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Produtor pode dar um “up” na dieta para manter equilíbrio ruminal

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O rúmen é uma peça de grande importância na saúde do bovino. Sua saúde, inclusive, vai refletir em índices de produtividade. Para compreender a importância dele e valorizar sua saúde como merece, o produtor deve conhecer como funciona no organismo dos animais. O zootecnista Ademir Maciel Pereira, que é gerente de Mercado – Ruminantes da M.Cassab, explica que o rúmen é uma câmara de fermentação onde habitam bilhões de bactérias e protozoários, que são, na verdade, quem primeiro se alimenta daquilo que o bovino come. Os bovinos, depois, se alimentam dessas bactérias, que lhes servem de fonte proteica para estes produzirem carne e/ou leite. Esta chamada “proteína microbiana” é a principal fonte proteica para os ruminantes e sua produção é otimizada somente quando existe um perfeito equilíbrio no rúmen, oriundo de um balanceamento adequado da dieta, de um adequado nível de fibras nesta dieta e de um bom equilíbrio entre fermentação de carboidratos e compatível aporte de nitrogênio no rúmen do animal. 
Pereira explica que as bactérias utilizam estes carboidratos e o nitrogênio para se multiplicarem em altas taxas. A máxima multiplicação microbiana, depende do pH ruminal. Se no rúmen tivermos excesso de fermentação de carboidratos, com consequente produção excessiva de ácidos; o pH cai muito e cria um ambiente ruminal inadequado ao desenvolvimento e multiplicação destas bactérias. “Menos bactérias – menos nutrientes para o animal – menos produtividade”, analisa.
Alimentação x saúde
Diante dessa análise, o profissional da M.Cassab, que é mestre em Nutrição de Ruminantes, pondera a importância da dieta bem balanceada para a saúde do rúmen dos bovinos: “Os microrganismos (bactérias e protozoários) para se desenvolverem alimentam-se dos ácidos graxos voláteis (gerados pela fermentação dos carboidratos) e do nitrogênio (que pode vir da degradação das proteínas e/ou de fontes de nitrogênio não proteico – ureia, por exemplo). As quantidades destas duas fontes precisam ser compatíveis (equilibradas), pois o excesso de carboidrato fermentado, quando o nível de nitrogênio oferecido ao rúmen é baixo; vai depremir o pH gerando um ambiente desfavorável ao crescimento e multiplicação das bactérias”.
Para o bom desempenho ruminal, na dieta dos bovinos, também não pode faltar principalmente fibra efetiva (aquela que promove e estimula a ruminação) e quantidades compatíveis e equilibradas de carboidratos e de nitrogênio. “Claro que não podemos descuidar também de outros nutrientes, como gorduras, minerais, vitaminas e de alguns aminoácidos”, alerta o zootecnista.  
Diferenciação
Um detalhe observado pelo profissional da M.Cassab é que cada fase do animal requer uma dieta diferenciada para garantir a modulação do rúmen para suas necessidades. Ele explica que cada categoria tem um requerimento nutricional diferente e tem consumos também diferentes, o que requer equilíbrio diferente de nutrientes. Pereira exemplifica: uma vaca recém-parida que está produzindo muito leite: para manter esta alta produção ela precisa de muitos nutrientes e em contrapartida ela está num momento em que ela não consegue comer o suficiente para isso. “Nós, nutricionistas, precisamos então concentrar estes nutrientes num volume menor de consumo e, para isso, a única saída é fornecer mais ração concentrada. Se sobrar pouco espaço no consumo para a parte fibrosa (forragens), este animal certamente será um sério candidato a ter uma acidose ruminal, se não forem usados recursos nutricionais que previnam a produção excessiva de ácidos no rúmen”, explica. 
Já uma vaca quando não está produzindo leite (está seca), a demanda nutricional dela é baixa e quase que só a forragem consegue atender a esta demanda, necessitando de bem pouca ração concentrada. “Uma dieta como esta, com alta forragem (alta fibra) e pouco carboidrato, não leva o rúmen a riscos de acidose”, acrescenta.
Dieta
O gerente de Mercado da M.Cassab destaca que um desequilíbrio na modulação do rúmen pode acarretar vários problemas. Um deles é a acidose ruminal, que desencadeia vários outros problemas, como queda de consumo e diminuição da digestibilidade dos alimentos, com consequente queda de produção de leite e/ou carne. Ele ainda expõe detalhes sobre a mudança da alimentação no período seco, principalmente no Sudeste e Centro-oeste brasileiro. “A forragem verde no verão ou seca no inverno tem níveis de fibras e de nutrientes muito diferentes. E se chega ao rúmen um alimento diferente, a resposta deste quanto aos parâmetros de fermentação microbiana vai ser também bastante diferente”, explana. Por isso é que se fazem ajustes nas dietas em função da época do ano para animais manejados a pasto e que se usam complementos alimentares diferentes (os suplementos) nestas distintas épocas do ano. E o produtor não deve se furtar disso.
Pereira explica que o excesso de carboidrato no rúmen causa a queda do pH, levando à acidificação ruminal. A boa notícia é que existem formas de contornar esta situação. Segundo ele, uma delas é o uso de tamponantes, que são substâncias que não deixam o pH cair muito (abaixo de 6,0), mantendo um ambiente ruminal ainda favorável para as bactérias se desenvolverem bem. 
Ademir Pereira frisa que o objetivo dos tamponantes é manter estável (e próximo de neutro) o pH ruminal. Com isso tem-se a vantagem de otimizar a produção microbiana e consequentemente fazer com que o animal produza mais carne e/ou leite. Os tamponantes agem ligando-se quimicamente ao ácido que está em excesso no rúmen, anulando o efeito deletério deste excesso.  
Bicarbonato
Por outro lado, o especialista menciona que o uso do bicarbonato de sódio de forma equilibrada e em quantidade adequadas não interfere no processo de comercialização do leite e carne de animais que o consumiram. Utilizado adequadamente, o bicarbonato age somente no ambiente ruminal e não interferirá nas características organolépticas da carne e/ou leite. 
O zootecnista ressalta que existe, sim, um efeito indireto do bicarbonato de sódio que pode interferir na composição do leite, mas de forma positiva. Ao manter estável o pH do rúmen com o uso do bicarbonato de sódio na dieta, há um aumento de algumas bactérias que produzem ácido acético no rúmen e este ácido é o precursor da gordura do leite. Assim, animais que usam dietas com tamponamento feito com bicarbonato de sódio, tendem a ter um leite com maior percentual de gordura e a produção de leite corrigida para gordura pode aumentar, apesar de muitas pesquisas não mostrarem haver aumento na quantidade total diária de leite produzido pela vaca.
Leia a reportagem completa na edição impressa de O Presente Rural ou na edição on-line:

Fonte: Luciany Franco – O Presente Rural

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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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Produção de leite no Brasil se mantém estável e polos regionais se destacam

Produção nacional alcançou 35,74 bilhões de litros em 2024, com liderança do Sudeste, crescimento expressivo do Nordeste e destaque do Oeste Catarinense e municípios do Paraná entre os maiores produtores.

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Foto: Divulgação/Arquivo OP Rural

A produção de leite no Brasil manteve estabilidade em 2024 e evidenciou a força regional da atividade, conforme dados atualizados do IBGE. O levantamento mostra que o país produziu 35,74 bilhões de litros no ano passado, ligeiro avanço frente aos 35,25 bilhões registrados em 2023.

O destaque ficou com a Região Sudeste, que liderou a oferta nacional com 12,03 bilhões de litros, o equivalente a 34% de toda a produção do país. Em seguida aparecem as Regiões Sul, com 11,95 bilhões de litros (33%), e Nordeste, responsável por 6,43 bilhões (18%). O desempenho nordestino chamou atenção: a região registrou o maior crescimento entre as cinco grandes regiões, com alta de 5% na comparação anual. O Sudeste cresceu 3% e o Sul, 1%.

Na direção oposta, Centro-Oeste e Norte tiveram retrações de 3% e 5%, respectivamente, somando 3,66 bilhões e 1,67 bilhão de litros em 2024.

Oeste Catarinense segue entre os maiores polos leiteiros do país

Foto: Arnaldo Alves/AEN

A análise por mesorregiões reforça a importância do Sul na atividade. O Oeste Catarinense ocupou a segunda posição entre as dez maiores regiões produtoras, com 2,54 bilhões de litros. O volume fica atrás apenas do Noroeste Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul, que liderou com 2,73 bilhões de litros.

Juntas, as duas mesorregiões responderam por 15% de toda a produção nacional. Outras regiões de destaque foram o Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (2,41 bilhões) e o Sul/Sudoeste de Minas (1,67 bilhão).

Municípios do Paraná e de Minas Gerais dominam o ranking nacional

Entre os dez maiores municípios produtores do Brasil, aparecem cidades dos estados do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Sergipe. Essas localidades somaram 1,94 bilhão de litros em 2024, representando 5% da produção nacional.

Castro (PR) manteve a liderança com 480 milhões de litros, seguido de Carambeí (PR), que produziu 290 milhões. Minas Gerais também marcou forte presença no ranking, com Patos de Minas (230 milhões), Patrocínio (160 milhões), Coromandel (140 milhões) e Lagoa Formosa (140 milhões).

A lista inclui ainda Itaíba (PE), Arapoti (PR), Orizona (GO) e Poço Redondo (SE), todos com produção entre 120 e 130 milhões de litros.

Os números reforçam a pulverização da atividade leiteira no país e a importância de polos regionais consolidados, que seguem impulsionando a produção mesmo em um cenário de crescimento moderado.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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Chuva eleva pressão de parasitas e exige reforço sanitário na pecuária

Alta umidade favorece verminoses e doenças como clostridioses e tristeza parasitária, aumentando riscos produtivos e a necessidade de vacinação e controle estratégico.

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Fotos: Shutterstock

O período das chuvas, que normalmente se estende do fim da primavera ao início do outono, representa uma fase de alta umidade e temperaturas elevadas nas principais regiões pecuárias do Brasil. Essas condições, embora benéficas para o crescimento das pastagens, favorecem a multiplicação de parasitas gastrointestinais e vetores de doenças, tornando indispensável a intensificação dos cuidados com vacinação e vermifugação do gado.

De acordo com Rodrigo Costa, que atua na área nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, essa combinação de fatores pode gerar prejuízos significativos. “A umidade favorece a sobrevivência de ovos e larvas de vermes no pasto, além de criar condições ideais para a disseminação de agentes infecciosos, como bactérias e vírus. Estes fatores elevam o risco de contaminações e comprometem o desempenho produtivo dos animais. Se não houver um bom controle sanitário, o produtor pode enfrentar queda na produção de leite e carne e aumento dos custos com tratamentos corretivos”, alerta.

Entre as doenças com maior incidência nessa época do ano estão as clostridioses, como o carbúnculo sintomático (manqueira) e as enterotoxemias, que tendem a se agravar com a ingestão de pastagens muito ricas, favoráveis ao desenvolvimento das bactérias clostridiais e à produção de toxinas.

Também merecem atenção a leptospirose, que se espalha em áreas úmidas através da urina de roedores e afeta a reprodução do rebanho, e as hemoparasitoses, como a anaplasmose (tristeza parasitária bovina) e a babesiose, transmitidas por carrapatos. Além delas, há o risco de verminoses gastrointestinais (principalmente Haemonchus contortus e Trichostrongylus spp.), que causam anemia, diarreia e perda de peso, e o aumento de moscas como a mosca-dos-chifres.

Segundo Costa, o calendário de vacinação é uma das principais ferramentas para preservar a saúde do rebanho e evitar prejuízos econômicos. “Manter o protocolo vacinal em dia é essencial para prevenir surtos de doenças que podem comprometer a rentabilidade da fazenda. Em regiões onde a vacinação é obrigatória, como no caso da febre aftosa, o não cumprimento pode gerar penalidades legais e restrições comerciais”, menciona.

O profissional reforça ainda que o controle parasitário deve ser feito conforme o perfil do rebanho e o histórico da propriedade. Bezerros e animais jovens, por exemplo, são mais vulneráveis e devem ser vermifugados a cada 60 a 90 dias. Já os adultos podem ter intervalos maiores, desde que o nível de infestação esteja sob controle. “O ideal é realizar exames de fezes (OPG – ovos por grama) para identificar o grau de contaminação e definir o vermífugo mais indicado. Também é importante alternar os princípios ativos, evitando o desenvolvimento de resistência dos parasitas aos medicamentos”, orienta.

Entre os sinais de alerta para possíveis infestações estão diarreia crônica, emagrecimento, mucosas pálidas e pelos arrepiados. Em casos de falhas na imunização, podem surgir doenças em animais já vacinados, situação que pode indicar uso de vacinas malconservadas, vencidas ou aplicadas de forma incorreta. “Ao identificar qualquer anormalidade, o produtor deve buscar o suporte de um veterinário ou técnico para confirmar o diagnóstico por exame clínico e laboratorial, além de revisar os protocolos de vacinação e vermifugação”, ressalta Costa.

A escolha e aplicação corretas dos produtos também são determinantes para a eficácia dos tratamentos. É fundamental optar por vacinas e vermífugos registrados no Ministério da Agricultura, observar o armazenamento adequado (geralmente entre 2 e 8°C) e garantir que a aplicação seja feita com equipamentos limpos e calibrados. “Esses cuidados simples fazem toda a diferença. Aplicações malfeitas ou produtos malconservados podem comprometer a imunidade do rebanho e gerar desperdícios”, salienta.

Costa ainda destaca o papel da assistência técnica no planejamento sanitário das propriedades. “O apoio de profissionais capacitados ajuda o produtor a montar um cronograma eficiente de vacinação e controle parasitário, de acordo com a realidade de cada fazenda. Além disso, o acompanhamento especializado permite avaliar continuamente os resultados, ajustar as estratégias e auxiliar na seleção de produtos de melhor custo-efetividade para garantir a saúde e a produtividade do rebanho”, evidencia.

Fonte: Assessoria Axia Agro
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