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Avicultura

Produção de ovos cai em 2022 e deve cair mais em 2023

O Brasil figura como sexto maior produtor de ovos do planeta, mesmo apresentando queda na produção do ano passado, reflexo do aumento dos insumos, que fez o custo de produção subir a níveis elevados, impactando no número de matrizes descartadas e em menor margem aos produtores de aves de postura.

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Foto: Shutterstock

Com uma produção média por segundo acima de 1,5 mil ovos, o Brasil figura como sexto maior produtor do planeta. Apesar de manter a posição, o país apresentou queda na produção do ano passado, reflexo do aumento dos insumos, que fez o custo de produção subir a níveis elevados, impactando no número de matrizes descartadas e em menor margem aos produtores de aves de postura.

A produção brasileira de ovos alcançou cerca de 52,070 bilhões de unidades em 2022, queda de 5% frente aos 54,9 bilhões de unidades produzidos em 2021, conforme a Associação Brasileira de Proteína de Animal (ABPA). “O ano de 2022 foi mais um ano de desafios devido aos custos permanecerem altos, com grande impacto da guerra da Rússia na Ucrânia, que fez diminuir a oferta global do milho, principal componente da ração animal, deixando em alerta o setor de alimentos mundial. Ao longo do ano passado, o setor de ovos sofreu com margens negativas, tendo que readequar a produção para buscar o equilíbrio entre a oferta e o consumo”, avaliou o presidente do Instituto Ovos Brasil (IOB), Edival Veras, em entrevista exclusiva para o Jornal O Presente Rural.

Presidente do Instituto Ovos Brasil, Edival Veras: “Com o crescimento da safra de grãos esperamos que os custos melhorem e que tenhamos uma boa retomada no consumo em 2023” – Foto: Arquivo pessoal

Em relação ao consumo, 2022 encerra com o consumo per capita de 241 unidades, volume menor que o projetado para o ano passado, apresentando queda de 6% quando comparado com 2021, que atingiu recorde anual de 257 ovos consumidos por cada brasileiro. Apesar do recuo, o consumo continua superior à média mundial, que é de 230 ovos por habitante/ano. “A produção de ovos em 2022 recuou um pouco após muitos anos de crescimento, reflexo dos altos custos, crises internacionais – pandemia da Covid-19 e o conflito no Leste europeu -, o que forçou uma readequação na produção brasileira para dar sustentação à atividade. Mas, apesar da redução no consumo dos brasileiros, a média anual se manteve em patamar superior à média mundial”, salienta Veras.

Com queda de 12% em relação ao ano anterior, as exportações projetadas devem alcançar em torno de 10 mil toneladas. De janeiro a novembro, o volume exportado de ovos atingiu 9,043 mil toneladas, número superior a 2,1% em relação ano anterior, quando foram embarcadas 8,8 mil toneladas. A receita cresceu no ano passado 50,2%, saindo de R$ 14 milhões de janeiro a novembro de 2021 para R$ 21,1 milhões no mesmo período em 2022. “As exportações brasileiras de ovos melhoraram bastante, chegando a praticamente dobrar o volume, mas ainda com pouca significância, porque vamos atingir apenas 1% do volume produzido”, pontua Veras, acrescentando: “A tendência de crescimento para os próximos ano é boa, principalmente pela qualidade dos ovos brasileiros, atrelado à industrialização que vem ganhando força e experiência no mercado externo”.

Em 2023, a produção de ovos do Brasil deve atingir apenas 51,025 bilhões de unidades, o que representa queda de 2% em relação a 2022, com consumo per capita de 235 unidades (-2,5%) e exportações de até 11 mil toneladas (+10%).

Principais destinos

O principal destino em volume do produto brasileiro são os Emirados Árabes, que importaram 48% da produção nacional, seguido de 12% pelo Catar, 11% pelo Japão, 6% pelo Uruguai, 5% pelos Estados Unidos, 3% por Omã, 2% pelo Chile e Panamá, além de 1% para Arábia Saudita e Ilhas Marshall. Outros 9% são comercializados em diversos países. “A cada ano conseguimos mais destinos e a tendência é de melhorarmos as exportações, especialmente pela qualidade do ovo produzido no Brasil”, ressalta.

