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Produtor deve triplicar faturamento de açude unindo camarão à tilápia

“Nesse espaço de 7,5 mil metros quadrados, devo tirar R$ 15 mil com a tilápia e faturar mais de R$ 30 mil com o camarão”, revela produtor

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O mês de outubro é “oficialmente” o início da temporada do camarão de água doce no Paraná. Passadas as temperaturas baixas do inverno, produtores começam a alojar as pós-larvas do crustáceo – equivalente ao alevino –  nessa atividade que está atraindo cada vez mais produtores. O cultivo de camarão se solidificou no ano passado do Estado, com a criação de um laboratório em Palotina, PR, o segundo do gênero no Brasil, que oferece as larvas para os produtores. Neste ano 2017/18, o faturamento das fazendas deve aumentar.

Quem já faz os cálculos é Edmilson Zabott, que povoou dois de seus tanques escavados com 18 mil crustáceos, em sistema de policultivo com as tilápias. De acordo com o produtor de Palotina, que já faz testes com o camarão desde 2009, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), em seis meses ele espera faturar cerca de R$ 30 mil com o crustáceo, “só com o custo da pós-larva e um saco de ração”, conta. De acordo com a Lacqua, o milheiro da pós-larva custa em torno de R$ 250.

“Esse ano vou apostar mais no camarão por dois motivos: rentabilidade e proteção do nosso bem mais precioso, que é a água”, revela Zabott. Ele conta que os 55 mil metros quadrados de lâmina d’água da fazenda produzem 120 toneladas de tilápia por ano, mas o potencial é para 250 toneladas/ano. Segundo Zabott, que aloja em torno de cinco peixes por metro cúbico, se trabalhasse com o máximo potencial, em pouco tempo perderia a qualidade da água por conta da matéria orgânica e gases que se formariam. Captada de dois rios que cercam a fazenda, a água enche 12 tanques escavados do produtor.

Solução

Foi no camarão que Zabott encontrou a solução que esperava: ganhar mais por hectare sem poluir a água. E não é pouco que o produtor espera faturar. No consórcio da tilápia com o camarão, os tanques, que segundo seus cálculos renderiam cerca de R$ 15 mil, agora devem render R$ 45 mil. “Nesse espaço de 7,5 mil metros quadrados, devo tirar R$ 15 mil com a tilápia e faturar mais de R$ 30 mil com o camarão, isso num preço bem baixo, de R$ 40 o quilo, vendendo na porta de casa, porque nem dá tempo de fazer a despesca e já tem gente querendo comprar”, explica. Ele comenta que alojou três camarões e quatro tilápias por metro cúbico.

O produtor comenta, porém, que não é somente o lucro que o fez voltar as atenções para o crustáceo. Nitidamente preocupado em uma produção ambientalmente correta, Zabott aborda as características benéficas que o animal oferece ao meio ambiente em que vive. “O camarão filtra a água com excelência, além de consumir todo o alimento que os peixes não comem e ficariam no fundo do açude”, cita. Ele explica que ao comer os restos de ração depositados no fundo dos açudes, o crustáceo evita a fermentação dessa ração e consequente liberação de gases poluentes para a água. Essa alimentação já é suficiente para que o camarão cresça até cerca de 60 gramas, em seis meses. “Vou fazer a despesca em maio. Estou bem otimista e confiante”, descreve o produtor.

Zabott, produtor diversificado por natureza, acredita que o camarão pode ser uma excelente estratégia para aumentar os lucros das propriedades, mantendo a qualidade da água. “Eu gostaria de ver o camarão em todos os municípios lindeiros (ao Lago de Itaipu). No Oeste do Paraná já somos bons produtores de tilápia. Fazer o consórcio com o camarão seria bom para todo mundo”, afirma.

Requintado

A espécie escolhida tem um nome esquisito: Macrobrachium rosenbergii, mas, segundo o produtor, tem um sabor inigualável, “mais próximo ao gosto de carne rã do que com o camarão marinho”. “É uma carne requintada, de excelente qualidade e sabor, e de alto valor agregado”, cita. Zabott explica que o desenvolvimento dessa nova cadeia no Oeste do Paraná pode se beneficiar da rede hoteleira e gastronômica presente na região de fronteira. “Já tem muito hotel internacional querendo nosso camarão”, assegura.

Além de Palotina, há produtores em outros municípios, como Santa Helena, Nova Santa Rosa e até em Londrina, na região Norte. De acordo com a Laqua, já foram feitas vendas para os três estados do Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e até para o Paraguai. Além do policultivo, o camarão também pode ser produzido sozinho (monocultivo), com uma densidade populacional mais elevada.

O Camarão

A LACQUA tem inicialmente uma capacidade de produção de até 10 milhões de pós-larvas/ano, da espécie Macrobrachium rosenbergii, originária da Ásia e introduzida no Brasil em 1977. Em viveiros de água doce, cada animal pode atingir até 50 gramas de carne, dependendo do tempo despendido para a criação.

O cultivo pode ser individual ou em consórcio. No monocultivo são estocadas pós-larvas ou juvenis. Em regiões de clima temperado, a estocagem é feita na primavera (fim de setembro e início de outubro) e a despesca é feita no outono (abril, maio). Nas regiões de clima tropical, o cultivo pode ser feito durante todo o ano.

O policultivo é a produção simultânea, em um mesmo viveiro, com outras espécies aquáticas, como a tilápia, por exemplo. Nesse sistema, o produtor pode maximizar a produtividade e a rentabilidade usando um mesmo espaço na propriedade. Além de maior retorno financeiro, o camarão oferece outros benefícios, como a manutenção da qualidade da água, já que consome sobras de ração deixadas pelos peixes que se depositam no fundo do viveiro.

Fonte: O Presente Rural

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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