Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas

Primeiras chuvas favorecem o plantio de sorgo para silagem

Publicado em

em

Nas condições climáticas dos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, o sorgo para a produção de silagem deve ser semeado entre os meses de setembro e novembro, coincidindo com as primeiras chuvas. Além disso, para produzir uma silagem de alta qualidade de sorgo, o produtor precisa realizar o manejo adequado para o preparo do solo, observar a densidade e a profundidade do plantio bem como planejar a época da colheita.
A cultura de sorgo tem sido utilizada no processo de ensilagem, principalmente por sua facilidade de cultivo, altos rendimentos, tolerância à seca e capacidade de explorar grande volume de solo. Também apresenta um sistema radicular abundante e profundo e permite cultivar a rebrota. Isso é possível quando a cultura é submetida a manejo adequado e, especialmente, pela qualidade da silagem produzida, sem uso de aditivo para estimular a fermentação.
O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), especialista em melhoramento de sorgo, José Avelino Santos Rodrigues, ressalta que os híbridos existentes no mercado, na sua maioria, também apresentam alta estabilidade de produção, alta resistência à estiagem, alta qualidade de forragem com baixo custo de produção e alto potencial de produção de massa verde (média de 50 t/ha). "Quando os híbridos são adaptados para produção de forragem, em diversos sistemas de produção, apresentam porte acima de 2,50 metros. Em um ciclo de 90 a 100 dias, atingem o ponto de grãos leitosos/pastosos, que é ideal para ensilagem, e um excelente padrão fermentativo. Nesse estágio, a porcentagem de grãos na massa é de 30 a 40% da matéria seca e a silagem é de alta digestibilidade (cerca de 60% DIVMS) e alto teor proteico, com média de 8% de proteína bruta", afirma.
José Avelino explica que várias plantas forrageiras, anuais ou perenes, podem ser ensiladas, e entre elas o sorgo e o milho são as culturas mais utilizadas. A silagem de sorgo tem custo de 5 a 15% mais barato do que a silagem de milho. Porém, o valor nutritivo da silagem de sorgo é, aproximadamente, 10% mais baixo do que a de milho. "A cultura de sorgo tem elevado potencial de produção e boa adequação à mecanização. Para ter bons resultados, o produtor deve ter o cuidado de ensilar o sorgo no estádio leitoso/pastoso, pois quando ensilado no estádio de grão farináceo podem ocorrer perdas significativas de grãos pelas fezes dos animais que se alimentam com ele", orienta.
Qualidade
De acordo com o pesquisador, a produtividade de matéria seca de sorgo forrageiro está geralmente correlacionada com a altura da planta, ou seja, o potencial de produção de matéria seca aumenta com a altura da planta. "A porcentagem de panículas decresce a uma taxa menor nos híbridos de porte baixo ou médio, passando a diminuir a uma taxa maior naquelas cultivares de porte muito alto. O inverso ocorre em relação à percentagem de colmos. A percentagem de folhas decresce com a elevação da altura, porém, a uma taxa menor e constante" diz José Avelino.
O especialista acrescenta que a digestibilidade das partes da planta (colmos, folhas e panículas) tem influência marcada sobre a digestibilidade da planta total. "Existe acentuada variação dentro de cada parte entre os diversos híbridos. Isso sugere a possibilidade de melhorias no valor nutritivo por meio da seleção de genótipos com melhor equilíbrio, e pela seleção de linhagens de maior digestibilidade das partes da planta".
"A maior percentagem de panículas, além de contribuir para o aumento na qualidade da silagem, em função do seu melhor valor nutritivo, tem uma participação muito grande na elevação da porcentagem de matéria seca da massa ensilada, em função do seu menor conteúdo de água. Além disso, o aumento do teor de matéria seca da panícula, durante a maturação, é o maior responsável pela queda da umidade da planta total", afirma José Avelino.
Recomendações para o plantio e a colheita do sorgo
Preparo do solo
