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Preços do farelo de soja sobem impulsionados por demanda nacional e valorização global

Na média das regiões brasileiras acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo de soja subiram 7,5% de outubro para novembro.

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Foto: Claudio Neves

A disputa por farelo de soja entre compradores domésticos e internacionais esteve mais acirrada em novembro. Consumidores
domésticos mostraram necessidade de novas compras no spot nacional, em decorrência dos estoques reduzidos. Esse cenário
atrelado à valorização externa do farelo – diante da maior demanda global – impulsionaram os preços domésticos do derivado.

Na média das regiões brasileiras acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo de soja subiram 7,5% de outubro para novembro. Já no comparativo anual (novembro/22 a novembro23), os preços cederam 5,5%. Na CME Group (Bolsa de Chicago), o contrato Dez/23 do farelo de soja se valorizou expressivos 13% entre outubro e de novembro, com média de US$ 452,15/tonelada curta (US$ 498,41/t).

Em um ano, a alta foi de 9,5%. Quanto ao óleo de soja, a demanda doméstica também esteve maior em novembro, sobretudo por parte do setor industrial. Diante disso, oóleo de soja bruto e degomado na região de São Paulo (com 12% de ICMS incluso) voltou a ser negociado nos maiores patamares desde março deste ano. Em novembro, a valorização foi de 3,6% frente a outubro, com preço médio de R$ 5.473,73/tonelada.

Ressalta-se que as expectativas de aumento nas exportações deste subproduto à Índia reforçaram o movimento de alta nos preços – o país indiano, que é o maior importador global de óleo, busca intensificar as transações com o Brasil. Já no mercado externo, o contrato Dez/23 do óleo de soja caiu, influenciado por expectativas indicando maior demanda mundial por farelo de soja – o que, vale lembrar, eleva o excedente de óleo. Com isso, o preço deste derivado recuou 5,5% entre as médias de outubro e novembro, indo para US$ 0,5167/lp (US$ 1.139,15/t), a menor desde maio deste ano.

Soja em grão

A maior demanda por soja, sobretudo por parte de indústrias esmagadoras, e as irregularidades climáticas no Brasil, influenciadas pela atuação do fenômeno climático El Niño, sustentaram os preços da oleaginosa em novembro. Sojicultores de praticamente todas as regiões produtoras do Brasil relataram ter realizado o replantio.

Demandantes externos também precisaram intensificar as compras de novos lotes de soja em novembro, no intuito de completar cargas de navios nos portos brasileiros. Diante disso, liquidez de soja aumentou no mercado spot nacional. De acordo com a Secex, o Brasil escoou 5,2 milhões de toneladas de soja em novembro, 105,8% a mais que no mesmo mês de 2022 e um recorde para o período.

Vale ressaltar que o Cepea também observou maior interesse devendedores em negociar soja com entrega entre dezembro/23 e
janeiro/24. Esses agentes relataram a necessidade de liberar espaço nos armazéns com o remanescente da temporada 2022/23, pois, em breve, começa a entrar a safra 2023/24 no Brasil.

Com isso, o Indicador Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá manteve o patamar de R$ 144,04/saca de 60 kg em novembro. Entre as médias de novembro/22 e novembro/23, entretanto, houve queda de 19,3%. Já o Indicador Cepea/Esalq – Paraná avançou 0,9% de outubro para novembro, com média de 138,17/saca de 60 kg no último mês.

No comparativo anual, no entanto, os preços cederam expressivos 21%. Entre outubro e novembro, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores subiram 2,5% no mercado de balcão (preço pago aoprodutor) e 1,5% no mercado de lotes (negociações entre  empresas). Já entre novembro/22 e novembro/23, houve queda de 24,1% no mercado de balcão e de 23,3% no mercado de lote.

Campo

No geral, as atividades de campo estão atrasadas frente a anos anteriores. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento), a semeadura da soja alcançou 83,1% da área nacional até 2 de dezembro, abaixo dos 90,7% cultivados há um ano. Dentre as regiões brasileiras, 93,2% foram semeados no Centro-Oeste, contra 97,3% há um ano. No Sudeste, a semeadura alcançou 89,2% da área, abaixo dos 97% no mesmo período do ano passado.

Na região do Matopiba, a semeadura totalizou 55,3% da área, abaixo dos 82% cultivados há um ano. As chuvas registradas nas últimas semanas de novembro beneficiaram as atividades de campo na região e possibilitaram o replantio. No Sul do Brasil, as atividades de campo alcançaram 73,7% da área, abaixo dos 79,7% no mesmo período do ano passado.

A Argentina deve cultivar a maior área com soja dos últimos cinco anos, projetada em 17,3 milhões de hectares pela Bolsa de Cereales. Do total da área, 43,8% haviam sido semeadas até o dia 29 de novembro.

Fonte: Assessoria Cepea

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Bovinos puxam alta no VBP do Acre e concentram mais de 70% da renda do campo

Atividade responde pela maior parcela do faturamento agropecuário estadual, com R$ 2,76 bilhões.

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Foto: Shutterstock

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Acre deve encerrar 2025 com um crescimento expressivo. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 21 de novembro, o estado alcançou o montante de R$ 3.945,64 milhões, o que representa uma alta nominal de 17,25% em relação aos R$ 3.365 milhões registrados em 2024. O desempenho reflete uma recuperação estrutural que coloca o faturamento do campo acriano em seu patamar mais elevado desde 2018.

Apesar do avanço de dois dígitos no estado, a realidade do Acre frente ao Brasil revela um forte descolamento. Enquanto o VBP nacional atingiu a marca histórica de R$ 1,412 trilhão em 2025, a participação acriana permanece estagnada em apenas 0,28% do total do país.

Foto: Jonas Oliveira/SEAB

Embora o estado figure na base da pirâmide produtiva, o Acre não detém o menor VBP do Brasil. Esse posto cabe ao Amapá (R$ 235,7 milhões), seguido pelo Distrito Federal e Roraima. O Acre ocupa a 22ª posição no ranking nacional, superando cinco outras unidades da federação. Contudo, a distância para os líderes é grande, o Mato Grosso, primeiro do ranking, fatura sozinho R$ 220,4 bilhões, valor 55 vezes superior ao do Acre.

A estrutura produtiva do Acre é fortemente concentrada. A pecuária responde por 72% de todo o valor gerado (R$ 2.842 milhões), enquanto as lavouras contribuem com 28% (R$ 1.104 milhões).

Ranking de Atividades em 2025

  • Bovinos: Liderança absoluta com R$ 2.755,9 milhões, sendo o pilar central da economia rural do estado.

  • Mandioca: Principal cultura agrícola, com R$ 444,5 milhões.

  • Milho: Terceira força, registrando R$ 187,0 milhões.

  • Banana: Estável na quarta posição com R$ 169,8 milhões.

  • Café: Fecha o “Top 5” com R$ 158,4 milhões.

A comparação dos dados aponta um setor de grãos e proteína animal com comportamentos distintos. No ramo de proteínas e derivados, além dos bovinos, destacam-se os Ovos (R$ 55,0 milhões) e o Leite (R$ 31,0 milhões), que mantêm relevância local, embora com pouca escala para exportação interestadual. Atividades como frangos e suínos não figuram entre os principais destaques financeiros do estado neste levantamento.

Já nas lavouras, a Soja, que vem ganhando espaço na fronteira agrícola do Norte, registrou R$ 108,5 milhões. Outras culturas de subsistência e mercado interno apresentam valores mais modestos: Feijão (R$ 16,0 milhões), Arroz (R$ 9,1 milhões) e Laranja (R$ 8,7 milhões). A Cana-de-açúcar (R$ 1,7 milhão) e o Amendoim (R$ 0,1 milhão) ocupam posições marginais na composição do faturamento.

Perspectiva Histórica (2018–2025)

O gráfico histórico revela que o crescimento atual não é apenas conjuntural, mas o ápice de uma retomada. Após um período de estagnação entre 2019 e 2022 (onde o valor oscilou na casa dos R$ 2,7 bilhões), o setor engatou uma sequência de três anos de alta. O salto de R$ 3,02 bilhões em 2023 para os atuais R$ 3,94 bilhões indica um incremento real na produtividade ou na valorização das commodities locais, especialmente a carne bovina.

Os dados indica que o agronegócio acriano enfrenta um desafio de diversificação e verticalização. A dependência de 72% de um único setor (pecuária bovina) torna a economia estadual vulnerável a oscilações de preços internacionais da carne e a barreiras sanitárias.

Além disso, a baixa participação no VBP nacional (0,28%) evidencia que o crescimento, embora robusto em percentuais internos (17,25%), ainda é nominalmente baixo para alterar o status do estado na logística nacional. O avanço da soja e do milho sugere uma transição para sistemas de integração lavoura-pecuária, mas a predominância da mandioca e banana como principais lavouras reforça um perfil de produção ainda muito voltado ao consumo regional e de baixo valor agregado industrial.

