Notícias
Preço spot do milho valorizou, enquanto os futuros cederam em janeiro
Após forte valorização em dezembro, janeiro fechou com queda para os contratos futuros do milho na B3.

Após apresentar estabilidade em dezembro, no primeiro mês de 2024 o preço do milho voltou a indicar queda em Chicago. No Brasil, as cotações deram continuidade ao movimento de valorização que vem acontecendo desde setembro e subiram 0,5% em Campinas em janeiro. Após forte valorização em dezembro, janeiro fechou com queda para os contratos futuros do milho na B3.
O relatório de janeiro da Conab trouxe nova redução para a produção nacional do cereal, para 117,6 milhões de toneladas. No primeiro mês do ano, a desvalorização foi de 3,5% em Chicago, a US$ 4,53/bu, diante de nova revisão para cima na oferta do cereal americano, cuja produção foi elevada para 390 milhões de toneladas, a maior da história.

Em dezembro, o cereal acumulou valorização de 10,4% em Campinas, a R$ 66,81/saca, diante do forte ritmo de exportação. Em janeiro, a saca fechou, na média, em R$ 67,17 (+0,5%), porém os preços começaram a ceder nos últimos dias, pressionados pelo avanço da colheita da primeira safra e pela desvalorização do preço externo, que reduziu a paridade de exportação.
No último mês de 2023, os contratos do cereal brasileiro na B3 apresentaram altas que variaram entre 7,4% para o contrato de janeiro/24 e 4,6% para o setembro/24. Já em janeiro, as quedas para os futuros variam entre -2,6% e – 7,2%, porém, os contratos negociados na B3 apontam valores médios próximos de R$ 70/saca, o que significa valorização em relação ao preço spot em Campinas.

Fonte: Conab
Diante das adversidades climáticas enfrentadas durante a safra verão e da perspectiva de redução na área semeada em 2023/24, devemos observar uma queda de 10,9% na produção de milho frente a safra 2022/23, segundo a Conab.
Houve nova redução para a produção da primeira safra, estimada em 24,4 milhões de toneladas, enquanto a segunda safra seguiu projetada em 93,2 milhões de toneladas.

Notícias
Expresso Porto terá R$ 210 milhões em investimentos e deve agilizar escoamento de grãos no Norte e Centro-Oeste
Projeto de ampliação da BR-364 em Rondônia prevê 34 quilômetros de pista adicional, duplicação de trechos e melhorias em mobilidade urbana e segurança viária.

A Rota Agro Norte, trecho da BR-364 em Rondônia, vai receber um reforço estratégico para o transporte de grãos e cargas agrícolas com a construção do Expresso Porto, projeto de expansão que adicionará 34 quilômetros de pista entre Porto Velho e o porto da região. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sinalizou que a obra, prevista inicialmente para anos seguintes, pode ser antecipada para 2026, com investimento estimado em R$ 210 milhões.
Segundo estudo da Esalq, a ampliação da infraestrutura é fundamental para aumentar a intermodalidade do Arco Norte, corredor logístico que inclui o terminal hidroviário do Rio Madeira, e reduzir gargalos no escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste e Norte do Brasil.
O projeto, conduzido pela concessionária Nova 364, prevê a construção de 34,5 quilômetros de pista que ligarão o km 693 da BR-364 à Estrada Penal (RO-005), ao Terminal Bertolini Cujubim e ao Terminal Amaggi. Além disso, serão executados sete acessos que eliminam travessias em nível, 220 metros de barreiras acústicas, seis rotatórias alongadas e um dispositivo de acesso e retorno.
A concessionária também planeja três Pontos de Parada e Descanso (PPDs), voltados a caminhoneiros, e a duplicação de 107 quilômetros da rodovia, visando mais fluidez e segurança ao tráfego.
Para empresários e representantes do agronegócio, a obra é estratégica. “Acelerar o Expresso Porto vai reduzir custos logísticos e eliminar um trecho de quase 34 quilômetros de estrada de terra, que gera prejuízos mecânicos e atrasos”, afirma Adelio Barofaldi, presidente da Associação Pan Amazônia e da Associação dos Pecuaristas de Rondônia.
Barofaldi destaca ainda os benefícios urbanos da obra. “Ao retirar o fluxo de caminhões da Avenida Jorge Teixeira, a mobilidade na área urbana de Rondônia será significativamente melhorada, trazendo alívio para os moradores e segurança viária”, completa.
O projeto é visto como um passo decisivo para consolidar Rondônia como polo logístico e para fortalecer o escoamento da diversidade agrícola do estado, que inclui café, cacau, pescado, carne, leite, frutas e hortaliças.
Notícias
Mancha-alvo pode causar até 20% de queda do potencial produtivo da soja
Doença fúngica cresce mais rápido que ferrugem e mofo-branco, amplia risco de perdas produtivas e expõe a necessidade de estratégias integradas para preservar rendimento e eficácia dos fungicidas.

