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Suínos Dos pais para os filhos

Processo de sucessão deve começar o quanto antes, orienta consultora

Um dia o peso da idade chega e junto a necessidade de passar adiante as conquistas e aprendizados profissionais, frutos de muitos anos de dedicação e trabalho. Essa é a realidade em muitas famílias de produtores rurais espalhadas em todos os cantos do Brasil, para as quais a continuidade dos negócios acontece por meio da sucessão familiar.

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Foto: Shutterstock

É inevitável. Um dia o peso da idade chega e junto a necessidade de passar adiante as conquistas e aprendizados profissionais, frutos de muitos anos de dedicação e trabalho. Essa é a realidade em muitas famílias de produtores rurais espalhadas em todos os cantos do Brasil, para as quais a continuidade dos negócios acontece por meio da sucessão familiar. O processo sucessório é longo, requer disciplina, mas acima de tudo exige muita vontade de ensinar e aprender.

Palestrante e consultora em sucessão e governança familiar, Mariely Biff: “Os principais desafios no processo sucessório estão atrelados à transmissão de valores além do dinheiro, ao planejamento de cenários, à implantação de cultura de inovação, ao aprender com qualidade em menos tempo e à quebra da resistência e do tradicionalismo” – Foto: Sandro Mesquita/OP Rural

Para Mariely Biff, palestrante e consultora em sucessão e governança familiar, a sucessão não se resume somente na transferência de patrimônio, mas principalmente na transmissão de conhecimento. “A sucessão familiar é um processo gradativo de construção, e entender do negócio para poder colaborar é muito importante”, afirma.

A transição sucessória começa a acontecer ainda na infância, de maneira natural, com ensinamentos repassados de pai para filho no dia a dia da fazenda. Entretanto, chega um momento em que a sucessão familiar precisa ser estipulada como meta e profissionalismo, afinal, o processo não envolve somente a família. Há, em muitos casos, os colaboradores, técnicos e outras pessoas que integram e desenvolvem as atividades na propriedade. “Esses profissionais precisam compreender como funciona o processo para que o mesmo ocorra de forma harmoniosa e sem conflitos em ralação a autonomia de cada membros da família nessa fase de transferência de poder”, destaca a consultora.

A profissional afirma que a sucessão familiar é um tema delicado, pois em alguns casos pode afetar a autoestima de quem será substituído, mas, segundo ela, é preciso que a transição ocorra de maneira conjunta e com a colaboração de todos os envolvidos. “É importante que as duas gerações interajam e compartilhem os conhecimentos para implementar os negócios da família”, ressalta.

Conforme Mariely, mesmo quando não há interesse por parte do herdeiro em ser o sucessor, é preciso que ele conheça os resultados, investimentos e as políticas que regem o negócio, inclusive, se os sucessores resolverem arrendar ou vender a fazenda. “Ainda que a pessoa não esteja envolvida na dinâmica da gestão, ela precisa compreender como funciona, até mesmo para opinar quando for necessário”, pontua.

 A escolha do sucessor

A escolha de quem será o responsável pela gestão dos negócios da família quando existem vários candidatos ao papel é outro fator que pode gerar conflito na transição familiar. Conforme a consultora, geralmente a pessoa escolhida não tem experiência para assumir o cargo e trazer resultados positivos para o negócio. “Às vezes os pais cobram muito dos filhos, mas não os ensinam como deveriam fazer”, aponta.

De acordo com Mariely, 95% dos casos atendidos por ela estão em um momento de estresse, com algum tipo de conflito familiar, que geralmente acontece por conta da procrastinação do início do processo sucessório, algumas vezes sob a alegação de que os pais ainda são jovens para tal procedimento. “Mas isso pode chegar a um ponto onde a família é obrigada a realizar a sucessão”, afirma.

Obstáculos

Os conflitos são muitas vezes inevitáveis, afinal, interesses e opiniões distintas quase sempre geram momentos de discordâncias, mas que precisam ser contornados com diálogo entre os envolvidos e auxílio profissional em determinadas situações. A consultora Mariely Biff aponta casos de centralização exagerada por parte do atual gestor. Tarefas não são delegadas e não há confiança de quem será sucedido em relação ao sucessor. “Isso gera sensação de não pertencimento por parte dos filhos”, afirma.

Outro obstáculo na sucessão, de acordo com Mariely, é o conflito de interesses entre os membros da família por conta de não haver a separação entre a vida familiar e a profissional. “Nesses casos as tratativas acontecem de pai para filho e não de líder para colaborador, e quando essas emoções estão envolvidas o processo se torna mais difícil, mas não impossível”, salienta Mariely.

O respeito à hierarquia é outro ponto abordado por Mariely, e segundo ela, precisa ser praticado para que o processo de sucessão ocorra corretamente. “Ouço pais dizerem: meu filho não está tão envolvido no negócio, chega a hora que quer no trabalho. Ele não entende que precisa ter responsabilidade”, revela.

Em contrapartida, a especialista afirma que é comum ouvir os filhos dizerem que não são ouvidos nem têm a oportunidade de implantar projetos por conta do pai ser centralizador. “Quando conseguimos entender o nosso universo dentro do negócio e da fazenda a gente consegue, sim, colaborar”, explica Mariely.

Para a profissional, o sucessor precisa começar a demonstrar interesse e participar de todas as atividades da fazenda, mesmo quando aquilo não for interessante para ele.

Para superar a falta de confiança do atual gestor, muitas vezes em razão da pouca idade do sucessor, Mariely sugere que haja empatia para entender o outro lado, afinal, não é fácil para alguém com muita experiência aceitar grandes mudanças e novos projetos. “Não queira fazer grandes transformações. Comesse pequeno, conquiste confiança e credibilidade entregando resultado”, ressalta.

Também é importante que o sucessor não espere receber conhecimento do atual gestor, é preciso que ele próprio vá em busca desses saberes. “Vão buscar esse conhecimento em outros exemplos, em outros lugares, para entender o que deu certo e errado, e assim entender o risco do negócio para poder evoluir”, afirma.

Definir regras

Para conseguir realizar o processo de sucessão familiar satisfatório é fundamental organizar projetos e reuniões para definir regras através da descrição dos papéis, responsabilidades, salários, organização do patrimônio e a profissionalização da tomada de decisão com percentual. “Se eu quero que alguém comece a ter responsabilidade no negócio, tenho que delegar também, para que essa pessoa sinta o peso da decisão”, explica Mariely.

Segundo ela, em conjunto com o plano de sucessão é preciso tem um plano de aposentadoria para a pessoa que será sucedida. “É também um processo psicológico de preparação que precisa ser pensado”, afirma Mariely.

Além disso, ela salienta a importância de se ter um plano de capacitação familiar para que todos entendam de fato dos negócios e possam contribuir. “Essa capacitação pode acontecer por intermédio de vídeos e outros conteúdos disponíveis na internet, inclusive através de eventos ou palestras onde toda a família pode ir e aprender junta”, ressalta.

Para que a transição ocorra corretamente, Mariely reforça que o processo inicie o quanto antes, mas isso não exige obrigatoriamente a contratação de uma consultoria. “Isso pode começar com pequenos ajustes para melhorar as tomadas de decisões e o planejamento, por exemplo, para que aos poucos o processo evolua”, menciona.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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