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Avicultura

Produtor e veterinária dão dicas para cama com qualidade

Cama deve ter mesma atenção e cuidados que a produção alojada no aviário, já que é uma das principais responsáveis pelo bem-estar da ave durante sua estadia na granja

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Uma preocupação que ainda é grande entre profissionais da avicultura é a qualidade da cama dos aviários. Tendo que atender diversas especificidades para garantir bem-estar e saudabilidade às aves, a cama necessita de tanta atenção quanto a produção que está ali alojada. Porém, muitas vezes, preocupado com outros detalhes, o produtor acaba deixando o assunto em segundo plano, o que pode causar diversos problemas às aves e até comprometer toda a produção.

Der acordo com a médica veterinária Camila Parada, o material mais indicado para ser utilizado para fazer a cama do aviário é a maravalha, já que oferece as características que a cama necessita, como maciez e secura. “O principal objetivo da cama é absorver a umidade do ambiente, dos equipamentos e das fezes das aves, além de ajudar com que as aves se aqueçam e se refresquem”, esclarece a médica veterinária.

A profissional recomenda que, para melhor qualidade da ave, a cama deve ter aproximadamente 10 centímetros de espessura. Ela ainda acrescenta que a parte de maior espessura deve estar na área do pinteiro.

E para ter uma produção com qualidade e sem riscos sanitários, esses são os passos seguidos pelo avicultor de Mercedes, no Oeste do Paraná, Paulo De Ávila. Com três granjas, o produtor segue à risca as instruções repassadas pela profissional. “Eu uso a maravalha, que é um pouco mais cara que outros materiais, porém oferece um ótimo custo/benefício. Também cuido para que a parte do pinteiro fique com uma espessura um pouco maior, já que o pé do pintinho é mais delicado”, afirma.

O produtor conta que ele usa a mesma cama para até 15 lotes, mas explica que o descarte é imediato caso ocorra problemas sanitários nos lotes. “A mesma cama é utilizada de 12 a 15 lotes, porém, se algo aconteceu durante algum lote, como uma doença ou outro problema, ela é trocada”, conta Ávila. E isso é essencial para manter a sanidade, afirma Parada. “Devido ao alto custo na aquisição da maravalha, é permitido que sejam feitos até 15 lotes com uma mesma cama. Caso ocorra uma doença sanitária, entretanto, independente de quantas vezes a cama tenha sido utilizada, é feita a remoção total e também a desinfecção da granja por completo”, diz.

Cuidados

Camila reforça que o produtor deve ficar sempre muito atento à cama e às necessidades de cuidados, já que ela é fundamental para que a produção não seja comprometida. “Durante o lote é de suma importância que o produtor bata a cama diariamente, sempre que for necessário, para promover uma sensação de conforto às aves, evitando com que elas tenham calo de pé e calo de peito. O produtor deve batê-la até que as aves completem uns 30 dias para evitar possíveis arranhaduras nas aves pelo fato delas se assustarem e se estressarem com o batedor de cama”, conta.

A profissional ainda acrescenta que não existe uma quantia exata de quantas vezes a cama deve ser batida para ficar macia e seca. “O produtor precisa bater quantas vezes forem necessárias, e esse processo geralmente é feito até três dias antes de o produtor começar a montar a área do pinteiro para recebimento das aves”, diz.

Para que a qualidade da cama esteja assegurada, o manejo é composto de outras ações básicas. Camila informa que se for o primeiro alojamento na cama nova, é importante que ela seja esparramada no chão do galpão quando estiver seco, para evitar que ocorra contaminação por fungos.

O produtor também deve fazer a remoção dos torrões e cascões, ou seja, todas as partes úmidas da cama, durante o intervalo entre os lotes. “Esse material deve ser levado até a composteira e utilizado para cobrir as aves mortas”, conta Camila. Ainda durante o intervalo entre um lote e outro, o avicultor deve realizar a queima das penas, com o auxílio de um lança-chamas, para evitar possíveis doenças que possam ficar alojadas nas penas. “Em seguida, o produtor deve começar o processo de mexer na cama com o auxílio de um batedor de cama”, complementa.

A médica veterinária ainda destaca que em dias chuvosos e de alta umidade é ideal que sejam ligados os exaustores do aviário para manter a qualidade da cama. “Isso auxilia na secagem da cama, fazendo com que reduza os níveis de amônia, evitando possíveis problemas respiratórios e cegueira nas aves quando forem alojadas”. Camila ainda diz que além destes processos, é preciso usar inseticidas e dessecantes na cama, além de controladores de amônia, para evitar a penetração de agentes externos. “Esse processo auxilia no controle de moscas, mosquitos, cascudinhos e também na secagem da cama”, afirma.

Para garantir total qualidade, outro manejo importante, segundo Camila, com um intervalo entre 15 e 18 dias, é a fermentação da cama, que auxilia no controle e redução bacteriana. “Esses são alguns passos que podem parecer clichês para os avicultores, porém, se eles esquecerem de realizar qualquer um destes passos, ou não dar a atenção devida à cama, ele estará comprometendo toda a produção”, afirma a veterinária, que reforça a importância de limpar e desinfetar a granja após a retirada de uma cama.

Na Terra e no Bolso

Após a limpeza do aviário, a cama que foi retirada pode ser utilizada pelo avicultor como adubo para a lavoura. No caso do produtor de Mercedes, ela ainda gera renda extra. “Eu vendo 30% da cama dos meus aviários. Os outros 70% eu utilizo na minha lavoura. Conseguimos até um bom preço pela cama de qualidade, já que ela é um ótimo adubo para a plantação. Se você cuida bem dela, ela se torna muito rentável”, comenta De Ávila.

 

Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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