Suínos
Preços do suíno vivo permanecem estáveis nas principais regiões produtoras
Mesmo sem oscilações no dia o levantamento do Cepea/Esalq aponta quedas acumuladas ao longo de dezembro em alguns estados.

O mercado do suíno vivo apresentou comportamento majoritariamente estável na última sexta-feira (12), de acordo com dados do Indicador do Suíno Vivo Cepea/Esalq. Na comparação diária, a maior parte das praças acompanhadas manteve os valores inalterados, enquanto as variações mensais ainda refletem pressão negativa em alguns estados.
Em Minas Gerais, o indicador registrou leve alta de 0,12% no dia, com o quilo do suíno vivo cotado a R$ 8,44 no posto. Apesar do avanço pontual, o estado acumula recuo de 0,24% no mês.
No Paraná, o preço permaneceu estável no dia, negociado a R$ 8,22/kg (a retirar). No entanto, o estado apresenta a maior queda mensal entre as praças acompanhadas, com retração de 2,26%.
Situação semelhante foi observada no Rio Grande do Sul, onde o valor ficou em R$ 8,28/kg (a retirar), sem variação diária, mas com baixa acumulada de 1,19% no mês.
Santa Catarina destoou levemente do cenário negativo mensal. Mesmo com estabilidade no dia e preço de R$ 8,31/kg (a retirar), o estado registra alta de 0,48% no acumulado de dezembro.
Em São Paulo, o movimento foi de ajuste para baixo. O indicador recuou 0,57% no dia, com o quilo do suíno vivo cotado a R$ 8,79 no posto. No acumulado do mês, a queda também é de 0,57%.
O desempenho indica um mercado ainda cauteloso, com preços pressionados em algumas regiões, apesar da estabilidade observada no curto prazo.

Suínos
Suinocultura brasileira encerra 2025 com crescimento acima do esperado e exportações em alta
Dados parciais de abate e comércio exterior indicam avanço superior a 5% na produção e forte expansão dos embarques impulsionada pela diversificação de mercados e pela recuperação das margens do produtor.

Com números parciais de abate e exportação já é possível afirmar que a suinocultura brasileira encerrará 2025 com retomada do crescimento da produção acima do esperado e com aumento expressivo dos embarques de carne suína para o exterior. Se esperava, para 2025, um do crescimento da produção em níveis abaixo de 3%, pois o produtor além de estar se recuperando de uma longa crise, quitando dívidas de custeio e outras para se manter na atividade, o juro relativamente alto se tornou um gargalo relevante para investir na ampliação da capacidade de produção. Porém, os dados apurados até o momento, demonstram que o crescimento extrapola ganhos de produtividade e aumento do peso médio de abate e indicam que houve também uma pequena ampliação do plantel de matrizes.
A tabela 1, a seguir, com dados de abate por unidade federativa, entre janeiro e setembro, demonstra que houve aumento de mais de 5% em toneladas de carcaças e quase 4% em cabeças abatidas, quando comparado com o mesmo período do ano passado, destacando-se o crescimento expressivo, acima da média nacional, do abate de suínos em Minas Gerais (+11,7%), no Rio Grande do Sul (+6,52%) e no Mato Grosso do Sul (+5,08%); em nível nacional chama a atenção o maior peso médio das carcaças, passando de 92,23kg em 2024 para 93,52kg em 2025.

Tabela 1. Abate brasileiro de suínos de JANEIRO a SETEMBRO/25, por Unidade Federativa, em cabeças e toneladas de carcaças (total e peso médio em kg), percentual de cada estado sobre o total e diferença para o mesmo período de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE.
Sem dúvida, o setor de exportação foi o grande destaque da suinocultura em 2025. No acumulado do ano de 2025, de janeiro a novembro, as exportações brasileiras de carne suína, incluindo in natura e processados, totalizaram 1,372 milhão de toneladas, incremento de 10,4% (+129 mil toneladas) em relação ao mesmo período de 2024. Em receita, a alta acumulada chega a 18,7%, com US$ 3,294 bilhões registrados entre janeiro e novembro/25 contra US$ 2,774 bilhões no mesmo período de 2024.
A tabela 2, a seguir, apresenta a relação dos principais destinos das exportações de carne suína in natura, de janeiro a novembro de 2025, comparado com o mesmo período de 2024. Destaque para o crescimento das vendas para as Filipinas, Chile, Japão, México, Vietnã e Argentina que, somados, representaram um crescimento dos embarques em mais de 220 mil toneladas no período, enquanto a China recuou 72 mil toneladas em relação ao mesmo período do ano anterior.

