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VOZ DO COOP

Notícias 33° Congresso Nacional de Milho e Sorgo

Produção de sorgo no Brasil sobe mais de 36% em apenas uma safra

Com a expectativa de acréscimo das exportações de milho do Brasil para a China, os preços devem continuar valorizados e o sorgo deve ser mais procurado pelas agroindústrias.

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Sorgo BRS 373, da Embrapa, possui alto potencial produtivo - Foto: Guilherme Viana

A forte expansão do sorgo no Brasil, tanto em área quanto em produção nas últimas quatro décadas, e os cenários favoráveis para um (ainda) maior desenvolvimento da cultura nos próximos anos foram aspectos debatidos por especialistas das áreas de mercado e de pesquisa durante o 33° Congresso Nacional de Milho e Sorgo. “Temos um horizonte promissor para o sorgo. Com a expectativa de acréscimo das exportações de milho do Brasil para a China, os preços devem continuar valorizados e o sorgo deve ser mais procurado pelas agroindústrias”, prevê Felipe Fabbri, coordenador da divisão de mercado de proteínas alternativas e de custo de produção da Scot Consultoria.

“Ano a ano, temos visto incrementos na área e na produção, índices que vêm sendo puxados por agroindústrias de produção animal, que querem reduzir os custos na produção de rações, e por quebras na produção de milho em função do clima”, descreve. O Brasil, segundo o último levantamento de safras da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgado no dia 8 de setembro, produziu 2,85 milhões de toneladas de sorgo na última safra (36,9% a mais que no período anterior), em uma área plantada de 1,03 milhão de hectares (incremento de 19,4%). A produtividade, segundo a instituição, está em 2.763 quilos por hectare, com variação positiva de 14,6% em relação à safra 2020/2021.

“O cenário para 2022/2023 é de forte evolução, com mais investimento em tecnologia. Devemos ter mais um ano sob a influência do La Niña e os produtores podem optar mais pelo sorgo, caso a janela se encurtar no plantio da safra de verão”, avalia Fabbri. O cereal é praticamente semeado em sua totalidade no período de segunda safra, pois apresenta maior resistência à escassez de chuva e tolera temperaturas mais altas. Essa vantagem competitiva do sorgo vem acompanhada de menor custo de produção – se comparado ao milho entre 20% e 30% a menos – e um cenário de alta liquidez vivenciada pelos produtores nos últimos anos.

Segundo o coordenador da equipe de inteligência de mercado da Scot há, por parte da indústria, alta procura pelos grãos no período da colheita. “É uma opção de fácil acesso com menor custo”, resume. Totalmente voltado ao consumo doméstico, a cadeia produtiva do sorgo tem se profissionalizado com medidas adotadas pelas agroindústrias no processo de comercialização. “A partir de 2019, estabelecemos regras claras para o produtor de sorgo, garantindo no mínimo 85% da cotação da saca de milho, podendo, inclusive, constar em contrato, se o agricultor desejar”, reafirma Dércio Luís Oppelt, gerente-executivo de Operações e Logística da BRF.

Segundo ele, a empresa ainda trabalha com outras formas de comercialização, como compras futuras com preços fixados em reais e também atrelados às bolsas brasileira e de Chicago, além de compras em depósito com a estipulação da data de venda podendo ser definida pelo próprio produtor ou pela cooperativa. “O agricultor pode entregar a produção e não vender, aguardando o melhor momento. Adequamos a forma de comercialização do sorgo à mesma forma de comercialização do milho”, explica Oppelt. “O estabelecimento dessa clareza no processo de venda é fundamental para o mercado e para o produtor”, completa.

De acordo com Dércio, um dos desafios para uma maior expansão da cultura no País é a logística de transporte, com os altos preços do frete, com o aumento do óleo diesel, já que a região Centro-Sul concentra a produção – Goiás produz quase 41% do sorgo brasileiro. Outro fator apontado pelo gerente são as perdas no processo de transporte. “Os caminhões devem ter a carroceria bem fechada. Os grãos de sorgo, sendo bem menores que os do milho, são mais suscetíveis a perdas na logística”, aponta. Dércio Oppelt ainda reforça a necessidade de mais investimento em pesquisa e a necessidade de registro de herbicidas e inseticidas para a cultura, além de investimentos nas fábricas para o uso do sorgo na formulação de rações.

Sorghum Belt do Brasil

Goiás, Minas e São Paulo lideram a produção de sorgo no País. Mas o eixo de produção está mudando, segundo dados apresentados por Urubatan Klink, gerente comercial da América do Sul da Innovative Seed Solutions. “Matopiba e Sealba, além dos estados de Mato Grosso e Rondônia, são movimentações importantes em termos de territórios de produção, o que nos traz uma série de esforços pensando em cada uma dessas regiões”, avalia. Segundo ele, as regiões de Sorriso e Primavera do Leste, em Mato Grosso, têm ainda oportunidades de expansão na carona do crescimento da produção de etanol.

Abaixo, veja um diagnóstico das principais áreas produtivas brasileiras e tendências futuras, na visão de Klink.

Região Central: Minas Gerais, Goiás e Norte de São Paulo

Tendência de crescimento da área plantada de 13,6% em cinco anos, passando dos atuais 1,2 milhão de hectares para quase 2 milhões de hectares em 2027. “É uma área mais tecnificada, mas devemos estar atentos a cultivares tolerantes ao pulgão, que provocou sérios problemas em lavouras nos Estados Unidos”, alerta. Segundo Urubatan Klink, há a necessidade de desenvolvimento de novas moléculas químicas (herbicidas, inseticidas e fungicidas), novos híbridos de alto potencial produtivo e geração de grãos de alta qualidade para a indústria de carne.

Região Norte: Mato Grosso, Rondônia e Pará

Incremento de 32,3% na área plantada nos próximos cinco anos, atingindo 603 mil hectares em 2027. Desenvolvimento de híbridos eficientes de alta estabilidade e tolerantes a nematoides, principalmente para regiões de solos arenosos. Geração de híbridos de alta qualidade para a indústria da carne e para as usinas de etanol, além de desenvolvimento da produção local de sementes.

Região Nordeste: Matopiba e Sealba

Crescimento de 35,1% da área plantada até 2027, chegando a 935 mil hectares. Desenvolvimento de híbridos de alto potencial produtivo para áreas irrigadas e de alta estabilidade para regiões de sequeiro, tolerantes ao pulgão e a nematoides. Novas moléculas químicas. Híbridos de alta qualidade para a indústria da carne e para etanol (principalmente na região de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde já foi iniciado um polo de produção de álcool), além do desenvolvimento da produção local de sementes.

Região Subtropical: sul de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul

De 245 mil hectares em 2022 para 499 mil hectares em 2027. “Talvez seja uma das poucas regiões do País em que está havendo uma substituição da cultura do milho pelo sorgo em decorrência da cigarrinha-do-milho”, interpreta. Desenvolvimento de híbridos eficientes de alta estabilidade e tolerantes ao fungo “ergot” , principalmente em plantios mais tardios, e ao pulgão. Geração de grãos de alta qualidade para a indústria da carne e para a alimentação bovina.

Região Sul: Rio Grande do Sul e Santa Catarina

Crescimento de 78,7% na área plantada até 2027, chegando a 124 mil hectares em 2027. Desenvolvimento de híbridos para essa região, eficientes e de alta estabilidade para plantio de verão, adaptados para áreas encharcadas (rotação com a cultura do arroz, promovendo a redução da planta daninha conhecida como arroz vermelho). Geração de grãos de alta qualidade para a indústria da carne e para a alimentação bovina.

Particularidades da cultura

“Nos últimos 10 anos, houve uma evolução muito grande do potencial produtivo dos híbridos, saindo de um potencial de 80 para 150 sacas, além do aperfeiçoamento de atributos importantes, como tolerância à seca, qualidade nutricional e redutores de nematoides. É importante continuar a evolução desses híbridos para que possam garantir o incremento das áreas plantadas nas regiões de expansão, além de oferecer ao mercado cultivares tolerantes ao pulgão”, comenta o gerente comercial da América do Sul da Innovative Seed Solutions. Entre os híbridos citados, de alto potencial produtivo, está o BRS 373, desenvolvido pela Embrapa.

Etanol e alimentação humana

Atualmente, cerca de 12% da safra de sorgo dos Estados Unidos, principal país produtor da cultura, é usada para a produção de biocombustíveis. “Além disso, a cultura é adequada para diferentes tipos de produção de etanol, sendo que o grão de sorgo produz a mesma quantidade de etanol por tonelada que o milho, mas usa um terço a menos de água em sua produção”, expõe.

