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Premiações da Expointer impulsionam vendas de animais e material genético

Reconhecimento dos jurados e de técnicos capacitados para fazer a classificação confere um atestado de qualidade para a cabanha, que se soma aos demais atestados que os animais têm (sanitários, reprodutivos e de avaliação genética) para atribuir maior valor.

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As rosetas, também conhecidas como escarapelas, são as premiações concedidas para os animais que vencem as provas da Expointer. Ao todo, a feira distribui 14 tipos de rosetas coloridas, sendo 13 tradicionais e uma especial, por menção honrosa, branca. As cores e o nível de detalhamento do adereço identificam a posição do animal vencedor e a competição – quanto mais elaborado e colorido, mais importante é o título conquistado.

Apesar de os proprietários das cabanhas vencedoras não receberem premiações em dinheiro, as rosetas são muito disputadas, simbolizando a vitória dos animais expostos e avaliados nos Campeonatos de Categoria, Campeonatos e Grandes Campeonatos. O prestígio está relacionado ao retorno financeiro, com venda direta e de material genético, e ao reconhecimento de ter entre os animais da cabanha um Grande Campeão premiado em uma das maiores feiras agropecuárias da América Latina.

Para chegar aos ganhadores das rosetas, são analisados diversos critérios nos julgamentos, como o sistema reprodutor feminino e masculino, o aprumo, o tamanho e a caminhada, de maneira a definir os Grandes Campeões de cada raça. O reconhecimento dos jurados e de técnicos capacitados para fazer a classificação confere um atestado de qualidade para a cabanha, que se soma aos demais atestados que os animais têm (sanitários, reprodutivos e de avaliação genética) para atribuir maior valor.

Vitrine para a genética gaúcha

Participante desde a primeira edição da Expointer, o criatório Charolês Figueira acumula diversas premiações de Grande Campeão. As atividades começaram em 1964, no município de Camaquã (RS), sob o comando de Antônio Carlos Berta e Mara Corrêa Berta. Desde 1982, André Corrêa Berta, filho do casal, administra o criatório, atualmente situado em Arambaré (RS), especializado na raça de bovinos charolês há 58 anos. Somando 45 participações na Expointer, a fazenda dedica-se à seleção genética da raça, oferecendo reprodutores fêmeas e machos, embriões e sêmen para o mercado de todo o país.

Neste ano, o Charolês Figueira conquistou a principal premiação da raça charolês na Expointer: o Grande Campeão macho (Jotabe Pelican, bicampeão). No ano passado, o criatório alcançou as duas rosetas mais importantes da competição. Em 2019, ganhou a roseta de Grande Campeã fêmea e, em 2018, alcançou ambas as premiações máximas da raça charolês.

“Essa premiação nos dá um atestado, nos dá uma valorização, tanto para os animais quanto para o criatório. Isso vai fixando a referência que o criatório tem no mercado”, afirma André Berta.

Os investimentos para uma operação como a Expointer são altos. De acordo com Berta, um animal em preparo na sua fazenda envolve gastos anuais entre R$ 5 mil e 10 mil, incluindo nutrição, trato, treinamento para caminhar e desfilar, além dos custos com a logística de vinda para o parque, com a alimentação e a estadia dos trabalhadores. Apesar de ser uma operação custosa, são investimentos que obtêm um retorno financeiro a curto e a médio prazo, principalmente quando os animais selecionados ganham os campeonatos da raça.

Quando vendidos, esses animais alcançam um maior valor agregado e, se mantidos na fazenda, seus filhos e filhas também acabam mais valorizados, pois são frutos de uma linhagem consagrada, certificada em exposições e aprovada pelo mercado. No ano passado, a Grande Campeã fêmea do Charolês Figueira, por exemplo, foi vendida por R$ 150 mil, um retorno direto dos investimentos realizados pela cabanha e um valor de referência para a venda de outros reprodutores rústicos na fazenda.

Além da venda dos indivíduos, dos filhos, dos embriões e do sêmen desses animais, o retorno financeiro de uma roseta da Expointer também se dá pelo reconhecimento dos colegas e pela fixação da marca do criatório no mercado. “A Expointer é a vitrine da genética gaúcha para o Brasil e para o mundo, e o prêmio concedido é um multiplicador do teu nome, um amplificador da tua imagem. Representa a coroação do trabalho de um ano inteiro”, destaca Berta.