Fonte: O Presente Rural
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VBP agro da Paraíba cresce 2,7% em 2025 com força da pecuária

Estado alcançou R$ 3,52 bilhões com destaque para cana-de-açúcar, frango, ovos e bovinos mostrando evolução consistente e produtos estratégicos fortes.

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Foto: Shutterstock

Em 2025, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária da Paraíba alcançou R$ 3.522,0 milhões, registrando um crescimento de 2,7% em relação aos R$ 3.427,3 milhões de 2024. O avanço reflete a resiliência e a consolidação de produtos estratégicos, especialmente a cana-de-açúcar, a pecuária de corte e de ovos, que continuam a sustentar a economia agro do estado. Embora a Paraíba ainda represente apenas 0,28% do VBP nacional, que totalizou R$ 1.267,4 bilhões, o crescimento contínuo demonstra progressos consistentes no cenário regional.

No ranking interno de produtos, a cana-de-açúcar lidera, com R$ 1.247,1 milhões, destacando-se não apenas pela produção em volume, mas também pelo valor agregado que contribui para a indústria de açúcar e etanol. Em seguida aparecem frangos (R$ 492,4 milhões), banana (R$ 417,1 milhões), ovos (R$ 300,1 milhões) e bovinos (R$ 297,5 milhões). A pecuária, composta por frango, ovos e bovinos, representa 39% do VBP estadual, enquanto as lavouras respondem por 61%, mostrando um equilíbrio entre produção vegetal e animal que sustenta a diversidade econômica do estado.

Entre 2024 e 2025, alguns produtos mantiveram-se como pilares estruturais da economia agropecuária paraibana. A cana-de-açúcar, além de liderar em valor, tem apresentado incrementos consistentes de 2 a 3% ao ano, reflexo de ajustes na produtividade e estabilidade de preços. A produção de frango e ovos segue dinâmica, acompanhando a demanda crescente do mercado interno e potencializando a geração de emprego e renda local. Os bovinos, apesar de menor em volume comparado a outros grandes estados, têm mantido estabilidade com potencial de expansão em segmentos de carne de qualidade.

O histórico do VBP paraibano, entre 2018 e 2025, revela um crescimento acumulado de cerca de 70%, passando de R$ 2.070 milhões para R$ 3.522 milhões. Esse avanço reflete tanto valorização de preços quanto incrementos pontuais na produção, evidenciando um mercado agropecuário regional que cresce de forma constante, ainda que sem mudanças estruturais capazes de alterar significativamente a posição relativa do estado no ranking nacional.

Do ponto de vista estratégico, a Paraíba apresenta produtos com forte presença regional, como ovos, frango e cana-de-açúcar, que funcionam como base econômica sólida. O desafio está em ampliar a diversificação e agregar valor aos produtos agrícolas, potencializando oportunidades em nichos de mercado e cadeias produtivas integradas. A expansão de tecnologias agrícolas, investimentos em irrigação e em processamento de alimentos pode contribuir para elevar o VBP estadual e fortalecer ainda mais o papel do Paraíba no contexto nacional.

Em resumo, a Paraíba mostra crescimento consistente e solidez em produtos-chave, com perspectivas de evolução se houver ampliação de diversidade produtiva e agregação de valor.

Fonte: O Presente Rural
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Plataforma Agro Brasil + Sustentável libera habilitação automática de áreas para exportação

Nova funcionalidade permite ao produtor rural verificar se a área de produção atende exigências socioambientais de mercados internacionais de forma gratuita e voluntária

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Foi disponibilizado, na terça-feira (23), na Plataforma Agro Brasil + Sustentável, serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação, funcionalidade que permite ao produtor rural validar, de forma automática, se a área de produção cumpre requisitos críticos para a exportação à mercados externos que impõem barreiras de compliance socioambiental.  

O principal objetivo da Plataforma é integrar, organizar e disponibilizar informações de governança ambiental, social e corporativa relacionadas aos produtores (pessoas físicas), empresas agrícolas (pessoas jurídicas) e propriedades rurais para qualificar os produtos agropecuários brasileiros, com transparência, credibilidade e confiança, entre todos os participantes da cadeia agropecuária.   

Nesse cenário, a Plataforma Agro Brasil + Sustentável também visa atender às exigências de um dos grandes mercados internacionais, permitindo a habilitação do produtor e de lotes de produtos agropecuários, a partir de requisitos, padrões, processos e tecnologias, devidamente caracterizados quanto à sua produção.  

A Plataforma é uma ferramenta gratuita e voluntária ao produtor rural e possui abrangência universal a todas as cadeias produtivas. 

Plataforma Agro Brasil + Sustentável, do serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação. 

Fonte: Assessoria Mapa
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