Apesar de ser o principal importador dos ovos brasileiros, os Emirados Árabes diminuíram em 16,2% o volume embarcado nos primeiros 11 meses quando comparado com 2021, tendo sido enviado pelo Brasil apenas 4,356 mil toneladas, frente a 5,197 do ano anterior. Destaque para o Catar, que aumentou 185,7% a importação, saltando para 1,080 mil toneladas no ano passado; e Chile, que importou 198 toneladas ante as 65 de 2021, representando um crescimento de 203,3%.

Maiores produtores nacionais

De acordo com Veras, os principais Estados produtores de ovos no Brasil no ano passado foram São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco. “Os custos de produção impactaram no volume total produzido, mas ao longo do ano a relação de troca com o milho e a soja melhoraram um pouco para os produtores em comparação a 2021, inclusive com melhorias nos preços dos ovos comerciais, saindo de margens negativas e voltando a viabilizar e remunerar o setor produtivo”, menciona.

A implantação de novas tecnologias, como automação, controles e avanços genéticos, sanitários e nutricionais, segundo Veras, aprimorou a eficiência da produção, tornando o setor de ovos brasileiro mais competitivo nos últimos anos.

Perspectivas 2023

O presidente do IOB prospecta 2023 de forma positiva, com expectativas de uma nova safra de grãos recorde, o que tende a reduzir o preço dos insumos para alimentação dos animais. “Com o crescimento da safra de grãos esperamos que os custos melhorem e que tenhamos uma boa retomada no consumo em 2023. O Instituto Ovos Brasil vem realizando muitas ações, exatamente para conscientizar o consumidor do benefício de se consumir ovos, por ser um alimento completo, que traz várias vantagens para a saúde devido ao seu alto valor nutricional”, salienta Veras.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Anuário do Agronegócio Brasileiro.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura Após oito anos

UFSM retoma tradicional Simpósio de Sanidade Avícola

Evento será realizado de forma on-line, entre os dias 05 e 07 de junho, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país.

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Foto: Julio Bittencourt

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está em clima de celebração com o retorno do Simpósio de Sanidade Avícola, que volta a acontecer após um hiato de oito anos. Este evento, anteriormente coordenado pela professora doutora Maristela Lovato Flores, teve sua última edição em 2016 e agora ressurge graças aos esforços do Grupo de Estudos em Avicultura e Sanidade Avícola da UFSM (Geasa/UFSM). O Jornal O Presente Rural será parceiro de mídia da edição 2024 do evento.

Sob a nova liderança dos professores doutores Helton Fernandes dos Santos e Paulo Dilkin, o evento chega a 11ª edição e promete manter o alto padrão técnico-científico que sempre marcou suas edições anteriores. “Estamos imensamente satisfeitos e felizes em anunciar o retorno deste evento tão importante para a comunidade avícola”, declararam os coordenadores.

O Simpósio está marcado para os dias 05, 06 e 07 de junho e será realizado de forma on-line, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país. “Com um programa cuidadosamente planejado ao longo dos últimos meses, o evento pretende aprofundar os conhecimentos sobre sanidade avícola, abrangendo temas atuais e pertinentes à Medicina Veterinária, Agronomia e Zootecnia”, evidenciou o presidente do Geasa/UFSM, Matheus Pupp de Araujo Rosa.

Entre as novidades deste ano, destaca-se o caráter beneficente do evento. Em solidariedade às vítimas das recentes enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, 50% do valor arrecadado com as inscrições será doado para ajudar aqueles que foram afetados por essa adversidade.

Os organizadores também garantem a presença de palestrantes de renome, que irão abordar as principais pautas relacionadas à sanidade nos diversos setores da avicultura. “Estamos empenhados em proporcionar um evento de alta qualidade, que contribua significativamente para o desenvolvimento profissional dos participantes”, afirmaram.

Em breve, mais detalhes sobre os palestrantes, temas específicos e informações sobre inscrições serão divulgados. Para acompanhar todas as atualizações, você pode também seguir  o perfil oficial do Geasa/UFSM pelo Instagram. “O Simpósio de Sanidade Avícola é uma excelente oportunidade para a comunidade acadêmica e profissional se reunir, trocar conhecimentos e contribuir para o avanço da avicultura, enquanto também apoia uma causa social de grande relevância”, ressalta Matheus.

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

No Dia Mundial do Frango, foco setorial se concentra na garantia de abastecimento

Além da segurança alimentar, setor detém importante papel socioeconômico no Brasil.

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Foto: Shutterstock

Hoje, 10 de maio, é o Dia Mundial do Frango, data criada pelo Conselho Internacional da Avicultura (IPC, sigla em inglês) para celebrar a cadeia produtiva e estimular o consumo de uma das mais importantes e versáteis proteínas animais do mundo.