Trabalho e dedicação consagrados

Criada em 2012, a cabanha Boeck, de Everton Oliveira Boeck, no município de Encruzilhada do Sul (RS), inicialmente dedicava-se à criação de cavalos crioulos. Em 2019, o proprietário começou a investir na criação de bovinos Devon, acessando criatórios importantes da raça e adquirindo genética de alto padrão. Em 2020, na edição virtual da Expointer, devido à pandemia de covid-19, a cabanha foi convidada pela associação para representar a raça Devon em Esteio.

No ano passado, em sua primeira participação no julgamento da Expointer, a cabanha venceu os prêmios de maior destaque da competição: Grande Campeão macho, com o touro Fazendeiro de Santa Alice, e Grande Campeã fêmea, com a vaca Saudade Barão, mãe da Boeck Aurora 3, que alcançou o lugar de Reservada de Grande Campeã. Na competição deste ano, a Cabanha Boeck ganhou mais dois prêmios: Campeão touro e Campeã vaquilhona.

Para participar da Expointer, esses animais necessitam cuidados especiais. Eles ficam em piquetes na propriedade e recebem um tratamento diferenciado pelo cabanheiro – profissional especializado e experiente na área –, responsável por uma série de cuidados: preparação dos animais, descascamentos, medicações, trato diário e controle de peso. De acordo com estimativas e cálculos realizados na sua propriedade, Boeck explica que o custo médio de um touro de zero dias até 24 meses é em torno de R$ 8 mil a 9 mil.

O retorno financeiro desses animais depende da qualidade do indivíduo e de onde foi comercializado, representando, segundo Boeck, um lucro de cerca de 50% a 70% sobre os valores investidos. O touro que recebeu a roseta de Grande Campeão em 2021, por exemplo, foi contratado por uma empresa de biotecnologia para venda de sêmen e está atualmente na empresa, em Uruguaiana (RS). Da Grande Campeã fêmea foram coletados embriões e, hoje, ela está aguardando cria.

Como a criação ainda é recente, o proprietário desenvolve estratégias para acelerar a quantidade e, paralelamente, a qualidade desses animais, por meio da busca por matrizes em cabanhas importantes, investimentos na área e contratação de mão de obra especializada. “As rosetas que conquistamos consagram o nosso trabalho, ao qual estamos nos dedicando demais. Embora a cabanha seja nova, com esses resultados sabemos que estamos no caminho certo”, ressalta Boeck.

Uma feira que rompe fronteiras

A importância da Expointer para os setores da pecuária, da agricultura e do agronegócio é fundamental, e as premiações concedidas colocam os proprietários em posição de destaque no mercado, não somente no Rio Grande do Sul, mas no Brasil e na América Latina. De acordo com o comissário geral da exposição de animais da Expointer, Pablo Charão, a feira tem os melhores animais e a melhor genética de bovinos, ovinos e equinos do Estado e do país.

Vencer um Grande Campeonato nesse espaço valoriza o animal, a propriedade e a genética que a cabanha produz. Ainda que o proprietário não receba uma premiação em dinheiro, esse ganho se dá ao longo de toda a vida do animal. “Uma roseta potencializa esses ganhos e o retorno financeiro com certeza vem, seja pela venda direta, seja pela venda de sêmen dos reprodutores ou dos embriões, no caso das fêmeas”, explica Charão.

Na Expointer, são distribuídas 14 tipos de rosetas coloridas – Foto: Fernando Dias/Seapdr

Programas de melhoramento genético, avaliação junto à Embrapa, identificação dos melhores animais e multiplicação das genéticas premiadas são alguns dos fatores que contribuem para resultados satisfatórios nas competições. Vencer os disputados prêmios da Expointer representa a valorização dos produtos, uma posição de destaque e o reconhecimento do mercado, impulsionando tanto as vendas dos animais das cabanhas quanto as vendas de material genético.

Rosetas

As rosetas, símbolos da vitória dos animais julgados na Expointer, foram criadas na década de 1950 pelo médico veterinário e jornalista Caio Poester, trazendo as cores do Estado do RS (verde, vermelho e amarelo) mescladas às cores azul, violeta e branco.

Segundo o comissário geral da exposição de animais da Expointer, Pablo Charão, para essa edição foram encomendadas 5.986 rosetas. Durante os nove dias de feira, serão distribuídas 5.371 entre os Campeonatos de Categoria, Campeonatos e Grandes Campeonatos.

Fonte: Ascom

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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