Avicultura
Probióticos auxiliam também no controle patogênico da cama de aviário
A inclusão de microrganismos vivos benéficos às rações das aves é evidente
Artigo escrito por Renato Giacometti, zootecnista-Msc e gerente Técnico da Imeve Saúde e Biotecnologia em Nutrição Animal
Os profissionais do segmento de nutrição avícola vêm buscando cada vez mais alternativas para atingir bons índices zootécnicos nos animais. A inclusão de microrganismos vivos benéficos às rações das aves é evidente. Probióticos são culturas de microrganismos vivos que, administradas em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro por melhorar a microbiota intestinal benéfica, reduzir a colonização por agentes patogênicos e estimular o sistema imune dos animais. Quando ingeridos, exercem efeitos favoráveis à saúde da ave, como auxílio na colonização intestinal benéfica e diminuição da instalação e proliferação de microrganismos patogênicos, tanto na ave quanto na cama de frango.
O probiótico é um produto biológico (natural) e revela vantagens que incluem o cumprimento de uma tendência mundial que começa a rejeitar antimicrobianos como promotores de crescimento, até então utilizados em larga escala, devido ao fato de poderem deixar resíduos na carne e assim comprometer a saúde humana e possibilitar a resistência a bactérias patogênicas.
Assim, o consumo de rações com probióticos pelas aves ocorre de forma crescente e permite que o equilíbrio da microbiota intestinal das aves seja mantido, prevenindo e combatendo enfermidades do trato digestório (diarreias). Ocorre melhora na digestibilidade das rações, melhor aproveitamento (absorção) dos nutrientes, com consequente melhora nos índices zootécnicos, como ganho de peso e conversão alimentar, e um controle eficiente da contaminação da cama por bactérias indesejáveis.
Probióticos e a Sanidade da Cama
A cama de aviário pode ser renovada a cada ciclo de produção ou reutilizada por vários lotes. No entanto, sua reutilização em lotes sucessivos dificulta a desinfecção do ambiente, alterando a qualidade microbiológica do sistema de produção, podendo contribuir para a prevalência de microrganismos, como por exemplo a Salmonella spp. Faz-se necessário desenvolver e implementar produtos que reduzam a contaminação das aves e alimentos consumidos pelo homem. Neste sentido, substâncias como probióticos a base de Bacillus subtilis e Bacillus cereus var. toyoi. têm sido adicionadas na cama de aviário ou fornecidas via ração com o intuito também de melhorar sua qualidade microbiológica. Trabalhos mostram que a inclusão destes microrganismos na ração melhora o ganho de peso e conversão alimentar das aves e também promove, na cama do aviário, a inibição ou o controle do crescimento de bactérias patogênicas. Estes microrganismos produzem enzimas (proteases), que quebram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas e atuam sobre os resíduos animais e matéria orgânica da cama, degradando-as. Assim, a utilização na ração ou pulverizados diretamente na cama proporciona um ambiente desfavorável para o crescimento de microrganismos patogênicos devido à competição por nutrientes no substrato.
Uso de Probióticos
Em um trabalho, utilizamos o probiótico à base de Bacillus subtilis e Bacillus cereus var. toyoi objetivando verificar seus benefícios frente à contaminação da cama de frangos, quando incluídos na dieta de aves artificialmente infectadas via oral com Salmonella Enteritidis (SE) na concentração de 10e8 UFC/ml no 2° dia de vida. Utilizou-se 100 frangos de corte, Cobb, distribuídos em quatro tratamentos: G1- ração comercial com promotor de crescimento, com adição de probiótico e com inoculação de SE; G2- ração comercial sem promotor de crescimento, com adição de probiótico e com inoculação de SE; G3 – ração comercial com promotor de crescimento, sem a adição de probiótico e com inoculação de SE; e G4 – ração comercial com promotor de crescimento, sem a adição de probiótico e sem a inoculação de SE. Amostras de cama foram coletadas em cinco diferentes pontos da cama (pool), antes do alojamento e durante as seis semanas de alojamento. Estas amostras foram processadas para contagem de bactérias totais e de enterobactérias, de acordo com protocolos previstos pela legislação vigente. Os resultados apresentados na figura 1 mostram a eficiência do probiótico frente à contaminação de bactérias na cama de frango.
O probiótico à base de Bacillus subtilis e Bacillus cereus var. toyoi apresentou melhor controle sobre a contagem de enterobactérias presentes na cama. O aumento das bactérias totais nos grupos é devido a um aumento de bactérias benéficas influenciadas pela ação do mesmo. Portanto, baseado nas informações citadas, a utilização do probiótico ou do probiótico associado ao promotor de crescimento na alimentação das aves é benéfica e indicada para controle da contaminação bacteriana da cama de frangos.
Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
