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Preços dos fertilizantes devem seguir em patamares baixos

Agromensal também aponta para a possibilidade de espaço para altas no curto prazo.

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Foto: Divulgação/Portos do Paraná

A queda das cotações de fertilizantes marcou o primeiro semestre de 2023, após as fortes altas em 2022 e receios de disponibilidade de produto com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Em 2023, as cotações voltaram aos patamares abaixo dos vistos em 2021 para as principais matérias-primas. Do lado dos fundamentos, a demanda do primeiro trimestre dos EUA e UE foi menor e com a aquisição mais espaçada dado que enfrentaram problemas climáticos. Neste momento, Brasil e Índia são os países mais importantes do lado da demanda e encontram-se com estoques maiores comparados com 2022, o que pode atrasar as compras. Do lado da oferta, o mercado parece encontrar-se abastecido, após o receio relacionado à disponibilidade de produto com as preocupações com a guerra tendo se dissipado dada a chegada normal dos produtos e menor adubação da safra passada globalmente.

No mercado de nitrogenados, o preço da Ureia CFR Brasil, após atingir o valor de USD 277,5/t em meados de junho, começou a reagir com as altas recentes do gás natural, principal matéria prima para a produção de nitrogenados, no continente Europeu. Além disso o último leilão indiano (Tender) de ureia trouxe uma demanda adicional pelo país, a qual não foi totalmente absorvida, dado que os indianos não conseguiram o fornecimento total de acordo com os preços desejados.

Em uma situação de grande disponibilidade de ureia, o direcionamento indiano será fator determinante para novas altas dos preços, dado que o último leilão sinalizou um incremento de demanda pelo macronutriente. No mercado doméstico, os produtores que precisam dos nitrogenados para os próximos meses podem estimular novas elevações dos preços, os quais ainda estão abaixo das médias históricas.

Já para os potássicos, no mercado internacional, em um cenário em que países como o Canadá aumentaram a produção em 2022, a expectativa é de que a oferta global permaneça estável. Ademais, o país canadense representa 39% das origens das importações brasileiras de KCl no acumulado de 2023, sendo assim o principal fornecedor do produto. Um ponto de atenção é em relação aos portos de Vancouver e de Prince Rupert, responsáveis por boa parte do escoamento do produto canadense, os quais passam por períodos de greve. Em caso da perpetuação desses movimentos, as exportações podem ser limitadas e causar aperto na disponibilidade de curto prazo. Quanto aos fosfatados, a expectativa é de alta disponibilidade no mercado
internacional por conta de que as exportações da China, maior país produtor de fósforo, deverão aumentar a reboque das diminuições das restrições às vendas externas de fosfatados pelas autoridades chinesas. Por outro lado, o inicio da demanda de Índia e Brasil pode aquecer o volume de negociações.

Estimativa de aumento

No Brasil, as importações no primeiro semestre do ano foram de 15,2 milhões de toneladas, valor14,5% menor em relação ao mesmo período de 2022. O menor volume de importações é proveniente de estoques de passagem de 2022 para 2023 maiores, da ordem de 8,4 milhões de toneladas, segundo a ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). É válido lembrar também que, em 2022 houve um adiantamento no volume importado no primeiro semestre dado o receio relacionado à disponibilidade causado pela guerra. A Rússia continua sendo o principal país fornecedor de fertilizantes para o Brasil, sendo que, no acumulado até junho representou 28% das compras externas. Já o Canadá é o segundo principal, com
representatividade de 15%.

Além disso, as compras dos fertilizantes estão um pouco menores que no ano passado para aplicação no segundo semestre. Segundo os últimos dados da ANDA até abril, as entregas foram de 10,8 milhões de toneladas, representando queda de 4,4% comparado com 2022. Ainda assim, estimamos que as entregas totais de fertilizantes em 2023 poderão ser de 7% a 10% maiores em relação ao total entregue em 2022, que totalizou 41 milhões de toneladas. O aumento do consumo se justifica pelos preços mais baixos do que em 2022, e quando comparamos as relações de troca das commodities com fertilizantes, os indicadores da maioria dos produtos estão abaixo das médias históricas dos últimos 5 anos, e em alguns casos, até nas mínimas históricas. Outro fator, é que a menor aplicação em 2022 pode ter elevado o consumo da reserva dos macronutrientes do solo em algumas regiões, o que implica em necessidade da volta do manejo adequado para reposição. Com as safras brasileiras, principalmente as de grãos, podendo bater recorde histórico de produção, isso pode acarretar maiores aplicações.
É válido ressaltar que ainda há aquisições de fertilizantes no Brasil para serem realizadas para a safra de grãos que será plantada no 2º semestre e os preços dos
macronutrientes começaram a subir.

Além disso, os riscos logísticos e de atraso no recebimento dos produtos no momento ideal de aplicação aumentam, principalmente se houver grande concentração no período de aquisição e de chegada no Brasil, tanto na logística portuária quanto em eventuais interrupções no fluxo de chegada até as fazendas. Por fim, quando se fala em relação de troca, é importante que não haja descasamento da moeda e da commodity a ser fixada no momento da operação para que não haja eventuais perdas.

Fonte: Consultoria Agro/Itaú BBA

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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