No campo, a soja é atacada por muitas doenças fúngicas que podem causar prejuízos tanto no rendimento quanto na qualidade dos grãos. As que mais infectam a cultura apresentam uma dinâmica variada e têm o controle influenciado por diferentes condições de clima, cultivares e populações dos fungos presentes nas áreas.
Dentre as principais doenças, a mancha-alvo (Corynespora cassicola) é um ponto de atenção, pois apresenta alta severidade, problemas de resistência e a infestação no campo cresce a cada safra. “Nos últimos anos, a mancha-alvo teve aumento de 33% ao ano na área tratada no Brasil. Esse percentual de crescimento anual é maior que outras problemáticas na soja, como ferrugem, mofo-branco e antracnose, no mesmo período. Isso comprova que o manejo da cultura deve avaliar o complexo de doenças de cada região”, enfatiza o engenheiro agrônomo Fábio Lemos.
Dentre os fatores para a evolução da doença está a seleção genética de materiais altamente produtivos, porém com maior suscetibilidade a patógenos, ampla área cultivada, sistema de soja-algodão, em que a doença se desenvolve e causa danos, simultaneamente submetidas a diferentes condições climáticas, e diversidade de variações entre populações de fungos submetidas a condições diversas de pressão e seleção. “Uma vez que haja condições para a ocorrência, as perdas pela falta de um controle preventivo podem ser devastadoras à cultura, com redução de 15 a 20% do potencial produtivo, em escala variável. Por isso, é muito importante que o produtor faça o programa preventivo de controle de doenças da lavoura em associação com produtos multissítios e biológicos”, menciona o profissional.
Lemos explica que o uso frequente do mesmo fungicida promove uma maior pressão de seleção e, portanto, acarreta uma menor eficácia do manejo das doenças. “Na ausência de novos ativos, a rotação de grupos químicos e moléculas atenuam a pressão sobre as populações e conferem mais controle”, ressalta, acrescentando: “O controle das doenças no momento adequado resulta em mais vagens por planta, maior permanência das folhas, com otimização da fotossíntese e do enchimento de grãos, além do uso mais eficiente dos fungicidas. Esses fatores reduzem diretamente as perdas causadas por doenças e geram benefícios que vão além da sojicultura, ao contribuir para o manejo integrado de pragas no ambiente e produzir reflexos positivos também em outros cultivos”.
Notícias
Expansão agroindustrial faz C.Vale projetar salto de 84% na demanda por energia elétrica
Cooperativa estima que necessidade instalada chegue a 70 MW em dez anos e cobra reforço no fornecimento para sustentar novos investimentos no campo e na indústria.

Impulsionada pela ampliação da agroindustrialização e por novos projetos produtivos de seus cooperados, a C.Vale projeta um crescimento expressivo na demanda por energia elétrica na próxima década. A cooperativa estima que a carga instalada saltará de 38 para 70 megawatts (MW) até 2036, uma alta de 84%. No mesmo intervalo, o consumo anual deve avançar 79%, alcançando cerca de 429 gigawatts-hora (GWh).

Reunião realizada na última terça-feira (16), em Palotina (PR), entre dirigentes da C.Vale e da Companhia Paranaense de Energia (Copel)
O avanço do consumo energético está diretamente ligado à expansão das indústrias da cooperativa, das unidades de recebimento de grãos e, sobretudo, à intensificação da produção nas propriedades dos associados. Para viabilizar esse crescimento, a C.Vale avalia como fundamental o reforço da infraestrutura elétrica, tanto nas plantas industriais quanto no meio rural.
O tema foi tratado em reunião realizada na última terça-feira (16), em Palotina (PR), entre dirigentes da C.Vale e da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Durante o encontro, representantes da concessionária visitaram o complexo agroindustrial da cooperativa e tiveram acesso ao Plano Decenal Energético, apresentado pelo supervisor de Gestão de Energia e Comercialização, Felipe Ferreira. O documento detalha os investimentos previstos até 2036 e os impactos esperados sobre a demanda.
Segundo a cooperativa, parte relevante desse crescimento está associada a projetos dos associados nas áreas de piscicultura, suinocultura e avicultura, atividades intensivas em energia e dependentes de fornecimento estável para manter sistemas de climatização, automação, alimentação e biossegurança.
O presidente do Conselho de Administração da C.Vale, Alfredo Lang, destacou que a sinalização da Copel em ampliar e qualificar o atendimento energético é decisiva para destravar novos investimentos. “A preocupação da Copel em nos atender nos encoraja a investir ainda mais”, afirmou.
Participaram da reunião o presidente da Copel, Daniel Slaviero, o diretor-geral da companhia, Marco Antônio Villela Abreu, diretores da C.Vale e demais representantes da concessionária. O encontro reforçou a necessidade de alinhamento entre planejamento energético e expansão do agronegócio, em um cenário de crescente demanda por proteína animal e processamento de alimentos.



