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Produtor de ovos deve se orientar pelo consumidor, não por ONGs, alerta Santin

Bem-estar animal é importante fator na produção de ovos, e que vem sendo muito discutido. Entidades defendem que a forma de produção deve ser feita para atender ao que o consumidor está exigindo

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Arquivo/OP Rural

A produção de ovos no Brasil vem aumentando anualmente. Segundo dados divulgados em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da pesquisa de Estatística da Produção Pecuária, em 2018 o país produziu 3,6 bilhões de dúzias de ovos de galinha, um aumento de 8,6% em relação a 2017. Para produzir tanto ovo são necessários dois itens importantes: demanda vindo do consumidor e trabalho duro do avicultor. Estes dois itens andam de mão dadas para atender a toda a cadeia produtiva.

Um ponto importante que vem sendo muito cobrado sobre mais informações do consumidor é quanto ao bem-estar animal, como estes ovos são produzidos. Dessa forma, para atender a todos os mercados, diferentes formas de produção vêm acontecendo: tradicional, cage-free, free-range, entre outras. “Nós respeitamos todas as formas de produção. São opções do consumidor, as alternativas e formas como ele quer que seu alimento seja produzido. Nós, como setor, apoiamos todas as formas. Porém, não existe uma que seja melhor que a outra”, opina o diretor executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e presidente do Conselho Diretivo do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin.

Segundo o diretor, algo que o setor de produção de proteína animal vem enfrentando bastante, principalmente nos últimos anos, é quanto a grande exigência de bem-estar animal na produção da proteína, inclusive de ovos. “Existe uma opinião que às vezes vem do consumidor, às vezes de ONGs, no sentido de novas formas de produção que alguns entendem que são melhores formas de bem-estar. Porém, é importante entender que o bem-estar não se compõe somente de uma galinha estar ou não em determinada forma de criação, ou seja, ser livre ou não de gaiolas”, afirma.

Ele explica que é necessário que todos entendam que o bem-estar animal envolve diversos elementos, e não somente um único ponto. “BEA envolve também não faltar comida, estar em um ambiente com uma temperatura térmica adequada, ter cuidados sanitários, não deixar o animal ficar doente, e se ficar que não sofra. Tem uma série de itens e eles devem ser atendidos todos da mesma forma”, comenta.

Em relação à produção dos ovos, de acordo com Santin, isso varia bastante quanto ao mercado que está sendo atendido, ou seja, ao que o consumidor está buscando no momento da compra da proteína. “Há nichos de mercado em que os consumidores dizem querer ovo somente de galinhas de penas vermelhas, ou seja, o ovo vermelho. É sabido que o ovo vermelho e o branco têm absolutamente as mesmas características organolépticas e nutricionais, mas tem a cor diferente. Um é mais caro que o outro. Mas tem a ver com o que o consumidor quer”, comenta. Ele explica que o que a ABPA e o Instituto Ovos Brasil desejam mostrar é que as entidades respeitam todos os sistemas de produção. Porém, esta produção não pode ser determinada por um pequeno grupo de pessoas. “É o consumidor quem manda. Ele, quando compra e paga, muitas vezes mais pelo produto, é quem decide como vai ser. Então, se o consumidor não quer exercer esse pagamento a mais por conta deste tipo de produção, não é um pequeno grupo que vai determinar como o avicultor vai produzir ou como o consumidor vai consumir”, afirma.

Para Santin, este é o ponto principal que deve ser discutido na cadeia. “É importante frisar que não somos contra o bem-estar animal, bem o contrário disso. Não somos contra os protocolos de bem-estar. Nós buscamos atender ao máximo ao que é exigido. Mas é necessário ter atenção de que primeiro temos que pensar na eficiência disso, além da necessidade que temos em alimentar o Brasil e o mundo”, defende.

Consumidor decide

Ele justifica que atualmente o avicultor está produzindo uma proteína que é acessível a toda a população, essencial para o bom desenvolvimento das crianças e que ajuda na velhice. “E vem um pequeno grupo que exige que a proteína seja produzida de uma determina forma ou outra, fazendo assim com que o produto fique mais caro e as pessoas, principalmente de baixa renda, não consigam mais consumir”, afirma. Segundo ele, é este tipo de exigência que as entidades não irão permitir que sejam impostas sobre o produtor. Santin destaca que atender a determinadas exigências faz com que o custo de produção do avicultor aumente, e assim, consequentemente, também o custo que é repassado ao consumidor.

O diretor reitera que o avicultor está atendendo as normas mínimas de bem-estar animal. “Eu não estou falando que fazer cage-free ou free-range não é bem-estar. Mas temos que ver certos pontos que são importantes”, destaca. Entre os detalhes citados por ele estão, por exemplo, na utilização do free-range o produtor abrir mão da sanidade, uma que vez que ele perde o controle de contato com aves silvestres, doenças ou mesmo com algo que o frango pode vir a comer.

De acordo com Santin, o setor de produção da proteína deve entender que é necessário produzir aquilo que o consumidor quer comprar. “Nessa forma de produção, se vou fazer em gaiolas, cage-free, free-range ou orgânico, o importante é fazer da forma que o cliente irá comprar e da forma que ele está disposto a pagar. O setor como um todo vai produzir o que o consumidor quer, e não o que alguns poucos vão dizer como deve ser feito”, afirma.

O ovo no Brasil

Além do aumento de 8,6% na produção de ovos, o Brasil vem também aumentando anualmente o seu consumo per capita da proteína. “O crescimento do consumo nos últimos 10 anos foi bastante significativo. Há uma década o consumo era de aproximadamente 120 ovos per capita. Hoje esse número aumentou para 212 ovos per capita. Isso, principalmente, porque caiu o mito de que o ovo produz colesterol, de que é uma proteína que faz mal”, comenta. Santin afirma que existe algo chamado qualificação de consumo, e atualmente o consumo de ovo pelo brasileiro é bastante qualificado, já que as pessoas comem ovo porque sabem que faz bem.

O diretor informa que o objetivo é fazer com que o país melhore a exportação de ovo, seja in natura ou processado. “Porque hoje ele é menor que 1%”, diz. Este é um quesito que vem sendo muito trabalhado para acontecer, conta Santin. “O país tem esse potencial. O Brasil, quando se trata de produzir alimentos, sempre tem um potencial bastante impressionante, relevante e positivo. Na exportação de ovo, que ainda não é tão relevante, o país tem potencial de crescer. Vamos investir, buscando que isso aconteça”, finaliza.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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Foto: Shutterstock

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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