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Problemas nos cascos estão entre as 3 questões que mais geram prejuízo

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Mastite, problemas reprodutivos e de cascos estão entre as três questões que mais afetam economicamente a pecuária de leite no que tange à sanidade, sendo que deficiências nos cascos podem contribuir para surgimento de mastite e também doenças reprodutivas. Por aí se nota a importância do cuidado com esse “pedacinho” dos animais. No entanto, os técnicos alertam que o pecuarista pode estar descuidando na prevenção, que ainda é o meio mais eficiente de evitar os problemas com cascos. De acordo com o médico veterinário Enio Todero, do Departamento de Fomento à Pecuária Leiteira da Cooperativa Copagril, de Marechal Cândido Rondon, muitas vezes os problemas de casco nos bovinos são originados por questões alimentares, principalmente em gado de maior produção, cuja alimentação em grande parte é por concentrado em forma de ração. 
Os problemas de cascos aumentam consideravelmente onde há uma maior densidade de animais e nos sistemas de confinamento. O piso de concreto é um “vilão” para os cascos dos bovinos. O veterinário da Copagril explica que podemos comparar o casco bovino ao sapato que usamos. Mas o casco tem apenas em torno de 5 mm e ele se desgasta no contato frequente com o piso áspero, facilitando a penetração de bactérias. Ainda no caso free-stall, além da maior umidade, os bovinos caminham muito pouco o que colabora para reduzir a circulação de sangue nas pernas e torna irregular o crescimento dos cascos, que ficam mais moles.
Fatores de risco
O piso nas estrebarias não é o único fator de risco. Enio Todero reforça que o excesso de umidade nos locais que os animais ficam aguardando para entrar na sala de espera e no pasto é algo que precisa ser observado. A umidade provocada pela presença de esterco e urina, aos poucos, amolece o casco, o que também favorece a penetração de bactérias e a ocorrência de lesões. Áreas pedregosas são outro grande fator de comprometimento. O veterinário lembra que uma vaca de leite pesa mais de meia tonelada e todo esse peso se concentra nas patas dela quando caminha. Assim, uma pedra, pontiaguda ou não, sob os cascos, pode provocar dor e até mesmo machucar, dando início a uma infecção.
E as consequências não são poucas. Animais com cascos comprometidos produzem menos leite e a tendência é terem problemas reprodutivos, mastite, maior índice de descarte, queda da imunidade, entre outros. No casco especificamente podem ocorrer dermatite digital, úlcera de sola, erosão de talão, podridão de casco, úlcera de pinça, hemorragias de sola, laminite (inflamação das lâminas do cório), doença da linha branca, dermatite interdigital, flegmão interdigital e outras. “As lesões de casco interferem diretamente no bem-estar dos animais”, lamenta Todero e justifica: a incidência de mastite aumenta porque a vaca vai ficar mais tempo deitada e com isso seu úbere ficará mais tempo em contato com umidade e sujidades, favorecendo a infecção. A produção de leite cai também pela mesma lógica: deitado, o animal vai comer menos e, portanto, produzir menos. No caso dos problemas reprodutivos, foi percebido que em propriedades onde há mais problemas de cascos, o intervalo entre partos também é maior. A explicação disso, menciona Ênio, é porque a glândula supra-renal do animal que tem dor emite mais o hormônio cortisol. O cortisol, apesar de amenizar o estado doloroso, inibe os anticorpos do bovino. “Automaticamente animais que têm muita dor adoecem mais, porque ficam com suas defesas impedidas de atravessarem os vasos”, relata, citando outra consequência: o cortisol atua no ovário da vaca interferindo na ovulação. Com isso ela entra no cio, mas não consegue ficar prenha. 
Monitoramento
Todero expõe que é alto o custo dos antibióticos e dos antinflamatórios para tratar bovinos com problemas de casco e algumas lesões não têm cura quando são agravadas. “Por isso é preciso prevenir ou fazer o monitoramento diário para identificar os casos e iniciar um tratamento precoce”, sugere. Uma maneira prática para o produtor avaliar os animais, verificando os cascos e pela análise do escore de locomoção, que vai de 01 a 05 conforme o estado do bovino. O veterinário da Copagril informa que o ideal é que a vaca parada esteja com a coluna reta e ao caminhar mantenha a mesma postura. Mudanças na coluna estando ela parada ou caminhando, pode ser problema de casco, pior ainda se mancar. Quanto antes iniciar o tratamento, melhores os resultados. Em casos mais graves, além da medicação, pode ser necessário o uso de tamancos e/ou enfaixamento do casco e dependendo da gravidade e ainda deixar o animal de repouso em uma baia com cama de feno ou maravalha.
De acordo com pesquisas, cita Todero, dois meses antes de começar a mancar, o animal já começa a baixar a produção de leite, já que o estado doloroso antecipa a manqueira. “A manqueira só aparece quando não está mais suportando a dor, e depois de tratado, por outros três meses a produção de leite poderá continuar abaixo do normal”, relata. 
A maioria dos problemas de casco nas vacas começa a surgir após os partos porque o animal fica com um balanço energético negativo e busca energia nas suas reservas de gordura, inclusive das “almofadas” de gordura do casco, que servem para minimizar o impacto do peso do bovino enquanto ele caminha. Com essa almofada digital prejudicada, as lesões podem ocorrer mais facilmente.
Leia a reportagem completa na edição impressa de O Presente Rural ou pela versão online:

