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Preços internos da soja apresentaram forte desvalorização

A expectativa de clima para os EUA segue positiva. Neste momento, é difícil apontar alguma reação dos preços em Chicago, a menos que o clima surpreenda e se mostre
diferente das projeções atuais para os próximos meses.

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Foto: Gilson Abreu/AEN

Os preços externos da soja apresentaram estabilidade  durante o mês de abril. A média do quarto mês do ano fechou 0,1% abaixo da média de março, a USD 14,87/bu. Porém, em
maio, a queda foi expressiva, de 7%, na média de USD 13,84/bu. Os preços mostraram forte reação negativa em Chicago diante das primeiras estimativas do USDA para a
safra global 2023/24, trazendo um cenário de recomposição da oferta mundial. Para a soja, o USDA projeta aumento da oferta, da demanda e dos estoques finais. Além disso, as
condições climáticas favoráveis ao rápido avanço do plantio americano colocou mais pressão de baixa nas cotações.

No mercado interno, as cotações apresentaram forte desvalorização em todas as praças durante abril. Em Sorriso, a queda foi de 11%, para R$ 123/saca. O mês de maio seguiu
com desvalorização para os preços internos, que caíram 8,2% em Sorriso, na média de R$ 112,61/saca. A finalização da colheita no Brasil e o movimento de valorização do real frente ao dólar adicionaram pressão às cotações.

Os prêmios seguiram em queda em abril, mas iniciaram movimento de recuperação em maio. Os valores permaneceram negativos durante todo o mês de abril, e ainda seguem, porém começaram a se recuperar em maio. Os principais motivos para a reação dos prêmios foram a redução da pressão da colheita no Brasil (encerramento da colheita), a melhora das margens de esmagamento na China, com o crescimento das vendas de farelo que se iniciou no fim de abril e que segue, e uma melhora das margens da indústria
também no Brasil, o que ajudou a dar sustentação aos prêmios.

Apesar do desempenho aquém das expectativas em abril, em maio os embarque aceleraram e as exportações seguiram acima do ano passado. Em maio, os embarques de soja
fecharam em 15,6 milhões de toneladas, 47% acima de maio/22. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, os embarques estão 14,4% acima do registrado no mesmo
período do ano passado.

Projeção 

Para a safra 2023/24, a expectativa é de aumento substancial da oferta global de soja. A primeira projeção do USDA para a safra 2023/24 mundial de soja é de uma produção em 411 MM t, aumento de 11% sobre a safra atual, ou 41 MM t. O consumo também deve crescer, 6%, menos que a produção. Assim sendo, o estoque final global da oleaginosa apresenta aumento de 21%, para 122 MM t e a relação estoque/consumo passa dos atuais 28% para 32% (2023/24),sinalizando um balanço mais confortável.

Os estoques crescerão principalmente em três países: EUA, Brasil e Argentina. O USDA baseia sua projeção em um cenário de El Niño, o que tende a trazer boas chuvas para os
EUA, sul do Brasil e Argentina, favorecendo a produção de grãos desses países. Se o cenário positivo para a produção se concretizar, os estoques americanos devem crescer 3,3
MMt, para 9,1 MM t, podendo até ser maior, dependendo da confirmação dos números de exportação. No Brasil, os estoques devem aumentar ainda mais, 7,3 MM t, para 40,3
MM t. O cenário de produção elevada e grande estoque pode colocar pressão nos prêmios da próxima safra, além de seguir testando a logística de escoamento e armazenagem.

A tendência é que o Brasil se consolide como o maior fornecedor global de soja e os EUA, como grande consumidor de óleo. O Brasil deve continuar liderando o crescimento da produção global do grão nos próximos anos. Se houver alguma frustração de safra no Brasil, a produção global recua, pois não há outro país capaz de neutralizar uma quebra de safra brasileira. Nos EUA, mais plantas de diesel renovável entrarão em operação, mantendo o crescimento da demanda por óleo de soja. Isso trará impactos para a oferta de farelo e para as margens de esmagamento.

A expectativa de clima para os EUA segue positiva. Neste momento, é difícil apontar alguma reação dos preços em Chicago, a menos que o clima surpreenda e se mostre
diferente das projeções atuais para os próximos meses.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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