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Preços do trigo devem seguir elevados na safra 2022/23
Com a safra 2021/2022 de 7,7 milhões de toneladas, o trigo vem se firmando entre as principais commodities brasileiras ao conquistar cada vez mais espaço nas lavouras do país.
Com a safra 2021/2022 de 7,7 milhões de toneladas, o trigo vem se firmando entre as principais commodities brasileiras ao conquistar cada vez mais espaço nas lavouras do país. O recorde de produção é resultado do aumento da área produzida em 182 mil hectares e uma produtividade acima de três mil toneladas por hectare, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com estimativa de exportar seis milhões de toneladas e de importar outros três milhões de toneladas, os estoques finais do cereal totalizam 722,6 mil toneladas.
A safra de inverno já está em andamento nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e a previsão é de um novo recorde, chegando a uma produção de 9,2 milhões de toneladas. Com este volume, o crescimento na colheita de trigo pode chegar a 75% em comparação à safra de 2019, quando foi registrada uma produção de 5,1 milhões de toneladas. Para a safra que se inicia, a expectativa é que o estoque finalize em 1,6 milhão de toneladas.
Conforme a Conab, o aumento esperado de 19,3% da atual safra é reflexo de uma maior área plantada, com crescimento expressivo no Estado gaúcho, que chega a 18% se comparado com a safra passada, aliado a uma expectativa de aumento na produtividade.
Mercado internacional
Os preços no cenário internacional devem seguir elevados ao longo da safra 2022/2023, em função do balanço global mais apertado das últimas oito safras e com portos de origens importantes com disponibilidade física limitada. No Mar Negro, região com maior concentração de trigo exportável, ainda seguem incertos o volume a ser produzido e o ritmo de exportações, em razão da continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia, e principalmente as sanções globais aplicadas aos russos. “Em relação ao território ucraniano, a interrupção desse fluxo de exportações já abrange três safras: a armazenada (2020/2021), a plantada (2021/2022) e a próxima (2022/2023), visto que, além da logística, as operações dentro das propriedades foram restritas e devem limitar ainda mais a oferta do cereal em um cenário de balanço bastante justo”, avalia a consultoria Radar Agro do Itaú BBA.
De acordo com a especialista em Inteligência de Mercado da StoneX Brasil, Ana Luiza Lodi, a disponibilidade do grão no mercado internacional está menor em razão dos estoques mais baixos, no entanto, de forma geral, os moinhos estão abastecidos para atender a demanda até a entrada da safra nova no mercado, quando aumenta a disponibilidade de oferta do cereal.
Contudo, a guerra da Rússia na Ucrânia tem causado uma volatilidade muito grande nas cotações, cenário que pode desencadear um balanço entre oferta e demanda mundial de trigo mais apertado nas próximas semanas. “Por conta da guerra a perspectiva é que a Ucrânia vai produzir menos trigo do que a sua capacidade de produção, ao tempo que deverá escoar menos grãos, gerando um impacto significativo nos preços, mas ainda é cedo para afirmar se vai faltar trigo, no geral, o que percebemos é uma oferta menor”, expõe Ana, acrescentando: “Com o estoque mais baixo, o preço tende a subir para ajustar a oferta à demanda. E como o Brasil depende da importação de trigo vai sentir o enfraquecimento das exportações, porque a maior parte do trigo que compramos vem da Argentina e o país, nos últimos anos, diversificou o destino das exportações, ou seja, em um possível cenário de falta do cereal aumentaria a competição por essas exportações”, pontua Ana.
Outra questão levantada pela especialista em Inteligência de Mercado da StoneX Brasil é com a questão macroeconômica global, que pode gerar uma possível desaceleração econômica ao redor do mundo, podendo até desencadear uma provável recessão. “À medida que os bancos centrais aumentam as taxas de juros para combater a inflação, que está presente no Brasil, nos Estados Unidos, Europa e Ásia, por exemplo, porém a alta generalizada nos preços é uma medida contracionista, que tende a impactar negativamente a economia. Essa é uma questão que não tem afetado só o trigo, mas também as exportações das comodities em geral, porque existe a preocupação que possamos ter um desempenho econômico fraco”, sintetiza Ana.
Incremento na economia
Do lado da demanda, o incremento na economia de R$ 89,1 bilhões do programa Auxílio Brasil vai impulsionar o poder aquisitivo de 20,2 milhões de famílias brasileiras. Com isso, os analistas de mercado vislumbram a elevação do consumo de farináceos.
Exportação e Importação
Já as exportações podem manter mais um ano com um fluxo intenso nos portos em função da demanda global pelo cereal e o risco de desabastecimento em alguns importadores importantes devido à limitação de disponibilidade.
De janeiro a junho foram importados 3,2 milhões de toneladas de trigo, e somente em julho o país embarcou 499,5 mil toneladas. “O Brasil é muito dependente do mercado externo, mesmo tendo boa produção, porque o consumo interno supera 12 milhões de toneladas, e parte da produção é exportada, não fica totalmente no mercado interno”, frisa Ana.
Margens positivas ao produtor
O Radar Agro prevê mais um ano positivo de margens ao produtor. Apesar da projetada safra recorde para o Brasil, os preços tenderão a se manter em patamares elevados visto que a dinâmica de exportação deve impulsionar os volumes, e com isso, a comercialização no momento da colheita será disputada pelos moinhos e pelas tradings, sendo que, nesse cenário de maior competição quem pode ganhar é o produtor, com preços melhores.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran