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Produção cresce, preços sobem e rentabilidade do leite melhora no início de 2025

Captação avança, custos recuam e cenário internacional dá suporte, mas demanda interna fraca e importações elevadas acendem alerta para o restante do ano.

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Foto: Jaelson Lucas

Os preços de leite começaram o ano em elevação, o que não é incomum, dado ser um período de redução da oferta em relação ao último trimestre do ano, sendo que esta tendência sazonal de queda da produção geralmente se estende até maio-junho.

Foto: Iago Melo

Segundo o IBGE, a produção no último trimestre de 2024 expandiu mais fortemente, refletindo a melhora das condições climáticas e da rentabilidade do produtor. A captação havia crescido 4,6% no 1º trimestre de 2024, desacelerou para 0,7% no 3º trimestre, afetada pelos impactos das enchentes no Rio grande do Sul e pela seca intensa no Sudeste e Centro Oeste, mas voltou a crescer 4,6% no último trimestre do ano, com o retorno das chuvas e a consequente melhora das pastagens, além da relação de troca entre leite e a ração (base milho e farelo de soja) favorável ao produtor, nas mínimas históricas.

Assim, a produção de leite com inspeção fechou o ano em elevação de 3,1% sobre o ano anterior, com 25,4 bilhões de litros entregues. Em 2023, havia crescido 2,9%, recuperando das quedas de 2022 (-4,8%) e 2021 (-2,0%). Já a estimativa preliminar da captação no 1ºT de 2025 veio 3,1% maior que a do 1º trimestre de 2024 e 4,5% menor sobre o trimestre anterior.

Do ponto de vista dos preços recebidos pelos produtores, a menor oferta em meados do ano de 2024 foi determinante para a sustentação no segundo e terceiro trimestres, situação que começou a mudar a partir de setembro, mas ainda se mantendo bem acima do ano anterior.

Já em 2025, a média Brasil, apurada pelo Cepea no primeiro trimestre (R$ 2,75/litro) foi 23% maior sobre o 1º trimestre de 2024. Em Minas Gerais, principal estado produtor, a alta neste mesmo período foi ainda maior, de 29%, enquanto a menor variação positiva ocorreu em Gioás com 18% frente ao 1º trimestee de 2024. Aliás, estas duas importantes bacias leiteiras tiveram desempenho bem diferente em 2024, com o primeiro (MG) crescendo acima da média nacional e o segundo (GO) praticamente estagnado.

Contudo, a alta do preço em março ante fevereiro, de 2%, atingindo R$ 2,82/l, perdeu um pouco de força em relação aos meses anteriores (4,7% fev/jan e 2,7% jan/dez), o que, segundo o Cepea, teve relação com a demanda enfraquecida do consumidor final, o que se refletiu negativamente nos preços do leite no mercado spot em abril.

Importações seguem firmes

Se por um lado, a captação caiu em função da sazonalidade dentro de um ambiente de elevada competição entre os laticínios pela matéria prima, o que apoia o preço, por outro, as importações elevadas restringem maiores movimentos altistas.

De acordo com os dados da Embrapa Gado de Leite, as importações de derivados lácteos somaram 750 milhões de litros em equivalente leite nos quatro primeiros meses de 2025, estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior, mas o patamar é elevado. Em 2024, o total importado cresceu 5% sobre 2023 com 2,28 bilhões de litros, o equivalente a 9% da produção nacional inspecionada.

Bom momento para o produtor e para a indústria

Sob a ótica do produtor, apesar da relação de troca entre leite e a ração ter piorado um pouco em março, com a alta do cereal mais que proporcional à do leite, a partir de abril a pressão de alta do milho começou a aliviar diante da melhora da perspectiva para a produção de milho safrinha, o que deve voltar a reduzir a relação em abril.

Do ponto de vista dos preços dos derivados no atacado do estado de São Paulo, alguns dos produtos têm apresentado relativa estabilidade neste ano, como o UHT, o leite em pó e a muçarela. No UHT e na muçarela, o patamar dos preços é superior há um ano, assim como o leite cru.

