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Produção intensiva a pasto agrega valor aos novos cortes de carne

Animais mais precoces contribui para uma carcaça de melhor qualidade e melhor aproveitamento do dianteiro

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O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo com 234,4 milhões de cabeças de gado, de acordo com o IBGE. Predomina no Brasil a produção extensiva a pasto, sendo que o rebanho é composto em sua grande maioria de animais zebuínos adaptados as condições dos trópicos.

Atualmente, nota-se no Brasil um avanço na produção intensiva brasileira utilizando-se as tecnologias na fase de engorda como uso de confinamento e semiconfinamento de bovinos, havendo necessidade de preparar os animais em recria com qualidade para a pecuária intensiva.

De acordo com Vieira, 2021, A produção brasileira apresenta alguns desafios como introduzir a pecuária de ciclo curto (diminuir o ciclo longo produtivo), melhorar as taxas de natalidade, melhorar a qualidade de carcaça dos animais, recuperar as pastagens, reduzir a taxa de mortalidade dos animais e principalmente procurar encurtar o ciclo da recria.

Diante desta perspectiva, a produção intensiva, semiconfinamento e confinamento, pode contribuir para o melhoramento da carcaça e encurtar o ciclo produtivo pecuário, melhorando a qualidade da carne no Brasil.

Recentemente com o advento da melhoria da qualidade da carne, o Brasil vem conquistando novos mercados internacionais (ABIEC,2022) e internamente cresce o processo de “gourmetização” da carne com o crescimento de lojas de carnes de grife e restaurantes especializados servindo o BBQ (American Barbercue para públicos diferenciados.

O presente artigo tem o objetivo de contextualizar a nova tendência de consumo quanto aos novos cortes de carne e fazer uma reflexão sobre a contribuição do semiconfinamento para a produção de animais mais precoces e consequentemente oferecer carnes de qualidade para atender esta demanda.

 

Os novos cortes de carne e o novo contexto do churrasco brasileiro

Comparando o churrasco brasileiro com o americano (American BBQ), Pedroso (2023), relata que no Brasil os “churrasqueiros” utilizam os cortes nobres, presentes no traseiro, utilizando apenas 10% da carcaça, enquanto nos Estados Unidos, o churrasco americano agrega valor aos cortes do dianteiro, preparando assados e hamburgueres, podendo elevar o aproveitamento a 62% da carcaça.

Dentre os cortes do dianteiro utilizados no BBQ destacam-se o peito bovino (brisket), o miolo da paleta (shoulder e flat iron), a picanha do dianteiro (entre a raquete e o músculo do dianteiro), o miolo do acém sem osso (chuck eye roll), com osso (short rib).

Com relação as carcaças dos animais, o Brasil apresenta 21 cortes, divididos entre cortes de primeira e segunda, ambos possuem o mesmo valor nutricional, sendo alterado apenas pela maciez (Venturini et al, 2007).

Dentre as características de qualidade da carne bovina, a maciez assume posição de destaque, sendo considerada a característica organoléptica de maior influência na aceitação da carne por parte dos consumidores, principalmente no consumo para o churrasco brasileiro que utiliza os chamados cortes “nobres” na sua execução.

A chamada carne de primeira é retirada de uma parte do animal que é menos exercitada, mais macia. A carne de segunda, mais rija, provém das mais exercitadas, tendo uma textura mais desenvolvida; mais forte, portanto, a menos delicada.

Segundo Pedroso (2023), Cruz (2023), no Brasil utilizam os cortes do traseiro no preparo do churrasco, devido a cultura e por estes cortes serem mais macios e tenros, em detrimento dos cortes da carne de segunda, por apresentarem uma composição mais dura, conforme mencionado anteriormente.

Segundo os autores, o grande desafio está em mudar a cultura do hábito do consumo dos churrasqueiros e consumidores em aproveitar melhor os cortes do dianteiro. Porém há necessidade de uma melhoria no padrão de carcaça oferecida atualmente pela produção nacional.