Neste ano, a avicultura do Brasil abordará uma perspectiva diferente dos anos anteriores. A celebração deste ano exaltará a importância desta proteína para a garantia de segurança alimentar e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Em toda a cadeia produtiva, são 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Apenas nas fábricas são mais de 300 mil postos de trabalho de um setor com Valor Bruto de Produção superior a R$ 90 bilhões.

É uma enorme força de trabalho que produziu no ano passado 14,8 milhões de toneladas em território brasileiro – desde 2013, o Brasil adicionou cerca de 2,5 milhões de toneladas em sua produção.

Quase 35% disto é direcionado a mais de 150 países nos cinco continentes – capilaridade que proporcionou ao Brasil a liderança mundial nas exportações da proteína, sendo responsável por 38% do total do comércio internacional. Para fins de comparação, as agroindústrias brasileiras exportaram no último ano mais que as vendas internacionais de Estados Unidos e União Europeia – segundo e terceiro maiores, respectivamente – somadas, e é maior do que toda a produção da Rússia (quinto maior produtor global da proteína). São embarques que geram receitas próximas a US$ 10 bilhões (dados de 2023).

O impacto econômico e social da carne de frango para o Brasil não está apenas nos dados macroeconômicos. O peso social individualizado da proteína se vê em seu consumo per capita. Cada brasileiro consome, em média, 45 quilos da proteína – índice alcançado em 2020 e que se mantém desde então. É, de longe, a proteína animal mais consumida pelo brasileiro.

São números que mostram a relevância e a missão deste setor com o Brasil – para onde é destinada 65,3% de toda a produção nacional. “Nossa cadeia produtiva é continental, e tem papel determinante nos hábitos, na economia e na cultura gastronômica de Norte a Sul. Do campo às fábricas, são bilhões em investimentos em tecnologia de ponta para garantir a qualidade e a sanidade dos produtos, com maior produtividade. É um dos alicerces alimentares do País, e pilar econômico de diversas regiões. Neste dia, celebramos um setor resiliente, que cumpre seu papel e que seguirá atuando para que não falte o acesso a este alimento de alta qualidade para as famílias de todo o país”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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Avicultura

Especialista aponta umidade e profundidade da cama como fatores críticos ao desenvolvimento das aves

Ao garantir um ambiente saudável e confortável para as aves, bem como a qualidade do produto final, os produtores não apenas protegem sua própria operação, mas também contribuem para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor como um todo.

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Fotos: Shutterstock

O manejo adequado da cama de frangos de corte é uma peça fundamental no quebra-cabeça da produção avícola. Ao garantir um ambiente saudável e confortável para as aves, bem como a qualidade do produto final, os produtores não apenas protegem sua própria operação, mas também contribuem para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor como um todo.

Bacharel em Ciência Animal, mestre em Nutrição de Aves e doutora em Gestão Ambiental de Aves, Connie Mou: “Não há um sistema de gestão único que funcione para todos, pois ele varia de acordo com as necessidades de produção, recursos disponíveis, mão de obra e equipamentos” – Foto: Arquivo pessoal

A bacharel em Ciência Animal, mestre em Nutrição de Aves e doutora em Gestão Ambiental de Aves, Connie Mou, elenca que o manejo correto da cama visa garantir um ambiente propício para o desenvolvimento saudável das aves. “Para alcançar esse objetivo é essencial gerenciar e manter as propriedades benéficas da cama, como absorção, evaporação, isolamento e amortecimento, com foco especial em conservar a umidade entre 20 e 25%”, ressalta Connie. Ela vai tratar deste assunto no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que acontece entre os dias 09 e 11 de abril, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó, SC.

Controlar a umidade da cama é fundamental para prevenir o crescimento de microrganismos patogênicos e garantir a saúde das aves. Uma cama bem manejada também proporciona um ambiente confortável para as aves se movimentarem, descansarem e se alimentarem, contribuindo assim para o bem-estar animal e o desempenho produtivo. Além disso, o manejo correto da cama pode ter benefícios ambientais, como a compostagem do material usado, que pode ser reaproveitado como fertilizante orgânico, contribuindo para a sustentabilidade da operação avícola.

