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Produtor de leite fica em alerta para preços baixos

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O produtor de leite está no limite. Depois de praticamente dois anos que o setor passou ileso a crises, o preço de leite cai e em algumas regiões já deixa as contas do pecuarista no vermelho. Na média nacional, o litro do produto fechou dezembro em R$ 0,98. O valor é pouco mais de 4% inferior em relação a novembro e em torno de 10% menor que dezembro de 2013. No Paraná, a relação é ainda pior. O técnico Fábio Mezzadri, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), informou a reportagem de O Presente que a média do preço do litro do leite pago ao produtor paranaense no último mês de 2014 foi R$ 0,92, o que já foi um pouco mais que em novembro, quando o preço médio estava apenas R$ 0,77, mas em compensação, está longe do R$ 1,01 recebido em dezembro de 2013. 
O pecuarista rondonense Walmor Herpich diz que precisa receber pelo menos R$ 1 por litro de leite para ter algum lucro na atividade. Contudo, na última venda que fez, recebeu apenas R$ 0,86. “A preocupação é grande porque estamos empatando investimento. Para quem precisa pagar funcionário, já tem prejuízo”, reclama. E ele sabe do que está falando. Trabalhando há cerca de 30 anos na atividade e tendo vivido muitos altos e baixos na atividade, analisa criteriosamente os custos para calcular seus lucros. Com um plantel de 130 animais, sendo cerca de 60 em produção, Walmor Herpich acredita que as coisas possam começar a melhorar no mês de março. Até lá, diz, “os cintos precisam estar mais apertados, porque o preço do leite pode cair mais”.
Mezzadri diz que o produtor rondonense tem razão, mas, ainda assim, acredita que 2015 será um bom ano para a pecuária de leite, mas não tanto quanto foi 2013 ou 2014. Ele explica: “Em 2013 houve estiagem no início do ano e as temperaturas altas prejudicaram o desenvolvimento e a qualidade das pastagens, reduzindo a oferta do produto e, consequentemente aumentando o preço. Além disso, o Brasil reduziu a importação de leite”, expõe. Já em 2014, conforme o técnico do Deral, os preços se sustentaram também pelo enxugamento das importações e aumento das exportações, bem como pela redução de produção, impactada pelo excesso de chuvas ocorrido nos meses de junho e julho e ainda a estiagem que afetou as regiões produtoras do Estado entre os meses de setembro e outubro, como é o caso da regional de Toledo e de Ponta Grossa.
Por outro lado, a queda de preço que começou no último trimestre de 2014 tem relação com o início das chuvas, que viabilizaram a rebrota das pastagens. Com melhores pastos, a produção aumentou e causou um efeito inverso de 2013: os preços caíram.
Média
Mezzadri não tem dúvida que os preços já estão colocando os produtores em alerta. Porém, ele lembra que em 2014, a média anual de preço chegou a ser maior. No ano passado, o produtor paranaense recebeu, em média, R$ 0,98/l, contra 0,94/l em 2013. Já em 2012, a média não passou de R$ 0,80. Em 2011 eram apenas R$ 0,78 e em 2010 R$ 0,60.
Para o primeiro mês do ano, Fábio Mezzadri estima que o litro do produto pago ao produtor paranaense deve ficar entre R$ 0,90 e R$ 0,92. No ano passado, no mesmo mês, o preço pago era em média de R$ 0,99. “O produtor deve trabalhar com cautela para se capitalizar e superar o momento mais difícil, porque os preços devem reagir a partir de do segundo trimestre. O ano promete ser bom em termos de produção. Mas em todo país deve haver aumento de produção que reflete diretamente no preço do produto”, conclui. 
Custos
Enquanto os preços caem, os custos de produção aumentam. Esta é a reclamação do produtor, afirma o presidente da Associação Leite Oeste, de Marechal Cândido Rondon, Rodrigo Bellé. Segundo ele, o quadro instaurado tem desanimado o produtor. A margem de lucro de cada um, explica, depende de alguns fatores como: tecnologia aplicada, rebanho, mão de obra etc. Segundo ele, o produtor que utiliza mão de obra familiar, por exemplo, está conseguindo um melhor rendimento na atividade atualmente ou pelo menos está “empatando” investimento, sem margem de lucro. Porém, o pecuarista que precisa pagar mão de obra, já começa acumular prejuízo. “Tem produtor no campo ainda recebendo R$ 1,00 pelo litro de leite, mas há outros recebendo R$ 0,70. Se receber R$ 0,80 por litro, pelo menos 90% é diluído em custo de produção”, compara.
Bellé esclarece que em 2014 houve um aumento histórico no preço do leite e, no embalo, o valor dos insumos também foram aumentados substancialmente. Mais ainda, a valorização do dólar impactou no preço dos minerais, que são bastante importantes na nutrição dos bovinos. “O custo de produção acompanhou o aumento do preço do leite, mas nunca acompanha a queda”, desabafa.

Fonte: O Presente Rural

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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações

Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

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Foto: Ana Maio

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.

As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso

Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.

Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.

Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA Agro
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

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Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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