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Principais aditivos utilizados na produção de ruminantes

Uso de tamponantes é benéfico, principalmente em dietas com grande potencial acidogênico

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Artigo escrito por Eduardo Giacometti Ramos, médico veterinário e consultor Técnico da Carbonor S.A.

Os aditivos e tecnologias utilizadas na nutrição animal são ferramentas de grande importância para o aumento da produtividade de bovinos de corte e produção de leite no Brasil. Embora ocupemos posição relevante referente as exportações de proteína animal, nossos índices de produtividade ainda possuem grande potencial de melhoria.

Entre os principais aditivos utilizados na nutrição de ruminantes, podemos citar os tamponantes ruminais, sendo o bicarbonato de sódio o mais utilizado e outros aditivos que por mecanismos de ação diferentes atuam modulando, inibindo ou selecionando o crescimento de populações de microrganismos ruminais mais benéficos em detrimento de outros mais nocivos, tendo como efeito o aumento da digestibilidade da fibra, melhora do aproveitamento energético da dieta e inibição do crescimento de bactérias  produtoras de metabólitos ácidos que poderiam prejudicar o equilíbrio da microbiota ruminal. Neste grupo de aditivos podemos citar os ionóforos (monensina e lasalocida), antibióticos não ionóforos (virginiamicina), aditivos microbianos e seus extratos como probióticos, prebióticos, leveduras e enzimas fibrolíticas e mais recentemente lipídeos, própolis e óleos essenciais.

Conforme instrução normativa mapa nº 3, de 25 de janeiro de 2021, só podem ser comercializados para uso na alimentação animal no Brasil ingredientes ou aditivos que estiverem presentes em lista publicada ou outro regulamento autorizativo. Vale lembrar que no Brasil não é permitido a utilização de aditivos anabolizantes e hormônios como promotores de crescimento.

A saliva dos ruminantes é formada por uma mistura de água, eletrólitos, enzimas digestivas e uma grande quantidade de tamponantes como fosfatos e bicarbonatos. Ela é responsável por neutralizar o excesso de ácidos gerados na fermentação ruminal, mantendo o pH estável em uma faixa adequada ao desenvolvimento da microbiota presente no rúmen. A quantidade de saliva deglutida é variável e depende da capacidade do alimento ingerido em estimular o processo de ruminação (Tabela 1).

A fibra com capacidade para estimular esse processo recebe o nome de Fibra Fisicamente Efetiva FDN (Fe) e nem sempre é ingerida em quantidades ideais. Quando esse mecanismo fisiológico fica prejudicado, uma cascata de eventos é desencadeada: menor mastigação com redução significativa do influxo de saliva e bicarbonato para o rúmen, maior produção de ácidos graxos voláteis (AGV), redução do pH ruminal, mudança nas populações microbianas, redução na proporção de acetato/propionato e queda no teor de gordura do leite (Tabela 2).

Dependendo da severidade da redução do pH ruminal, outros distúrbios metabólicos podem ser desencadeados levando a queratinização das papilas ruminais (área absortiva de AGV), laminite, abcessos no fígado e até mesmo a morte do animal. Com a queda do pH ruminal grupos de bactérias gram-positivas produtoras de ácido lático tendem a se estabelecer no rúmen. Os compostos gerados por esse grupo de bactérias tendem a reduzir ainda mais o pH, causando a morte dos outros microrganismos, liberando endotoxinas responsáveis pelos efeitos sistêmicos deletérios.

O uso de tamponantes é benéfico, principalmente em dietas com grande potencial acidogênico nas quais predominam alta quantidade de alimentos fermentescíveis como silagem de grão úmido, silagem finamente moída de milho, alta utilização de concentrados, ou manejos alimentares nos quais o concentrado é ofertado separadamente do volumoso em uma baixa frequência diária. Também pode ser vantajoso nos casos onde a tecnologia disponível na propriedade é deficiente, não permitindo controle adequado da mistura e da oferta de alimento aos animais ou para minimizar os efeitos negativos em casos falhas de manejo nutricional. Nesse sentido também pode ser utilizado em transição de dietas, principalmente quando se faz a mudança de dietas ricas em fibras para dietas ricas em concentrados. Deve ser utilizado em animais que estão sujeitos a condições de stress calórico que recebem concentrado e volumoso separadamente, visto que o calor tem efeito maior na redução da ingestão do volumoso quando comparado a ingestão de concentrados.

Uso de tamponantes

De maneira simplificada podemos dizer que tampões são sistemas aquosos formados por ácidos ou bases fracas e seu respectivo par conjugado, que tendem a resistir a mudança de pH quando ácidos ou bases são a ele adicionados. Os aditivos tamponantes devem ter alta solubilidade, e no caso específico de ruminantes, devem tamponar o pH próximo aos valores ótimos para a saúde e atividade celulolítica da microbiota ruminal. Tampões como bicarbonato de sódio são utilizados na dosagem de 1% da matéria seca total ou 1,5% em relação ao concentrado. Previnem a queda acentuada do pH, mas não aumentam o valor acima de um determinado patamar se utilizado em demasia, diferentemente de outros produtos alcalinizantes como óxido de magnésio, que pode elevar drasticamente o pH, sendo por isso utilizado com maior cautela, frequentemente associado ao bicarbonato de sódio na proporção de 1/3 da dose de bicarbonato. O carbonato de cálcio, embora citado como tamponante não exerce boa atividade como tamponante ruminal visto ter baixa efetividade em pH superior a 5,5 e ter baixa solubilidade. Algas calcárias são formadas em sua quase totalidade carbonato de cálcio e magnésio, porém oferecem a vantagem de fornecer fonte orgânica de cálcio, magnésio e outros elementos traços, que possuem maior biodisponibilidade nutricional.

O uso de tamponantes tem efeito positivo sobre a produção e aumento no teor de gordura do leite. A acidose ruminal reduz a digestibilidade da fibra, reduzindo o fluxo de acetato (AGV) para os tecidos. Aproximadamente metade da gordura presente no leite vem diretamente dos quilomicrons sintetizados no fígado. O restante é sintetizado nas células da glândula mamaria que utiliza o acetato com maior eficiência que os outros AGV absorvidos. Assim a manutenção do pH acima de 6,2 eleva a proporção de acetato em relação aos outros AGV no rúmen (Tabela 2), melhorando o aporte desse nutriente para a glândula mamária que resulta na produção de leite com maior teor de gordura. O bicarbonato de sódio também provoca um efeito de diluição no rúmen promovendo uma maior taxa de passagem no orifício retículo-omasal e consequente aumento na ingestão de matéria-seca, fator este relacionado com o aumento de produção de leite.

O uso de aditivos na nutrição de ruminantes é ferramenta complementar a um bom sistema produtivo, onde não haja deficiências nutricionais. Tamponantes ruminais, ionóforos, antibióticos não ionóforos e leveduras são os aditivos mais utilizados. Visto a grande variabilidade nos resultados entre animais produzidos a pasto e confinados, deve-se sempre fazer uma avaliação do custo e benefício de cada aplicação para tomada de decisão. Porém é certo afirmar que eles podem potencializar os ganhos de eficiência alimentar, mas não eliminam prejuízos oriundos de nutrição e manejos deficientes.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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