão em integração com a tilápia. Mas, aos poucos, estão sendo feitos experimentos em monocultivo, como é o caso do tanque na propriedade dos Piovesan, que foi o segundo em monocultivo acompanhado pelos pesquisadores da UFPR. No primeiro deles foram cultivados cerca de 150 quilos de camarão em um viveiro de mil metros quadrados, número considerado melhor que os resultados mundiais para camarão de água doce. Na propriedade Carlos Piovesan, em policultivo, a produção foi de 400 quilos de camarão em seis mil metros quadrados, sendo que a média é de 500 quilos de camarão para dez mil metros quadrados. Na despesca de ontem, no viveiro de cinco mil metros quadrados, era esperada a retirada de meia tonelada de crustáceos. Os resultados deste ciclo que está sendo encerrado hoje (ontem), vamos ter nos próximos dias. Mas já estamos considerando excelente pelo volume de animais retirados e pelo tamanho, avaliou Ballester.
Mono ou policultivo
A família Piovesan tem 20 mil metros de lâmina dágua em que cultiva tilápias e camarão em três tanques. Depois de dois ciclos trabalhando com policultivo, integrando tilápia e camarão, os produtores resolveram apostar no monocultivo em pelo menos um tanque de cinco mil metros quadrados. A despesca na integração é sempre mais trabalhosa e também resolvemos avaliar o custo-benefício do monocultivo, explica Carlos Piovesan sobre os motivos que o levaram a fazer a opção pelo cultivo apenas do camarão em um tanque.
Conforme o professor Eduardo Ballester, para fazer o policultivo, o aquicultor precisa casar rigidamente o ciclo da tilápia com o camarão, para os resultados serem a contento. Mas, a vantagem é poder conduzir as duas criações juntas sem precisar mudar o manejo das tilápias. O cuidado deve ser em manter uma densidade de aproximadamente três a cinco tilápias por metro quadrado. O trabalho em policultivo, pontua o coordenador do projeto de Desenvolvimento da Carnicicultura na Região Oeste, é que tem viabilizado a produção de camarão de água doce.
No policultivo o camarão alimenta-se da matéria orgânica que está no viveiro e das sobras de alimento do peixe, reduzindo bastante o custo de produção; enquanto na carnicicultura exclusiva, a ração para camarão tem um custo mais alto. Por outro lado, a produção em monocultivo pode ser ainda maior.
Quando a carnicicultura é integrada à produção de tilápia, é preciso colocar antes do peixe a pós-larva de camarão e observar o tamanho do peixe a ser colocado, para que haja uma boa adaptação. Nos primeiros 15 a 30 dias a pós-larva se adapta ao fundo do viveiro e, neste período especificamente, recebe ração para camarão.
Motivador
A carnicicultura está sendo pensada não apenas como mais uma opção de renda aos produtores, mas também como uma produção referencial e de excelência. A ideia tem motivado tanto aos produtores que o futuro começa a ser garantido por iniciativas dentro das próprias famílias de aquicultores. Na casa dos Piovesan, por exemplo, as irmãs Patrícia e Vanessa não apenas querem ser produtoras, como também estão preparando-se para atuarem como técnicas da área. Patrícia, formada em Administração, agora é acadêmica do curso de Tecnologia em Aquicultura da UFPR. Vanessa, por sua vez, depois de formar-se em Zootecnia, agora faz Mestrado em Aquicultura e Desenvolvimento Sustentável. Elas reconhecem que o exemplo do pai foi fundamental para suas decisões profissionais. Depois, elas analisam a piscicultura e, principalmente, a carnicicultura como atividades com grande potencial de agregar renda à propriedade rural da família, onde também trabalham com suinocultura.
Atualmente, a produção dos Piovesan é vendida em Palotina e outros municípios mais próximos. Os produtores já têm clientela cativa, que reconhecem a qualidade dos camarões. Procurados até por grandes redes do país, o que falta aos carnicicultores da região é produção em escala. Por enquanto, vamos ao poucos, porque ainda estamos aprendendo a trabalhar com o camarão, justifica Carlos.
O projeto
O professor Ballester explica que várias entidades participam do Projeto de Desenvolvimento da Carnicicultura na Região Oeste, desenvolvido através da UFPR. Os produtores recebem apoio técnico e, em algumas oportunidades até logístico da universidade, através de pesquisadores e acadêmicos. Todo ano, a instituição de ensino promove um curso Carnicicultura de Água Doce. A partir dele, os aquicultores interessados podem se inscrever no projeto. O coordenador explica que a UFPR também tem sua limitação física e de recursos para atender diretamente a todos os produtores, especialmente os de municípios mais distantes. No entanto, ele informa que a faculdade está aberta no que tange a municiar os interessados com informações.
Produção de pós-larva mantém gargalo na carnicicultura da região
A pós-larva ainda é de alto custo para a carnicicultura da região e é trazida de outros Estados. O laboratório do curso de Aquicultura da UFPR consegue produzir em pequena quantidade, experimentalmente para pesquisa e, eventualmente, alguma quantidade a mais para os produtores. Há um projeto, com parte dos recursos já viabilizados, para ampliação do laboratório, o que permitirá intensificar e melhorar as pesquisas já realizadas por acadêmicos dos cursos de graduação (Aquicultura) e mestrado (Desenvolvimento Sustentável em Aquicultura) do campus da UFPR de Palotina, bem como aumentar o fornecimento aos carnicicultores do projeto.
As pós-larvas são preparadas entre os meses de junho e agosto, para em setembro já estarem ocupando os tanques dos produtores. Com a produção própria de pós-larva também vamos garantir maior qualidade e, consequentemente, mais eficiência no desenvolvimento dos camarões, expõe.
Fonte: Jornal O Presente

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