Tabela 2. Exportação brasileira de carne suína in natura por destino de janeiro a novembro de 2025 (em toneladas e em US$) comparado com o mesmo período de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.
Esta “pulverização” das exportações traz maior segurança ao mercado de exportação, pois cabe lembrar que a China, há poucos anos, já representou mais de 50% dos nossos embarques.
Estima-se que o ano de 2025 fechará, em relação a 2024, com crescimento da produção acima de 5% em toneladas de carcaças, exportações com incremento de pouco mais de 12% e disponibilidade interna aumentando ao redor de 3%, ultrapassando a marca de 20 kg per capita ano. Em função desta maior oferta e, pelo fato de as cotações já estarem em patamar relativamente alto, não se observou, como em 2024, um pico de preço significativo das carcaças suínas no mês de novembro (gráfico 1); no mesmo gráfico é possível observar que o pico de preço em 2025 foi atingido em setembro, justamente quando a exportação foi recorde para um mês, com mais de 134 mil toneladas de carne in natura embarcadas.

Gráfico 1. Indicador CARCAÇA SUÍNA ESPECIAL – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em São Paulo/SP, mensal, nos últimos 24 meses. Valores de nov/24 e nov/25 em destaque. Fonte: CEPEA
No que se refere a rentabilidade da suinocultura, 2025 pode ser considerado como o ano da retomada efetiva das margens financeiras positivas. Houve um equilíbrio favorável entre o preço pago ao produtor e o custo dos principais insumos (milho e farelo de soja). As demandas externa e interna aquecidas conseguiram absorver o crescimento da produção, mantendo preços firmes ao longo do ano.
Com clima favorável e expansão da área plantada, a safra 2024/25 apresentou recorde de produção tanto na soja, quanto no milho. A boa oferta de grãos e a demanda elevada por óleo, que fez com o que o preço do farelo de soja caísse significativamente, manteve ao longo de todo ano uma boa relação de troca entre o preço do suíno e estes principais insumos (gráfico 2), permitindo lucratividade em todos os meses, conforme apontam os levantamentos da EMBRAPA suínos e aves na região Sul (tabela 3).

Gráfico 2. Relação de troca SUÍNO: MIX milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de novembro/23 a novembro/25. Relação de troca considerada ideal, acima de 5,00 Composição do MIX: para cada quilograma de MIX, 740g de milho e 260g de farelo de soja. Elaborado por Iuri P. Machado com dados do CEPEA – preços estado de São Paulo

Tabela 3. Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados, mensais, nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido) de janeiro a novembro de 2025 e a média anual de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço do suíno)
O acesso ao crédito é questão relevante para a safra atual (2025/26), que deve contar com parcela maior de capital próprio no total utilizado, resultando em provável redução de tecnologia; isso somado a um clima previsto menos favorável que ano passado, é possível projetar menor produtividade final na safra atual de milho.
Considerações finais e o que esperar para 2026
A retomada do crescimento da produção de suínos é consistente e o período já prolongado de margens positivas além da abertura de novos mercados de exportação, apesar dos juros elevados, estimulam a expansão da atividade para atender a forte demanda interna e externa.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que é esperado que o crescimento da produção de suínos continue em 2026, provavelmente limitado a não mais que 4%, em relação a 2025. “Espera-se um crescimento das exportações ao redor de 3% em relação a 2025. No balanço final, a disponibilidade interna deve crescer pouco mais de 4%, o que isoladamente, poderia determinar queda nos preços pagos ao produtor, porém, é preciso analisar a oferta x demanda não somente da carne suína, mas também da carne bovina. Se a tendência da carne suína é aumentar a oferta, espera-se da pecuária de corte o contrário, com uma virada de ciclo, determinada pela redução significativa no abate de bovinos, ainda com demandas interna e externa elevadas, ou seja, é muito provável que haja um aumento das cotações do boi gordo, o que deve ajudar a sustentar os preços do suíno”, conclui.
A única preocupação se deve à investigação de antidumping contra a carne bovina brasileira que está sendo realizada pelo governo chinês, cujo resultado deve ser divulgado em 26 de janeiro/26. Uma eventual restrição mais severa às exportações para a China pode reduzir as expectativas de preços para 2026. Com provável redução da safra de milho e aumento da demanda por este cereal, puxado principalmente pela cadeia do etanol, o custo pode ficar mais alto em 2026.
Todas estas projeções se baseiam na expectativa de relativa normalidade, sem a ocorrência de eventos sanitários, a exemplo do foco de Influenza aviária no RS em maio deste ano, ou questões geopolíticas que possam interferir nas exportações. Em resumo, ainda que num cenário mais desafiador que 2025, o ano de 2026 tende a ser um período favorável à produção de suínos, com boa competitividade de preço, principalmente perante a carne bovina.
Colunistas
Bem-estar animal começa pelas pessoas no campo
Ambientes de trabalho seguros, manejo planejado e equipes capacitadas mostram que cuidar dos colaboradores é condição essencial para práticas consistentes de bem-estar animal, qualidade dos alimentos e sustentabilidade na produção.

