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Produtor de ovos enxerga na energia fotovoltaica mais uma forma de reduzir custos

“Estamos muito contentes com esse bom momento na avicultura, esperamos que continue assim nos próximos anos”

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Foto: Divulgação/Família Weber

O setor do agronegócio tem impulsionado o crescimento da energia solar no Brasil, encontrando nessa fonte uma solução para minimizar os custos na produção de alimentos. Com despesas mensais de energia elétrica variando entre R$ 1,2 mil a R$ 2 mil, o casal de agricultores Wilfried e Lídia Weber, que atua de forma independente desde 2016 na avicultura de postura em sua propriedade localizada em Nova Santa Rosa, no Oeste do Paraná, tem planos de implementar um sistema de geração de energia solar até o final de 2024. “Ainda não realizamos a instalação devido aos preços baixos da soja e do milho neste momento. Optamos por aguardar uma valorização desses grãos antes de comercializá-los, possibilitando, assim, a implementação do sistema de energia solar, que hoje é a nossa principal prioridade”, menciona Wilfried.

De acordo com o produtor, para atender às demandas energéticas da propriedade será necessário a instalação de aproximadamente 50 placas fotovoltaicas, implicando em um investimento que pode chegar a R$ 100 mil. “É um investimento significativo, mas que a curto prazo se paga. Estimo que após a instalação teremos que pagar apenas a taxa de energia elétrica rural e o valor que hoje gastamos podemos investir em melhorias tanto no aviário como na produção de grãos”, expõe.

Com uma produção entre 1,5 mil a 1,8 mil ovos/dia, a família Weber entrega duas vezes por semana cerca de 150 dúzias no comércio local do município, ao preço de R$ 8 cada bandeja com 12 unidades. “Temos duas mil galinhas poedeiras, mas apenas em torno de 90% produzem ovos, por isso essa variação. As entregas são programadas todas as segundas e quintas-feiras em supermercados, panificadoras e lanchonetes de Nova Santa Rosa, dificilmente temos ovos para vender direto para o consumidor”, afirmam os produtores.

O ano de 2023 foi positivo para o setor de poedeiras no Brasil. O custo de produção diminuiu significativamente, devido à queda dos preços dos insumos, como milho e soja. As vendas também aumentaram, impulsionadas pelo crescimento do consumo, tanto no mercado interno quanto no externo.

O custo de produção de um ovo no Brasil é estimado em cerca de R$ 0,80. Com a queda dos preços dos insumos, o custo caiu para cerca de R$ 0,50. “Comercializamos a dúzia de ovos a R$ 8, o que gera um lucro médio de R$ 5,60. É uma margem muito boa, estamos bem satisfeitos porque tem uma demanda bastante grande, inclusive se tivesse mais ovos iríamos vender tudo”, enfatiza.

Como a renda da população diminuiu no ano passado levou as pessoas a buscar alimentos com preços mais acessíveis, como o ovo, fator esse que levou ao crescimento de 6,5% do setor, com o consumo per capita atingindo 242 ovos no Brasil. “Resultados que revelam o quanto a nossa atividade cresceu em 2023, reflexo da queda dos principais insumos usados na produção de ração animal ao mesmo tempo em que as vendas e o consumo aumentaram. Estamos muito contentes com esse bom momento na avicultura, esperamos que continue assim nos próximos anos”, anseiam.

Produtores de grãos e aves de postura, Wilfried e Lídia Weber: “Comercializamos a dúzia de ovos a R$ 8, o que gera um lucro médio de R$ 5,60”. Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Selo de certificação

Os produtores contam que trabalham de forma independente na avicultura de postura e apesar das adequações feitas na propriedade ainda não conseguiram o selo de certificação do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) para comercializar os ovos para outros municípios do Paraná. “É muito difícil se enquadrar dentro de todos os requisitos de sanidade exigidos pelo Ministério da Agricultura para conseguir a autorização para vender em outros municípios. Já estamos neste processo há mais de dois anos”, salienta Wilfried, enfatizando: “Sem o Susaf só podemos vender dentro de Nova Santa Rosa, o que também dificulta o nosso crescimento”.

Fábrica de ração própria

Em uma área de 180 hectares produzem milho e soja, grãos que utilizam para produção própria de cinco toneladas de ração por semana e o excedente dos grãos são comercializados nas cooperativas Coamo e Primato. “Fomos por 32 anos produtores independentes de suínos, por isso temos uma fábrica própria de ração, que estava parada, quando iniciamos na avicultura de postura reativamos a fábrica e com isso conseguimos reduzir nosso custo com a alimentação das aves e obter uma melhor rentabilidade com a venda dos ovos”, aponta Wilfried.

Falta de chuvas e calor afeta produção da soja

Chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas influenciaram de maneira negativa tanto no plantio como no desenvolvimento das lavouras de soja no Brasil. “Quem plantou a soja logo que a janela de plantio começou não terá uma redução tão expressiva, porém, para quem plantou mais tarde, já se fala de uma quebra em torno de 40% nas lavouras de soja”, lamenta Wilfried.

No levantamento divulgado em janeiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma redução de 4,2% em relação às 162 milhões de toneladas de soja das primeiras projeções. “A atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos. As dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que geram incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores”, pondera o superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Aroldo Antonio de Oliveira Neto.

No Paraná, o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), Marcelo Garrido, afirma que a cultura poderá ficar abaixo de 20 milhões de toneladas. Pelo último relatório, o Deral observou que 97% dos 5,8 milhões de hectares plantados ainda estavam no campo. Desse total, apenas 64% estavam classificados como em boas condições. “Já há perdas consolidadas. O mercado está apreensivo, mas precisamos ter cautela, porque isso influencia no preço”, ponderou Garrido.

Wilfried diz que deve registrar em sua propriedade um volume menor de grãos colhidos em relação a última safra, mas o que o preocupa agora é o preço da saca de soja. “Em meio a colheita verificamos uma queda no preço da soja, o que nos deixa ainda mais apreensivos. Esse é um período em que concluímos a venda da soja do ciclo anterior para poder armazenar a nova safra. Além disso, o alto custo de produção impõe a necessidade de comercialização, porque a falta de espaço para armazenagem impede que a gente segure o produto por mais tempo”, relata o produtor.

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Fonte: O Presente Rural

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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