Conectado com
VOZ DO COOP

Notícias

Preços do trigo seguem em queda no mercado interno

Levantamento do Cepea mostra que, de 25 de agosto a 1º de setembro, o valor do trigo pago ao produtor recuou fortes 8,08% no Paraná, 7,88% em Santa Catarina e 6,45% no Rio Grande do Sul.

Publicado em

em

Foto: Gilson Abreu

As quedas nos valores do trigo foram intensificadas entre o encerramento de agosto e o início de setembro, sobretudo no caso dos preços ao produtor.

De acordo com levantamento do Cepea, a pressão veio da entrada de maior volume da nova safra nacional, tendo em vista o avanço da colheita no Paraná, que deve colher volume expressivo, e da demanda estável por parte dos moinhos no país.

Além disso, a desvalorização externa, que esteve atrelada à elevada oferta de trigo russo, à menor demanda e à valorização do dólar, também influenciou o mercado interno.

Levantamento do Cepea mostra que, de 25 de agosto a 1º de setembro, o valor do trigo pago ao produtor recuou fortes 8,08% no Paraná, 7,88% em Santa Catarina e 6,45% no Rio Grande do Sul.

 

Fonte: Assessoria Cepea

Notícias

Novo indicador e recorde de produtividade marcam a 16ª edição do Melhores da Suinocultura Agriness

Publicado em

em

Os ganhadores da 16ª edição do Prêmio Melhores da Suinocultura Agriness foram conhecidos na última sexta-feira, dia 3 de maio, em cerimônia realizada no Hotel Intercity, em Florianópolis/SC, e transmitida pelo canal da Agriness no YouTube.

Nessa edição, o maior projeto de benchmarking da suinocultura contou com a participação de 2.493 granjas e 2.206.191 matrizes de 24 países da América Latina, da Europa e da Ásia. Com o tema “Onde muitos compartilham informações, todos ganham”, o Melhores reforça a importância do compartilhamento de informação para o crescimento das granjas, da indústria e de um país.

O prêmio é concedido aos produtos de suínos que alcançam os melhores resultados em produtividade durante o ano. Em 2023 o Melhores teve a participação de granjas de 24 países divididas nas categorias Brasil, Argentina, Colômbia e Outros Países, que reúne granjas de diferentes países em uma mesma base de comparação e classificação. O indicador avaliado é o DFA (desmamado/fêmea/ano), sendo premiados os produtores que alcançaram os melhores resultados nesse indicador. No Brasil a premiação é realizada por faixa de matriz (tamanho de granja) e nos demais países por classificação geral.

A edição foi marcada pelo recorde de produtividade de 41,34 DFA alcançado pela Granja Las dos Emilias, de Chivilcoy, Buenos Aires, Argentina. Essa é a primeira vez, em dez anos de campeonato, que a Argentina conquista o Troféu Reynaldo Migliavacca.

Além disso, também foi apresentado para a comunidade o novo indicador de produtividade: o LPV – Leitões Produzidos na Vida da matriz. O LPV representa a quantidade de leitões que a matriz produziu na sua vida útil, antes de ser removida do plantel, por descarte ou morte. O LPV foi criado após observações de necessidade da suinocultura atual frente ao custo genético.

O Melhores da Suinocultura Agriness é idealizado e realizado pela agriness e, em 2024, conta com o apoio das empresas American Nutrients, Danbred Brasil, De Heus, Suinorte, Zoetis e ZooProfit na premiação Brasil, e Provimi na premiação Colômbia.

 

Conheça os ganhadores:

Brasil

Produtor Evolução DFA

Leitão Pérola: Granja Princesa Isabel – Laíze Heidemann Hang (Santa Rosa de Lima/SC) – de 30,23 para 35,54 desmamados/fêmea/ano.

 

Até 300 matrizes

Leitão de Ouro: Granja Everaldo Klein – Everaldo Klein (Salgado Filho/PR) – 37,32 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Prata: Chácara Vó Ita – Mateus Simão (Castro/PR) – 37,20 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Bronze: Granja Rhaetia 103 – Wienfriend Matthias Leh (Guarapuava/PR) – 25,50 desmamados/fêmea/ano

 

301 a 500 matrizes

Leitão de Ouro: Fazenda Cinco Estrelas – Ricardo Santos Bartholo (Patrocínio/MG) – 40,83 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Prata: Granja São Bartolomeu – José Mário Russo Maroca (Rio Casca/MG) – 38,13 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Bronze: Granja Canal – Adelício Antonia Canal (Itá/SC) – 37,32 desmamados/fêmea/ano

 

501 a 1000 matrizes

Leitão de Ouro: Fazenda Várzea do Pau D’Alho – Joaquim Campos Pereira (Lima Duarte/MG) – 37,64 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Prata: Granja Nossa Senhora Aparecida – Rodolfo Oliveira Chavaglia (Rio Verde/GO) – 37,11 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Bronze: Granja Bela Vista – Luciano Salgado Arantes (Urucânia/MG) – 36,61 desmamados/fêmea/ano

 

1001 a 3000 matrizes

Leitão de Ouro: Pôr do Sol II – Flávio José de Abreu David (Martinho Campos/MG) – 37,84 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Prata: UPL Kunz – Vernei Kunz (Travesseiro/RS) – 37,62 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Bronze: Santa Vitória – Murilo da Silveira Coelho, Grupo Cabo Verde (Santa Vitória/MG) – 36,83 desmamados/fêmea/ano

 

Acima de 3000 matrizes

Leitão de Ouro: Granja Becker – Milton Becker (Quatro Pontes/PR) – 36,52 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Prata: Fazenda Jacaré – Tito Garavani Soares e Outros (Ponte Nova/MG) – 34,85 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Bronze: Agrobisollo 02 – Rodrigo Bisollo (Seara/SC) 34,56 desmamados/fêmea/ano

 

Argentina

Produtor Evolução DFA

Leitão Pérola: Las dos Emilias – RE Hermanos S.R.L (Chivilcoy/B.A.) – de 36,31 para 41,34 desmamados/fêmea/ano.

Leitão de Ouro: Las dos Emilias – RE Hermanos S.R.L (Chivilcoy/B.A.) – 41,34 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Prata: Cara Cara – Tarraneo Lautaro (San Andrés de Giles/B.A.) – 39,33 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Bronze: Establecimiento Porcal – Establecimiento Porcal S.A. (Despeñadores/C.B.A) – 39,02 desmamados/fêmea/ano.

 

Colômbia

Produtor Evolução

Leitão de Pérola: Granja Cria San Juan – Compañia Industrial de Productos Agropecuarios (Fredonia/ANT) – de 29,50 para 34,59 desmamados/fêmea/ano.

Leitão de Ouro: Granja Lomitas – Jamones del Huila (Garzon/HUI) – 37,41 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Prata: La Piedrahita – Campañia Industrial de Productos Agropecuarios (Donmatías/ANT) – 36,55 desmamados/fêmea/ano

Leitão de Bronze: La Capadocia – La Capadocia Ltda (Pensilvania/CAL) – 36,22 desmamados/fêmea/ano

 

Outros Países

Produtor Evolução

Leitão Pérola: Agropecuária San Luis – Walter Luiz Haas (Alto Verá/PRY) – de 29,43 para 32,56 desmamados/fêmea/ano.

Leitão de Ouro: Granja San Bernardo – Granja San Bernardo S.A. (Santa Rita/PRY) – 35,79 desmamados/fêmea/ano.

Leitão de Prata: Santa Patrícia Sede – Pisco – Negociación Pecuaria Santa Patrícia S.A (Pisco/PER) – 35,20 desmamados/fêmea/ano.

Leitão de Bronze: Granja El Espino – Wei Ting Chen (Santa Cruz de La Sierra/BO) 33,64 desmamados/fêmea/ano.

Continue Lendo

Notícias

Os benefícios da formalização do trabalho rural

No ano de 2023, 26% da ocupação profissional total do Brasil estava no campo. 

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 28 milhões de pessoas trabalham no agro, isso significa pouco mais de ¼ da população brasileira empregada no campo (um estudo divulgado em 03/2024).

Com as crescentes discussões sobre direitos trabalhistas e a crescente demanda de oportunidades no campo, essa questão ressalta o quanto o empregador do agro precisa ficar atento à formalização do trabalho rural, seja ele pelos meios da contratação temporária ou fixa, por meio da CLT. Para organizar de forma preventiva e Legal, a advocacia trabalhista atua no agro de forma preventiva, auxiliando às empresas rurais ao resguardo de possíveis litígios com empregados.

A formalização do trabalho rural agrega benefícios de via dupla: tanto para o empregador como para o empregado.

