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Prêmio Queijos do Paraná terá júri qualificado
Comissão organizadora da premiação organizada pelo Sistema FAEP/SENAR-PR iniciou a formação de jurados, visando a premiação no dia 1º de junho.

Durante duas semanas de abril, o Sistema Faep/Senar-PR promoveu a primeira fase do curso de Formação de Jurados para o Prêmio Queijos do Paraná. No total de quatro turmas, 102 pessoas de diversas empresas públicas e privadas participaram da capacitação no Centro de Treinamento Agropecuário (CTA) de Assis Chateaubriand, no Sindicato Rural de Pato Branco e no Mercado Municipal de Curitiba (que teve duas turmas). Deste grupo, 60 alunos serão selecionados para compor o júri na cerimônia de premiação, no dia 1º de junho, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, quando ocorre a avaliação dos 323 queijos estão inscritos no Prêmio Queijos do Paraná.
O curso ocorreu ao longo de dois dias, sendo o primeiro dedicado a conteúdo teórico, ministrado pelo farmacêutico-bioquímico Antonio Fernandes de Carvalho, que apresentou as categorias de queijos por família e suas características gerais: maciez, casca, umidade, textura, visual, aroma e sabores.
No segundo dia, os alunos passaram por procedimentos de análise sensorial, envolvendo teste de paladar, com amostras contendo soluções amargas, azedas, doces, salgadas e umami (quinto sabor conhecido como glutamato, descrito como “saboroso e agradável” no Japão). Após isso, o passo seguinte envolveu a lista dos critérios descritivos da avaliação e a calibragem do paladar juntamente com a degustação de 11 tipos de queijos baseado nas categorias dos inscritos. Uma análise criteriosa é exigida dos jurados e seus sentidos: a textura percebida pelo tato, o odor quando certas substâncias voláteis são aspiradas, o visual exterior e interior e o sabor (a mais complexa das etapas) que une outros receptoressensoriais na boca como sensações olfativas, gustativas e táteis. Até o comportamento da massa do queijo no dente e no céu da boca, assim como o barulho ao mastigar, são levados em consideração.
A formação ainda terá outras duas fases: no dia 10 de maio, com a professora Débora Pereira sobre a construção de argumentos das avaliações e defeitos dos queijos e a terceira fase, no dia da premiação, com Flávia Rogoski e Antonio Fernandes sobre calibragem do paladar.
A formação envolveu colaboradores do Sistema Faep/Senar-PR, Adapar, Sebrae-PR, Sindileite, CRMV, Fetaep, Ocepar, Senac-PR, Mapa, APCBRH, Seab, IDR-Paraná, PUC-PR, Tuiuti, UEL, UEM, Unioeste, UEPG, Aprosud, UFPR, Biopark e jornalistas convidados.
Aplicativo
O Sistema Faep/Senar-PR desenvolveu um formulário para a avaliação das famílias de queijos no sistema interno do Prêmio Queijos do Paraná. O resultado da avaliação acontece em tempo real, fato que rendeu elogios do professor Fernandes. “O diferencial em relação a outros concursos nacionais e internacionais que já participei é a parte de programação do Prêmio Queijos do Paraná. Haverá uma análise estatística, levando em conta todos os avaliadores. Segundo ponto é a parte que vai permitir fazer uma média e ver tendências. Isso é ideal e dá garantia de estarmos fazendo uma avaliação assertiva”, destaca Carvalho, com experiência em concursos mundo afora.
Esse mesmo sistema será utilizado no dia da premiação no Museu Oscar Niemeyer, onde será montada uma estrutura com cabines individuais isoladas de barulho, iluminadas e sem interferência de cor. Tudo para não afetar a análise sensorial dos jurados.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