É importante que haja um bom contato da semente com o solo para que se obtenha uniformidade de germinação e emergência. Nos sistemas tradicionais, envolvendo aração e gradagens, deve ser dada atenção à gradagem para haver a quebra dos torrões do solo. O sistema de plantio direto agrega vantagens comparativas aos sistemas convencionais, uma vez que é revolvida apenas uma pequena parte da superfície do solo, deixando o restante protegido pela palhada. Assim, além de contribuir para a redução da erosão, promove a conservação da umidade do solo e ajuda no controle das plantas daninhas.
Densidade de plantio
No plantio do sorgo, é importante regular a densidade de plantio. A densidade ótima, que promoverá o rendimento máximo da lavoura, varia basicamente com a cultivar e com a disponibilidade de água e de nutrientes. A recomendação de densidade de sorgo forrageiro pode variar de 100 a 200 mil plantas por hectare na colheita. Associado à densidade de plantio está o espaçamento entre fileiras. No Brasil, o espaçamento mais utilizado é 70 cm, mas verifica-se uma tendência de se utilizar cada vez mais os espaçamentos reduzidos.
Profundidade de plantio
A semente do sorgo é pequena. Por isso é necessário realizar o plantio mais superficial, a uma profundidade de 3-5 cm. O solo deve estar bem preparado, para facilitar a emergência das plântulas.
Época de plantio
A semeadura ocorre entre setembro e novembro, dependendo da época de início das chuvas. A produtividade é, provavelmente, mais elevada quando as condições do tempo permitem o plantio em outubro.
O sorgo é uma espécie de dias curtos, ou seja, quando o plantio é realizado mais tardiamente pode haver efeito de fotoperiodismo, que reduz, principalmente, o porte da planta e afeta a produção de matéria seca total. Em plantios feitos a partir de meados de dezembro já pode ocorrer a redução no porte da planta, dependendo da cultivar utilizada.
Época de colheita para silagem
O conteúdo de matéria seca desempenha um papel fundamental na confecção de silagem: aumenta a proporção de nutrientes, facilitando os processos fermentativos, e diminui a ação de microrganismos responsáveis pela produção de ácido butírico e degradação da fração proteica, fato que ocasiona a redução do valor nutricional da silagem. Quanto maior a umidade, menor será o pH limite para inibir esse crescimento. Silagens muito úmidas são pouco desejáveis porque reduzem o desempenho do animal, em razão do menor consumo voluntário. Isso ocorre mesmo se houver níveis adequados de carboidratos solúveis para promover fermentação lática.
Silagem com menor teor de umidade tem menor custo de transporte, pois cada carreta leva maior quantidade de matéria seca. Silagens com alto teor de umidade produzem maior quantidade de efluentes, que são responsáveis pela perda de nutrientes de alta digestibilidade. A produção de efluentes reduz-se com o aumento do teor de matéria seca, chegando, em condições normais, a níveis próximos de zero, quando o teor de matéria seca chega a 30%.
Silagens com alto teor de matéria seca têm grande tendência à produção de calor e crescimento de fungos por causa da dificuldade de compactação e exclusão do oxigênio. Além disso, o material mais seco, por ter menor calor específico, sofre aumento de temperatura maior com a mesma quantidade de calor produzido pela fermentação. Por isso, as perdas pelo calor são maiores em materiais mais secos.
Híbridos de sorgo no estágio de grão leitoso normalmente apresentam maiores coeficientes de digestibilidade da porção fibrosa. No entanto, o rápido aumento da proporção de grãos, e consequentemente de amido altamente digestível, que ocorre com o amadurecimento, compensa a diminuição da digestibilidade da porção fibrosa, mantendo inalterada a digestibilidade da matéria seca.

Fonte: Embrapa Milho e Sorgo

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações

Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

Publicado em

em

Foto: Ana Maio

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.

As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso

Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.

Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.

Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA Agro
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

Publicado em

em

Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

Publicado em

em

Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.