Bovinos / Grãos / Máquinas Safra 2018/19
Produção paranaense de grãos deve atingir 37 milhões de toneladas
Apesar de quebras em algumas culturas expectativa atual é de que produção paranaense seja 5% superior à safra anterior
A safra de grãos 2018/19 do Paraná deve atingir 37,1 milhões de toneladas, de acordo com o relatório mais recente do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Apesar das quebras em algumas culturas na primeira safra, especialmente soja e feijão, ocasionadas pelo clima, a expectativa atual é de que a produção do Paraná na safra 18/19 seja 5% superior à safra 17/18, que foi de 34,5 milhões de toneladas.
“O contexto é de perspectivas positivas para o milho, cuja produtividade está com um bom potencial. Também vale destacar a estimativa de produção, maior do que na safra anterior”, diz o secretário de Estado da Agricultura Norberto Ortigara. “A expectativa para o feijão da segunda safra também é positiva, embora seja uma cultura suscetível a variações climáticas, e consequentemente os preços se tornam muito voláteis”, observa. “Há possibilidade de recuperação no outono/inverno, colocando aí talvez como a segunda maior safra da história do Paraná”.
De acordo com o chefe do Deral, Salatiel Turra, no início da safra os agricultores tiveram dificuldade devido à escassez de chuvas, que resultou em baixa produtividade nas maiores regiões produtoras de soja, principalmente no Oeste do Paraná. Depois, com o decorrer do ciclo da soja, a chuva dificultou a entrada das colhedoras em algumas regiões. “De uma forma geral, o plantio do milho da segunda safra está adiantado, na comparação com o ano passado, porém, em algumas regiões pontuais, as chuvas das últimas semanas atrapalharam os trabalhos”, explica Turra.
Feijão
A primeira safra do feijão, já absorvida pelo mercado, teve uma redução de 23% na estimativa de produção, que no início era de cerca de 320 mil toneladas, e agora está em 246,8 mil toneladas. Essa redução pode ser explicada pelos problemas climáticos do período, como a seca, calor excessivo, e posteriormente a chuva e o frio, que causaram a perda de aproximadamente 74 mil toneladas.
Na segunda safra, o feijão apresenta boas perspectivas. A totalidade da área está plantada e com boas condições de campo. Este ano, a área aumentou cerca de 7%, em comparação com o ano passado, e chegou a 228,4 mil hectares. Já a produção está estimada em 436,1 mil toneladas, cerca de 57% superior ao obtido em 2018.
Estima-se que a produção seja satisfatória, sem previsão de quebras, embora a cultura seja especialmente sensível às variações climáticas. Os preços também estão positivos para o produtor.
Em março de 2018, a saca de 60 kg feijão-preto era comercializada a R$ 108,00 e agora a R$ 154 – um aumento de 43%. O crescimento foi ainda maior nos preços do feijão-carioca, quase 240%, passando de R$ 82 no ano passado para R$ 276 agora, reflexo da quebra nas principais regiões produtoras, como o Paraná, Goiás e Minas Gerais, segundo o economista do Deral Marcelo Garrido.
O aumento do preço do feijão, embora seja bom para o produtor, tem impacto direto na cesta básica, o que pode ser percebido no mercado brasileiro desde dezembro de 2018. Agora, com o fim das férias escolares, a demanda pelo produto voltou a aumentar.
Soja
Cerca de 80% da área de 5,4 milhões de hectares cultivados nesta safra já está colhida. “Mesmo com problemas climáticos nas principais regiões produtoras, a colheita está dentro da média na comparação com o ano passado”, explica Garrido. Na comparação com o boletim do Deral do mês passado, houve redução na estimativa de produtividade da soja, depois da reavaliação de campo do Deral, passando de 16% para 18%.
No início da safra, a produção era estimada em 19,6 milhões de toneladas, e agora a expectativa é de 16,1 milhões. “Fatores climáticos como a seca e o excesso de calor desde o início de setembro, quando começou o plantio, ajudam a explicar esses números”, diz.
Na avaliação do Deral, o preço da saca de 60 kg da soja está satisfatório para os produtores, e se manteve próximo aos R$ 68, enquanto que em março do ano passado a saca era comercializada a R$ 69. Há tendência de variação nos preços, dependendo das relações comerciais e variações de mercado dos EUA, um dos principais produtores mundiais junto com o Brasil. Apesar da quebra da safra e redução de produção, os resultados ainda apontam para uma safra grande e satisfatória para o Paraná.
Milho
A colheita do milho da primeira safra está quase finalizada. A produção, embora esteja um pouco abaixo do esperado, mostrou um desempenho melhor do que a soja. Os dados do Deral apontam aumento da disponibilidade do grão no Estado – a produção, de 3,1 milhões de toneladas, foi 7% maior do que na safra passada.
Comparativamente com o potencial inicial, a safra teve redução de 5%, pois a expectativa do Deral era que essa cultura atingisse 3,3 milhões de toneladas em condições de clima normais. A área do milho registrou aumento de 8%, passando de 330,7 mil hectares para 357,6 mil hectares.
O milho da segunda safra tem área estimada em 2,2 milhões de hectares, um crescimento de 6% em relação à safra 17/18, quando era de 2,1 milhões de hectares. O Deral estima a produção de 13 milhões de toneladas, 42% a mais do que na safra anterior, quando atingiu 9,1 milhões de toneladas.
A previsão é reflexo da boa condição climática neste momento do ano, e por isso espera-se que a produção possa até superar a expectativa inicial, de acordo com o técnico do Deral Edmar Gervásio. “Esse aumento percentual é significativo, principalmente porque a safra passada teve uma perda de produção em torno de 23%. Então, esses 42% representam uma recuperação do volume produzido no Paraná, além de um ganho de produtividade e área”, explica.
Os preços ao produtor nesta cultura continuam bons. A saca de 60 kg está sendo comercializada por R$ 30, 23% superior ao custo variável. “O cenário não indica que haverá grandes oscilações nos preços, e o mercado brasileiro terá um bom abastecimento do cereal”, completa.
Trigo
A partir do mês que vem, os produtores devem começar a plantar o trigo. Os preços estão em torno de R$ 48,00 a saca de 60 kg, valor 37% acima dos praticados no mesmo período do ano passado. Os custos de produção também aumentaram, mas em escala menor, 18%, chegando a praticamente R$ 45 a saca. Os preços mínimos estabelecidos pelo governo federal também foram reajustados, passando de R$ 36,17 para R$ 40,57.
Essas informações são todas positivas para o produtor, e poderiam gerar um aumento da área plantada. No entanto, os números apontam uma redução de 6%, de 1,10 milhão de hectares para 1,04 milhão. “O desânimo momentâneo dos produtores brasileiros pode ser explicado por duas frustrações de safra consecutivas nos últimos anos e pelo recente aumento da competitividade argentina”, diz o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Winckler Godinho.
O plantio deve se estender até julho, possibilitando que os produtores revejam seu planejamento, ou seja, há bastante indecisão ainda. Caso se confirme a área atual, a produção pode superar 3,3 milhões de toneladas, suficiente para abastecer todos moinhos paranaenses ao longo do ano safra.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran