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Produção de rações cresce na América Latina apesar de queda mundial

De acordo com dados da Pesquisa Global de Rações 2020, Brasil se manteve como produtor líder da região e o 3º no mundo

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Arquivo/OP Rural

A edição de 2020 da Pesquisa Global de Rações, organizada pela Alltech, estima que a produção mundial de ração animal diminuiu 1,07%, alcançando, ao todo, 1,126 bilhão de toneladas métricas. A queda, se deve, principalmente, à Peste Suína Africana (PSA), que resultou no declínio de ração suína na região da Ásia Pacífico. A América Latina, entretanto, cresceu 2,2% atingindo a marca de 167,9 milhões de toneladas métricas (MTM) de rações. O Brasil se manteve como produtor líder da região e o terceiro maior do mundo, com predominância de produção de rações para as espécies de frango (32,1 MTM) e suínos (17 MTM).

Dessa maneira, o ranking dos maiores produtores de rações no mundo passou a ser liderado pelos Estados Unidos, pela primeira vez, ultrapassando a China, que aparece em segundo, seguida por Brasil, Rússia, Índia, México, Espanha, Japão e Alemanha. Juntos, esses países respondem por 58% da produção global de rações e possuem 57% das fábricas do mundo – o que pode ser visto como indicador das tendências do agronegócio.

Os números foram apresentados pelo presidente e CEO da Alltech, Mark Lyons, durante painel com transmissão online realizado na sede global da Alltech em Nicholasville, Kentucky.

Os dados globais, coletados em 145 países e correspondente a 30.000 fábricas de rações do mundo, indicam que a produção por espécie foi liderada pelo setor de frangos de corte (28%), seguido pelos suínos (24%), poedeiras (14%), bovino de leite (12%), bovino de corte (10%), outras espécies (6%), aquicultura (4%) e pets (2%). O crescimento veio predominantemente dos setores das poedeiras, de frangos de corte, da aquicultura e dos pets.

A Pesquisa Global de Rações 2020 foi realizada durante o último bimestre de 2019, por meio de informações coletadas pela equipe de marketing e vendas da Alltech mundialmente através das parcerias com cooperativas locais, associações, instituições públicas ligadas à produção e à comercialização de rações . É uma estimativa importante para os setores público e privado interessados na indústria.

Resultados regionais da edição de 2020 da Pesquisa Global de Rações

  • América do Norte: os EUA ultrapassaram a China e se tornaram o maior produtor mundial de rações com aproximadamente 214 milhões de toneladas métricas (MTM), sendo bovinos de corte (61,09 MTM), frango (48,53 MTM) e suínos (44,86 MTM) como espécies líderes. A América do Norte apresentou crescimento de 1,6% ano passado. O Canadá produziu 21,6 MTM, sendo suínos (8,23 MTM), frangos (3,25 MTM) e bovinos de leite (4,2 MTM) as espécies que lideraram em volume de produção.
  • América Latina: como região, a América Latina cresceu 2,2% com 167,9 toneladas de rações. O Brasil se manteve como produtor líder da região e o terceiro maior do mundo, com predominância de produção de rações para frangos de corte (32,1 MTM) e suínos (17 MTM). Brasil, México e Argentina continuam produzindo a maioria das rações da América Latina, sendo responsáveis por 76% de toda a produção.
  • Europa: o continente europeu se manteve relativamente estagnado, apresentando crescimento leve de 0,2% durante o último ano. Os três países produtores mais expressivos da Europa são Rússia (40,5 MTM), Espanha (34,8 MTM) e Alemanha (25 MTM), com ração destinada a suínos liderando a produção nos três países. O setor dos ruminantes levou o maior impacto, já que os dados dos bovinos de leite e corte estimaram baixas de 4% e 3%, respectivamente. Isso foi decorrente principalmente do crescimento nas indústrias de aquicultura (7%) e de poedeiras (3%).
  • Ásia Pacífico: a região da Ásia Pacífico apresentou declínio de 5,5% na produção em 2019, devido principalmente à Peste Suína Africana e consequente declínio na produção de suínos. A produção de rações da China caiu quase 20 MTM, atingindo 167,9 MTM, o que acarretou em sua saída do topo da lista dos produtores globais de rações, aparecendo atualmente em segundo lugar, atrás dos E.U.A. Índia e Japão continuam entre os nove maiores produtores globais de rações, com dados similares aos da pesquisa relativa a 2019 com 39 MTM e 25,3 MTM respectivamente, enquanto o Vietnã apresentou declínio de 7%.
  • África: o continente africano continua com forte crescimento apresentando aumento de 7,5% na produção de rações, com todas as espécies apresentando crescimento. Os cinco maiores produtores de rações do continente são responsáveis por 75% da produção de ração africana e são eles África do Sul, Egito, Nigéria, Marrocos e Argélia. As espécies líderes da região incluem frango, poedeiras e bovinos de leite que, juntas correspondem a aproximadamente metade de toda a produção de rações.

Resultados da edição de 2020 da Pesquisa Global de Rações para principais espécies

  • Suínos: A produção de ração para suínos foi amplamente afetada pela Peste Suína Africana, apresentando 11% de queda. A maior produtora de ração para a espécie continua sendo a região Ásia Pacífico, mas ela também apresentou a maior queda na produção, 26%, com China (-35%), Camboja (-22%), Vietnã (-21%) e Tailândia (-16%) apresentando grandes declínios.

Europa, América do Norte e América Latina se mantiveram relativamente estáveis em relação ao ano passado, com pequenas taxas de ganhos ou perdas. Mesmo o continente africano sendo pouco representativo na tonelagem para alimentação de suínos, ele demonstrou o grande crescimento de 29%.

  • Na avicultura, a região da Ásia-Pacífico é a líder de produção de alimentos para ambas espécies: frangos de corte (115,2 MTM) e poedeiras (73,1 MTM). Na América Latina, a produção total de ração para frangos subiu para 60,8 MTM, apresentando Brasil como líder regional com 32,1 MTM, seguido pelo México com 10,5 MTM – sendo que a produção mexicana de ração para poedeiras subiu 11% atingindo 7,05 MTM e ultrapassando o Brasil em termos de crescimento. A Rússia lidera o continente europeu, apresentando 10,86 MTM do total regional de 56,3 MTM de ração para frangos de corte e 5,3 MTM do total regional de 33,5 MTM de alimento para poedeiras. Na América do Norte, os E.U.A. são responsáveis por 94% da produção de ração para frangos de corte com 48,5 MTM, enquanto a produção canadense de ração para poedeiras cresceu em 0,46 MTM.
  • A Europa lidera a produção de ração para bovinos de leite com 34%, seguidos pela América do Norte (21,8%), Ásia Pacífico (17,6%) e América Latina (15,3%). Os maiores produtores de ração para a espécie são Turquia (6,5 MTM), Alemanha (5,2 MTM), Rússia (4,2 MTM), Reino Unido (3,8 MTM), França (3,4 MTM), Países Baixos (3,3 MTM) e Espanha (3,2 MTM).
  • América do Norte continua liderando globalmente a produção de bovinos de corte com 62,3 MTM, seguida por Europa (21,9 MTM) e América Latina (13,9 MTM). Na edição 2020 da Pesquisa Global de Rações, a produção de ração para bovinos de corte foi recalculada para aumentar sua precisão. A nova estimativa leva em consideração a média de dias de alimentação e ingestão como porcentagem do peso corporal em confinamento. A estimativa da edição do ano passado também foi recalculada pela mesma fórmula para permitir uma comparação satisfatória.
  • O mercado de rações para aquicultura apresentou, em geral, crescimento de 4% em relação ao ano passado. Por tonelada, a região Ásia Pacífico foi a que mais cresceu com adicional de 1,5 MTM. Os maiores produtores foram China, Vietnã e Bangladesh. A queda da produção na Europa é decorrente da diminuição dessa produção na Rússia, devido ao crescimento de importação.
  • O setor de petfood apresentou crescimento de 4%, sendo que as regiões que mais cresceram foram Ásia Pacífico (10%), Europa (3%) e América Latina (6%). Os países com maiores crescimentos foram China, Indonésia, Portugal, Hungria, Equador e Argentina.

Fonte: Assessoria

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Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical

Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.

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Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal

O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.

Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.

Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.

Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.

A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.

A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.

Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.

Fig. 1: A Agricultura Regenerativa Tropical é um novo modelo de produção agrícola e pecuária que busca a melhoria contínua da saúde do ecossistema produtivo e do uso eficiente de recursos finitos. Baseia-se em uma agricultura de processos, onde diferentes manejos, técnicas e práticas são integradas para obter uma gestão holística do ecossistema.

Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.

Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:

  • Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
  • Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
  • Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
  • Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
  • Recuperação de pastagens degradadas;
  • Integração lavoura-pecuária-floresta;
  • Gestão integrada da paisagem.

A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.

Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.

Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.