Em relação ao potencial de uso do sorgo na alimentação humana, Klink é enfático. “Temos usado muito pouco esse grão de sorgo. Sabemos que outros países têm usado muito mais e explorado esse potencial, como Japão, Estados Unidos e União Europeia. Traz essa tremenda vantagem da intolerância ao glúten”, reforça.

Fonte: Ascom Embrapa Milho e Sorgo

Notícias Nesta terça-feira (07)

Abag promove webinar para debater posição do Brasil frente às regras internacionais que afetam o agronegócio

Evento virtual será realizado nesta terça-feira (07), das 10h ao meio-dia e contará com representantes do governo e lideranças do setor. As inscrições são gratuitas.

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Foto: Shutterstock

Nesta terça-feira (07), das 10 horas ao meio-dia, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) promove o webinar AbagTalks – Agronegócio e Geopolítica: o papel do Brasil frente às novas regulamentações estrangeiras, para discutir oportunidades e desafios relacionados à Regulação Antidesmatamento da União Europeia e às mudanças recentes no cenário internacional. Inscrições gratuitas para o webinar, que terá participação do embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, entre outros convidados, podem ser feitas clicando aqui.

O webinar terá a participação do presidente da Abag, Caio Carvalho; da secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Renata Miranda; e de Marcelo Regunaga, coordenador-geral do Grupo de Países Produtores do Sul (GPS), rede formada por instituições particulares e especialistas no agronegócio de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O debate será mediado pelo vice-presidente da Abag, Ingo Ploger.

Durante o evento, Roberto Azevêdo vai tratar sobre a crescente interação entre comércio e desenvolvimento sustentável e seus efeitos para o Brasil, enquanto Renata Miranda aborda a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP-29), evento que será realizado em novembro, no Azerbaijão, como oportunidade para o país se posicionar frente às novas determinações das metas e compromissos de redução de emissões de gases do efeito estufa (NDCs) assumidos por países signatários do Acordo de Paris. E Marcelo Regunaga vai trazer a visão do GPS sobre a legislação europeia.

Fonte: Assessoria Abag
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Notícias Fiscalização

Ação conjunta interdita estabelecimentos clandestinos e aviário por condições de higiene prejudiciais ao bem-estar animal

CRMV-RJ e Procon RJ realizaram em abril ações em cinco estabelecimentos veterinários e um aviário na Zona Norte do Rio de Janeiro. Como resultado, três estabelecimentos foram interditados.

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Fotos: Divulgação/CRMV-RJ

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), em parceria com a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), realizou em abril ações em cinco estabelecimentos veterinários e um aviário na Zona Norte do Rio de Janeiro. Como resultado, três estabelecimentos foram interditados pelo Procon.

As ações tiveram como objetivo prezar pelo bem-estar animal, não só cães e gatos, mas todas as espécies; e em respeito aos demais estabelecimentos legalizados no estado do Rio de Janeiro, em defesa da sociedade.

Em Del Castilho, em um hospital veterinário clandestino (já que não possui registro junto ao CRMV-RJ), foram encontradas diversas irregularidades. Entre elas, um freezer superlotado com carcaças de animais embalados em sacos pretos (ou seja, em desacordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 222/2018) e, por esse motivo, impedido de fechar completamente, causando acondicionamento impróprio, com animais mortos descongelados, e sem controle de doenças infectocontagiosas, bem como a entrada e saída das carcaças para cremação.

O estabelecimento não possui equipamentos de laboratório básico, além de local de descanso digno aos médicos-veterinários que realizam plantões no hospital. Esses profissionais estavam sujeitos a dormirem em um fino colchão em cima de um papelão, em um quarto que era dividido com outros materiais, razão essa pela qual o Conselho encaminhou denúncia ao Ministério do Trabalho.

O CRMV-RJ ressalta que, quando um estabelecimento veterinário se intitula hospital, ele deve dispor de todos os serviços necessários para pronto atendimento animal, inclusive para as emergências. Ao não cumprir, induz-se a população a acreditar que o serviço será prestado adequadamente, segundo as normas do CFMV. Esta fraude comercial pode ser configurada como uma propaganda enganosa aos olhos do consumidor.

Ainda foi verificado que o local não possuía um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e nem controle de vetores e pragas atualizado.

