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Produtor cita vantagens da imunocastração sobre a castração cirúrgica

Custo do procedimento, bem-estar animal e a própria saúde do animal são alguns dos pontos citados pelo produtor

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A castração cirúrgica e a imunocastração são as duas formas usadas na criação de suínos no Brasil. Na primeira, os testículos são retirados do leitão após a primeira semana de vida, com uma incisão no saco escrotal. Na segunda, os testículos são inibidos de crescer com duas vacinas de um agente imunológico. As duas são eficientes, pois eliminam o odor sexual da carne suína. No entanto, as duas formas têm suas vantagens e desvantagens, pois a imunocastração tem um custo mais elevado e pode não ser 100% eficaz, enquanto a castração cirúrgica desprende intensa mão de obra, provoca dor extrema no suíno, que colide com as práticas de bem-estar animal, retarda seu desempenho e pode até ampliar o tempo de permanência do animal na granja.

Claudionei Pastorio, o Claudio, gerente de granja com 4,5 mil animais em terminação nos municípios de Maripá e Mercedes, no Oeste do Paraná, sabe bem a diferença entre as duas técnicas de castração e garante que a vacinação é a maneira ideal para promover a castração. “Quando o produtor vai optar pelo tipo de castração, o que pesa na decisão é a questão financeira. O custo da castração cirúrgica é basicamente a mão de obra e algum medicamento que você coloca no local (da incisão) para não infeccionar. É relativamente barata, apesar que o que eu levaria dias para fazer a castração cirúrgica eu faço em três horas a imunocastração. Já a imunocastração tem um custo mais elevado. Para nós, cada dose sai por R$ 5,40, ou R$ 10,80 por animal, já que são duas doses. Mesmo assim, é a melhor opção”, menciona.

Prós e contras

Claudio cita os motivos pelos quais o grupo empresarial para que ele trabalha optou por fazer um a outro procedimento. “Além da mão de obra, porque o tempo gasto é muito maior em relação à vacinação, a castração cirúrgica provoca uma dor muito grande no suíno e isso vai contra as garantias de bem-estar animal”, menciona, citando ainda prejuízos em índices importantes logo após o procedimento, como ganho de peso diário e conversão alimentar. “O leitão para. No nosso linguajar, quando o animal para, quer dizer que ele não faz nada. Não come, não caminha, fica nos cantos. Isso pode levar horas, dias”, cita o gerente. De acordo com o profissional, esse tipo de atitude faz com que o animal não expresse seu potencial produtivo durante aquele período – segundo especialistas, esse comportamento pode durar até quatro dias. Assim, o leitão deixa de ganhar peso em uma fase importante no processo produtivo, avalia o suinocultor.

Para Cláudio, a saúde do animal também está em xeque com a castração cirúrgica. “Queira ou não queira, você abre uma porta de infecção ao fazer a cirurgia. Isso é um problema para a entrada de enfermidades no plantel”, amplia o profissional. “Em alguns casos, você chega a perder o animal, ele morre por causa das infecções que surgem com a cirurgia. Isso gera um custo adicional”, aponta.

Imunocastração

“Por todos esses motivos, optamos por fazer a imunocastração. É mais segura, mais rápida, não infecciona, o animal não sofre – só sente uma picadinha -, ele mantém sua rotina normal, comendo, interagindo, andando, bebendo água”, enumera o suinocultor.

Segurança para o trabalhador

Ele explica que, por motivos de segurança, especialmente para evitar a autoaplicação, ou seja, acidentalmente o trabalhador aplicar a dose em si mesmo, todo o manejo da imunocastração é feito por empresa terceirizada, com profissionais especialistas nesse tipo de trabalho. “Já teve um caso aqui na região que o trabalhador se autoaplicou a dose. Isso é um problema muito sério. Para evitar essa situação, aqui na granja nós trabalhamos com empresa terceirizada. Quando é o momento para fazer a imunocastração, eles vêm aqui e fazem a aplicação. Nós não mexemos em nada”, aponta. A aplicação é feita em duas doses. A segunda é realizada ao menos 30 dias antes do abate, respeitando o limite de carência. A primeira é feita 30 dias antes da segunda.

“É mais tranquilidade e segurança na hora da aplicação, especialmente na segunda dose, quando o suíno já está bem maior”, garante Claudio Pastorio. “Acho que a tendência é acabar a castração cirúrgica”, vislumbra o produtor do Paraná.

O grupo empresarial para que Claudio gerencia a suinocultura ainda tem propriedades em outros municípios, como a Granja Sanga Curta, em Nova Santa Rosa, onde é feita a produção de leitões de 23 quilos. Durante o período em que estão na granja, não passam por nenhum manejo referente à castração. Os produtores comercializam os animais para a fase de terminação para uma cooperativa da região, que também usa a imunocastração em seu processo produtivo. Ao todo, o grupo tem 1,9 mil matrizes.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de fevereiro/março de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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