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Prêmio Orgulho da Terra divulga lista dos 19 produtores vencedores de 2024

Produtores de todas as regiões do Estado, a maioria da agricultura familiar, vêm a Curitiba no dia 12 de novembro para o prêmio. IDR-Paraná, Sistema Ocepar e Grupo RIC reconhecem e divulgam os avanços ambientais, sociais e econômicos do agronegócio paranaense.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O Prêmio Orgulho da Terra vai ser entregue neste ano a 19 agricultores paranaenses que aplicam no dia a dia boas práticas para construir uma agricultura sustentável do ponto de vista ambiental, social e econômico. Em sua quarta edição, o prêmio movimenta mais uma vez milhares de empreendedores do agronegócio em todo o Paraná, além de técnicos que se dedicam à extensão rural e que conhecem como ninguém os desafios e as vitórias do setor. A novidade deste ano é a inclusão da Hortifruticultura.

Produtores de todas as regiões do Estado, a maioria da agricultura familiar, vêm a Curitiba no dia 12 de novembro para uma festa que vai reunir cerca de 200 convidados, na sede do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná.

Os premiados foram escolhidos por uma comissão formada por representantes da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), do Sistema Federação da Agricultura do Paraná (FAEP-SENAR-PR), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep). Eles escolheram entre 60 nomes indicados os mais representativos em cada segmento da agropecuária.

Desde a primeira edição, em 2021, três instituições parceiras somam força e conhecimento para promover o Prêmio Orgulho da Terra: Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Iapar-Emater PR), o Sistema Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) e o Grupo Ric, que lançou a iniciativa e anualmente organiza a seleção e premiação dos produtores que mais se destacam.

Para o diretor-presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, o Prêmio Orgulho da Terra valoriza a sustentabilidade na agricultura. “As adversidades climáticas são cada vez mais frequentes. Excesso de chuvas ou secas prolongadas atrapalham a agricultura do País. Em muitas situações as ações humanas prejudicam o planeta. Mas o produtor rural consciente sabe fazer do jeito certo e produzir com responsabilidade ambiental. Ao premiarmos estes agricultores estamos mostrando o quanto isso é possível e incentivando que, cada vez mais, produtores adotem as boas práticas que aliam lucratividade e sustentabilidade”, afirma.

O Orgulho da Terra também tem papel fundamental ao valorizar a organização dos produtores em cooperativas, que têm papel fundamental no fortalecimento das comunidades, promovendo o desenvolvimento econômico e social de forma coletiva, destaca José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar. “Nos sentimos privilegiados em poder fazer parte desta iniciativa importante para o agronegócio paranaense.”

Por meio das quatro emissoras da RICtv Record e das oito emissoras da rádio Jovem Pan FM e Jovem Pan News, além de seus portais de notícias e redes sociais, o Grupo Ric dá visibilidade ao trabalho desenvolvido nas propriedades premiadas.

“Estamos mostrando o trabalho e a vida de pessoas que nunca teriam oportunidades de serem vistas. Elas estão lá no fundão de uma estradinha, comprometidas com a qualidade do alimento que produzem. São exemplos para todos os outros produtores e isso nos orgulha muito”, conta o jornalista Sérgio Mendes. Editor-chefe do programa Ric Rural, que vai ao ar aos domingos, ele percorre centenas de quilômetros a cada ano, para produzir as reportagens sobre os homenageados, disseminando as melhores práticas do campo paranaense.

Destacar o trabalho bem feito e seus autores é uma das missões do jornalismo feito pelo Grupo Ric, que busca resultados para a sociedade, observa seu presidente, Leonardo Petrelli. “Temos visto uma mobilização inédita da classe produtora paranaense, que tem tanto a oferecer em bons exemplos e práticas para o agronegócio brasileiro. O Prêmio Orgulho da Terra certamente contribui para isso.”

Hortifruti

A hortifruticultura desempenha um papel significativo no Paraná em várias dimensões, e por isso foi incluída neste ano entre as categorias do Prêmio Orgulho da Terra. Em volume, o Estado é um dos principais produtores de hortifrutícolas no Brasil, destacando-se especialmente na produção de frutas como laranja, banana, maçã e uva, além de hortaliças como tomate, batata, cenoura e cebola.

