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“Produtor deverá ficar atento aos movimentos e perspectivas do mercado de grãos”, afirma consultor da ABCS

Consultor de mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado, declara que custos de produção deverão continuar em alta em 2021

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Arquivo/OP Rural

As expectativas para 2021 são grandes, considerando todos os acontecimentos trazidos pela pandemia do Coronavírus em 2020. O setor suinícola foi bastante afetado no início do ano, cenário que mudou no segundo semestre, quando o consumo, exportação e preços pago ao produtor melhoraram. Segundo dados do Cepea, para 2021, a expectativa é de que, mesmo com o custo de produção elevado, o balanço positivo do ano passado se repita. A demanda externa por carne suína deve continuar firme, sustentada pelas compras chinesas, ao passo que a procura interna deve ser favorecida pela possível retomada econômica.

 Para entender um pouco mais o que os atores do agronegócio nacional esperam da suinocultura nacional em 2021, a reportagem de O Presente Rural conversou com o consultor de mercado da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Iuri Pinheiro Machado. Para ele, uma coisa é certa: os custos de produção, capitaneados pelo milho e farelo de soja, continuarão em alta e o produtor deverá ficar atento aos movimentos e perspectivas do mercado de grãos.

O Presente Rural – Como foi o ano de 2020 para a suinocultura nacional?

Iuri Pinheiro Machado – O primeiro semestre foi muito desafiador e instável. A Covid-19 num primeiro momento, entre março e maio de 2020, com as medidas restritivas e fechamento de restaurantes e bares, determinou uma queda drástica na procura, sendo que muitas granjas tiveram que reter animais ou vender por preço muito abaixo do custo. Aos poucos a demanda foi retornando à normalidade e, a partir de junho, as margens se tornaram positivas, não somente pelo mercado interno, mas também pelas exportações em volumes recorde. Por outro lado, os insumos estiveram em alta desde o início do ano, determinando custos de produção muito elevados. No balanço final, as margens positivas do segundo semestre compensam os prejuízos do início do ano. Mesmo com a exportação recorde e todos os problemas gerados pela pandemia, estima-se que o consumo per capita ano de carne suína do brasileiro em 2020 tenha sido recorde.

O Presente Rural – Quais foram os maiores desafios enfrentados pelo setor no decorrer do ano?

Iuri Pinheiro Machado – Sem dúvida, o maior desafio foi a pandemia de covid-19, que colocou em risco a saúde e a vida de todos. O setor, tanto nas granjas, quanto nos frigoríficos, conseguiu proteger seus colaboradores e manter a cadeia produzindo, sem interrupção da produção, como aconteceu em outros países grandes produtores que chegaram a ter que sacrificar animais devido ao fechamento temporário de frigoríficos. Outro desafio foi o custo de produção com milho, soja e insumos importados com preços elevados pela cotação do dólar e a alta demanda internacional.

O Presente Rural – O setor atingiu ou ultrapassou as expectativas?

Iuri Pinheiro Machado – Ainda não existem dados consolidados de abate de todo ano, mas projeta-se um crescimento na produção em 2020 ao redor de 7% em relação à 2019 em peso de carcaças, um crescimento muito expressivo. As exportações cresceram quase 40% em relação ao ano anterior, batendo recorde e ultrapassando 1 milhão de toneladas no ano (in natura e processados). No mercado interno, com o boi gordo em preços muito elevados, a carne suína aumentou sua participação na mesa do brasileiro. Diante deste cenário é possível afirmar que as expectativas foram superadas.

O Presente Rural – Há intenção e conversas para abrir novos mercados para o suíno brasileiro?

Iuri Pinheiro Machado – Além da China, Hong Kong e Cingapura, que em 2020 representaram mais de 73% das exportações brasileiras, o Vietnam aumentou muito as importações de carne suína do Brasil, representando pouco mais de 4% do total. Os países da América do Sul, como Chile, Uruguai e Argentina também compram volume considerável (juntos somaram mais de 11% em 2020). Fora estes, nada se compara ao potencial de grandes compradores como Coreia do Sul, México e Japão, mercados os quais ainda vendemos volumes irrisórios e que estão entre os maiores importadores do mundo depois da China. Estes três países são muito rigorosos com a questão sanitária, exigindo que a origem da carne seja de locais livres de febre aftosa sem vacinação, condição a qual o Brasil está paulatinamente evoluindo, com a agregação de mais unidades federativas (dentre elas RS e PR em 2020) a este status que, até pouco tempo, somente o Estado de Santa Catarina detinha. Isto deve determinar uma melhor condição de negociação com estes destinos para os próximos anos.

O Presente Rural – Quais são as expectativas para o mercado interno?

Iuri Pinheiro Machado – Há muitas incertezas quanto ao comportamento esperado do preço do suíno em 2021. Vários fatores podem interferir. Positivamente a falta de boi no mercado continuará pressionando os preços de todas as carnes para cima; também as exportações em patamares altos contribuem para elevar os preços pagos ao produtor aqui. Por outro lado, o ritmo da economia em um cenário de pandemia ainda é preocupante e a produção de suínos deve continuar crescendo em 2021, ou seja, pode ser que em determinados momentos a oferta maior que a procura determine margens pequenas ou até negativas para o suinocultor. Sem dúvida, a velocidade do controle da pandemia (vacina) e a retomada da economia como um todo, com geração empregos e renda será fundamental para garantir a demanda necessária para absorver a nossa produção, pois mesmo com a exportação em alta, o mercado doméstico ainda responde por 80% de toda produção. Uma coisa é certa, os custos de produção, capitaneados pelo milho e farelo de soja, continuarão em alta e o produtor deverá ficar atento aos movimentos e perspectivas do mercado de grãos.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de fevereiro/março de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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