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Suínos / Peixes

Produtores apostam em ano promissor para a suinocultura

O Presente Rural conversou com suinocultores para saber quais são as perspectivas para o setor neste ano

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Com a virada do ano velho para um novo ano, sempre há expectativa de um novo recomeço e com ele coisas boas acontecerem. E isso não acontece somente na vida pessoal, mas em todos os setores. E não é diferente na suinocultura. Muitos produtores apostam em um 2018 muito mais rentável e com menos altos e baixos. Vindo de dois anos turbulentos, suinocultores têm boas expectativas para o ano que há pouco começou.

E isso pode ser facilmente visto em uma curta conversa entre produtores. O suinocultor de Quatro Pontes, no Oeste do Paraná, José Eladio Deves, confirma que as perspectivas para este ano são melhores que as do ano passado. “Em 2017 conseguimos recuperar as baixas que tivemos em 2016, mas acredito que este ano as expectativas são melhores. Podemos ver que a economia está começando a reagir e isso faz com que aumente o consumo de carne, além de outros fatores, como o mercado externo, também estarem mais positivos este ano”, comenta.

Deves sabe bem o que fala quando o assunto é suinocultura, isso porque se dedica exclusivamente à atividade, na sua propriedade com uma Unidade Produtora de Leitões (UPL) com 650 matrizes, além de ser gerente em outra propriedade em uma UPL que conta com 4,5 mil matrizes. “Acredito que mesmo as perspectivas sendo boas, o produtor ainda assim deve se preocupar com a própria produção. Se esta estiver boa ele consegue sobreviver na atividade sem grandes preocupações”, afirma. Além do mais, de acordo com o suinocultor, é importante manter um olho na produção e outro no mercado. “Temos uma expectativa de como pode ficar o preço do milho com a produção de grãos. Mas mesmo ainda não sabendo como ficarão os preços, acredito que 2018 será um bom ano”, diz.

A opinião de Deves é compartilhada pelo colega de produção Edson Sulzbach, que também possui uma UPL com aproximadamente 500 matrizes no município de Entre Rios do Oeste, também no Paraná. “Vimos que a suinocultura teve bastante altos e baixos nos últimos anos. Mas temos a esperança que 2018 seja um ano mais lucrativo”, menciona. Sulzbach também concorda com o colega quanto o assunto é a produção. “Atualmente somente vai sobreviver na atividade quem produz em quantidade e qualidade. Quem não alcançar estes dois itens, vai ser difícil de continuar”, comenta.

O produtor entrerriense ainda afirma ter boas esperanças para a suinocultura neste ano. “Temos boas perspectivas que a atividade seja mais lucrativa, isso porque produzimos bem. Sem contar que somos integrados a uma cooperativa, então temos menos oscilação de mercado que independentes, além da garantia de que nosso produto será comprado e que iremos receber remuneração”, diz. Além do mais, outra garantia que faz com que Sulzbach tenha certeza das boas perspectivas é que na propriedade dele o trabalho é feito em família. “Todos trabalhamos juntos, porque assim é mais sustentável e temos a garantia de que tudo que temos vai continuar na família”, comenta. Além do produtor, também a esposa e dois filhos ajudam nas atividades.

Mais Esperança

Não muito longe dali, em Marechal Cândido Rondon, mais produtores compartilham das esperanças para um ano melhor. Ricardo José Kemfer acredita em um 2018 mais positivo para a suinocultura. “Esperamos por um ano bom e otimista. Temos feito investimentos para melhorar os ganhos na atividade e assim superar os ganhos que tivemos em outros anos”, comenta. Isso porque, assim como Sulzbach, Kemfer também é integrado a uma cooperativa, o que fez com que muitas das oscilações que aconteceram no decorrer dos últimos dois anos não fossem tão sentidas.

Mesmo com esta garantia, o olho no mercado e a importância de investimentos para uma maior e melhor produção também está presente no dia a dia do produtor rondonense. Há dois anos, ele e a família investiram em um novo modelo de estrutura. “Trabalhamos com a parte de crechário e terminação e contamos com 6,3 mil animais. A estrutura que temos para a terminação é um pouco maior que a convencional, sendo um barracão de 120 x 18. É um modelo um pouco diferente, maior, mas que funciona muito bem”, garante.

A integração garante menos preocupações ao produtor, mas ainda assim, para Kemfer é importante sempre acompanhar e estar atualizado sobre o que acontece no mercado. “Para mim, com o apoio da cooperativa, os últimos anos não foram tão ruins, mas sempre acompanhamos as movimentações. Para 2018, esperamos um ano espetacular”, diz.

Agroindústria

Do outro lado do balcão, as expectativas para 2018 não são muito diferentes dos produtores. De acordo com o responsável pelo setor de Fomento de Suínos da cooperativa Copagril, Osni Tessari, as perspectivas para este ano são de melhor desempenho da parte financeira, justamente pelo fato de o país ter passado por um período mais crítico em 2016 e 2017. “Este ano, com a agricultura se apresentando numa condição boa no Brasil, nossa expectativa é que os grãos não tenham um preço tão alto”, diz. “Dessa forma, o nosso custo de produção também não deve ser muito ampliado, o que nos leva a crer que teremos um bom ano para a suinocultura, tanto para o produtor quanto para os demais envolvidos na cadeia”, afirma.

Ainda em relação aos grãos, o responsável acredita que o milho deva ter uma recuperação e assim colocar toda a cadeia com perspectivas de ganho. “Nós da suinocultura não temos outra expectativa a não ser que também tenhamos um bom ano e que podemos colher bons resultados e recuperar aquilo que se perdeu ao longo de 2016 e 2017”, diz. Tessari afirma que após a crise que o país enfrentou, neste ano a economia também tende a se recuperar, melhorando assim o consumo, principalmente de proteínas, o que é importante para a atividade. “Acreditamos em um bom desempenho em 2018”, reitera.

Investimentos

Outro ponto positivo para este ano, segundo o responsável, principalmente para os produtores do Oeste paranaense, é quanto aos investimentos que estão sendo feitos pela Frimesa para os frigoríficos de abate de suínos. “Estes novos investimentos estão vindo em um bom momento, porque a atividade está se recuperando, a agropecuária tem apresentado um bom desempenho para nós da suinocultura e estamos otimistas que em 2018 teremos bons resultados para todos os agentes da cadeia de produção”, afirma. Tessari acrescenta que as três plantas da cooperativa – em Medianeira, Marechal Cândido Rondon e a nova que está sendo construída em Assis Chateaubriand – estão sendo implantadas por conta de todo o setor e envolvidos acreditarem na agropecuária e no desenvolvimento dessa atividade no Oeste do Paraná. “Acreditamos que isso traz receita tanto para a indústria quanto para produtores, a cooperativa e todos que de alguma forma participam desta cadeia de produção”, enfatiza.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de fevereiro/março de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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