Entre eles podemos destacar cinco pontos:

  • Esclarecer ao empregado que a formalização não significa um ônus em seus rendimentos mas, sim, uma segurança em diversos aspectos;
  • Assegurar ao empregado seus direitos trabalhistas;
  • Aliviar os desafios diários do produtor e empregador rural em relação a muitos pontos, entre eles, ausências não justificadas ou doenças;
  • Facilitar ao produtor rural o controle de jornada e a correta remuneração por horas adicionais trabalhadas, o que também favorece o trabalhador rural;
  • Treinamento adequado para prevenção de acidentes de trabalho e entre outros.

Trabalho no campo

Existem diversas normas exclusivas para reger o trabalho realizado pelos profissionais do campo. Como base, temos a Lei 5879: que institui normas regulatórias para o Trabalhador Rural, de 08 de junho de 1973. Esse estatuto contempla 21 artigos, alguns atualizados em 2008. “A interpretação e aplicação correta dessas bases Legais no ambiente de trabalho rural é fundamental para proteger tanto o trabalhador como o empregador”, ressalta a advogada Nayara Marcato Sanders, especialista em advocacia preventiva trabalhista.

Fonte: Assessoria
Continue Lendo

Notícias

Plantio Direto e sucessão de culturas contribuem para mitigar emissões de óxido nitroso no Cerrado

Pesquisa mostrou que o manejo convencional com soja ou milho na safra principal, sem uma sucessão cultural, mais a fertilização nitrogenada intensificam as emissões de N2O do solo no Cerrado. Pesquisadores recomendam o SPD associado à escolha da cultura da segunda safra, o que pode alterar o padrão de emissões. Nitrogênio disponível no solo e regime de chuvas são fatores que influenciam as emissões do gás.

Publicado em

em

Sistema Plantio Direto apresentou, em relação ao plantio convencional, menores emissões cumulativas de óxido nitroso - Foto: Marcos Carolino de Sá

Pesquisadores da Embrapa Cerrados (DF) e da Universidade de Brasília (UnB) avaliaram possíveis efeitos de diferentes manejos do solo, rotações e sequências de culturas, além de fatores de clima e solo que propiciam emissões de óxido nitroso (N2O) de solos no bioma Cerrado e constataram que o Sistema Plantio Direto (SPD) apresentou, em relação ao plantio convencional, menores emissões cumulativas desse que é um dos principais gases de efeito estufa (GEE), com longo tempo de permanência na atmosfera e significativa contribuição para o aquecimento global.

Os resultados do estudo indicaram, ainda, que o manejo convencional com soja ou milho na safra principal, sem uma sucessão cultural, e a fertilização nitrogenada intensificam as emissões de N2O do solo no Cerrado.

No Cerrado, poucos estudos de longo prazo abordam a influência do manejo de culturas e dos sistemas de rotação nas emissões de N2O do solo. “Os efeitos dos sistemas de uso da terra nas emissões desse gás são o resultado de múltiplas variáveis cujas interações precisam ser melhor compreendidas”, justifica a pesquisadora Alexsandra de Oliveira, uma dos autores do artigo Effects of soil management, rotation and sequence of crops on soil nitrous oxide emissions in the Cerrado: A multi-factor assessment, publicado no Journal of Environmental Management.

Como foi feita a pesquisa
O estudo foi realizado numa área da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), durante 25 meses, em um experimento de longa duração instalado em 1996. Foram avaliados três sistemas de uso da terra: plantio direto com rotações e sequências bienais de sorgo após a soja nos dois primeiros anos e feijão-guandu após o milho nos dois anos seguintes (sistema plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu); plantio direto com rotações e sequências bienais de milho-feijão guandu nos dois primeiros anos e sorgo após a soja nos dois anos seguintes (sistema plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo); plantio convencional com grade de discos e rotação bienal soja-milho (plantio convencional soja/milho); além do Cerrado nativo sem uso agrícola. Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e outubro de 2015.

Ilustração: Wellington Cavalcanti com base em conteúdo de Fabiana Ribeiro.

Com o uso de câmaras estáticas fechadas instaladas nos tratamentos, os fluxos de gases do solo foram amostrados 230 vezes ao longo do período da avaliação dos sistemas, com intervalos definidos por eventos como aplicação de insumos, preparo do solo (sob manejo convencional), chuvas, data de plantio, reumedecimento do solo após veranicos, data de colheita, senescência (envelhecimento das plantas), pousio, entre outros fatores que podem influenciar os picos de N2O.

A concentração de N2O das amostras foi determinada em laboratório por cromatografia gasosa.