A diversidade de culturas e as condições climáticas favoráveis contribuem para uma produção robusta ao longo do ano. No resultado econômico, a hortifruticultura representa uma parcela significativa do PIB agrícola do Paraná, gerando renda e riqueza para a economia do estado. As exportações de produtos hortifrutícolas também são importantes, contribuindo para o saldo da balança comercial e para a entrada de divisas no País.

No que diz respeito a famílias produtoras, a atividade hortifrutícola no Paraná envolve um grande número de pessoas, tanto em pequenas propriedades familiares quanto em grandes empresas agrícolas. Essa diversidade na escala de produção contribui para a geração de empregos diretos e indiretos no campo e nas áreas relacionadas, como transporte, embalagem e comercialização.

Além desses aspectos econômicos, a hortifruticultura no Paraná também desempenha um papel crucial na segurança alimentar da população local e nacional, fornecendo alimentos frescos e saudáveis para o consumo interno e exportação, promovendo assim o desenvolvimento sustentável e a valorização do agronegócio regional.

Confira a lista de vencedores do Prêmio Orgulho da Terra 2024:

Assistidos pelos profissionais do IDR-Paraná

Agricultura Orgânica – Josiane Maximiliano da Silva, de Santo Antônio da Platina. Técnico Responsável: Edilene Ferrari

Agroindústria – Elisangela Nepomuceno Zaha, de Jandaia do Sul. Técnico Responsável: Adilson Dias Novaes

Bovinocultura de Corte  Pedro Luiz Balestieri, de Santo Antônio do Caiuá – Terra Rica. Técnico Responsável: Erni Limberger

Bovinocultura de Leite – Lívia Trevisan, de Jaguapitã. Técnico Responsável: Rubens Lopes da Silva

Café – Janaína Assad da Rocha, de Grandes Rios. Técnico Responsável: Natália Duarte Vettor

Erva Mate  Luiz Eduardo Sokolowski, de Mallet. Técnico Responsável: Nadine Woruby Santos

Feijão  Romildo Vasata, de Pato Branco. Técnico Responsável: Vilmar Grando

Hortifruti  Emerson Bento Conca, de Marialva. Técnico Responsável: Ailton Poppi

Inclusão Social – Leandra Aparecida Lourenço, de General Carneiro. Técnico Responsável: Anderson Martendal

Mulheres no Agro  Vanessa Luiza de Mendonça Buccioli, de Bela Vista do Paraíso. Técnico Responsável: Rosilene Buss Gonçalves

Sericicultura – Paulo Pereira de Oliveira, de Astorga. Técnico Responsável: Solange Cristina Canesin de Oliveira

Sucessão Familiar  Luiz Carlos Moreto, de Manoel Ribas. Técnico Responsável: Thiago Moraes de Oliveira

Tecnologia  Carlos Henrique Kruger, de Guarapuava. Técnico Responsável: Marcelo Barba Bellettini

Turismo Rural  Nelson Shussumu Tamura, de Marialva. Técnico Responsável: Ailton Rojas Poppi

Produtores ligados ao Sistema Ocepar

Suínos – Adriano Trenke, da Coopavel

Piscicultura – Marcia Cristina Ecco, da C. Vale

Soja e Milho  José Yamanaka, da Cooperativa Integrada

Bovinocultura de Leite  Mário Sossella Filho, da Cooperativa Lar

Aves  Jacenir Silva, da Coopavel

Fonte: AEN-PR

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Fórum Bioinsumos Brasil apresenta dados inéditos e perspectivas para o setor

Evento realizado teve como objetivo promover o diálogo entre os diversos stakeholders da cadeia produtiva e fortalecer iniciativas públicas e privadas para a tecnologia no país.

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Fotos: Giba Soares

Durante o Fórum Bioinsumos Brasil: Inovação para um Futuro Sustentável, realizado na última quarta-feira (06), em Brasília (DF), a CropLife Brasil (CLB) apresentou os dados e informações sobre o setor de produtos biológicos, como um estudo da Fundação Getúlio Vargas e uma projeção de mercado para a safra 2024/2025, além de debater sobre os desafios e oportunidades dessa tecnologia para a agricultura brasileira, parte essencial dos esforços para a promoção de práticas agrícolas de baixo impacto.

Vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (MDIC)

Na mesa de abertura, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou a importância dos bioinsumos e o potencial para movimentar a economia em uma direção mais sustentável. “É preciso proteger a saúde vegetal. Os bioinsumos são aliados que podem ajudar enormemente, trazendo benefícios para a saúde, o meio ambiente e a produtividade,” afirmou Alckmin, enfatizando que a agricultura sustentável não implica em uma substituição completa dos métodos tradicionais, mas em uma integração com novas tecnologias.

