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Produção recorde de trigo favorece vendas externas e pode colocar o Brasil entre os 10 maiores exportadores mundiais
A Conab prevê que, entre agosto/2022 e julho/2023, as importações somem 5,8 milhões de toneladas, e as exportações, 3,1 milhões de toneladas – caso esse volume de embarque seja confirmado, ficaria 1,8% acima da safra anterior.

Em março, o foco de produtores brasileiros esteve voltado à colheita e negociação da safra verão e à preparação para o cultivo da temporada de inverno. A demanda, por sua vez, seguiu fraca. Quanto aos preços, estiveram em queda tanto no mercado interno quanto no internacional.
Estimativas oficiais apontam que a produção recorde de trigo no Brasil vem compensando a menor disponibilidade do produto na Argentina, que, ressalta-se, é o maior fornecedor de trigo ao país. E a maior colheita doméstica vem, inclusive, favorecendo as vendas externas de trigo, que devem crescer frente às da safra anterior, levando o Brasil ao 10º lugar dentre os maiores exportadores mundiais do cereal.
Essas estimativas são do USDA, que também aponta produção mundial de 788,9 milhões de toneladas, 0,7% maior que os dados de fevereiro/2023 e 1,2% acima do verificado na temporada 2021/22. A projeção de consumo mundial subiu 0,3% no comparativo mensal, indo para 793,2 milhões de toneladas, levemente superior à da safra 2021/22 (+0,1%) e acima da produção global.
Para as exportações da safra 2022/23, o USDA prevê volume de 212,3 milhões de toneladas, 0,4% acima do relatório de fevereiro e 3,4% maior que na temporada anterior. Com o consumo acima da produção, os estoques de passagem são previstos em 267,2 milhões de toneladas, recuo de 0,8% no mês e os menores em seis anos.
No Brasil, a safra foi finalizada em 2022, e a Conab consolidou a produção em 10,55 milhões de toneladas, um recorde, com produtividade de 3,4 toneladas/hectare e área semeada de 3,08 milhões de hectares.
A produtividade também foi a maior já registrada para o trigo no Brasil. A Conab prevê que, entre agosto/2022 e julho/2023, as importações somem 5,8 milhões de toneladas, e as exportações, 3,1 milhões de toneladas – caso esse volume de embarque seja confirmado, ficaria 1,8% acima da safra anterior.
Mercado interno
No Brasil, a ausência de compradores pressionou os valores – agentes de moinhos consultados pelo Cepea indicaram estar abastecidos em março. Já vendedores mostraram interesse em negociar, visando liberar espaço em armazéns com a chegada da safra de verão. O preço médio do trigo no mercado disponível em São Paulo foi de R$ 1.763,40/t, queda de 1,7% frente ao de fevereiro/23 e 6,9% menor em relação a março/22.
No Paraná, a média em março foi de R$ 1.634,81/tonelada, baixa de 1,3% no mês e redução de 12,1% em um ano. Em Santa Catarina, a média mensal foi de R$ 1.595,71/t, com quedas de 1,2% em relação a fevereiro e de 14,0% em um ano. No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.456,54/t, redução de 0,6% frente à de fevereiro último e expressivos 20,2% inferior na comparação com março do ano passado.
Em relação ao farelo de trigo, os preços subiram 3,9% no ensacado e 2,8% no a granel, já que a demanda por farelo de trigo se aqueceu um pouco em março. A procura por farinhas, por outro lado, seguiu baixa, o que resultou em queda nos preços.
Balança comercial
De acordo com dados preliminares da Secex, nos 23 dias úteis de março, as importações somaram 428,4 mil toneladas, contra 521,9 mil toneladas em março/22. Em relação ao preço de importação, a média de março/23 esteve em US$ 339,3/t FOB origem, 12,4% acima da registrada no mesmo mês de 2022 (de US$ 301,9/t). Quanto às exportações, o Brasil embarcou 646,6 mil toneladas, contra 768,6 mil toneladas em todo o mesmo mês do ano passado, segundo a Secex. Os preços de exportação registram média de US$ 328,5/t FOB porto na parcial do mês, 6,9% acima dos verificados em março de 2022 (US$ 307,4/t).
Internacional
As baixas do primeiro vencimento nas Bolsas de Chicago e de Kansas foram de 8,6% e 5,8%, respectivamente, em comparação a fevereiro/23, com médias de US$ 6,8748/bushel (US$ 252,60/t) para o Soft Red Winter na CBOT e de US$ 8,2927/bushel (US$ 304,71/t) para o Hard Winter em Kansas. As baixas foram relacionadas à expectativa de renovação do acordo de exportação pelo Mar Negro entre Rússia e Ucrânia e a liquidações de contratos.