Resultados
Os autores observaram que as emissões acumuladas de N2O foram influenciadas pelo tipo de manejo do solo e da cultura. Os fluxos cumulativos tanto no primeiro como no segundo ano foram maiores no preparo convencional, sendo que para todo o período analisado (2013-2015), as emissões acumuladas no plantio convencional soja/milho foram de 4,87 kg por hectare (ha), seguidas pelo plantio direto (SPD), sendo 3,47 kg/ha em sistema plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-gundu e 2,29 kg/ha em plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo; além de 0,26 kg/ha na área com vegetação natural do Cerrado.

Na comparação anual, os valores no segundo ano foram maiores para todas as áreas avaliadas, exceto no Cerrado (ver tabela 1).

Foram avaliadas, conforme cada tratamento, as emissões da primeira safra (soja ou milho) e da segunda safra (sorgo ou feijão-guandu). Para a cultura principal (primeira safra), a única diferença significativa foi observada no segundo ano (2014-2015), com as maiores emissões observadas no plantio convencional (2,29 kg/ha), seguidas pelos tratamentos com plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e milho-feijão-guandu/soja-sorgo e, por último, pelo Cerrado.

Mas as diferenças foram marcantes na segunda safra em ambos os anos. Embora não tenha sido plantada uma segunda safra no plantio convencional – para esse sistema, foi analisado o mesmo período em que os demais sistemas estavam com culturas, com plantio convencional soja/milho tendo emissões estatisticamente semelhantes às do sistema plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu, e ambas superiores às do sistema plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo e ao Cerrado. No segundo ano, plantio convencional soja/milho, plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo apresentaram emissões estatisticamente semelhantes entre si e superiores às do Cerrado.

O período de pousio também foi monitorado, considerando o momento em que nenhuma cultura estava sendo cultivada em nenhum dos sistemas agrícolas. As emissões foram maiores no plantio convencional no primeiro e no segundo ano (1,40 kg/ha e 0,89 kg/ha, respectivamente) que nos sistemas de plantio direto, o que, segundo os pesquisadores, sugere que a sucessão de culturas no ano agrícola é uma prática importante por promover ganhos do ponto de vista ambiental, além de outros benefícios agrícolas.

Quanto à produtividade de grãos (soja e milho) e às emissões de N2O em escala de produtividade (miligrama de gás emitido por kg de grão) para as safras 2013/2014 e 2014/2015, foi observado que os sistemas com cultura principal de milho (plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo no primeiro ano; plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e plantio convencional no segundo ano) produziram rendimentos mais elevados (ver tabela 2).

Na estação de cultivo de 2014-2015, as emissões de N2O em escala de rendimento dos sistemas avaliados foram estatisticamente semelhantes e mais elevadas que na estação 2013-2014. No entanto, na safra 2014-2015, o plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo foi mais eficiente que o plantio convencional soja/milho, ou seja, emitiu menos N2O por kg de grãos.

As emissões acumuladas de N2O foram maiores na primeira safra (milho) no sistema plantio direto soja-sorgo;milho-feijão-guandu entre 2014 e 2015 (254,88 mg N2O/kg grão). Nesse caso, a adubação nitrogenada e a mineralização de resíduos no solo podem ter sido responsáveis ao aumentarem a concentração de nitrogênio mineral, principalmente na estação chuvosa e em temperaturas mais altas no verão.

Para a segunda safra, foram observadas diferenças entre 2013 e 2014 para o sorgo, que, assim como o milho, foi fertilizado com nitrogênio, enquanto entre 2014 e 2015 não foram observadas diferenças na segunda safra sob o sistema plantio direto. Segundo os autores do estudo, a explicação pode estar na variabilidade de variáveis climáticas como chuvas e temperatura. Já o milho em plantio convencional, apesar do elevado rendimento de grãos, apresentou as maiores emissões de N2O, sendo, portanto, o sistema menos eficiente.

Os pesquisadores acreditam que as diferenças nas emissões de N2O entre os anos possam ser atribuídas justamente à sequência de culturas utilizada no período avaliado. O cultivo do sorgo, por exemplo, apesar de estar sob SPD e de ter recebido uma única fertilização com nitrogênio, apresentou emissões semelhantes às do sistema convencional. Além disso, no primeiro ano (2013-2014), as emissões das segundas culturas sob SPD foram mais baixas no caso da cultura de cobertura não fertilizada (feijão-guandu) comparada àquela fertilizada (sorgo). “Portanto, a escolha da segunda safra pode alterar completamente o padrão de emissões”, observa Alexsandra de Oliveira.

