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Avicultura 2º Dia do Avicultor

Produtores de frango vão encontrar panorama positivo nos próximos anos, avalia profissional

Setor avícola mundial cresceu 10% nos últimos cinco anos, saltando de 91,1 milhões de toneladas de carne produzida em 2017 para quase 100 milhões de toneladas em 2021. Superintendente de Suprimentos e Alimentos da Lar, Jair Meyer, apresenta um panorama dos mercados da avicultura mundial, brasileira e paranaense.

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Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Desejada e invejada mundo a fora, a avicultura brasileira está cada vez mais próxima de liderar a produção mundial de carne de frango. Com uma cadeia produtiva cada mais vez tecnificada e um rigoroso controle sanitário, o Brasil tem se projetado globalmente pela qualidade do produto e por ser área livre de Influenza aviária, doença que tem afetado drasticamente a produção dos principais países produtores no mundo. Esse cenário fez com que a carne de frango produzida em terras tupiniquins ganhasse mais espaço no mercado externo. Hoje, o Brasil está habilitado para exportar a 151 países e busca abertura de novos mercados para alavancar ainda mais esse setor, perspectiva que faz os mais de 180 mil produtores brasileiros investirem constantemente em melhorias na atividade.

Durante a 2ª edição do Dia do Avicultor, evento promovido pelo Jornal O Presente Rural, em parceria com a Lar Cooperativa Agroindustrial, idealizado para capacitar, atualizar e valorizar o trabalho desenvolvido pela cadeia produtiva, o superintendente de Suprimentos e Alimentos da Lar, Jair Meyer, trouxe um panorama dos mercados da avicultura mundial, brasileira e paranaense.

Superintendente de Suprimentos e Alimentos da Lar, Jair Meyer: “A grande indagação neste momento é como o Brasil vai se posicionar no futuro a nível de custo”

O setor avícola mundial cresceu 10% nos últimos cinco anos, saltando de 91,1 milhões de toneladas de carne produzida em 2017 para quase 100 milhões de toneladas em 2021. De acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a cadeia avícola deve crescer a nível global mais 26% até 2030. “Embora grande esse percentual é um crescimento abaixo de 3% ao ano”, relata Meyer.

Com um avanço de 8% entre 2017 e 2021, a exportação de carne de frango poderá crescer em escala global nos próximos oito anos mais 32%, podendo chegar a 15,6 milhões de toneladas. “Os países que vão crescer em produção são países maduros em consumo, ou seja, provavelmente serão os mesmos que produzem hoje”, pontua.

Em relação à importação mundial, houve um aumento de 6% desde 2017, com projeção de crescimento de 27% até 2030. No mesmo período, o consumo aumentou 10% e a USDA prevê que avance mais 27% até 2030, chegando a 12,9 quilos per capita no mundo. “O que demostra uma tendência de equilíbrio entre produção e consumo”, afirma Meyer.

O Brasil ocupa atualmente o 2º lugar entre as 10 potências produtoras de carne de frango, tendo produzido 14,5 milhões de toneladas em 2021. Os Estados Unidos lideram o ranking, com produção de 20,3 milhões de toneladas. “Esse cenário mostra o potencial de crescimento que temos para avançar no ranking de produção mundial e as oportunidades para os avicultores brasileiros ampliarem sua atuação na atividade”, ressalta Meyer.

Completa o ranking mundial União Europeia (4º), Rússia (5º), México (6º), Tailândia (7º), Argentina (8º), Turquia (9º) e Japão (10º). Outros 35 países produzem os 22% restante, evidenciando que dos 195 países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) apenas 45 possuem produção de frango.

No ano passado, a produção mundial de carne de frango atingiu 99,9 milhões de toneladas, com os 10 maiores produtores sendo responsáveis por 78% deste volume. Os Estados Unidos, China, Brasil e a Europa respondem por 61% do total produzido. Já o Japão, México, China e a Europa concentram 34% das importações.

Em relação ao consumo anual de carne de frango no mundo, os quatro países maiores produtores consomem 55% do total produzido, com os norte-americanos liderando o ranking ao consumirem 51 kg/ano per capita, consumo 4,5 vezes maior que a média mundial, que é de 12,2 kg/ano. “Com uma produção anual de 14,7 milhões de toneladas de carne de frango, os chineses consomem em média 10 quilos por ano, o que mostra que há um espaço para ampliar esse consumo na China. No Brasil, o consumo por habitante é de 46 quilos em média por ano, enquanto que na Europa cada pessoa come 22 quilos/ano”, menciona o profissional.

Juntos, o Brasil, Estados Unidos, Europa e Tailândia respondem por 81% das exportações de carne de frango, com o Brasil liderando os embarques, sendo responsável por 33% do share mundial.