Deputado Zé Vitor (PL-MG), autor do PL dos Bioinsumos

O deputado federal Zé Vitor (PL-MG), autor do Projeto de Lei nº. 658/2021 que regulamentos os bioinsumos no Brasil, destacou o compromisso do Congresso Nacional com o avanço do agronegócio e a oportunidade que o encontro agrega para união de esforços em torno de uma estratégia verde, com os bioinsumos como protagonistas. “Nos próximos dias, graças a uma grande articulação, estamos concluindo o texto. Esperamos o apoio do governo para sancioná-lo, consolidando o Brasil como referência mundial em práticas agrícolas sustentáveis,” informou Vitor.

Deputado Federal Nilto Tatto (PT-SP), da Frente Parlamentar Ambientalista

O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, reforçou a importância do papel do Estado na regulamentação e segurança dos bioinsumos. “Precisamos encarar essa agenda como uma oportunidade, aproveitando o potencial territorial e a biodiversidade do Brasil para fortalecer nossa liderança nesse setor,” declarou Tatto.

Eduardo Leão, presidente da CropLife Brasil, associação que representa 80% da indústria de pesquisa e desenvolvimento de bioinsumos

Ao final do evento, o diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, frisou o papel do Fórum para disseminar práticas agrícolas sustentáveis entre formadores de opinião e legisladores. “Nosso objetivo é informar e promover o diálogo entre formadores de opinião e líderes políticos sobre sustentabilidade. Queremos trazer mais transparência e entendimento sobre os bioinsumos e as vantagens para o setor agrícola do Brasil,” declarou.

Além das lideranças mencionadas, a mesa de abertura contou com a presença do secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai Filizzola; da secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé; do presidente do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP, Jacyr Costa; do presidente do Instituto Pensar Agro, Nilson Leitão; e do chefe de Relações Internacionais da Embrapa, Marcelo Morandi. A cerimônia e os debates foram conduzidos pela jornalista Lana Canepa (BAND).

Ao longo do evento, especialistas e representantes do setor privado e público discutiram as oportunidades e os desafios da regulamentação dos bioinsumos no Brasil, destacando o potencial da agricultura nacional para contribuir com soluções sustentáveis e inovadoras para a economia global.

Um estudo inédito do Observatório de Bioeconomia da FGV (FGV OCBio) analisou o cenário dos bioinsumos no Brasil. De acordo com o relatório, apesar de avanços expressivos, como o crescimento de 50% da área cultivada entre as safras 2021/22 e 2023/24, o setor enfrenta desafios significativos como capacitação técnica e a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Roberto Rodrigues, ex-ministro e professor emérito da FGV, elaborou as reflexões finais do evento

A CropLife Brasil ainda apresentou uma atualização dos dados de mercado de produtos biológicos agrícolas. A área potencial tratada com bioinsumos, considerando o número de aplicações na mesma área, deve chegar a 155,4 milhões de hectares na safra 2024/2025. A projeção representa um aumento de 13% em relação à safra 2023/2024 e 22% em relação à safra 2022/2023, nos principais cultivos brasileiros.

Ao final, o ex-ministro da Agricultura e professor emérito da FGV, Roberto Rodrigues, fez uma analogia do agronegócio brasileiro. “O Brasil Agro tem que ser um time. O campo é a natureza. A defesa é a ciência. O meio de campo são as os governos, as entidades e a indústria. Mas quem joga na frente é o produtor rural. Esse time todo tem que estar jogando bem poder sair com a vitória”, declarou. E os bioinsumos se inserem nesse jogo como uma alternativa a mais para esse time gerar empregos e riqueza para o povo e para garantir riqueza energética e segurança alimentar.”

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Mapa reforça cooperação e busca novas oportunidades de mercado no Japão

Entre os dias 4 e 6 de novembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou uma missão estratégica em Tóquio.

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Fotos: Divulgação/Mapa

Entre os dias 4 e 6 de novembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou uma missão estratégica em Tóquio, com foco em fortalecer as relações comerciais e ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado japonês. Essa missão ocorreu em um momento simbólico, prestes a celebrar 130 anos de relações bilaterais entre Brasil e Japão, destacando o compromisso mútuo com o desenvolvimento sustentável, impulsionado pela Parceria Verde, firmada no Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, em setembro, no Mato Grosso.

Liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, a delegação contou com o apoio da Embaixada do Brasil no Japão, do Ministério das Relações Exteriores e da ApexBrasil. Com a presença também do secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Julio Ramos, a missão focou na expansão de exportações brasileiras, como carnes bovina e suína, melão e farinhas, além do pedido para a regionalização em caso de ocorrência de influenza aviária. Nas reuniões bilaterais, participaram também autoridades como o embaixador Octávio Côrtes; o deputado Luiz Nishimori, presidente da Liga Parlamentar de Amizade Brasil-Japão; embaixador Alex Giacomelli, diretor do Departamento de Promoção Comercial, Investimentos e Agricultura do MRE; Grace Tanno, chefe da Divisão de Política Agrícola do MRE; Marco Pavarino, adido agrícola do Mapa no Japão; e Henrique Eller, chefe da Seção de Agricultura na Embaixada do Brasil em Tóquio.

Em reunião com o vice-ministro para Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas do Japão (MAFF), Yoichi Watanabe, e com Shigeki Mori, diretor-geral do Departamento de Assuntos Internacionais, as autoridades brasileiras reforçaram o pedido para que o Japão acelere a análise de risco e permita que outros estados brasileiros, além de Santa Catarina, acessem o mercado japonês para carne suína. Também foi solicitado o avanço das análises para carne bovina. Esses avanços são fundamentais para diversificar as exportações de proteína animal para o Japão.

Outro tema importante foi a regionalização das restrições relacionadas à Influenza Aviária. A delegação brasileira propôs que o Japão aplique medidas por município, de modo que surtos isolados não afetem exportações de outras áreas do país. Esse alinhamento visa assegurar a continuidade das exportações brasileiras de carne de aves, um setor vital para o comércio bilateral.

O Brasil também reforçou a importância de concluir o Plano de Trabalho para exportação de melão. Após a recente abertura do mercado japonês para o abacate brasileiro, a liberação do melão surge como uma nova oportunidade para os produtores nacionais.

A missão incluiu ainda uma nova etapa do Encontro dos SECOMS, SECTECs e adidos agrícolas, realizado pela ApexBrasil, sob a presidência de Jorge Viana, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com o apoio do Mapa. Participaram também os adidos agrícolas Leandro Feijó e Jean Gouhie (China), Ricardo Zanatta (Coreia do Sul) e Marco Pavarino (Japão), que se reuniram para alinhar estratégias e explorar o potencial dos mercados asiáticos para o agro brasileiro.

Na 25ª Sessão Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Keidanren, com apoio da ApexBrasil, JETRO e da Embaixada do Brasil, o secretário Luis Rua apresentou os atributos da agropecuária brasileira – qualidade, sanidade, sustentabilidade e complementariedade – valores que reforçam o Brasil como fornecedor confiável para o consumidor japonês.

“Guiados pelas diretrizes do ministro Carlos Fávaro, essa missão reforça o Brasil como parceiro comercial confiável e promotor de segurança alimentar na Ásia. Buscamos consolidar o agro brasileiro como referência em qualidade e sustentabilidade, estreitando laços que beneficiam produtores e consumidores de ambos os países. Temos boas expectativas que os temas de interesse tanto do Brasil como do Japão avancem rapidamente”, concluiu Rua.

Fonte: Assessoria Mapa
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Brasil reduz em 12% emissões de gases do efeito estufa em 2023

Queda do desmatamento na Amazônia foi o que mais impactou resultado.

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Foto: Jader Souza

O Brasil reduziu em 12% as emissões de gás carbônico equivalente (GtCO2e) em 2023 em relação ao ano anterior, conforme divulgou na última quinta-feira (7) o Observatório do Clima. No ano passado, o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, enquanto que, em 2022, foram emitidas 2,6 bilhões de toneladas.

Segundo o observatório, essa é a maior queda percentual nas emissões desde 2009, quando o país registrou a menor emissão da série histórica iniciada em 1990 (1,77 bilhão de GtCO2e).

A queda no desmatamento na Amazônia foi a principal razão para a redução das emissões.

As emissões por desmatamento na floresta tropical caíram 37%, de 1,074 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente para 687 milhões de toneladas.

Fotos: Joédson Alves

Por outro lado, os dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório mostram que, apesar da desaceleração na Amazônia, a devastação dos demais biomas resultaram na emissão de 1,04 GtCO2e brutas em 2023.