A médica-veterinária responsável técnica do local foi encaminhada para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que também esteve no estabelecimento. Diversos medicamentos vencidos, inclusive controlados, foram apreendidos pela polícia. O local foi interditado pelo Procon e o CRMV-RJ lavrou um termo de constatação.

Em Cachambi, dois estabelecimentos também receberam a ação do CRMV-RJ em parceria com o Procon. O primeiro possuía atividade de consultório veterinário, mas estava sem Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) homologada, sem licenciamento sanitário, sem controle de vetores e pragas e sem PGRSS.

O segundo, também com atividade de consultório, mas sem registro no CRMV-RJ e sem responsável técnico, foi autuado pelo Conselho por não dispor de inscrição no CNPJ, alvará da prefeitura, licenciamento sanitário e controle de vetores e pragas. No local, ainda foram encontradas três ampolas fechadas de propofol injetável e uma já aberta, vencidas desde janeiro deste ano, bem como outros medicamentos. O local foi interditado pelo Procon.

A ação também aconteceu em uma clínica veterinária em Bonsucesso, que foi autuada por esta autarquia, e no Méier.

Mais de 11 quilos de alimentos descartados

Em Irajá, quase 11.765 quilos de pedaços de frango variados foram descartados durante ação de ambas as autarquias em um aviário, que também não possui registro no Conselho. O local já tinha recebido auto de infração do CRMV-RJ há mais de um mês e seguiu irregular. Durante a fiscalização, o estabelecimento foi interditado pelo Procon até que os problemas sejam solucionados.

No local, foi constatado que a área de abate das aves estava em condições precárias de higiene, com paredes sujas, fiação exposta, restos de alimentos, utensílios sujos, oferecendo risco à saúde do consumidor.

Na área de vendas as condições também eram precárias, com gaiolas de aves sujas e enferrujadas. No local, ainda foram encontrados produtos sem especificação quanto a data de produção e validade no balcão refrigerado de alimentos, que por sua vez estava desligado.

O caso foi encaminhado para DPMA para averiguação de possível crime contra o consumidor.

Fonte: Assessoria CRMV-RJ
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Notícias Devido à enchente em Porto Alegre

Comissão organizadora do Sinsiu 2024 transfere evento para julho 

Evento será realizado entre os dias 24 e 26 de julho, a fim de garantir um ambiente propício e seguro para a realização das atividades programadas.

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Devido à calamidade pública enfrentada pelo Rio Grande do Sul, a comissão organizadora do 16º Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui) anunciou, nesta segunda-feira (06), o adiamento do evento que estava previsto para ocorrer entre os dias 14 e 16 de maio, no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.

A edição 2024 foi transferida para os dias 24 a 26 de julho, a fim de garantir um ambiente propício e seguro para a realização das atividades programadas.

A decisão foi tomada após avaliação da situação atual no estado gaúcho e em diálogo com as autoridades competentes. A comissão organizadora do Sinsui expressa sua gratidão pela compreensão e apoio de todos os envolvidos, reafirmando o compromisso de oferecer um evento enriquecedor e significativo para o setor suinícola.

Para esclarecimentos adicionais, dúvidas ou assistência, os interessados podem entrar em contato através do e-mail sinsui@luizbasso.com.br, no qual a equipe organizadora está disponível para fornecer suporte necessário.

Edição 2023

O último Sinsui foi marcado por três dias intensos de programação, que incluíram dois pré-simpósios e quatro espaços de aprendizado, além da apresentação de 58 pôsteres com trabalhos inéditos e um total de 60 apresentações técnicas orais. Mais de 950 pessoas participaram do evento, que contou com o apoio de 30 empresas patrocinadoras e participantes na exposição.

Expectativa para 2024

Com a expectativa de alcançar mil participantes presenciais nesta edição, a comissão organizadora reitera o compromisso do Sinsui em oferecer apresentações altamente técnicas e inovadoras, com palestrantes de excelência e empresas que enfatizam a importância do evento para o crescimento da suinocultura.

O Sinsui 2024 visa proporcionar um ambiente propício para discussões e networking entre os participantes, tanto durante os intervalos entre as apresentações quanto nas atividades programadas para as noites após as palestras. O foco do Simpósio é realizar um evento técnico com temas relevantes para a suinocultura brasileira, mantendo a tradição de excelência e inovação que o caracteriza ao longo de suas edições.

Fonte: O Presente Rural
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CBNA – Cong. Tec.

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