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Preços do milho sofrem quedas consecutivas devido à oferta elevada e demanda reduzida

Com isso, no acumulado no mês (31 de março a 28 de abril), os preços de balcão (pago ao produtor) e de lotes (negociações entre empresas) recuaram
fortes 22,8% e 18,8%.

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Foto: Albari Rosa/AEN

Os preços do milho atravessaram abril em quedas diárias consecutivas. A menor demanda, a melhora no ritmo da colheita da safra verão (que elevou a
oferta em todas as regiões) e o desenvolvimento satisfatório da segunda temporada foram os fatores de pressão sobre os valores do cereal. Neste último caso, produtores brasileiros que, no começo do ano, estavam apreensivos com o atraso na semeadura, agora estão mais otimistas com a
produção, sobretudo devido às condições climáticas favoráveis.

Com isso, no acumulado no mês (31 de março a 28 de abril), os preços de balcão (pago ao produtor) e de lotes (negociações entre empresas) recuaram
fortes 22,8% e 18,8%. Especificamente, na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu expressivos de 20% no acumulado de
abril fechando a R$ 65,61/saca de 60 kg no dia 28, sendo este o menor patamar desde 6 de outubro de 2020 (quando foi de R$ 65,48/sc). A média do
Indicador em abril foi de R$ 74,85/sc, 12% inferior ao de março/23 e a mais baixa desde julho/20 (R$ 70,53/sc), em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de mar/23).

Na B3, os contratos futuros também recuaram com expressividade, devido à sinalização de um cenário de maior oferta para os próximos meses. Assim, o primeiro vencimento (Mai/23) se desvalorizou 18% no acumulado do mês, fechando a R$ 65,29/saca de 60 kg no dia 28. Os contratos Jul/23 e Set/23 recuaram 20% e 17%, respectivamente, a R$ 63,21/sc e a R$ 64,85/sc.

Portos

As negociações nos portos estiveram lentas em abril, e os preços, em queda. Os embarques limitados, tendo em vista a prioridade de envios de
soja. As desvalorizações externa e do dólar influenciaram a queda nas cotações.

De 31 de março a 28 de abril, os valores caíram 26% em Paranaguá (PR), com a média a R$ 65,99/sc no dia 28. Os patamares registrados no encerramento de abril já estavam inferiores aos dos contratos para entrega no segundo semestre.

Quanto aos embarques, de acordo com dados da Secex, saíram dos portos brasileiros apenas 470,80 mil toneladas de milho em abril, bem abaixo das
690,29 mil de toneladas de abril/22.

Estimativas

Em relatório divulgado em abril, a Conab elevou a estimativa de colheita nacional da safra 2022/23 em 200 mil toneladas frente às estimativas de março, devido à melhora na produção da safra verão. Agora, a temporada 2022/23 é estimada em 124,87 milhões de toneladas, aumento de
10,4% em relação a 2021/22.

Para a safra verão, apesar da redução de 3,2% na área, o aumento de 12% na produtividade fez com que a produção esperada seja de 27,24 milhões de
toneladas, 8,8% maior que a do ano anterior. Quanto à segunda safra de 2022/2023, a área nacional deve ser 3,3% maior – ainda conforme dados da
Conab – e, com o atual bom andamento, a produtividade nacional está sendo estimada 7,4% acima da obtida no ano anterior, o que levaria a produção para 95,32 milhões de toneladas, 11% maior que a anterior e novo recorde. A terceira safra deve crescer 4,7%, a 2,31 milhões de toneladas.

A Conab estima que a demanda interna nesta temporada some 79,31 milhões de toneladas e que as exportações entre fevereiro/23 e janeiro/24 fiquem em 48 milhões de toneladas. Os estoques de passagens ficariam em 7,53 milhões de toneladas, abaixo dos atuais, o que pode limitar maiores desvalorizações em determinados períodos.

Em termos mundiais, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indica produção de 1,14 bilhão de toneladas, 6% menor que a
temporada anterior, mas a relação estoque/demanda deve ficar em 25,5%, próxima da média dos últimos cinco anos, de 27,7%. O USDA reduziu em 3 milhões de toneladas a estimativa de produção na Argentina e aumentou em 1,8 milhão de toneladas a da Rússia. A demanda se mantém estimada em 1,15 bilhão de toneladas, e, com isso, os estoques de passagens foram apontados em 295,34 milhões de toneladas, 0,4% menores que os do relatório de março e 4% inferiores aos de 2021/22. Os maiores excedentes seguem com a China, Estados Unidos e Brasil.

Campo

No Brasil, as chuvas em abril auxiliaram o desenvolvimento das lavouras de segunda safra, que teve a semeadura finalizada na segunda quinzena do mês, conforme dados da Conab. Quanto à colheita da safra verão, até o dia 28, somava 63,6% da área nacional, de acordo com a Conab.

No Rio Grande do Sul, os trabalhos de campo estavam lentos. Dados do dia 27 de abril da Emater/RS indicam que a colheita somava 82% da área, mesmo percentual apresentado em 2022. No Paraná, a Seab/Deral relatou que 87% da área de verão havia sido colhida até o dia 24. A Secretaria estima que a produção da primeira safra seja de 3,79 milhões de toneladas, acima do apontado em março e 28% superior ao colhido em 2022. Para a segunda safra, a Seab estima produção de 14,42 milhões de toneladas no Paraná, redução de 272 mil toneladas frente ao relatório de março, mas aumento de 8% em relação à temporada anterior.

Nos Estados Unidos, dados do USDA do dia 1º de maio indicam que 26% da safra daquele país foi semeada, contra 13% no mesmo período de 2022 e
também 26% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, apesar de os rendimentos seguirem abaixo do potencial produtivo, a Bolsa de Cereais
estimou produção de 36 milhões de toneladas; até o dia 27, 17,5% da área argentina havia sido colhida.

Internacional

Os preços externos também recuaram na maior parte de abril, pressionados pela demanda enfraquecida. As quedas só não foram tão intensas devido a preocupações com o atraso da semeadura nos Estados Unidos, por conta de previsões de chuvas e de possibilidade de geadas e/ou neve, e a  especulações quanto à safra na Argentina. O contrato Mai/23 se desvalorizou 3,7%, fechando a US$ 6,36/bushel (US$ 250,38/t) no dia 28. Os
vencimentos de Jul/23 e Set/23 caíram 8%, fechando a US$ 5,85/bushel (US$ 230,30/t) e US$ 5,2875/bushel (US$ 208,16/t).

Fonte: Assessoria Cepea

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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