O conceito de bem-estar na produção animal evoluiu. Não se trata apenas de garantir a qualidade de vida dos animais, mas de entender que o ambiente de trabalho é um fator determinante para que essas práticas aconteçam de forma consistente. Cuidar dos animais é, inevitavelmente, cuidar das pessoas que trabalham com eles.
Para que o manejo seja executado com precisão, calma e eficiência, é necessário proporcionar infraestrutura adequada e fluxos operacionais claros. Isso envolve melhorias estruturais, como pisos antiderrapantes, corredores bem dimensionados e sistemas de iluminação e ventilação pensados para reduzir o estresse.

Artigo escrito por Filipe Dalla Costa, médico-veterinário, mestre e doutor na área de bem-estar animal e coordenador técnico de Bem-Estar Animal para monogástricos na MSD Saúde Animal.
Quando o ambiente é organizado e planejado, diminuem-se os riscos e evita-se o retrabalho, permitindo que o colaborador concentre sua energia nas manobras técnicas corretas, sem improvisações ou esforço físico excessivo. O resultado é um ciclo virtuoso: investir no bem-estar do colaborador cria as condições para que o bem-estar animal ocorra de forma natural.
Assim, a qualidade do manejo é reflexo direto de um ambiente mais seguro. Enquanto o manejo inadequado, caracterizado por uso excessivo de força, ruídos e agitação, aumenta as chances de acidentes, quedas e lesões, os protocolos bem estabelecidos tornam o trabalho previsível e fluído. Ou seja, o bem-estar animal só se consolida com colaboradores seguros e capacitados.
Os benefícios observados na prática incluem:
- Redução de acidentes e afastamentos: decorrente do manejo calmo e sem força excessiva.
- Diminuição do estresse ocupacional: rotinas bem definidas e animais com melhor comportamento reduzem a carga mental da equipe.
- Melhor clima e retenção de talentos: equipes treinadas em empatia colaboram mais e sentem maior satisfação e propósito, o que fortalece o vínculo com a empresa.
Para validar essa integração positiva entre animais, seres humanos e o meio ambiente, o mercado tem ao seu dispor as certificações. Um exemplo é a Certificação em Bem-Estar Único – Missão de Cuidar, que adota uma visão baseada nos princípios de One Welfare (Bem-estar Único), avaliando simultaneamente o ambiente, o manejo e os impactos sobre pessoas, animais e a sustentabilidade.
Monitorando indicadores integrados, como níveis de vocalização, acidentes ocupacionais, desempenho produtivo, uso adequado de equipamentos e tecnologias sustentáveis, capacitação e cultura de manejo ético e conformidade socioambiental, a certificação assegura que o bem-estar animal e humano caminhem juntos, fortalecendo a resiliência do negócio e gerando valor para a sociedade.
Reflexos na qualidade do alimento
Além dos benefícios humanos, o bem-estar animal possui relação direta e comprovada com a qualidade do produto final. Animais sob menor estresse apresentam melhor resposta imunológica e redução de lesões e hematomas, o que garante maior aproveitamento de carcaças.
Há também ganhos produtivos tangíveis, como a melhoria na aparência e uniformidade da casca de ovos, leite de maior qualidade e carne com parâmetros físico-químicos mais estáveis, o que significa um produto que mantém suas características de qualidade, segurança e frescor por um período de tempo mais longo, sofrendo alterações mínimas durante o armazenamento, transporte e processamento.
Com todas essas avaliações, é certo que as empresas que integram bem-estar único ao sistema de produção fortalecem seu compromisso com alimentos mais seguros, éticos e sustentáveis, bem como permitem um clima organizacional melhor e mais saudável.
Suínos
Da monta natural à inseminação: o primeiro salto de eficiência da suinocultura brasileira
Evolução da inseminação artificial transformou o uso de reprodutores, elevou o ganho genético e profissionalizou a produção de suínos no país ao longo das últimas décadas.