Na avaliação do coordenador do SEEG, David Tsai, a redução das emissões é uma boa notícia, mas evidencia a dependência do que ocorre na Amazônia, em especial para o país atingir a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês). As novas NDCs precisam ser apresentadas até fevereiro de 2025 e devem estar alinhadas com o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris (GST, na sigla em inglês), encerrado em 2023 na COP28, em Dubai.

“A queda nas emissões em 2023 certamente é uma boa notícia, e põe o país na direção certa para cumprir sua NDC, o plano climático nacional, para 2025. Ao mesmo tempo, mostra que ainda estamos excessivamente dependentes do que acontece na Amazônia, já que as políticas para os outros setores são tímidas ou inexistentes. Isso terá de mudar na nova NDC, que será proposta ainda este ano. O Brasil precisa de um plano de descarbonização consistente e que faça de fato uma transformação na economia”, afirmou David Tsai.
Em relação aos outros biomas, o levantamento aponta que as emissões por desmatamento e queima de biomassa aumentaram: 23% no Cerrado, 11% na Caatinga, 4% na Mata Atlântica e 86% no Pantanal. No Pampa, essas emissões caíram 15%, mas o bioma responde por apenas 1% do total.

“O Brasil está vendo o combate ao desmatamento na Amazônia surtir efeito. Mas, enquanto isso, o desmatamento em outros biomas, como o Cerrado e o Pantanal, acelera. Esse ‘vazamento’ não é algo novo e precisa de solução urgente para que continuemos tendo chances de atingir as metas de mitigação brasileiras”, disse a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Bárbara Zimbres.
O Ipam é responsável pelo cálculo de emissões de uso da terra no SEEG.

Uso da terra e Agropecuária

As mudanças de uso da terra foram responsáveis por quase metade das emissões de gases de efeito estufa no país (46%), com 1,062 bilhão de toneladas de CO2e. Segundo o observatório, a agropecuária registrou o quarto recorde consecutivo de emissões, com elevação de 2,2%. Com isso, a atividade econômica respondeu por 28% das emissões brutas do Brasil no ano passado, principalmente pelo a alta do rebanho bovino.

“A maior parte das emissões vem da fermentação entérica (o popular “arroto” do boi), com 405 milhões de toneladas em 2023 (mais do que a emissão total da Itália)”, aponta a instituição. “Somando as emissões por mudança de uso da terra, a atividade agropecuária segue sendo de longe a maior emissora do país, com 74% do total”, continua.

O analista de Ciência do Clima do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Gabriel Quintana, relembra que a última redução nas emissões da agropecuária brasileira foi registrada em 2018. Desde então, vêm aumentando e registrando recordes. O Imaflora é a organização responsável pelo cálculo de emissões de agropecuária no SEEG.

“Elas são puxadas pelo aumento do rebanho bovino, uso de calcário e fertilizantes sintéticos nitrogenados, afinal, a produção brasileira tem crescido. O desafio para o setor, bastante suscetível aos impactos da crise climática, é alinhar a mitigação das emissões de gases de efeito estufa com a eficiência da produtividade, em especial, a redução de metano e a adoção de sistemas que geram sequestro de carbono no solo”, pontuou.

Resíduos e Energia

Nos setores de resíduos e energia, os crescimentos de emissões de dióxido de carbono equivalente foram de 1% e 1,1%, respectivamente. O resultado no setor energético está relacionado ao aumento do consumo de óleo diesel, gasolina e querosene de aviação no ano passado. Juntos, eles causaram uma elevação de 3,2% nas emissões de transporte, que chegaram à marca recorde de 224 MtCO2e).

“Essa elevação mais do que compensou a redução de emissões devido à queda de 8% na geração de eletricidade por termelétricas fósseis no ano passado, no qual não houve crise hídrica para impactar a geração hidrelétrica. No total, energia e processos industriais emitiram 22% do total nacional, 511 MtCO2e”, informa o relatório.

Queimadas

Quanto às emissões decorrentes de queimadas de pasto e vegetação nativa (não são contabilizadas como desmatamento), caíram 38% e 7% em 2023, respectivamente.

Essas emissões ficaram de fora do inventário nacional, mas tornam-se cada vez mais importantes à medida que a mudança do clima aumenta o risco de ocorrência de fogo, inclusive nas florestas úmidas, destaca o Observatório.

Fonte: Agência Brasil
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