Nos Estados Unidos os animais são abatidos precocemente, com genética mais apurada (raças taurinas) e utilizada uma dieta rica em grãos, enquanto no Brasil os animais são abatidos tardiamente, no qual mais de 80% de sua produção é extensiva (ABIEC, 2022) permanecendo grande parte de sua produção no pasto.

Conforme mencionado anteriormente, progride nas fazendas a produção intensiva com as técnicas de semiconfinamento e confinamento. O confinamento já se consolidou no Brasil, e exige por parte do produtor altos investimentos em instalações, equipamentos, genética, etc. O semiconfinamento está em franco crescimento no Brasil (Vieira, 2019).

Trivelatto (2018) apud Vieira (2019), define o semiconfinamento, como o sistema de produção intensiva de bovinos que consiste na engorda de animais onde são utilizadas pastagens como alimentos volumosos e o fornecimento de ração concentrada nos cochos dispostos nos piquetes ou invernadas.

Vieira (2019) entende que a utilização do semiconfinamento é uma ferramenta simples e barata de acelerar o processo de acabamento dos animais a pasto, melhorar a qualidade da carcaça, produzindo animais mestiços (50% de sangue de raças taurinas de corte, Angus, Brangus) e com isso atender a demanda enumerada acima. O Semiconfinamento também pode aumentar os lucros da terminação, pois o Brasil tem uma alta produção a pasto, bastando os produtores se adaptarem aos novos processos produtivos.

Vieira (2019) enumera os vários tipos de semiconfinamento, a se destacar: animais em terminação, recria de machos e fêmeas, novilhas e fêmeas de reposição.

 

Como produzir animais de qualidade em um semiconfinamento?

São vários fatores que se interagem para produção em semiconfinamento dentre eles: planejamento econômico, gestão, instalações, pastagens de qualidade, animais com uma boa genética, além de rações bem formuladas e distribuídas.

Apesar de todos os fatores enumerados é essencial o preparo dos animais para o semiconfinamento. De acordo com Vieira (2019,2021), o “preparo” tem o objetivo de proporcionar bom desempenho técnico e econômico do semiconfinamento. Um bom preparo consiste nas seguintes práticas: manejo sanitário preventivo (vacinação, vermifugação, controle de ecto e endoparasitos), manejo nutricional “adaptativo” (fornecimento de rações de adaptação) com a finalidade de prevenir distúrbios metabólicos.

Uma outra prática comum utilizada no preparo dos animais é o uso de suplementos injetáveis à base de minerais e aminoácidos, e também conter em sua formulação algumas vitaminas.

De acordo com Frota et al (2014) O fornecimento de aminoácidos em dietas ou outras formas em bovinos tem o objetivo de protege-los da degradação ruminal e com isso aumentar o seu fluxo para o duodeno e com isso realizar as rotas metabólicas e potencializar suas ações.

Os aminoácidos são reguladores de secreção hormonal, antioxidantes, além de serem utilizados na síntese de proteínas para formação de tecidos (Funston et al, 2010). Os aminoácidos essenciais (por exemplo, lisina, metionina e triptofano) são bastante eficazes na formação de tecidos musculares e ganho de massa muscular, muito importante em animais em crescimento e produção de precoces.

Guilherme Augusto Vieira

Deste modo, novos cortes de carnes e novas formas de consumo entram no universo da cadeia produtiva da pecuária de corte no Brasil, requerendo uma produção de carcaças de qualidade por parte dos produtores brasileiros, sendo que o semiconfinamento pode contribuir com seus processos produtivos para atender a demanda apresentada.

Diante do exposto, todos os atores da cadeia serão beneficiados. O consumidor, por acessar uma carne de qualidade superior e ter mais opções para o seu churrasco, o varejo (açougues supermercados, boutiques de carnes). Também serão beneficiados os frigoríficos por oferecerem outras variedades de cortes de carnes (podendo atender o mercado interno e externo).

Referências bibliográficas estão com o autor pelo e-mail guilherme@farmacianafazenda.com.br.

Fonte: Por Guilherme Augusto Vieira, médico-veterinário, doutor em História das Ciências e autor do livro 'Como montar uma farmácia na fazenda', dos Manuais Semiconfinamento e Confinamento.

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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