Fonte: O Presente Rural

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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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Produção de leite no Brasil se mantém estável e polos regionais se destacam

Produção nacional alcançou 35,74 bilhões de litros em 2024, com liderança do Sudeste, crescimento expressivo do Nordeste e destaque do Oeste Catarinense e municípios do Paraná entre os maiores produtores.

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Foto: Divulgação/Arquivo OP Rural

A produção de leite no Brasil manteve estabilidade em 2024 e evidenciou a força regional da atividade, conforme dados atualizados do IBGE. O levantamento mostra que o país produziu 35,74 bilhões de litros no ano passado, ligeiro avanço frente aos 35,25 bilhões registrados em 2023.

O destaque ficou com a Região Sudeste, que liderou a oferta nacional com 12,03 bilhões de litros, o equivalente a 34% de toda a produção do país. Em seguida aparecem as Regiões Sul, com 11,95 bilhões de litros (33%), e Nordeste, responsável por 6,43 bilhões (18%). O desempenho nordestino chamou atenção: a região registrou o maior crescimento entre as cinco grandes regiões, com alta de 5% na comparação anual. O Sudeste cresceu 3% e o Sul, 1%.

Na direção oposta, Centro-Oeste e Norte tiveram retrações de 3% e 5%, respectivamente, somando 3,66 bilhões e 1,67 bilhão de litros em 2024.

Oeste Catarinense segue entre os maiores polos leiteiros do país

Foto: Arnaldo Alves/AEN

A análise por mesorregiões reforça a importância do Sul na atividade. O Oeste Catarinense ocupou a segunda posição entre as dez maiores regiões produtoras, com 2,54 bilhões de litros. O volume fica atrás apenas do Noroeste Rio-Grandense, no Rio Grande do Sul, que liderou com 2,73 bilhões de litros.

Juntas, as duas mesorregiões responderam por 15% de toda a produção nacional. Outras regiões de destaque foram o Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (2,41 bilhões) e o Sul/Sudoeste de Minas (1,67 bilhão).

Municípios do Paraná e de Minas Gerais dominam o ranking nacional

Entre os dez maiores municípios produtores do Brasil, aparecem cidades dos estados do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Sergipe. Essas localidades somaram 1,94 bilhão de litros em 2024, representando 5% da produção nacional.

Castro (PR) manteve a liderança com 480 milhões de litros, seguido de Carambeí (PR), que produziu 290 milhões. Minas Gerais também marcou forte presença no ranking, com Patos de Minas (230 milhões), Patrocínio (160 milhões), Coromandel (140 milhões) e Lagoa Formosa (140 milhões).

A lista inclui ainda Itaíba (PE), Arapoti (PR), Orizona (GO) e Poço Redondo (SE), todos com produção entre 120 e 130 milhões de litros.

Os números reforçam a pulverização da atividade leiteira no país e a importância de polos regionais consolidados, que seguem impulsionando a produção mesmo em um cenário de crescimento moderado.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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Chuva eleva pressão de parasitas e exige reforço sanitário na pecuária

Alta umidade favorece verminoses e doenças como clostridioses e tristeza parasitária, aumentando riscos produtivos e a necessidade de vacinação e controle estratégico.

