Avicultura Nutrição
Probióticos: além de produtividade, bem-estar animal
Uso de probióticos, nas dosagens adequadas e conservados da forma correta, pode sim, ter resultado positivo zootécnico, sanitário e de bem-estar

Artigo escrito por Sergio Wobeto, médico veterinário e consultor Técnico Comercial da Kera Nutrição Animal
O mercado da produção de proteína animal, atualmente, além das naturais preocupações com produtividade, está também focado na exigência cada vez mais forte por parte dos consumidores, principalmente no que diz respeito a diminuição do uso de antimicrobianos e bem-estar animal.
Tais exigências fizeram com que produtores e pesquisadores partissem na busca de soluções para atender essa demanda do mercado. Quanto a diminuição e uso racional de antimicrobianos, surgiram várias alternativas que atendem essa necessidade, dentre as quais podemos citar os acidificantes, fitoterápicos, óleos essenciais, prebióticos, probióticos, simbióticos, entre outros, que têm se mostrado altamente eficientes na manutenção dos índices zootécnicos e controle de patógenos quando usados de modo correto e se atende as boas práticas de produção.
Quando se fala em bem-estar animal, temos que ter em mente os cinco domínios que sustentam esse conceito, o qual fala que todos os animais devem: ser livres de medo e estresse; ser livres de fome e sede; ser livres de desconforto; ser livres de dor e doenças; ter liberdade para expressar seu comportamento ambiental.
Para atender cada um desses domínios, têm surgido várias práticas que vão desde enriquecimento ambiental até o abate humanitário, claro que passando por manejo, controle de patógenos, qualidade nutricional, instalações e transporte.
A tendência de um consumo mais consciente, consolidada na Europa, está crescente no Brasil. Em 2018 surgiu o primeiro selo brasileiro dedicado exclusivamente ao bem-estar dos animais de fazenda, idealizado pelo médico veterinário Leonardo Vega, da F&S Consulting e que contou com o apoio de uma equipe vinculada ao Departamento de Produção Animal da FMVZ (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) da Unesp, liderada pela doutora em Zootecnia Ianê Correia de Lima Almeida. Essa iniciativa visa fortalecer os procedimentos adotados pelo produtor e valorizar sua produção, levando ao consumidor a certeza de que está adquirindo um produto gerado por um sistema que se preocupa em criar os animais dentro dos melhores parâmetros de bem-estar.
Em trabalhos recentemente publicados, foi comprovado que o uso de probióticos na alimentação, além de melhorar o desempenho zootécnico e sanitário dos animais, lhes conferiu melhores parâmetros de bem-estar.
Em estudo realizado nas instalações da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, na área de ensino, pesquisa e extensão em avicultura de corte, pesquisadores chegaram à seguinte conclusão: O uso de probiótico melhorou significativamente a absorção de água, macro e micro nutrientes, fato evidenciado pela melhor conversão alimentar e melhor fator de eficiência produtiva, e substituiu o promotor de crescimento com maior eficácia, apresentando melhores resultados de desempenho zootécnico e de comportamento, bem como melhor rendimento e qualidade de carnes nobres.
Em outro trabalho realizado em fevereiro deste, outro estudioso concluiu que diante do delineamento estudado e os resultados obtidos, o uso de probiótico contínuo na ração foi eficaz no controle da Salmonella Gallinarum durante os primeiros dias de vida de pintainhas de postura comercial, tanto em ceco como no fígado, seja pela redução qualitativa (presença/ausência) no fígado aos 7 dias de idade e no ceco aos 21 dias de idade ou quantitativa (UFC.g-1) no ceco aos 7 dias de idade, do agente patogênico desafiado.
Aves menos estressadas
Baseados nestes resultados concluíram que utilização de probiótico na dieta de frangos de corte proporcionou aves menos estressadas, consequentemente, em melhores condições de bem-estar, o que pode reduzir perdas de qualidade do produto final, como arranhões de carcaça ou asas quebradas.
Em março de 2019 a mesma equipe concluiu que a utilização de probiótico foi eficiente para diminuir os índices de ovos sujos, ovos trincados no útero, comportamento agonístico, apresentando-se mais calmo. Para aves vermelhas criadas em sistema cage-free houve melhora significativa no peso dos ovos, com manutenção da qualidade de casca.
Esses resultados confirmam que o uso de probióticos, nas dosagens adequadas e conservados da forma correta, pode sim, ter um resultado positivo zootécnico, sanitário e de bem-estar dos animais com eles alimentados, sendo um forte aliado do sistema produtivo na busca do atendimento dos anseios dos consumidores modernos.
Outras notícias você encontra na edição de Aves de agosto/setembro de 2019.

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

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Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