Entrave ao crescimento

Conforme Meyer um dos grandes entraves do crescimento na produção de frango de corte no Brasil é o custo. O produtor europeu precisa de R$ 5,90 para produzir uma ave, os chineses gastam R$ 5,70 e os brasileiros R$ 5,49, enquanto o custo para os americanos é em média de R$ 5,23. “Apesar do Brasil ter crescido 7% em produção, 6% em exportação, 67% na importação e 10% em consumo nos últimos cinco anos, no mesmo período perdeu competitividade frente aos americanos, principalmente nos últimos dois anos, em razão da alta massiva das commodities. Para se ter uma ideia, entre 2018 e 2019 o custo de produção por ave no Brasil era de R$ 3,11. A grande indagação neste momento é como o Brasil vai se posicionar no futuro a nível de custo”, salienta Meyer, ampliando: “No ano passado uma tonelada de ração já custava 120% a mais do que há cinco anos. Apesar de ter equalizado o custo de produção na avicultura com os maiores produtores do mundo, o Brasil ainda tem grandes oceanos pela frente para chegar aos mercados consumidores”, afirma o profissional.

Embora a Rússia e a Ucrânia tenham pouca relevância no setor avícola mundial, Meyer ressalta que o conflito entre os dois países fez com que os preços das commodities tivessem uma alta contínua nos últimos meses, assim como eles colocaram no mundo uma régua em relação à segurança no abastecimento da cadeia de alimentos mundial.

De acordo com Meyer, outro fator que exerceu grande influência no mercado nos primeiros nove meses deste ano foram os surtos de Influenza aviária em várias partes do mundo. De janeiro de 2021 a julho de 2022, mais de 15 países registraram casos da doença. “Os Estados Unidos, principal produtor de carne de frango do mundo, enfrenta

Foto: Divulgação

um problema gravíssimo de Influenza aviária, acentuado durante o período de inverno, fator que influenciou fortemente o mercado. Até maio deste ano, 32 Estados americanos reportaram casos oficiais de Influenza aviária, gerando o abate sanitário próximo de 50 milhões de aves. Por consequência, os Estados Unidos sofreram sanções de diversos países para exportar”, relata Meyer.

A China também enfrenta problemas sérios com a doença, com 314 casos notificados. Na Europa, foram registrados 3.957 casos. Enquanto o Brasil é área livre de Influenza aviária e é justamente esse status que faz o mundo voltar os seus olhos para a avicultura brasileira”, ressalta Meyer, lembrando que um caso isolado de Influenza aviária reportado no México em 2021 acendeu um alerta na cadeia avícola brasileira em razão da proximidade entre os dois países.

Produção projetada para 2022

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta um crescimento de 1,19% na produção brasileira em 2022, podendo chegar a 14,5 milhões de toneladas de carne de frango. Em relação aos números de alojamentos, no ano passado foram 567,5 milhões/média mês de pintinhos alojados e neste ano a estimativa é alojar um número um pouco menor, cerca de 551 milhões/média mês.

A região Sul detém 64,08% da produção nacional, com o Paraná responsável por 35,4% deste volume, seguido de Santa Catarina com 14,89% e Rio Grande do Sul com 13,65%.

O Paraná possui 16.590 mil aviários e gera 85 mil empregos diretos na atividade. “Para cada emprego direto são gerados outros 13 indiretos, o significa que 1,1 milhão de pessoas estão vinculadas à atividade avícola no Paraná. De acordo com a expectativa do Censo 2022, a população paranaense deve ser de até 11,5 milhões, o que significa que nossa atividade abrange 10% da provável população do Estado”, destaca Meyer.

Conforme o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o número de abates cresceu 0,5% no Paraná nos primeiros seis meses deste ano quando comparado ao mesmo período de 2021, passando de 1,033 bilhão de aves abatidas para 1,039 bilhão. Quando comparado ao primeiro semestre de 2021, a produção paranaense cresceu 4,9% no primeiro semestre de 2022, atingindo 2,546 milhões de toneladas ante aos 2,427 milhões de toneladas do ano passado.

Destino da carne de frango brasileira

Cerca de 68% da carne brasileira foi destinada em 2021 ao mercado interno e 32% para exportação, segundo dados da ABPA. Já para o Paraná, 63% da produção foi para o Brasil e 37% destinada ao mercado externo. Neste ano, as projeções previstas são de 66% da produção para consumo interno e 34% para vendas internacionais.

Foto: Shutterstock

Em agosto, a ABPA fez uma revisão do desempenho da avicultura no país. A entidade projeta uma produção de até 1% este ano na comparação com 2021, podendo alcançar até 14,5 milhões de toneladas em 2022. A alta deve seguir em 2023, quando se projeta um crescimento de até 4,5% na produção, que pode chegar a 15 milhões de toneladas.

A disponibilidade de produtos no mercado interno também deverá terminar em níveis positivos, com elevação de até 0,5% em 2022, alcançando 9,8 milhões de toneladas, sendo a disponibilidade interna esperada para 2023 de até 10 milhões de toneladas.

Exportação

Já as exportações do setor, conforme a ABPA, deverão alcançar neste ano até 4,9 milhões de toneladas, número 6% maior que o registrado no ano anterior. Em 2023, a expectativa é de exportações novamente 6% superiores, alcançando até 5,2 milhões de toneladas.

Os Estados sulistas concentram 79,12% das exportações de carne de frango, com o Paraná sendo o maior exportador, detendo 40,38%, enquanto Santa Catarina exporta 22,95% e o Rio Grande do Sul 15,79%.