A história da inseminação artificial em suínos no Brasil é, acima de tudo, a história da evolução da ciência aplicada ao campo. Desde os primeiros experimentos conduzidos em pequenas centrais regionais, a técnica se consolidou como uma ferramenta estratégica de melhoramento genético, elevando a eficiência reprodutiva e a sustentabilidade da produção. “O impacto foi gigantesco. A inseminação artificial revolucionou a forma como produzimos suínos no país”, ressalta o médico-veterinário Fernando Pandolfo Bortolozzo, doutor em Reprodução Animal e professor titular do Departamento de Medicina Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 1992, Bortolozzo trabalhou ao lado de Ivo Wentz, hoje aposentado, pioneiro da técnica no Brasil e referência internacional em fisiopatologia da reprodução suína.
Nas décadas de 1980 e 1990, a maioria das granjas brasileiras ainda dependia da monta natural. “Era comum manter de 4% a 5% de machos por plantel, um macho para cada 20 ou 25 matrizes. Isso representava um custo enorme e uma limitação ao avanço genético”, recorda Bortolozzo.
Com a introdução da inseminação artificial, o cenário mudou rapidamente. Em poucos anos, um único reprodutor passou a atender cerca de 100 fêmeas, reduzindo drasticamente o número de machos. Hoje, esse índice pode chegar a 250 matrizes por macho. “É um ganho exponencial de eficiência. A inseminação artificial é a principal ferramenta de aceleração genética da suinocultura”, afirma o pesquisador.
Evolução das centrais de sêmen