Contudo, a alta do leite ao produtor em São Paulo, da ordem de 18% na média do primeiro trimestre, foi superior à variação do UHT (15%), mas inferior à da muçarela (21%), o que justifica o spread um pouco mais baixo do UHT frente ao mesmo período do ano anterior, e melhor que 2024 na muçarela.

Foto: Ari Dias

Importante dizer que, apesar dos preços médios mensais dos derivados não terem mostrado quedas até abril, coletas semanais mais recentes indicam acomodação dos preços na ponta, sendo importante acompanhar essa dinâmica pois tende a enfraquecer os spreads no curto prazo.

No mercado internacional, os preços dos produtos lácteos vêm em processo de recuperação desde o início de 2024. O leite em pó integral, por exemplo, no leilão da plataforma GDT alcançou US$ 4.374/t, 30% acima da mesma semana no ano anterior.A demanda tem sido positiva e a oferta restrita nos leilões.

Pecuária leiteira e pecuária de corte

Uma forma de relacionarmos a pecuária leiteira com a de corte é pela ótica da relação entre o preço do leite e a arroba da vaca. O produtor de leite, de certa forma, também é um pecuarista de corte, visto que negocia animais de descarte, vacas em lactação fora do pico produtivo, novilhas e bezerros.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Embora a decisão entre continuar produzindo leite ou vender a vaca/reduzir o rebanho não seja simples, em momentos de maior pressão sobre as margens da atividade leiteira – como no início de 2022, bem diferente do cenário atual – o pecuarista pode recorrer, como alternativa extrema, à venda das vacas.

Em meados de 2024, antes da valorização do boi gordo (e da vaca de descarte), o cenário estava bastante favorável para a produção de leite, com a relação leite/@ vindo abaixo dos 70 litros em jun/24,tomando Minas Gerais como referência. Isso incentivava a retenção de matrizes no sistema.

Já ao final do ano, essa relação se deteriorou, com a elevação forte da arroba, alcançando os 110 litros/@ em dez/24, mas voltando aos 94 litros/@ em mar/25 — patamar ainda abaixo da média anual dos últimos cinco anos, que gira em torno de 105 litros/@, valores que mudam um pouco conforme a região e o sistema produtivo.

Perspectivas

Pensando na relação leite/@, para os próximos meses, principalmente a partir do segundo semestre, a expectativa é de valorização da arroba, enquanto o leite tende a ter um aumento sazonal de oferta, com os custos de alimentação sob controle, milho devendo acomodar e o farelo de soja competitivo, além da boa qualidade das silagens e com as chuvas dentro da média na maior parte das regiões, condição melhor que a do ano anterior para as forrageiras. A depender da dimensão do aumento da produção, os preços do leite podem ser pressionados.

Foto: Juliana Sussai

Dessa forma, deve ser mais provável que a relação leite/arroba caminhe para valores próximos da média histórica, ao invés de retornar aos níveis muito favoráveis ao leite observados no início de 2024.

Sendo o consumo de derivados lácteos sensível à variação do PIB, a demanda doméstica é um ponto de atenção, visto que a atividade econômica deve crescer menos em 2025 em relação ao ano anterior.

De 3,2% de crescimento do PIB ocorrido em 2024, a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú Unibanco estima 2,2% para este ano. Isso se soma a um cenário de inflação mais pressionada, com o IPCA na projeção do Itaú em 5,7% ante 4,8% em 2024.

Embora o cenário doméstico seja desafiador, com relatos do consumo enfraquecendo, o que juntamente da produção crescente pode pesar sobre os preços, políticas de auxílio governamental podem mitigar este impacto. Além disso, vale acompanhar a dinâmica dos preços internacionais, pois, caso sigam firmes, também podem ajudar a moderar a importação e evitar pressões adicionais nos preços internos ao produtor.

Ainda que o preço do leite se ajuste um pouco, como os custos de ração devem seguir equilibrados, o produtor tende ter margem favorável, sobretudo os mais tecnificados, cuja produção segue expandindo, aumentando sua distância para os sistemas de produção menos intensivos.

Para os laticínios, com a perspectiva de que a oferta de leite siga positiva, não se espera pressões adicionais sobre as margens, mas vale a atenção com a dificuldade de repasses de preço, menor crescimento econômico e inflação elevada esperados para este ano.

Fonte: Consultoria Agro Itaú BBA

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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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