Qualidade da cama

A qualidade da cama é de extrema importância no desempenho das aves e na saúde intestinal. A especialista em avicultura, ressalta que se a cama for mal gerida, pode se tornar um ambiente ideal para o desenvolvimento de agentes patogênicos nocivos, que podem acabar afetando as aves e provocando doenças. “Níveis excessivos de umidade na cama podem contribuir para o desenvolvimento de lesões nas patas das aves. Além disso, a cama desempenha um papel importante na produção de amônia, se não for cuidadosamente gerenciada, pode levar a níveis elevados de amônia no ambiente, o que foi demonstrado em pesquisas como prejudicial ao sistema respiratório das aves, impactando a função do sistema imunológico, podendo também aumentar o risco de proliferação de bactérias oportunistas.

Vários fatores podem influenciar a umidade da cama, incluindo o uso de água pelas aves, a densidade e as taxas de ventilação. De acordo com a doutora em Gestão Ambiental de Aves, a melhor maneira de abordar o manejo da cama é monitorar a umidade relativa do aviário constantemente e manter um registro histórico de qual é a umidade relativa do ar no aviário ao longo da vida do lote, entre lotes, para entender quão bem está sendo feito o trabalho dentro do aviário, a fim de garantir um equilíbrio adequado de umidade.

Connie diz que nos Estados Unidos aprendeu-se ao longo dos últimos 20 anos que o sucesso da gestão da cama é fortemente influenciado pela educação do produtor. “Existem diversos sistemas de gestão disponíveis para manejo das camas, porém, o sucesso deles depende da capacitação adequada dos produtores. Não há um sistema único que funcione para todos, pois ele varia de acordo com as necessidades de produção, recursos disponíveis, mão de obra e equipamentos”, salienta.

Quanto aos sinais de que a cama precisa ser renovada, a especialista conta que nos Estados Unidos a troca acontece quando começa a aparecer areia na cama ou quando se torna muito profunda. “Um sistema não precisa de uma cama com mais de seis polegadas, cerca de 15 cm de profundidade, pois uma cama mais profunda pode dificultar o gerenciamento da amônia e da umidade”, aponta.

Quanto ao reaproveitamento da cama, quando gerenciado corretamente, pode ser mais benéfico do que prejudicial. Isso ocorre porque a cama reutilizada já possui uma população microbiana estabelecida, o que pode acelerar o desenvolvimento da imunidade das aves. “Já em camas novas é muito mais imprevisível quais microrganismos irão povoar as aves desse alojamento, o que pode impactar o desenvolvimento do sistema imunológico dos frangos”, expõe.

Ventilação

Quanto ao manejo adequado da ventilação, seu impacto na qualidade da cama e na saúde das aves é significativo. O objetivo principal da ventilação é remover a umidade gerada pelas aves, o que está diretamente ligado à qualidade da cama e à saúde das aves. “Sem um programa de ventilação adequadamente executado, nunca será possível alcançar uma boa qualidade da cama e, consequentemente, uma boa saúde das aves. Portanto, o manejo adequado da ventilação é essencial para garantir um ambiente saudável e higiênico para as aves durante todo o ciclo de produção”, frisa a mestre em Nutrição de Aves.

Preparação do alojamento

Para garantir um ambiente saudável para as aves, as melhores práticas para a preparação inicial do alojamento antes da chegada dos pintinhos incluem o gerenciamento dos níveis de umidade, mantendo-os abaixo de 20%, e garantindo uma profundidade adequada da cama para acompanhar a deposição de umidade das aves. “É importante observar a aparência da cama, pois se ela ficar muito fina, há maior chance de níveis mais elevados de amônia. Se não houver opção de tratamento de cama para reduzir a amônia no início do lote, torna-se ainda mais crítico gerenciar”, salienta a bacharel em Ciência Animal.

Controle da proliferação de patógenos na cama

Em relação ao controle da proliferação de patógenos na cama, como Salmonella e Escherichia coli, é importante entender que nunca será possível controlar totalmente esses microrganismos, mas apenas gerenciá-los. “A área do microbioma nos aviários ainda é muito mal compreendida, e há muito a ser aprendido sobre como esses organismos interagem. No entanto, uma estratégia eficaz é gerenciar a umidade da cama, pois a água é um dos principais fatores que esses microrganismos precisam para sobreviver”, expõe Connie, acrescentando: “Mantendo a cama o mais seca possível e pelo maior tempo possível, podemos reduzir as chances de crescimento desses patógenos a níveis que impactariam negativamente nossas aves”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura

Fonte: O Presente Rural
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