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Fotos: Shutterstock

O período das chuvas, que normalmente se estende do fim da primavera ao início do outono, representa uma fase de alta umidade e temperaturas elevadas nas principais regiões pecuárias do Brasil. Essas condições, embora benéficas para o crescimento das pastagens, favorecem a multiplicação de parasitas gastrointestinais e vetores de doenças, tornando indispensável a intensificação dos cuidados com vacinação e vermifugação do gado.

De acordo com Rodrigo Costa, que atua na área nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, essa combinação de fatores pode gerar prejuízos significativos. “A umidade favorece a sobrevivência de ovos e larvas de vermes no pasto, além de criar condições ideais para a disseminação de agentes infecciosos, como bactérias e vírus. Estes fatores elevam o risco de contaminações e comprometem o desempenho produtivo dos animais. Se não houver um bom controle sanitário, o produtor pode enfrentar queda na produção de leite e carne e aumento dos custos com tratamentos corretivos”, alerta.

Entre as doenças com maior incidência nessa época do ano estão as clostridioses, como o carbúnculo sintomático (manqueira) e as enterotoxemias, que tendem a se agravar com a ingestão de pastagens muito ricas, favoráveis ao desenvolvimento das bactérias clostridiais e à produção de toxinas.

Também merecem atenção a leptospirose, que se espalha em áreas úmidas através da urina de roedores e afeta a reprodução do rebanho, e as hemoparasitoses, como a anaplasmose (tristeza parasitária bovina) e a babesiose, transmitidas por carrapatos. Além delas, há o risco de verminoses gastrointestinais (principalmente Haemonchus contortus e Trichostrongylus spp.), que causam anemia, diarreia e perda de peso, e o aumento de moscas como a mosca-dos-chifres.

Segundo Costa, o calendário de vacinação é uma das principais ferramentas para preservar a saúde do rebanho e evitar prejuízos econômicos. “Manter o protocolo vacinal em dia é essencial para prevenir surtos de doenças que podem comprometer a rentabilidade da fazenda. Em regiões onde a vacinação é obrigatória, como no caso da febre aftosa, o não cumprimento pode gerar penalidades legais e restrições comerciais”, menciona.

O profissional reforça ainda que o controle parasitário deve ser feito conforme o perfil do rebanho e o histórico da propriedade. Bezerros e animais jovens, por exemplo, são mais vulneráveis e devem ser vermifugados a cada 60 a 90 dias. Já os adultos podem ter intervalos maiores, desde que o nível de infestação esteja sob controle. “O ideal é realizar exames de fezes (OPG – ovos por grama) para identificar o grau de contaminação e definir o vermífugo mais indicado. Também é importante alternar os princípios ativos, evitando o desenvolvimento de resistência dos parasitas aos medicamentos”, orienta.

Entre os sinais de alerta para possíveis infestações estão diarreia crônica, emagrecimento, mucosas pálidas e pelos arrepiados. Em casos de falhas na imunização, podem surgir doenças em animais já vacinados, situação que pode indicar uso de vacinas malconservadas, vencidas ou aplicadas de forma incorreta. “Ao identificar qualquer anormalidade, o produtor deve buscar o suporte de um veterinário ou técnico para confirmar o diagnóstico por exame clínico e laboratorial, além de revisar os protocolos de vacinação e vermifugação”, ressalta Costa.

A escolha e aplicação corretas dos produtos também são determinantes para a eficácia dos tratamentos. É fundamental optar por vacinas e vermífugos registrados no Ministério da Agricultura, observar o armazenamento adequado (geralmente entre 2 e 8°C) e garantir que a aplicação seja feita com equipamentos limpos e calibrados. “Esses cuidados simples fazem toda a diferença. Aplicações malfeitas ou produtos malconservados podem comprometer a imunidade do rebanho e gerar desperdícios”, salienta.

Costa ainda destaca o papel da assistência técnica no planejamento sanitário das propriedades. “O apoio de profissionais capacitados ajuda o produtor a montar um cronograma eficiente de vacinação e controle parasitário, de acordo com a realidade de cada fazenda. Além disso, o acompanhamento especializado permite avaliar continuamente os resultados, ajustar as estratégias e auxiliar na seleção de produtos de melhor custo-efetividade para garantir a saúde e a produtividade do rebanho”, evidencia.

Fonte: Assessoria Axia Agro
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