Empresas
Premiação reconhece o trabalho desenvolvido pelas cooperativas
Apoiadora do Prêmio Quem é Quem, De Heus demonstra forte identidade com o cooperativismo nacional

Segundo Rinus Donkers — diretor da De Heus América Latina e presidente da De Heus Brasil — durante a abertura oficial da feira AveSui EuroTier South America, em Medianeira, no Paraná, o Prêmio Quem é Quem: Maiores e Melhores Cooperativas Brasileiras de Aves e Suínos representa um reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas cooperativas no desenvolvimento do agronegócio brasileiro. “Nos sentimos honrados em apoiar o prêmio “Quem é Quem – Maiores e Melhores Cooperativas de Aves e Suínos” que se identifica com o nosso propósito, o de ajudar a impulsionar o agronegócio, já que o cooperativismo no Brasil possui atributos semelhantes aos nossos pilares: o envolvimento, presente no progresso conjunto e o comprometimento com as parcerias construídas; o empreendedorismo, resultante do trabalho duro para enxergar as oportunidades e capitalizá-las; a melhoria contínua, que busca superar as expectativas e fazer sempre mais e melhor; a qualidade presente em todos os produtos e serviços entregues; e o foco no desempenho da atividade, entendendo a singularidade de cada sistema e buscando soluções ideais para atingir o máximo resultado em cada situação”, completa.
Segundo ele, esse reconhecimento acontece num momento em que a atenção para o agronegócio brasileiro ganha cada vez mais importância no cenário mundial da produção de alimentos. Diante das projeções de crescimento populacional mundial feitas pela ONU — até 2050, seremos quase 10 bilhões de pessoas, com crescimento expressivo na Ásia e na África. Contudo, poucos países têm capacidade para aumentar a produção de alimentos e atender à demanda futura. Nesse cenário, o Brasil é colocado em posição de destaque. De acordo com o USDA, é esperada uma expansão de 69% para a produção brasileira na próxima década. Essa atuação abundante exibida pelo agro brasileiro é alcançada com base em ciência, tecnologia, competência das cooperativas e também do produtor. Há de se destacar também a abundância de recursos naturais, incluindo terras aráveis e a maior reserva de água doce do planeta (o Aquífero Guarani). Isso potencializa o Brasil como um dos maiores exportadores mundiais de alimentos.
Com a preocupação para o aumento da produção, cresce também o movimento em busca da sustentabilidade, onde tudo no sistema é mantido em equilíbrio e funciona em harmonia, tanto do ponto de vista ambiental, quanto social e econômico. Nunca se falou tanto sobre segurança alimentar como agora! A resoluções normativas do MAPA têm direcionado claramente boas práticas de produção, visando a inocuidade dos alimentos de origem animal, destacando maior controle e a restrição gradativa ao uso de antibióticos e proibição dos promotores de crescimento. O consumidor está mais atento, e na cadeia do agronegócio há maior conscientização na busca por uma forma mais responsável de produzir.
Na Europa, há mais de 30 anos, as pressões sociais para a redução da utilização de antibióticos na produção animal e a proibição de uso na ração, transformaram a atividade agropecuária. “Isso impulsionou na De Heus o desenvolvimento do Responsible Feeding: um programa de longo prazo, que traduz a visão da companhia sobre sustentabilidade, envolvendo clientes, fornecedores, colaboradores e a sociedade de forma geral. O conceito é baseado em 5 ingredientes: obtenção da maior produtividade possível a partir de animais saudáveis (que chamamos de Natural Power); aquisição de matérias-primas com responsabilidade; produção de menor impacto ambiental; time de funcionários engajados e contribuições com soluções úteis para o mercado e a sociedade. Devido ao forte intercâmbio de informações com nossas unidades ao redor do mundo (em mais 75 países), estamos prontos para ajudar o agronegócio brasileiro neste novo capítulo, sendo a força motriz e impulsionando o progresso através de um profundo conhecimento em ciência e nutrição animal”, detalha Donkers.
O diretor salientou que a De Heus tem pressa, tem planos e tem vontade – tanto que mais que quintuplicou suas operações desde que chegou ao Brasil há seis anos, e vem recebendo crescente reconhecimento do mercado, com um consistente ritmo de crescimento anual: “Desde que iniciamos nossas atividades no país, nossa companhia fez sólidas parcerias! Participamos ativamente do dia a dia de importantes cooperativas, compartilhando o know-how de mais de 100 anos de experiência — objetivando o crescimento mútuo”.
Nestes seis anos de Brasil (sete, no próximo mês), a multinacional holandesa investiu na moderna Fábrica Dedicada – que se dedica em especial a alimentos para animais jovens do país -, estrategicamente localizada em Toledo, um grande polo produtivo, e em franca expansão. “Construímos um laboratório, que é um dos mais avançados núcleos de análises nutricionais do país, totalmente integrado à rede de laboratórios De Heus ao redor do mundo, e capaz de manter o nosso mercado alinhado com as tecnologias e metodologias mais avançadas de análise laboratorial. Em apoio ao desenvolvimento científico, erguemos um Centro Experimental para Pesquisas em Nutrição de Suínos, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina. Inauguramos, no ano passado, um Centro de Distribuição de Caruaru, estrategicamente posicionado para atender o mercado do nordeste. Como parte do nosso Master Plan e da política de investimentos contínuos da De Heus, este ano estamos em pesados investimentos para a modernização de todo o nosso parque industrial, com conclusão prevista já para 2020. E não para por aí: vocês ainda vão ouvir muito sobre a nossa expansão – incluindo a presença e proximidade às novas fronteiras agrícolas! ”, finaliza Donkers.
Confira os vencedores em cada categoria do ‘Prêmio Quem é Quem: Maiores e Melhores Cooperativas Brasileiras de Aves e Suínos’:
Econômico-financeiro
– Frimesa
Responsabilidade social
– Languiru
Responsabilidade ambiental
– C Vale
Sustentabilidade
– C Vale
Assistência técnica
– Bruno Alves da Luz (C Vale)
Gestão operacional agroindústria
– Antonio Alexandre Wanzuit Junior (Aurora)
Melhor cooperado – Aves
– Roque Besen (Lar)
Melhor cooperado – Suínos
– Luciano Miotto (C Vale)
Mulher cooperada
– Eleane Hartmann Knaul (Copagril)
Inovação
– Lar
Varejo
– Primato
Biomassa e Bioenergia
– Lar

Empresas Discussões sanitárias
American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina
A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.
O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.
Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.
A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.
Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.
Empresas
Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura
Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.
Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.
“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.
A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.
“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.
“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.
Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.
Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.
Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