Desafios e oportunidades para o Brasil

Meyer também destaca os desafios e oportunidades do setor para o Brasil. Entre as dificuldades cita a necessidade de

Foto: Shutterstock

superar barreiras internacionais (sanitárias, tributárias e políticas), ampliar a abertura de novos mercados, manter o status sanitário atual sem Influenza aviária, conseguir precificar melhor e mais rápido as vendas ao mercado externo, aumento dos custos logísticos, custos de produção (commodities caras) e eficiência produtiva (cadeia de produção). “Os desafios são muitos, mas os produtores sabem da necessidade que temos de investimentos contínuos e de melhores práticas diárias, porque sem isso nós não conseguimos fazer frente ao que o mundo faz e ao que o Brasil precisa fazer para continuar avançando e tendo a avicultura de excelência que tanto nos orgulha”, enfatizou em sua palestra.

Entre as oportunidades que ele vislumbra estão melhorias de preços no mercado externo por demandas mais aquecidas em razão do conflito no Leste europeu e problemas sanitários, principalmente com Influenza aviária, perspectiva de custos mais ajustados com a nova safra de milho no Brasil, possível melhoria do dólar frente ao real no período eleitoral, exploração melhor no exterior do status sanitário brasileiro, alojamentos mais ajustados por menor porcentagem de eclosão nas genéticas atuais, economias mais aquecidas com maior demanda no período pós-pandemia e continuidade de preços altos para a carne bovina.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura Em Porto Alegre

Asgav promove evento sobre prevenção de incêndios nas indústrias

Encontro contou com especialistas do Corpo de Bombeiros.

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Presidente Executivo da O.A.RS, José Eduardo dos Santos - Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Na última terça-feira (19), a Asgav realizou um importante evento via web, onde participaram integrantes das indústrias de aves e suínos de diversos estados do Brasil, com mais de 150 participantes inscritos.

O evento abordou o tema “Prevenção de Incêndios: Regras e Práticas de Prevenção na Indústria” e contou com uma palestra especial do Tenente Coronel Éderson Fioravante Lunardi do Corpo de Bombeiros e Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

A inciativa da Asgav também contou com apoio da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, propiciando a participação de indústrias e cooperativas de aves e suínos de diversos estados do Brasil.

“Nos últimos anos, temos registrado diversos incêndios em indústrias do setor e buscar informações atualizadas com especialistas, discutir leis e procedimentos e a troca de informações entre diversas indústrias do setor também é uma forma de intensificar a prevenção”, comentou José Eduardo dos Santos – Presidente Executivo da O.A.RS (Asgav/Sipargs).

Na apresentação do representante do corpo e bombeiros foram abordados alguns registros de incêndios em outros países e no Brasil, as causas, falhas e fatores que propiciaram os sinistros.

As regras e leis dos programas de prevenção contra incêndios também foram amplamente abordadas e dialogadas com os participantes.

Segundo o representante da Asgav, o tema também será objeto de encontros presenciais e troca de informações entre estados, principalmente na área de Segurança e Saúde do Trabalho, contado com a participação dos especialistas do corpo de bombeiros.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Avicultura

Conbrasfran 2024 começa nesta segunda-feira (25), com governador em exercício do Rio Grande do Sul Gabriel Souza e outras autoridades

Na palestra de abertura, Souza vai discutir os desafios deste ano, medidas de enfrentamento e a superação.

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Governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza - Fotos: Divulgação/Asgav

A cidade de Gramado, na serra gaúcha, vai sediar a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, evento promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). O encontro, que acontece a partir de segunda-feira, dia 25, vai reunir líderes políticos, empresariais e investidores de destaque de todo o país para debater oportunidades e desafios da cadeia produtiva e suas perspectivas para 2025 e além.

A Asgav propõe que durante três dias Gramado seja a sede da avicultura brasileira, afirma o presidente Executivo da Asgav e organizador do evento, José Eduardo dos Santos. “Porque todas as atenções estarão voltadas para a Conbrasfran 2024, evento de expressão que vai acontecer no Hotel Master. Lá vamos reunir empresas do setor, agroindústrias, órgãos oficiais e líderes de diversos segmentos da cadeia produtiva”, disse Santos.

Entre os nomes confirmados, estão o governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, que vai abrir a programação, a partir das 18h30, com um debate sobre os desafios enfrentados pelo estado neste ano e a superação durante a palestra O desafio que a natureza nos trouxe: Como estamos superando, como evoluímos e os caminhos para o fortalecimento. Após a palestra de abertura, haverá um coquetel de boas-vindas aos participantes.

A programação da Conbrasfran segue nos dias 26 e 27 com programações técnicas no período da manhã, tratando temas como a reforma tributária e seus impactos na avicultura, estratégias para uma produção mais sustentável, nutrição e saúde animal, os desafios de logística e seus impactos na atividade e estratégias comerciais para a carne de frango, entre outros temas. No período da tarde, debates conjunturais tomarão conta da programação com análises exclusivas e discussões sobre o ambiente de negócios no Brasil e no exterior.

Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser encontradas no site do evento, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

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Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
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