Outro fator que justifica as variações anuais nas emissões de N2O é a sazonalidade das chuvas nas condições tropicais do Cerrado, onde o período de desenvolvimento das plantas é regulado pelo volume e regularidade das chuvas, que podem ser interrompidas por períodos de seca com diferentes durações. “Vários estudos demonstraram que as variações das emissões de N2O são controladas pela umidade do solo. As chuvas estimulam a atividade microbiana no solo e podem induzir picos nos fluxos diários de N2O. Esse efeito pode ser prolongado ou potencializado se a disponibilidade de substratos de nitrogênio no solo for alta”, explica a pesquisadora.

“Esses resultados demonstram que as emissões de N2O na região do Cerrado se devem a interações que envolvem manejo do solo com ou sem o seu preparo, rotação e sequência de culturas e variáveis de solo e clima”, afirma a pesquisadora Arminda de Carvalho, também da Embrapa Cerrados, acrescentando que as emissões cumulativas de N2O no período 2013-2015 mostraram uma clara distinção entre os usos do solo avaliados.

Os autores do artigo lembram que, como já demonstrado por estudos anteriores sobre o bioma, o preparo convencional é o sistema de cultivo que mais promove aumento nas emissões de N2O e se diferencia das áreas sob vegetação nativa. “Por outro lado, o acúmulo de diferentes frações da matéria orgânica no sistema plantio direto  é um fator-chave para a redução das emissões de N2O do solo no Cerrado”, ressalta o professor Cícero Figueiredo, da UnB.

Oliveira acrescenta que o comportamento intermediário do sistema plantio direto (SPD) no estudo indica que o sistema é uma alternativa aos sistemas convencionais. “Porém, a sequência da cultura deve ser escolhida com cuidado, uma vez que foram observadas emissões diferentes entre os tipos de plantio direto”, recomenda.

Além de Oliveira, Figueiredo e Carvalho, são autores do estudo Artur Muller, Juaci Malaquias, Marcos Carolino de Sá, João Paulo Soares e Marcos Vinícius dos Santos (bolsista), da Embrapa Cerrados, e Fabiana Piontekowski Ribeiro e Isis Lima dos Santos, da UnB.

Papel do N2O nas mudanças no clima
Observações de longo prazo apontam que, entre os períodos 2011–2020 e 1850–1900, a temperatura média global aumentou 1,09 °C, acompanhada pelo aumento dos gases de efeito de estufa (GEE). A tendência crescente da concentração de N2O observada desde 1980 é, em grande parte, impulsionada pela expansão e intensificação da agricultura global. Estudos apontam que cerca de 77% do N2O derivado da atividade humana é emitido por solos agrícolas. Entre as opções de manejo do solo que promovem a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas, o Sistema Plantio Direto (SPD) tem sido amplamente promovido como um manejo promissor de conservação do solo para reduzir os efeitos colaterais ambientais como erosão e degradação do solo, garantindo ao mesmo tempo a produtividade agrícola a longo prazo.

No entanto, estudos recentes afirmam que os efeitos dos sistemas de plantio direto no rendimento das culturas e nas emissões de GEE variam de acordo com a idade, a sequência e a rotação da cultura do SPD. Os sistemas agrícolas convencionais de alto rendimento são frequentemente caracterizados por altas taxas de consumo de energia de combustíveis fósseis, uso excessivo de nutrientes, degradação do solo e poluição da água. SPD e o preparo convencional (PC) afetam as emissões de N2O de maneira diferente, devido a alterações na estrutura do solo, nas taxas de aplicação de nitrogênio e no acúmulo e estabilização de matéria orgânica do solo.

Todos esses fatores também são fortemente influenciados pela sequência da cultura. “Por isso, práticas agrícolas sólidas, que contribuam para tornar a ciclagem de nutrientes, principalmente de nitrogênio, mais eficiente, e para reduzir os GEE, especialmente o N2O, devem ser estabelecidas em nível nacional e regional”, afirma Alexsandra de Oliveira, acrescentando que a diversificação agrícola favorece a ciclagem de nutrientes e o fornecimento de matéria orgânica, enquanto a monocultura pode contribuir para maiores emissões de N2O devido à intensa degradação do solo e ao uso excessivo de fontes de nitrogênio.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.