Notícias
Primeira estimativa do IBGE aponta queda de 3,7% na safra de 2026
La Niña e redução no milho puxam recuo previsto para a produção nacional, enquanto a soja avança e sustenta o resultado do próximo ciclo.

A primeira estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgada pelo IBGE, aponta cenários opostos para as duas principais culturas do país em 2026. Enquanto a soja deve estabelecer um novo recorde nacional, o milho tem previsão de forte retração após uma safra histórica em 2025.
Para a soja, o IBGE projeta produção de 167,7 milhões de toneladas em 2026, alta de 1,1% frente ao ciclo anterior. O crescimento é sustentado por um leve avanço de 0,3% na área plantada e por um incremento de 0,8% no rendimento médio, que deve alcançar 3.507 kg/ha. Caso confirmado, será o maior volume já produzido pelo país.
O milho, por sua vez, tende a registrar a queda mais significativa entre as principais lavouras. A produção total prevista é de 128,4 milhões de toneladas, retração de 9,3% (menos 13,2 milhões de toneladas) em relação à safra de 2025, que foi excepcional devido ao clima favorável no período da segunda safra.

A 1ª safra de milho deve alcançar 26,3 milhões de toneladas, avanço de 0,9%, com aumento de 3,3% na área colhida, ainda que o rendimento recue 2,4%. Já a segunda safra, responsável por mais de 70% da produção nacional, concentra a maior parte da queda: estimados 102,1 milhões de toneladas, redução de 11,6%, puxada por um recuo proporcional no rendimento.
Segundo o IBGE, a base de comparação elevada da safra 2025 e a influência do La Niña, que altera o regime de chuvas no Centro-Oeste e Sul, explicam parte das perdas estimadas para o milho. A instituição também menciona incertezas sobre a janela de plantio, já que as lavouras de verão ainda estão em desenvolvimento.
Com esses resultados, soja e milho seguem como pilares da produção agrícola nacional, mas com trajetórias divergentes à medida que 2026 se aproxima.

Notícias
Frísia vai receber 2 mil lideranças cooperativistas no Encontro Estadual promovido pelo Sistema Ocepar
Na oportunidade, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, apresentará um balanço das atividades de 2025 e as expectativas para 2026.

Na sexta-feira (28), a Frísia Cooperativa Agroindustrial vai receber, no Parque Histórico de Carambeí (PR), o tradicional Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses promovido pelo Sistema Ocepar. São esperados dois mil participantes.
O governador do Paraná, Ratinho Junior, confirmou sua presença. Parlamentares e representantes de entidades parceiras também foram convidados a prestigiar o evento.
O Encontro Estadual é realizado anualmente para celebrar as conquistas do setor. Na oportunidade, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, apresentará um balanço das atividades de 2025 e as expectativas para 2026. Em 2024, as 227 cooperativas registradas na organização alcançaram receita global de R$ 205,6 bilhões, agregando mais de quatro milhões de cooperados e gerando 146 mil empregos diretos. Já o valor exportado pelo setor chegou a US$ 7,9 bilhões.
A edição deste ano também marca o fim das comemorações do Ano Internacional das Cooperativas, instituído em 2025 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e terá como anfitriã a Cooperativa Frísia, que, em agosto, completou 100 anos de fundação.
As atividades iniciam às 8h, com a recepção das delegações de cooperativistas vindas de todas as regiões do Paraná. Às 8h45, ocorre o Painel de Autoridades. Depois, o professor, palestrante e pesquisador em Liderança, RH e Significado do Trabalho, Alexandre Pellaes, ministra palestra com o tema “Propósito e pertencimento”.
Homenagens e apresentação cultural
A programação contempla ainda homenagens ao governador Ratinho Júnior e a Cooperativa Frísia, além de apresentações do Coral Frísia, Coral de Fazendeiros do Centro Cultural Castrolanda e Coral do Sistema Ocepar. Além disso, haverá um show musical com Simão Wolf, que é maestro, professor do método Suzuki, compositor, arranjador e violinista há mais de 20 anos.
Notícias
Encontro nacional reúne adidos agrícolas e setor produtivo para alinhar estratégia de exportações
ApexBrasil, Mapa, MRE e MDIC promovem quatro dias de debates e articulação em Brasília para ampliar o acesso do agro brasileiro aos mercados internacionais.