Médico-veterinário, doutor em Reprodução Animal e professor titular do Departamento de Medicina Animal da UFRGS, Fernando Pandolfo Bortolozzo: “Se conseguirmos manter o sêmen viável por mais de uma semana com qualidade, o impacto será enorme, não apenas logístico, mas também genético” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
O avanço técnico da inseminação artificial no Brasil pode ser dividido em três grandes etapas. A primeira foi marcada pelas centrais internas de granja, pequenas estruturas que abrigavam seus próprios machos e laboratórios rudimentares. “O risco era alto, especialmente no controle de qualidade das doses”, menciona Bortolozzo.
Na segunda fase, cooperativas e agroindústrias assumiram o protagonismo, construindo centrais regionais para atender sistemas integrados. Esse modelo trouxe padronização e maior segurança sanitária.
A terceira e atual etapa consolidou a presença das empresas de genética, que profissionalizaram completamente o setor. “Hoje vivemos a era da comercialização de genética líquida. As empresas mantêm seus próprios reprodutores de elite e fornecem doses de sêmen de alta qualidade diretamente às granjas”, explica Bortolozzo.
Avanço da inseminação intrauterina
Um novo salto veio com o desenvolvimento da inseminação intrauterina (IIU), que começou a ser estudada no Brasil por volta dos anos 2000, com forte participação da equipe da UFRGS. A técnica ganhou escala comercial entre 2010 e 2015, quando os cateteres específicos se tornaram acessíveis. “A IIU permitiu reduzir pela metade o número de espermatozoides por dose e ampliar significativamente o uso de cada macho”, destaca o professor, enfatizando que hoje em torno de 60% a 70% das inseminações no país já são intrauterinas, sem diferença de desempenho reprodutivo em relação à inseminação tradicional.
Apesar dos avanços, cerca de 20% das fêmeas ainda exigem o método convencional, seja por dificuldade anatômica ou por serem leitoas em início de reprodução. “Mantemos duas linhas de inseminação porque a prática precisa atender a todas as realidades da granja”, observa.
Pesquisa aplicada e foco em eficiência
A consolidação da inseminação artificial no Brasil se deve, em grande parte, à integração entre pesquisa e produção. A UFRGS, em parceria com outras instituições e empresas, foi protagonista nesse processo. “A ciência brasileira tem papel decisivo. Cada ganho, seja em conservação do sêmen, controle de qualidade, ou desenvolvimento de cateteres, vem de muito estudo e validação em campo”, reforça Bortolozzo.
Hoje, os principais pontos de aprimoramento da inseminação artificial se concentram em três áreas: granja, transporte e centrais de sêmen. Nas granjas, o desafio é aprimorar o armazenamento das doses e o treinamento das equipes. No transporte, o controle da temperatura e logística é essencial para preservar a viabilidade espermática. E nas centrais, o foco está na qualidade e rastreabilidade. “As centrais modernas são verdadeiros laboratórios de alta precisão. Se antes bastava uma ‘carteira de motorista tipo B’, hoje o operador precisa de um ‘brevê de piloto’ para lidar com o nível de tecnologia envolvido”, compara o pesquisador.
Desafios dos machos jovens
O melhoramento genético trouxe outro desafio: a rápida renovação dos reprodutores. “Os machos jovens são geneticamente superiores, mas precisamos que produzam doses de qualidade o quanto antes, para não perder o ritmo do avanço genético”, explica.
O controle de qualidade, segundo ele, é o ‘ponto de honra’ das centrais. Isso inclui desde a motilidade espermática e contagem celular, até a prevenção de contaminação bacteriana. “Buscamos a perfeição. Cada falha em uma central grande tem impacto em centenas de granjas. Por isso, a checagem constante é inegociável”, frisa.
Mesmo com um número reduzido de machos, seu efeito sobre a cadeia produtiva é enorme. “Um único macho pode atender cerca de 300 matrizes, e a progênie desses animais é mais eficiente, consome menos alimento e gera menos dejetos. Isso significa sustentabilidade aplicada”, pontua Bortolozzo.
As novas centrais de genética já incorporam conceitos de bem-estar animal, eficiência energética e redução ambiental. Os machos são alojados em baias coletivas e monitorados constantemente. “O avanço genético não é só técnico. Ele tem reflexo direto em sustentabilidade e eficiência ao longo de toda a cadeia”, completa.
Um futuro guiado pela ciência
Para Bortolozzo, os próximos avanços virão do aperfeiçoamento da conservação do sêmen e da inseminação em tempo fixo (IATF), que ainda enfrenta gargalos práticos. “Se conseguirmos manter o sêmen viável por mais de uma semana com qualidade, o impacto será enorme, não apenas logístico, mas também genético”, projeta.
Aos 50 anos da inseminação artificial suína no Brasil, o balanço é claro: trata-se de uma biotecnologia consolidada, irreversível e estratégica. “A inseminação artificial não é apenas uma técnica de reprodução, é uma ferramenta de transformação produtiva, econômica e científica. E o mérito disso está, sem dúvida, na pesquisa e na ciência brasileira”, enaltece Bortolozzo.
IMV eleva inseminação artificial a novo patamar na reprodução de suínos
Desde os primeiros experimentos, a inseminação artificial transformou a suinocultura, tornando-a mais eficiente, segura e tecnicamente avançada. Para a IMV do Brasil, que participou ativamente desse pioneirismo, o impacto é visível na consolidação de plantéis mais produtivos e saudáveis. “A técnica revolucionou a suinocultura moderna ao permitir o controle genético, a padronização produtiva e o avanço sanitário dos plantéis”, destaca o diretor técnico-comercial da empresa, Pedro Nacib Jorge Neto.

Diretor técnico-comercial da IMV do Brasil, Pedro Nacib Jorge Neto: “A inseminação artificial transformou a suinocultura moderna ao permitir o controle genético, a padronização produtiva e o avanço sanitário dos plantéis” – Foto: Divulgação/IMV
A evolução da inseminação artificial é marcada por inovações constantes. A IMV esteve à frente desde os primeiros equipamentos desenvolvidos por Robert Cassou, como as vaginas artificiais e cateteres, até os sistemas automatizados de coleta, envase e conservação de sêmen. “As palhetas Cassou, os diluentes de alta performance e, mais recentemente, as plataformas digitais de controle e rastreabilidade consolidaram a IMV como referência mundial em biotecnologia reprodutiva suína”, ressalta.
Hoje, a técnica atende às exigências de produtividade, bem-estar animal e biossegurança das granjas modernas. “Ela reduz o número de machos em produção, otimiza o uso genético e garante cruzamentos precisos, com menor estresse e manipulação”, explica Jorge Neto. Protocolos padronizados de higiene e controle de qualidade, muitos desenvolvidos pela IMV, reforçam a biossegurança e a rastreabilidade dos processos.
A versão digital está disponível gratuitamente no site oficial de O Presente Rural. A edição impressa já circula com distribuição dirigida a leitores e parceiros em 13 estados brasileiros.