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Bovinos puxam alta no VBP do Acre e concentram mais de 70% da renda do campo
Atividade responde pela maior parcela do faturamento agropecuário estadual, com R$ 2,76 bilhões.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Acre deve encerrar 2025 com um crescimento expressivo. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 21 de novembro, o estado alcançou o montante de R$ 3.945,64 milhões, o que representa uma alta nominal de 17,25% em relação aos R$ 3.365 milhões registrados em 2024. O desempenho reflete uma recuperação estrutural que coloca o faturamento do campo acriano em seu patamar mais elevado desde 2018.
Apesar do avanço de dois dígitos no estado, a realidade do Acre frente ao Brasil revela um forte descolamento. Enquanto o VBP nacional atingiu a marca histórica de R$ 1,412 trilhão em 2025, a participação acriana permanece estagnada em apenas 0,28% do total do país.

Foto: Jonas Oliveira/SEAB
Embora o estado figure na base da pirâmide produtiva, o Acre não detém o menor VBP do Brasil. Esse posto cabe ao Amapá (R$ 235,7 milhões), seguido pelo Distrito Federal e Roraima. O Acre ocupa a 22ª posição no ranking nacional, superando cinco outras unidades da federação. Contudo, a distância para os líderes é grande, o Mato Grosso, primeiro do ranking, fatura sozinho R$ 220,4 bilhões, valor 55 vezes superior ao do Acre.
A estrutura produtiva do Acre é fortemente concentrada. A pecuária responde por 72% de todo o valor gerado (R$ 2.842 milhões), enquanto as lavouras contribuem com 28% (R$ 1.104 milhões).
Ranking de Atividades em 2025
Bovinos: Liderança absoluta com R$ 2.755,9 milhões, sendo o pilar central da economia rural do estado.
Mandioca: Principal cultura agrícola, com R$ 444,5 milhões.
Milho: Terceira força, registrando R$ 187,0 milhões.
Banana: Estável na quarta posição com R$ 169,8 milhões.
Café: Fecha o “Top 5” com R$ 158,4 milhões.
A comparação dos dados aponta um setor de grãos e proteína animal com comportamentos distintos. No ramo de proteínas e derivados, além dos bovinos, destacam-se os Ovos (R$ 55,0 milhões) e o Leite (R$ 31,0 milhões), que mantêm relevância local, embora com pouca escala para exportação interestadual. Atividades como frangos e suínos não figuram entre os principais destaques financeiros do estado neste levantamento.
Já nas lavouras, a Soja, que vem ganhando espaço na fronteira agrícola do Norte, registrou R$ 108,5 milhões. Outras culturas de subsistência e mercado interno apresentam valores mais modestos: Feijão (R$ 16,0 milhões), Arroz (R$ 9,1 milhões) e Laranja (R$ 8,7 milhões). A Cana-de-açúcar (R$ 1,7 milhão) e o Amendoim (R$ 0,1 milhão) ocupam posições marginais na composição do faturamento.
Perspectiva Histórica (2018–2025)
O gráfico histórico revela que o crescimento atual não é apenas conjuntural, mas o ápice de uma retomada. Após um período de estagnação entre 2019 e 2022 (onde o valor oscilou na casa dos R$ 2,7 bilhões), o setor engatou uma sequência de três anos de alta. O salto de R$ 3,02 bilhões em 2023 para os atuais R$ 3,94 bilhões indica um incremento real na produtividade ou na valorização das commodities locais, especialmente a carne bovina.
Os dados indica que o agronegócio acriano enfrenta um desafio de diversificação e verticalização. A dependência de 72% de um único setor (pecuária bovina) torna a economia estadual vulnerável a oscilações de preços internacionais da carne e a barreiras sanitárias.
Além disso, a baixa participação no VBP nacional (0,28%) evidencia que o crescimento, embora robusto em percentuais internos (17,25%), ainda é nominalmente baixo para alterar o status do estado na logística nacional. O avanço da soja e do milho sugere uma transição para sistemas de integração lavoura-pecuária, mas a predominância da mandioca e banana como principais lavouras reforça um perfil de produção ainda muito voltado ao consumo regional e de baixo valor agregado industrial.
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VBP agro da Paraíba cresce 2,7% em 2025 com força da pecuária
Estado alcançou R$ 3,52 bilhões com destaque para cana-de-açúcar, frango, ovos e bovinos mostrando evolução consistente e produtos estratégicos fortes.