A ApexBrasil e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), realizam entre terça (25) e sexta-feira (28), em Brasília, o Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas. O evento busca aproximar adidos agrícolas, setores produtivos e equipes governamentais para alinhar estratégias de promoção comercial e ampliar o acesso do agronegócio brasileiro aos mercados internacionais.
A programação vai reunir 54 adidos agrícolas, 40 em missão e 14 recém-designados, além de representantes dos Escritórios Internacionais da ApexBrasil em Bogotá, Miami, Bruxelas, Moscou, Dubai, Lisboa e Pequim. Serão quatro dias de painéis regionais, debates técnicos, reuniões individuais e articulação entre governo e setor privado.
A abertura oficial está marcada para quarta-feira (26), às 08h30, no Windsor Plaza Brasília Hotel, com a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; e de autoridades do MRE, MDIC, MDA, MPA, Embrapa, Sebrae e Conab. O embaixador Roberto Rodrigues, representante especial da FAO para o Cooperativismo, também vai participar do evento.
O painel inaugural “Aberturas de Novos Mercados: uma parceria entre o setor público e o setor privado”, será conduzido pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua; pelo gerente de Agronegócios da ApexBrasil, Laudemir Müller; e pelo embaixador Alex Giacomelli, diretor do Departamento de Promoção Comercial, Investimentos e Agricultura do MRE.
A agenda inclui ainda encontros individuais entre entidades do agronegócio, adidos agrícolas e equipes dos escritórios da ApexBrasil, com foco em temas como abertura e melhoria de acesso a mercados, estratégias de promoção comercial e parcerias institucionais.
Fortalecimento do agro no exterior
A atuação conjunta entre ApexBrasil, Mapa e MRE tem se consolidado como eixo estratégico para fortalecer a presença internacional do agronegócio. Entre 2023 e 2025, os órgãos, com participação do MDIC, promoveram 10 encontros regionais de SECOMs, SECTECs e Adidos Agrícolas em cidades como Joanesburgo, Panamá, Bogotá, Washington, Bangkok, Tóquio, Lisboa, Varsóvia, Bruxelas e Dubai.
Essas iniciativas envolveram 212 representantes brasileiros no exterior, entre 131 SECOMs, 54 SECTECs e 27 adidos agrícolas, além de 38 empresas e entidades do setor, com destaque para segmentos como proteína animal, café, agroindústria e couro.
Nos últimos dois anos, a estratégia integrada resultou em mais de 170 ações internacionais em 42 países, incluindo seminários, rodadas de negócios, workshops e participação coordenada em feiras. As ações projetaram US$ 18 bilhões em negócios e atenderam mais de três mil empresas brasileiras.
Notícias
Governo cria novas condições para renegociar dívidas rurais após perdas climáticas
Com prazos ampliados e juros mais baixos, a medida facilita a renegociação rural, mas o montante disponível não deve resolver o conjunto das dificuldades enfrentadas pelo setor.

O governo federal e o Conselho Monetário Nacional (CMN) implementaram, em setembro deste ano, uma série de medidas que visam apoiar produtores e cooperativas que sofreram perdas significativas entre 2020 e 2025. A iniciativa é voltada para quem sofreu com eventos climáticos como seca, geada, enchentes e vendavais.

Foto: Divulgação/Embrapa Soja
Os recursos da Medida Provisória (MP) nº 1.314/2025, buscam melhorar condições especiais para renegociação e liquidação de débitos rurais. As prioridades neste momento estão voltadas ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e também ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), conforme esclarece a Resolução CMN nº 5.247/2025.
Especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Rafael Caferati, ressalta que para se enquadrar na MP o agricultor deve ter operações de crédito rural (custeio, investimento ou Cédula de Produto Rural) contratadas até 30 de junho de 2024 e adimplentes nesta data, estar em um município que teve a calamidade pública reconhecida em pelo menos dois anos entre 2020 e 2024 e comprovar com laudos técnicos perdas mínimas de 30% em duas ou mais safras no período.
Como proceder?
De acordo com Caferati, o produtor deve: conferir se o município em que ele planta teve algum decreto de emergência e calamidade reconhecidos; solicitar um laudo técnico comprovando perdas de até 30% ou mais em duas safras; consultar o seu banco ou cooperativa de crédito sobre adesão ao Programa BNDES Liquidação de Dívidas Rurais, e buscar orientação jurídica especializada para validação documental e enquadramento seguro nas normas.
Taxas de juros anuais:
- 6% a.a. – Pronaf;
- 8% a.a. – Pronamp;
- 10% a.a. – Demais produtores e cooperativas.
Limites de juros definidos na medida são de:
- R$ 250 mil – Pronaf;
- R$ 1,5 milhão – Pronamp;
- R$ 3 milhões – demais produtores;
- R$ 50 milhões – cooperativas;
- R$ 10 milhões – associações/condomínios.
“É uma medida que busca ajudar aqueles que têm sofrido ano após ano com os severos eventos climáticos que assolam a nossa força produtiva. Essas novas condições vão dar um respiro maior para que o trabalhador consiga investir nas suas lavouras e consiga pagar suas dívidas anteriores” , enfatiza Caferati.

Foto: Jhonatan Campos/AEN
A contratação pode ser feita por duas modalidades: com recursos do Ministério da Fazenda, cujo prazo vai até 10 de fevereiro de 2026, ou com recursos livres, disponíveis até 15 de dezembro de 2026. O financiamento prevê prazo de reembolso de até nove anos, incluindo um ano de carência.
Porém, apesar da existência desse programa, é sabido que os valores disponibilizados não serão suficientes para a solução dos problemas dos produtores, sendo uma medida mais voltada ao estímulo das instituições financeiras e cooperativas a permanecer com a disponibilidade de crédito no mercado e mitigar os seus prejuízos, mas não como uma medida de auxiliar prioritariamente os produtores.