Fonte: Por Pablo Hardoim e Eduardo de Souza Martins, membros do Grupo Associado de Agricultura Sustentável
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Notícias

Carrefour boicota carne do Mercosul: decisão é vista como protecionismo

Suspensão das compras de carne pelo Carrefour francês reforça críticas ao protecionismo europeu contra o agronegócio brasileiro.

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Presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto: Divulgação/ACCS

A decisão do Carrefour de parar de vender carne proveniente dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou fortes reações. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou a medida como “lamentável” e reafirmou que o Brasil segue os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agropecuária. O anúncio foi motivado por pressões do sindicato agrícola francês FNSEA e alegações relacionadas ao impacto ambiental.

“O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Atendemos a padrões que garantem a rastreabilidade e qualidade das nossas exportações para 160 países, incluindo a União Europeia há mais de 40 anos”, destacou o Mapa, que acusou a medida de ser infundada e prejudicial à reputação do agronegócio nacional.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também criticou duramente a decisão. “Essa atitude é claramente protecionista. Não há motivos razoáveis para essas restrições. O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e seguimos rigorosos padrões ambientais e sanitários”, afirmou. Ele sugeriu que os brasileiros adotem uma resposta proporcional ao boicote. “Se eles boicotam nossos produtos, devemos reconsiderar a compra de produtos dessa rede.”

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) reforçou que o Brasil desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. A Apex classificou como “lamentável” a postura da rede francesa, que poderia prejudicar as relações comerciais e a imagem do Brasil no cenário internacional.

O impacto da decisão também acende debates sobre a relação entre medidas ambientais e práticas protecionistas, muitas vezes vistas como barreiras não tarifárias. Especialistas alertam que atitudes como esta podem prejudicar os esforços globais de segurança alimentar em um momento crítico de demanda crescente.

O que está em jogo?

Enquanto o Carrefour cede à pressão interna, o Brasil continua sua luta por reconhecimento no mercado global, reafirmando a qualidade e sustentabilidade de seus produtos. Para muitos, a decisão francesa representa mais uma batalha na complexa relação entre o Mercosul e a União Europeia.

Fonte: Assessoria ACCS
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Notícias Em São Paulo

‘Conta do Boi’ aponta caminhos para produzir mais e melhor na pecuária

Tema central da Feicorte foi debatido no âmbito da cria e recria durante o segundo dia da feira, em Presidente Prudente.

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Fotos: Arart

O tema “conta do boi” norteou os debates do segundo dia da Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, evento que reúne diversos elos da cadeia da pecuária brasileira, e vai até sexta-feira, 23/11, em Presidente Prudente (SP).

O tema central da feira visa oferecer subsídios e informações que auxiliem o pecuarista a produzir mais e melhor, analisando o sistema de produção em sua propriedade e apontando os fatores que podem ser aperfeiçoados para potencializar os resultados de cada fase.

“Toda a estrutura da ‘conta do boi’ está baseada nos três ciclos principais: cria, recria e engorda, que foram divididos em três painéis, além de um quarto dedicado ao mercado. Hoje, iniciamos os debates destacando as duas primeiras fases, com informações que auxiliem o pecuarista”, explicou o diretor de Mercado Corte da Semex Brasil, Daniel Carvalho, moderador do Fórum Feicorte.

De acordo com o moderador, o painel destacou elementos importantes que mostram que exercer a atividade sem planejamento, profissionalismo, uso de tecnologia e boa execução tende a ser tratado de forma ‘improvisada’, algo que não é mais aceito na pecuária. “Quanto mais profissionais formos na gestão dos recursos, no consumo eficiente, na administração dos insumos e no aproveitamento das informações compartilhadas em eventos como este, mais assertivos seremos em aumentar a produtividade. A mensagem principal é clara: podemos produzir mais. Mas a questão crucial é: como? Para isso, é essencial reconhecer que o mercado está mais oportuno do que nunca nos últimos três anos”, salienta Carvalho.

O médico-veterinário, pecuarista e editor do informativo de mercado pecuário “Notícias do Front”, Rodrigo Albuquerque abordou, em sua apresentação, temas essenciais para a pecuária, como a recuperação do mercado em 2024 e estratégias para aumentar a lucratividade no sistema de cria. Ele destacou as cinco etapas da virada de ciclo pecuário: “Tudo começa com a recuperação do preço nominal do bezerro, seguida pela redução no abate de fêmeas, valorização do boi, recuperação do preço real e, por fim, o aumento dos preços em todas as categorias até o limite da demanda”.

O consultor técnico Rogério Fonseca discutiu a eficiência no sistema de cria, enfatizando a gestão da lotação e o manejo estratégico: “A retirada precoce dos animais da seca permite melhores condições corporais para vacas e novilhas, aumentando a eficiência reprodutiva”.

Fechando o painel, o médico-veterinário e proprietário da empresa Firmasa Tecnologia para Pecuária, Luciano Penteado destacou o papel da gestão integrada: “É fundamental equilibrar a gestão financeira e produtiva. Quem ignora uma dessas áreas corre o risco de sofrer com perdas significativas”.

A cobertura completa do painel está disponível, clicando aqui.

A conta da recria

Professor Rodrigo Goulart, da USP

O segundo painel do Fórum Feicorte debateu a conta do boi, discutindo os desafios e soluções para a recria. O médico-veterinário Rodolfo Saraiva abordou os impactos da saúde animal na rentabilidade da pecuária, destacando como problemas sanitários, como clostridioses e verminoses, podem afetar a produtividade. Ele sugeriu medidas preventivas, como a vacinação e o controle de parasitas, e ressaltou ganhos de até 20 quilos por animal com manejo adequado.

Em seguida, o professor Rodrigo Goulart, da USP, falou sobre a importância da recria no ciclo produtivo, enfatizando a necessidade de estimular o crescimento muscular e evitar a deposição de gordura. Goulart também destacou a variabilidade dos bezerros adquiridos em leilões e a importância do planejamento financeiro para garantir um bom custo-benefício.

O diretor da Agropecuária Maragogipe, Lucas Marques destacou que o sucesso na recria de bovinos está diretamente ligado à união de três pilares: método, conhecimento do negócio e gestão de pessoas. Para ele, esses elementos precisam estar alinhados para gerar resultados consistentes. “É possível ter a melhor genética, o manejo mais avançado e os melhores insumos, mas, sem integrar esses pilares, o resultado não vem”, afirmou. Marques reforçou que estratégias bem definidas e equipes capacitadas são indispensáveis para fechar a conta na pecuária moderna.

“A Feicorte é reconhecida por oferecer conteúdo e informações que contribuem para a evolução da pecuária, incentivando a troca de experiências e conectando o campo, o mercado e as instituições de pesquisa. Os painéis da ‘conta do boi’ têm como objetivo ir além, detalhando cada etapa do processo produtivo, sempre com foco no desenvolvimento sustentável e no fortalecimento da pecuária brasileira”, destaca a CEO da Verum e organizadora da Feicorte, Carla Tuccilio.

A cobertura completa pode ser conferida aqui.

Pecuária solidária arrecada R$ 600 mil para Núcleo Ttere

O Leilão Pecuária Solidária, realizado na noite da última terça-feira (19/11), durante a Feicorte, arrecadou mais de R$ 600 mil destinados ao Núcleo Ttere de Trabalho – Realização, uma entidade assistencial que promove a inclusão social de pessoas com deficiência na região.

Entre os itens leiloados estavam bovinos, equinos, sêmen, insumos agropecuários, equipamentos, joias, tapetes, além de outros itens doados. A iniciativa reforçou a responsabilidade social do setor agropecuário, dando visibilidade a causas sociais.

“O engajamento dos pecuaristas de Presidente Prudente foi excepcional e estamos extremamente felizes com o resultado. O Leilão Pecuária Solidária arrecadou R$ 600 mil, valor que será destinado a uma entidade de confiança, o Núcleo Ttere, que realiza um trabalho maravilhoso e de grande impacto social. Agradecemos imensamente a todos do setor que apoiaram essa causa e à organização da Feicorte, que está sendo um verdadeiro sucesso. O evento começou com uma grande proporção e tem recebido muitos elogios. Ajudar quem precisa é algo que não tem preço. Muito obrigado a todos que contribuíram!”, declarou o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai.

Carne como protagonista

Ampliar a percepção da sociedade sobre a qualidade e a origem da carne brasileira. Esse é o objetivo da Beef Hour, um espaço na Feicorte que reúne projetos, marcas de sucesso e profissionais que contribuem para a construção de uma carne de confiança, abrangendo toda a cadeia produtiva até o consumidor final.

São três painéis, um por dia, com grupos de especialistas diferentes, focados na discussão da carne bovina de qualidade, privilegiando o debate e a interação com o público.

Na agenda de hoje, participaram dos bate-papos o proprietário do restaurante Vermelho Grill, Eduardo Fornari; o zootecnista e pesquisador, Gustavo Rezende; o proprietário da Celeiro Carnes Especiais, Marco Túlio Soares e o agrônomo e consultor Roberto Barcellos.

Fonte: Assessoria Feicorte
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