Em 2025, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária da Paraíba alcançou R$ 3.522,0 milhões, registrando um crescimento de 2,7% em relação aos R$ 3.427,3 milhões de 2024. O avanço reflete a resiliência e a consolidação de produtos estratégicos, especialmente a cana-de-açúcar, a pecuária de corte e de ovos, que continuam a sustentar a economia agro do estado. Embora a Paraíba ainda represente apenas 0,28% do VBP nacional, que totalizou R$ 1.267,4 bilhões, o crescimento contínuo demonstra progressos consistentes no cenário regional.
No ranking interno de produtos, a cana-de-açúcar lidera, com R$ 1.247,1 milhões, destacando-se não apenas pela produção em volume, mas também pelo valor agregado que contribui para a indústria de açúcar e etanol. Em seguida aparecem frangos (R$ 492,4 milhões), banana (R$ 417,1 milhões), ovos (R$ 300,1 milhões) e bovinos (R$ 297,5 milhões). A pecuária, composta por frango, ovos e bovinos, representa 39% do VBP estadual, enquanto as lavouras respondem por 61%, mostrando um equilíbrio entre produção vegetal e animal que sustenta a diversidade econômica do estado.
Entre 2024 e 2025, alguns produtos mantiveram-se como pilares estruturais da economia agropecuária paraibana. A cana-de-açúcar, além de liderar em valor, tem apresentado incrementos consistentes de 2 a 3% ao ano, reflexo de ajustes na produtividade e estabilidade de preços. A produção de frango e ovos segue dinâmica, acompanhando a demanda crescente do mercado interno e potencializando a geração de emprego e renda local. Os bovinos, apesar de menor em volume comparado a outros grandes estados, têm mantido estabilidade com potencial de expansão em segmentos de carne de qualidade.
O histórico do VBP paraibano, entre 2018 e 2025, revela um crescimento acumulado de cerca de 70%, passando de R$ 2.070 milhões para R$ 3.522 milhões. Esse avanço reflete tanto valorização de preços quanto incrementos pontuais na produção, evidenciando um mercado agropecuário regional que cresce de forma constante, ainda que sem mudanças estruturais capazes de alterar significativamente a posição relativa do estado no ranking nacional.
Do ponto de vista estratégico, a Paraíba apresenta produtos com forte presença regional, como ovos, frango e cana-de-açúcar, que funcionam como base econômica sólida. O desafio está em ampliar a diversificação e agregar valor aos produtos agrícolas, potencializando oportunidades em nichos de mercado e cadeias produtivas integradas. A expansão de tecnologias agrícolas, investimentos em irrigação e em processamento de alimentos pode contribuir para elevar o VBP estadual e fortalecer ainda mais o papel do Paraíba no contexto nacional.
Em resumo, a Paraíba mostra crescimento consistente e solidez em produtos-chave, com perspectivas de evolução se houver ampliação de diversidade produtiva e agregação de valor.
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Plataforma Agro Brasil + Sustentável libera habilitação automática de áreas para exportação
Nova funcionalidade permite ao produtor rural verificar se a área de produção atende exigências socioambientais de mercados internacionais de forma gratuita e voluntária

Foi disponibilizado, na terça-feira (23), na Plataforma Agro Brasil + Sustentável, serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação, funcionalidade que permite ao produtor rural validar, de forma automática, se a área de produção cumpre requisitos críticos para a exportação à mercados externos que impõem barreiras de compliance socioambiental.
O principal objetivo da Plataforma é integrar, organizar e disponibilizar informações de governança ambiental, social e corporativa relacionadas aos produtores (pessoas físicas), empresas agrícolas (pessoas jurídicas) e propriedades rurais para qualificar os produtos agropecuários brasileiros, com transparência, credibilidade e confiança, entre todos os participantes da cadeia agropecuária.
Nesse cenário, a Plataforma Agro Brasil + Sustentável também visa atender às exigências de um dos grandes mercados internacionais, permitindo a habilitação do produtor e de lotes de produtos agropecuários, a partir de requisitos, padrões, processos e tecnologias, devidamente caracterizados quanto à sua produção.
A Plataforma é uma ferramenta gratuita e voluntária ao produtor rural e possui abrangência universal a todas as cadeias produtivas.
Plataforma Agro Brasil + Sustentável, do serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação.





